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Capítulo 30: Orfanato Const 26

Georgewill parecia não sentir dor enquanto suas mãos se apertavam em volta do pescoço de Elvira, fazendo com que seus olhos revirassem.

Instintivamente, Elvira alcançou a arma em sua cintura, mas imediatamente descartou o pensamento. Ele não havia trazido um silenciador, e o disparo assustaria as crianças!

De repente, ele tinha outra faca voadora em sua mão, a qual ele esfaqueou ferozmente em direção ao pescoço de Georgewill.

Georgewill não reagiu ou desviou. Elvira sentiu como se estivesse golpeando ferro; a lâmina não conseguia penetrar sua defesa.

Nesse momento, a visão de Elvira começou a embaçar, e a sufocação o deixava cada vez mais ansioso. Ele abriu desesperadamente a boca para respirar, pânico varrendo sua mente para o caos.

Socorro! Ele ia morrer!

O que era aquilo, exatamente? Poderia realmente ignorar todos os ataques físicos?

Impossível! A Professora Ginger havia dito que até Landric tinha uma fraqueza. Como Georgewill não teria uma?

Então, onde estava sua fraqueza?

No meio da dor intensa, a mente de Elvira repassava os movimentos de Georgewill. Ele havia desviado facilmente a cabeça, esquivando-se da faca voadora mirada em seus olhos...

Sua fraqueza era—os olhos!

Usando o último de sua força, Elvira apertou firmemente as facas voadoras e as lançou com todas as suas forças em direção aos olhos de Georgewill!

Georgewill desviou do ataque de Elvira, afastando-se para o lado e afrouxando levemente o aperto. Aproveitando a oportunidade, Elvira chutou em direção ao peito de Georgewill, usando o recuo para se livrar de seu alcance.

Ele tocou seu pescoço ardente, tentando buscar ar, como se chamas ardessem em sua garganta.

"Você sabe como Landric te descreveu?" A vista de Elvira se fixou em Georgewill, sua voz rouca e cansada.

Georgewill riu levemente, movimentando seus braços casualmente como se fossem ondas ondulantes. "Eu sou o subordinado mais leal do Reitor."

Elvira pegou as facas voadoras que havia caído no chão e lentamente se levantou apoiado na parede, sua tez pálida. Ele apontou para uma parede não muito longe, "Você não vai dar uma olhada?"

Georgewill permaneceu imóvel, olhando friamente para Elvira como se ele fosse uma presa esperando para ser abatida.

"Parece que você não sabe ler, então você não sabe como ele te descreveu." Elvira disse, ofegante, tomando prazer malicioso, "Deixe-me te contar, ele te chamou de seu erro, pretendendo continuar seus experimentos e depois substituir você. Você não é nada além de lixo descartável para ele."

Os olhos de Georgewill se encheram de fúria enquanto ele retrucava altamente, "Você está mentindo! Dean Austin sempre me valorizou muito; eu sou seu filho mais inteligente e capaz!"

Elvira lentamente moveu seus pés, andando em direção à mesa e se apoiando nela. Apontando para um post-it na parede, ele falou em um tom gentil, "Venha aqui, deixe-me te ensinar a ler."

Georgewill se aproximou lentamente, seus olhos fixos em Elvira, apontando para um post-it e perguntou cautelosamente, "O que isso diz?"

Elvira silenciosamente se aproximou da porta, sua voz calma ainda que tinturada de frieza, "Um covarde que falha, é você."

Não querendo ceder, Georgewill deu alguns passos apressados para a frente, apontando para outro post-it, "E este?"

"Um analfabeto inútil, isso também é você," Elvira virou levemente sua mão, girando lentamente a maçaneta da porta.

O humor de Georgewill tornou-se explosivo, batendo os pés em frustração, seus pequenos olhos girando selvagemente. Ele avançou novamente, quase encostado na parede, apontando furiosamente para outra nota, "E este!"

"Um desperdício decepcionante, ainda é você—" Assim que Elvira terminou de falar, ele empurrou a porta com força, virando-se para escapar da sala.

Contudo, no momento em que abriu a porta, a vista diante dele foi surpreendente. De pé na entrada estava um segundo Georgewill!

Georgewill abriu sua boca escancarada, rindo maldosamente, e Elvira até conseguia ver anéis de dentes afiados dentro de sua boca.

Elvira olhou com medo para o Georgewill dentro da sala.

Era quase idêntico ao da porta!

O Georgewill na entrada esticou uma mão longa e viscosa, tocando levemente o Georgewill em frente à mesa.

Elvira estremeceu incontrolavelmente, dando instintivamente um passo para trás. Ele estava cercado por dois Georgewills!

Eles ficaram lado a lado, barendo seus dentes afiados em Elvira, seus sorrisos maliciosos fazendo lembrar espectros da meia-noite sedentos por sangue.

Suas mãos arrastavam suavemente no chão, criando um ruído leve conforme raspavam contra o piso.

"Este vilão traiçoeiro, você deveria morrer," disseram em uníssono, se aproximando a cada palavra.

Acuado, Elvira segurou suas facas voadoras, sua luz fria cintilando.

Um Georgewill quase o tinha estrangulado; agora com dois Georgewills, o que ele poderia fazer?

"Eu também sou uma criança do Orfanato Const! Cheguei aqui com dezesseis anos e saí aos dezoito. Voltei porque o mundo exterior é imundo, e o Orfanato é o lugar mais puro!" Elvira afirmou com seriedade, travando olhos com os Georgewills, cheio de convicção. "Decano Austin está certo, eu quero contribuir para a sua causa!"

"Você já esteve aqui antes?" Os Georgewills inclinaram suas cabeças, examinando Elvira, e em uníssono exigiram, "Prove!"

"O portão de ferro que dá para o jardim costumava ser cheio de lavanda, e a primeira mesa na entrada da cantina tem um pequeno buraco." Elvira levantou as mãos em sinal de rendição.

Os Georgewills se viraram um para o outro, aparentemente comunicando-se através do olhar.

"Eu também posso te ensinar a ler, tornando você mais valioso para o Reitor! Você se tornará mais útil!" Elvira observou a reação deles e acrescentou outra frase.

De repente, ambos os Georgewills viraram suas cabeças, encarando Elvira com veneno. Elvira sentiu como se seus olhares fossem mãos sujas e repulsivas tocando seu corpo. Seus olhos giravam com malícia sem fim, inveja e ganância.

O Georgewill à esquerda subitamente se inclinou para a frente, trazendo seu rosto próximo ao de Elvira, e sibilou ameaçadoramente, "Você é um espertinho, e vai atrapalhar o Reitor Austin!"

Inadvertidamente tocando a bochecha de Georgewill, Elvira sentiu uma sensação viscosa, como manusear um peixe podre de uma cesta lamacenta em um mercado de peixes. Suprimindo seu nojo, ele manteve contato visual com os Georgewills.

O Georgewill à esquerda se endireitou, enquanto o da direita subitamente se inclinou bem próximo ao rosto lateral de Elvira, sussurrando venenosamente em seu ouvido, "Você nos substituirá, seu ladrão astuto e desprezível!"

O ouvido de Elvira sentiu como se estivesse enterrado em um monte se mexendo de minhocas, a sensação viscosa como se incontáveis minhocas estivessem se torcendo e vagando em seu canal auditivo, tocando seu tímpano. Esta sensação perversa e nojenta era insuportável!

À medida que o Georgewill à direita se erguia, o da esquerda se inclinava novamente. "Você não pode aparecer diante do Reitor Austin!"

Eles se balançavam para frente e para trás como pêndulos, inclinando-se em direção a Elvira a cada declaração, depois se endireitando novamente após falar.

"Não precisamos de suas lições!"

"Uma vez que absorvermos sua alma, saberemos ler."

Ambos os Georgewills se inclinaram simultaneamente, seus rostos pressionando perto das bochechas e ouvidos de Elvira. As duas faces aumentaram dramaticamente na visão de Elvira, tornando-se incrivelmente claras. Seus traços pareciam derreter como cera em uma chama, fundindo-se em uma confusão viscosa indistinguível, onde olhos, narizes e bocas todos se misturavam.

"Junte-se a nós!"

"Junte-se a nós!"

"Junte-se a nós!"

Os dois Georgewills falaram em uníssono, suas vozes carregando maldade e estranheza, como se milhões de pulgas estivessem saltando freneticamente em uma porta.

De repente, Elvira escorregou para baixo contra a parede, suas mãos rapidamente lançando dois canivetes para os olhos deles. Aproveitando o momento em que os Georgewills desviaram dos canivetes, ele rastejou para a esquerda, escapando com sucesso do seu cerco. Ele rolou no chão e então se lançou em direção ao guarda-roupa! As quatro mãos dos Georgewills seguiam de perto o corpo de Elvira, suas mãos como seda sem fim, estendendo-se para todos os lados.

Elvira se lançou no guarda-roupa, ignorando a dor em seu corpo. Ele chutou a porta de madeira aberta, e assim que aquelas mãos estavam prestes a entrar no armário, Elvira correu para dentro do armário, virou-se e fechou a porta de madeira!

Bang!

As mãos foram trancadas para fora no último momento, trancadas fora da porta do armário! As mãos de Elvira tremiam enquanto ele trancava a fechadura.

Ufa—

O armário mergulhou no silêncio, a escuridão preenchida apenas com o som de sua própria respiração. Elvira respirou fundo, apoiando-se na porta para acalmar seu coração acelerado. O espaço era apertado, e a porta de madeira parecia quase incapaz de conter os Georgewills. Mas com a velocidade deles no momento, ele não conseguiria chegar à porta do escritório do Reitor a tempo!

O que fazer!


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