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Capítulo 19: chegando a 1990

Margarida, envolvida por uma mistura de emoções, segura Ricardo, seu filho, nos braços, sentindo uma mistura de amor, gratidão e uma pitada de apreensão. Ela olha para Francisco com ternura, confirmando o cuidado e a afeição genuína que ele demonstra.

MARGARIDA: (sorrindo para Francisco) Francisco, confio em você para cuidar do Rodrigo enquanto saímos.

Francisco acena com um sorriso caloroso, pronto para assumir o cuidado de Rodrigo. Enquanto Margarida segura Ricardo, Idalina se aproxima, pronto para levar Saulo e Rodrigo para um passeio pela cidade.

IDALINA: Vamos, meus amores, vamos fazer um passeio! Quem sabe não encontrou algo especial para vocês?

Saulo e Rodrigo se animam com uma ideia, segurando as mãos de Idalina com entusiasmo. Eles partem, em meio a risos e brincadeiras, prontos para explorar a cidade e prazeres do passeio com Idalina.

Enquanto isso, Margarida se recolhe em um canto tranquilo, aproveitando o tempo com seu filho, Ricardo. Ela o abraça com carinho, sentindo o coração serenar ao estar ao lado dele, mesmo com a preocupação e a saudade por Rodrigo. Ela confia em Francisco e Idalina para proporcionar momentos especiais para seu filho mais velho enquanto ela desfruta de um tempo precioso com Ricardo, sentindo-se grata por esses momentos de amor e aconchego.

Petrônio olhou para o relógio na parede do quarto. O ponteiro marcava as cinco da manhã, e os primeiros raios de sol começavam a iluminar timidamente a paisagem. Ele sabia que era hora de se preparar para uma viagem de volta a Belo Horizonte, onde o avião o aguardava ansiosamente. Com um suspiro de determinação, Petrônio se clamou da cama. O quarto estava inundado pela luz alaranjada do amanhecer, pintando as paredes com tons suaves. Ele caminhou até a janela e instruiu o céu, tão vasto e imponente, um convite irresistível para voar. Vestiu seu uniforme de piloto com cuidado, cada peça ajustada com a precisão de quem conhece cada detalhe da rotina. Os distintivos brilhavam à luz do dia que se anunciava, testemunhas silenciosas de suas muitas jornadas pelos céus. Ajeitou os óculos escuros sobre a testa e conferiu mentalmente a lista de seleção para o voo. Antes de sair, olhou ao redor do quarto, capturando mentalmente cada detalhe, como se guardasse na memória daquele momento antes de partir. Pegou a mala e se tornou à porta, pronto para retornar ao seu elemento natural: o céu. A cidade o esperava lá embaixo, mas era nos céus que ele verdadeiramente alcançou. Com passos firmes, Petrônio deixou o quarto, pronto para mais uma jornada nos céus de Belo Horizonte.

Mauro Augusto, Sérgio e Franklin aguardavam ansiosos em frente à casa de Petrônio. O sol do meio-dia lançava suas sombras pelas ruas tranquilas da cidade. Petrônio apareceu carregando sua mala, cumprimentando os amigos com um sorriso no rosto."Vamos lá, pessoal! Desta vez, não é o trem que nos leva a Belo Horizonte, mas sim um ônibus!", Petrônio, empolgado com a novidade da viagem.Os amigos pegaram a mala de Petrônio e seguiram em direção ao ponto de ônibus, trocando histórias e risadas pelo caminho. Mauro Augusto, com seu jeito extrovertido, contava anedotas, enquanto Sérgio, o mais tranquilo do grupo, ouvia atentamente, soltando de vez em quando uma risada discreta. Franklin, sempre prestativo, carregava a mala de Petrônio com facilidade, fazendo piadas para animar o ambiente. Ao chegar ao ponto, o ônibus já se aproximava, revelando a sua imponência metálica. O motor ronronava suavemente, pronto para a jornada. Petrônio se despediu da rotina do trem e, com uma mistura de nostalgia e entusiasmo, deu um passo em direção ao veículo. Mauro Augusto brincou: "Agora você vai ter uma vista diferente lá de cima, meu amigo! E tenho certeza de que vai ser uma viagem incrível!"Os amigos se despediram com abraços e acenos calorosos. Petrônio entrou no ônibus, depositando sua confiança na estrada que se estendia à sua frente. Sentou-se junto à janela, ansioso para ver a paisagem que se desdobraria diante de seus olhos.Com um aceno final para Mauro Augusto, Sérgio e Franklin, o ônibus deu partida, deixando para trás a cidadezinha tranquila. Petrônio observava pela janela, com o coração cheio de gratidão pela amizade e com a expectativa de aventura que aguardava na estrada até Belo Horizonte.

O sol se punha no horizonte, tingindo o céu com toneladas de laranja e rosa enquanto Margarida caminhava ao lado de Ricardo e Rodrigo. O ar fresco da tarde acariciava suas peles, trazendo consigo o aroma suave das flores do campo que margeavam o caminho de volta para casa.Ricardo, com seu jeito tranquilo e sorriso gentil, caminhava ao lado de Margarida, trocando olhares cúmplices e ocasionais brincando com Rodrigo, que corria à frente deles, radiante de felicidade. O silêncio entre eles era confortável, carregado de um entendimento mútuo após o tempo passado juntos. Margarida olhou ao redor, absorvendo cada detalhe da paisagem que passavam, sentindo-se grata por estar ali, acompanhada por aqueles que tanto amava.A casa se aproximava no horizonte, sua silhueta acolhedora se destacando contra o céu poente. As luzes começavam a se acender nas janelas, dando um aspecto ainda mais caloroso ao lar que os aguardavam.À medida que se aproximavam, um sentimento de pertencimento preenchia Margarida. Ela sabia que ali estava o seu refúgio, onde compartilharia risadas, histórias e afeto com Ricardo e Rodrigo. Ao alcançarem a porta de entrada, Rodrigo correu à frente, radiante de alegria, abrindo caminho para o reencontro com o lar. Ricardo e Margarida trocaram um olhar carinhoso, acompanhando a importância da jornada que acabavam de realizar juntos.Juntos, entrando em casa, abraçando o aconchego do lar que os esperavam, ansiosos para compartilhar os momentos preciosos que estavam por vir.

A atmosfera na sala de estar era pesada, como se cada móvel guardasse o peso da preocupação que pairava sobre todos ali. Sebastião permaneceu ao lado de Alexandre, cujo semblante denotava uma mistura de angústia e impotência diante da possível situação de sequestro de sua sobrinha.Sebastião, com sua presença reconfortante e voz calma, colocou uma mão no ombro de Alexandre, oferecendo-lhe um apoio silencioso . "Estamos aqui com você, Alexandre. Não está sozinho nessa situação", disse Sebastião com empatia, tentando transmitir força ao amigo.Alexandre segurava o telefone, aguardando notícias, enquanto a preocupação refletia em seu olhar. "E se algo de ruim aconteceu? Eu não consigo parar de pensar no pior", desabafou, com a voz embargada pela aflição.Sebastião andou ao lado dele, compreendendo o turbilhão de emoções que Alexandre enfrentou. "Entendo sua preocupação, mas precisamos manter a esperança. A polícia está fazendo o máximo para resolver a situação. Sua sobrinha é forte, vai superar isso", tentaram confortar, escolhendo palavras que transmitissem otimismo.Os minutos foram horas enquanto aguardavam informações. Sebastião está ao lado de Alexandre, compartilhando o silêncio que ecoava com as incertezas. Sua presença ali era um apoio silencioso, uma âncora para a agitação de emoções que Alexandre enfrentava. Finalmente, o telefone tocou, quebrando o silêncio opressivo. Com um suspiro, Alexandre atendeu, e um semblante de rompimento se manteve por seu rosto. Sebastião apareceu ao seu lado, oferecendo-lhe um sorriso tranquilizador diante das boas notícias que chegavam.

O sol começava a surgir no horizonte, pintando o céu com toneladas suaves de rosa e laranja. Francisco e Saulo ficaram de pé em frente à casa onde passaram momentos memoráveis ​​juntos. A brisa fresca da manhã trazia um ar de despedida, anunciando o retorno para Vitória. Francisco conferiu uma última vez a bagagem, ajustando as alças da mochila nos ombros largos. Saulo, ao seu lado, estava igualmente pronto, com um sorriso sereno no rosto, expressando gratidão pelos momentos compartilhados naquele lugar."Vamos, Saulo, está na hora de voltarmos para Vitória", disse Francisco, com um tom de determinação, embora um leve toque de melancolia transparecesse em sua voz.Saulo assentiu, olhando ao redor, capturando mentalmente cada detalhe da paisagem. O local havia se tornado especial para ambos, repleto de lembranças e vivências que os marcariam para sempre.Juntos, deram os primeiros passos em direção à estrada que os levariam de volta à cidade. O caminho parecia diferente agora, carregado de nostalgia e reflexão sobre as experiências vividas durante a estadia naquele lugar acolhedor.Enquanto caminhavam, trocavam breves palavras, relembrando momentos memoráveis ​​e vislumbrando o futuro que os aguardava em Vitória. Francisco olhou para o horizonte com determinação, pronto para retomar suas responsabilidades na cidade. Ao se aproximarem do ponto de partida, Francisco e Saulo trocaram um olhar significativo, um gesto silencioso que expressava a gratidão pela jornada que compartilharam. Com passos firmes e corações repletos de lembranças, seguiram em direção ao próximo capítulo de suas vidas, deixando para trás o lugar que se voltaria um refúgio temporário.

Mirtes e Herculano estavam sentados na sala, com uma atmosfera tensa entre eles. O assunto sobre a criação dos filhos, sempre delicado, tornou-se o centro da discussão naquela tarde ensolarada. Mirtes, com um olhar específico, expressou sua preocupação sobre as escolhas recentes de Petrônio."Herculano, não podemos simplesmente permitir que Petrônio retorne para Belo Horizonte sem ter certeza de que ele está seguro. Ele é nosso filho e, mesmo que seja independente, precisamos garantir sua proteção", argumentou Mirtes, sua voz relacionada à preocupação materna.Herculano, por outro lado, mantinha uma postura mais serena, embora seus olhos denunciassem uma ponta de incerteza. "Mirtes, Petrônio é um homem adulto, sabe cuidar de si mesmo. Ele precisa seguir sua jornada e nós devemos confiar em suas decisões", respondeu Herculano, tentando rir das preocupações da esposa. independência de Petrônio e das responsabilidades parentais. Mirtes enfatizou a necessidade de proteger os filhos, enquanto Herculano defendeu a liberdade e autonomia dos filhos adultos. A chegada iminente de Petrônio à cidade de Belo Horizonte parecia adicionar mais pressão à conversa. O coração de Mirtes se apertava ao pensar no filho retornando para um lugar onde ela não poderia garantir sua segurança." Não podemos ignorar os riscos, Herculano. Se algo acontecer a Petrônio, vamos nos perdoar por não termos feitos mais?", questionou Mirtes , com um tom de urgência na voz.Herculano suspirou, compreendendo as preocupações de sua esposa, mas também mantendo firmeza em suas convicções. "Eu entendo sua preocupação, mas acredito que devemos confiar na capacidade e na maturidade do Petrônio. Ele encontrará o caminho certo."O silêncio preencheu o ambiente, deixando no ar a tensão da discordância entre Mirtes e Herculano. Ambos compartilharam o amor pelos filhos, mas suas visões sobre a melhor forma de observar-los divergiam profundamente.


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