Ashton's P.O.V.
Um mês...
Exatamente um mês que ele está assim...
Todos os dias desde o acidente de Luke eu venho visitá-lo e fico horas aqui o observando, muitas vezes em completo silêncio. Por vezes eu falo e até sinto que ele me ouve, mas tem horas que não consigo dizer uma palavra sequer, apenas consigo observá-lo. Luke permanece imóvel há exatamente um mês. É como se ele estivesse dormindo durante todo esse tempo, porém as vezes... As vezes é como se ele já não estivesse mais aqui...
Olheiras profundas, boca seca, pele pálida, rosto magro, porém ainda tão bonito... O alfa fica apenas deitado com um monte de tubos e máquinas ligadas à sí. Durante esse tempo sua barba e cabelo cresceram consideravelmente, e isso o deixou tão belo. Luke em sí é belo, não só fisicamente. Talvez seja por isso que eu me apaixonei em tão pouco tempo, ou talvez por ele conseguir ser uma pessoa bem amorosa e amigável e isso acabou me conquistando, não sei.
Não sei...
Acabo chorando. Choro como todas as outras vezes nessas últimas quatro semanas. Choro em silêncio, observando meu alfa imóvel, inerte, como uma casca vazia. Às vezes me pergunto se ele pode me ouvir. Será que ele está consciente agora? Mas se estivesse, ele já teria dado algum sinal, não?
Vou até o mais novo e seguro em sua mão. Eu sempre espero que ele aperte, ou que pelo menos mexa um dos dedos, porém nada nunca acontece. Acaricio o rosto do alfa com delicadeza, tirando algumas mechas de cabelo que caíram sobre seus olhos, de alguma forma. Talvez tenha sido o vento, ou talvez tenha sido eu que, sem querer, as derrubei. Não sei.
- Luke, eu sinto tanto a sua falta... Você... Você não tem noção do quanto me faz falta... - Sussurro da melhor maneira que posso, já que minha voz está (como sempre) embargada graças ao choro recente.
Tento a todo custo limpar minhas lágrimas, porém elas insistem em continuar caindo. Mesmo sendo ômega nunca fui de chorar muito, porém é difícil não se sentir destruído quando a pessoa que você mais ama está tão perto, e ao mesmo tempo tão distante de você. Meu coração parece se partir a cada vez que olho para o alfa. Cada vez que penso nele, cada vez que, por impulso, chamo seu nome e logo lembro que ele não vai vir.
Deus do céu...
Deixo um beijo na testa de Luke, sussurro um breve "eu te amo" e logo volto a me sentar na poltrona, esta que já praticamente tem a forma exata de meu corpo marcada nela. Tento me distrair da melhor maneira que posso, e até consigo parar de chorar, ao menos por hora.
- Hey, Ash! - Acabo me assustando com Michael, que entra no quarto de repente. - Oh, me desculpe...
- Michael, eu falei que você iria assustar ele se entrasse fazendo esse estardalhaço todo! - Calum aparece logo atrás do ômega colorido.
- Está tudo bem, Cal. Eu vou sobreviver! - Digo, já me levantando para abraçar os meninos.
- Nós viemos visitar você e o Lukey!
- É, estávamos juntos hoje quando o Calum teve essa ideia, e eu achei maravilhosa! - Sorri. Dou o meu melhor sorriso também, porém sinto que não consegui ser muito convincente.
- Obrigado por virem. Sério. É bom eu ter companhia às vezes...
Volto a me sentar e Calum me segue, sentando num dos braços da poltrona. Michael vai até o loiro e faz exatamente o que eu estava fazendo há momentos atrás.
- E como ele está? Houve alguma melhora? - Questiona, contudo, pelo seu tom, acho que já imagina qual será minha resposta.
- Não, nada...
- Sabe... Não precisa se preocupar. Luke é um alfa bem forte e inteligente, e com certeza ele vai bolar alguma coisa pra, de alguma maneira, sair dessa. Só precisa ter calma e esperar pelo tempo dele. - De certa forma as palavras do alfa acabam me confortando, mesmo que no fundo eu duvide de todas elas.
Observo mais uma vez o loiro. Acabo sorrindo quando vejo que Michael está apertando suas bochechas, formando um biquinho, logo em seguida fazendo o mesmo consigo. A coisa mais fofa do mundo! Acho tão maravilhosa a forma como todos tem um apreço tão grande por Luke, e isso me faz sentir tão sortudo por tê-lo.
- Gente... - Clifford chama nossa atenção. - É normal ele agarrar o braço das pessoas assim?
- Sim, é... Espera? O quê?! - Levanto rapidamente e vou até os meninos, e vejo que Luke está, literalmente, agarrado ao braço de Michael. Por alguns segundos fico sem nenhuma reação.
Um mês sem nenhum sinal de melhora, e agora...
Começo a sorrir. Sorrir e chorar, na verdade. O alfa, não só segurou o braço de Mike como também está se mexendo...
Isso é um sinal de que ele está melhorando, não?
Por Deus, o que eu faço?
- ASHTON! - Calum grita, me tirando de meu transe.
Só então parece que a ficha finalmente cai!
- Chamem o médico! Rápido! - Digo, e logo ambos saem correndo do quarto à procura do médico. Me aproximo de Luke, segurando em sua mão, e para a minha surpresa ele aperta a minha, fazendo meu coração quase explodir de tanta felicidade. - Hey... Oi, amor... Eu estou aqui!
- As... A-Ash... Asht-ton... - Sussurra.
- Sim, sou eu! Meu Deus, você falou... Luke, você falou meu nome! - Não aguento com a tamanha felicidade e começo a dar pulinhos.
Beijo o rosto do alfa várias e várias vezes, enquanto ele continua a sussurrar vários "Ashton". Digo que tudo vai ficar bem, que logo ele estará melhor, e que eu sempre estarei aqui ao lado dele. E choro. Choro como se não houvesse amanhã. Choro até molhar o rosto do loiro com minhas lágrimas. A felicidade que invadiu meu peito é tanta que chega a doer.
- Ashton... - Ouço a voz do médico assim que o mesmo entra no quarto.
- Doutor! Olha, ele se mexeu, e está falando meu nome! - Sorrio com lágrimas nos olhos.
- Isso significa que ele está ficando melhor, não? - Hood questiona.
- Oh, sim, claro! Porém ainda é cedo para podermos dizer isso...
- Mas por que? Ele se mexeu, e está falando! - Ralho.
- Sim, Ashton. Porém isso pode ser apenas reações dos nervos. Sabe, quando você é tocado, queimado ou cortado, por exemplo, seus nervos transmitem um tipo de mensagem para o seu cérebro. Por acaso vocês estavam tocando nele? - Indaga.
- Eu... Eu estava tocando no rosto dele... - O ômega diz.
- Pois bem. Talvez isso tenha apenas sido uma resposta do corpo aos toques de Michael no rosto dele. E talvez ele tenha te chamado por estar sentindo você. Sabe, os alfas conseguem sentir seus ômegas até mesmo quando estão dormindo. Isso não significa que ele acordará. Contudo, isso também não quer dizer que está tudo na mesma, já que visivelmente é um grande avanço! - O doutor sorri abertamente enquanto faz exames rápidos em Luke.
Mesmo tendo dito tudo isso, algo dentro de mim me faz acreditar que logo ele irá acordar. Logo meu Luke estará bem!
~*~
Narrador's P.O.V.
- Cal...
- Sim?
- Será que o Ashton vai ficar bem?
- Sim, com certeza! Ele é bem forte, e logo Luke também estará bem! - O alfa respondeu, pegando em sua mão.
- Deve ser tão difícil pra ele... - O tom do mais velho fez com que o olhar de Calum caísse sobre sí.
- Está tudo bem, Mike? - Questionou.
- Sim, eu só... Eu só estava pensando... - Disse. Michael observou um casal que, junto com sua filha, vai em direção aos brinquedos do pequeno parque, e logo olhou para um ponto vazio.
- Em quê?
- No que eu faria se estivesse no lugar do Ash. - O ômega fitou suas mãos unidas e logo elevou seu olhar para os olhos de Calum. - Eu não sei o que faria se fosse você lá. Não sei o que seria de mim sem você!
Por um segundo Hood sentiu seu coração parar. Ele sempre soube que Michael, mesmo sendo ômega, nunca fora tímido e sempre dizia tudo o que lhe vinha em mente, porém foi pego totalmente de surpresa com a declaração repentina do colorido. Logo seu coração voltou a bater, porém em ritmo acelerado. Seu corpo esquentou e lhe causou uma sensação gostosa na barriga. O garoto sorriu.
- Mike, não precisa pensar nisso! Eu estou aqui, não estou? - Indagou, e o outro apenas acenou positivamente com a cabeça. - Então! Não pense nessas coisas, porque, se depender de mim, eu nunca vou te deixar!
- Você é maravilhoso, sabia? - Sorriu.
- Você é muito mais do que eu, pode ter certeza! - O moreno se inclinou e beijou Clifford calmamente.
Ambos os garotos, após terem visitado Ashton e Luke no hospital, decidiram ir para uma pequena praça que havia pelas redondezas. O dia estava consideravelmente aconchegante e calmo, um clima perfeito. Os meninos se beijaram. Um beijo calmo, apaixonado, lento, contudo, caloroso.
Desde àquele dia, o primeiro dia de aula do alfa novato, tudo havia mudado para eles. Desde o primeiro contato eles já não eram os mesmos. Michael havia achado Calum atraente com todas àquelas tatuagens e sorriso radiante. Calum havia achado Michael interessante com seus cabelos (na época) rosas e seu jeito direto e extrovertido. Naquele dia nenhum dos dois imaginava todas as coisas que estariam por vir!
Clifford acabou ganhando um melhor amigo, enquanto Hood ganhou uma segunda família. De fato, ele não ganhou apenas Michael, e sim Louis, Harry, Luke, Ashton e todos os outros! Em pouco tempo todos se tornaram inseparáveis, e ele amava isso. Eram todos bem interessantes, na sua opinião, principalmente Michael.
Quando o ar se fez necessário, ambos se separaram, porém continuaram com suas testas encostadas. Nenhum havia dito as três palavras mágicas ainda, porém já era nítido o que ambos sentiam um pelo outro. Não precisavam de palavras, apenas de atitudes para que todo o sentimento viesse a toda. Esses eram quem eles eram.
- Mike... Quer ir ao cinema? - O alfa perguntou de repente.
- Agora?
-Sim... É que eu pensei que talvez você gostaria de ir, mas se não quiser... - Coçou a nuca e sorriu amarelo. O ômega riu baixinho pois já sabia que Calum apenas fazia essas duas coisas quando estava nervoso.
- É claro que quero, Cal! - Disse.
(...)
Depois de duas horas de um filme que Michael sequer sabia o nome, eles finalmente saíram da sala de cinema. Não é que fosse chato, porém eles acabaram se pegando mais do que vendo o próprio filme, então acabou que nenhum dos dois havia prestado atenção, porém isso não era, nem de longe, um problema.
- Hey, aqueles não são o Tyler e o Dylan? - Calum falou vendo ao longe seus amigos conversando.
- Sim, são eles! Vamos lá! - Clifford agarrou a mão do alfa e o arrastou até o casal de amigos.
- Mike, espera... Vai que eles...
O moreno mal conseguiu terminar e Michael já gritou um "OI" tão alto que metade das pessoas envolta olharam para eles, principalmente Dylan e Tyler, que riram assim que se deram conta do que estava acontecendo.
- Oi, gente. - Dylan os abraçou, sendo seguido por seu alfa.
- Que sorte encontrar vocês aqui! Eram os únicos que ainda não tínhamos conseguido contatar! - Posey disse.
- Como assim?
- Bom, marcamos todos de jantar lá em casa hoje, mas não conseguimos avisar à vocês dois. - O ômega mais velho respondeu.
- Ah, é porque nossos celulares descarregaram juntos. Parece até uma conspiração. - Michael sibilou, porém ninguém entendeu absolutamente nada.
- Ok... Então... - Calum coçou a nuca. - Estão indo pra casa agora?
- Sim! Aproveitem e venham com a gente!
~*~
Tyler's P.O.V.
- NIALL, PARA DE COMER MEU FRANGO! VOCÊ COMEU MEU FRANGO! - Dylan parece furioso quando vê que comeram o pedaço de frango dele.
- O QUÊ? MAS EU NÃO COMI NADA! - O loiro se defende.
- ENTÃO QUEM FOI, SEU IRLANDÊS MORTO DE FOME?
- FOI O CAMERON!
- HEY, PARA DE JOGAR A CULPA PRA CIMA DE MIM! - Coitado do Cam...
- SE NÃO FOI VOCÊ E NEM O NIALLER, ENTÃO QUEM COMEU MEU FRANGO?!
- OLHA SÓ, SE CONTINUAREM EU VOU DEITAR A MÃO NA CARA DE TODO MUNDO! - Louis se irritou também, meu Deus.
- CALEM A BOCA, EU TÔ COM DOR DE CABEÇA JÁ! - Por que o Michael tá gritando?
- MICHAEL, VOCÊ NEM SABE O QUE TÁ ACONTECENDO E TÁ GRITANDO! - Agora o Ash também se irritou.
- Eu sei que é errado, mas tudo o que eu consigo fazer é ficar sentado rindo de toda essa confusão que os ômegas estão fazendo por causa do frango do Dylan. - Harry diz chegando do meu lado.
- Meu Deus, o que aconteceu com eles? - Jamie parece chocado.
- O que houve com nossos ômegas, meu Deus? - Calum ri, assim como eu.
- Eu não quero nem saber. - Liam dá de ombros.
- Ainda bem que você é Beta, Lee! - Zayn o abraça, mas Liam o soca na barriga.
- Liam, você vai matar ele assim! - Josh tenta pagar de bom samaritano, mas é o que mais ri.
- Ele sabe que eu odeio essas comparações. - O beta dá de ombros e se levanta, levando seu prato para a cozinha.
E enquanto isso, os ômegas ainda discutem loucamente por causa do frango do Dylan. Confesso que é muito, mas muito engraçado, mas acho que já é hora de acabar com o sofrimento deles.
- Fui eu quem comeu o frango. - Digo, e no mesmo momento a casa fica num completo silêncio. Todos olham pra mim, e até Payne aparece.
- Ah, sendo assim... - O'brien apenas dá de ombros e se senta novamente, voltando a comer em silêncio. Todos os ômegas o olham indignado.
- Você vai simplesmente aceitar? - O loiro ralha, e Dylan acena com um pequeno "sim". Isso me faz rir.
- Caralho, eu vou te matar! Se minha filha nascer com cara de frango, você é um homem morto! - Meu cunhado me ameaça seriamente.
- Bom, antes d'eu morrer, eu preciso fazer uma pergunta muito importante.
- Que pergunta? - Ele questiona.
- É pro Dylan. - Sorrio.
- Pra mim? - O ômega me olha confuso, porém desconfiado.
- É, pra você!
Me levanto, indo até meu pequeno ômega e me ajoelhando ao seu lado. Acho que no momento todos já imaginam o que está por vir, já que noto a surpresa em cada um. Puxo do meu bolso uma pequena caixinha preta, e a abro, estendendo para Dylan. O mais novo me olha totalmente atônito e sem expressão, então aproveito seu choque para começar a falar, antes que ele o faça por mim.
- Bom, eu não sei muito bem o que falar agora, mas... Eu... Ãn... - Acabo me embolando mais do que achei que faria.
- Quer casar comigo? - Ele pergunta, sendo que era para eu fazer isso.
- Quero! - Digo, mas depois percebo que os papéis se inverteram. - Ei, essa era a minha fala!
- Então diz logo! - O ômega revira os olhos, mas sorri. Um sorriso tão lindo e radiante que apenas me faz confirmar minha decisão.
- Dylan Tomlinson O'brien, eu... Eu me apaixonei por você há anos atrás quando veio até mim e me defendeu daqueles caras, sendo que eu quem estava batendo neles. Se lembra? - Ele acena e diz pequenos "sim". - Desde aquele dia eu soube que você seria meu, meu ômega, meu amigo, meu namorado, e meu marido! Então recentemente senti que estávamos prontos, mesmo com tantas coisas acontecendo. Estamos prontos, eu sei que estamos, então, por favor... Me deixe te amar pra sempre! Eu quero ficar pra sempre ao seu lado, Dy, e quando digo isso quero dizer até depois da morte. Eu te amo, muito mais do que imaginei que poderia amar! Então...
- Porra, fala logo! - Ele está tão ansioso que mal consegue se segurar na cadeira.
- Dylan, quer se casar comigo?
Finalmente pergunto. Mesmo sabendo a resposta, eu ainda fico nervoso com a demora do ômega para responder. Eu sei que ele ama um suspense, mas isso é tortura!
- Não. - De respente ele fica sério e nega meu pedido.
- O QUÊ?! - Eu e os meninos gritamos em uníssono.
- É brincadeira, galera! É óbvio que eu aceito! - O ômega volta a sorrir e se joga em cima de mim, beijando todo o meu rosto.
Logo todos os nossos amigos vêm nos parabenizar. Alguns choram, principalmente Jay, que diz que se eu não cuidar do bebê dela, ela irá ajudar Louis a me matar.
~*~
Cameron's P.O.V.
Ontem Tyler pediu Dy em casamento, e aquilo foi tão lindo! Me fez pensar sobre algumas coisas, e grande parte delas relacionadas ao Jamie...
Também ontem, enquanto estava se despedindo de mim, ele me perguntou se eu gostaria de conhecer sua família. Confesso que fiquei bem surpreso, ainda mais por saber como é sua relação com o pai, porém ele me garantiu que estaria tudo bem e que ficaria comigo o tempo todo. E com isso eu acabei aceitando.
Agora estamos aqui, indo em direção à minha provável morte...
- Hey, não precisa ficar tão nervoso! - Diz colocando a mão em minha coxa, apenas para que eu pare de balançar a perna.
- É mais fácil falar do que fazer... - Começo a chacoalhar minha perna livre, e isso faz o alfa rir.
- Sabe, eles não vão te morder ou algo do tipo. Na verdade minha família é super legal, apenas meu pai que é... Bem... Complicado... - Jamie fala comigo porém, por estar dirigindo, não desvia seu olhar da pista.
Mesmo sendo nítida a forma como falar de seu pai o abala, ele não perde o sorrisinho besta dos lábios. Talvez eu tenha passado tempo demais o observando já que mesmo me olhando apenas de soslaio, o mais velho nota que eu estou o encarando. Claro, isso faz seu sorriso aumentar...
- O que foi? - Indaga.
- Eu queria ser como você, sabia? - Admito.
- Como eu?
- Sim! Confiante, sorridente, otimista, forte... Você é tão maravilhoso!
- Você não precisa ser como eu. Você pode ser como você, e não há nada de errado nisso. - Mesmo o que ele falou tendo sido lindo, eu reviro os olhos. - Por que disso?
- Você é sempre tão certinho, sempre sabe o que falar e fala díficil, parece um velho! - Rio. Yuma se finge de indignado, e me empurra de lado.
- Eu não sou velho! - Diz.
Um sinal vermelho.
Como se eu já soubesse o que estava por vir, me viro para Jamie e quase instantaneamente sinto seus lábios grudarem nos meus. Com o tempo que passamos juntos eu já gravei cada pequena mania e costume do alfa, e de fato beijos no sinal vermelho é uma delas, e confesso que é uma das que eu mais gosto. Aproveito e levo minha mão até sua nuca, segurando em seus longos cabelos, porém a posição não nos ajuda muito.
- O sinal vai abrir. - Ele diz de repente e se afasta de mim, e no instante seguinte o sinal realmente abre.
- Como você consegue fazer isso? - Questiono enquanto me ajeito no banco.
- Costume. Quando venho sozinho eu conto os segundos que os sinais demoram pra abrir. - Dá de ombros.
- E você lembra o tempo de cada sinal que você passa?
- Claro!
- Você não é normal, Jamie! - O olho incrédulo, e isso o faz rir.
O alfa volta a repousar sua mão em minha coxa, porém agora não estou balançando a perna. Pra falar a verdade, a cada beijo que ele me dá eu me sinto um pouco mais calmo...
(...)
Finalmente, depois de uma longa viagem, nós chegamos na casa de Jamie. Na verdade é um tipo de "vila" com várias casas, um pouco afastada da cidade, porém é simplesmente lindo! Casas simples porém com decorações lindas, e o lugar exala um ar tão puro e genuíno que apenas o torna ainda mais atraente e aconchegante. O alfa, assim que paramos o carro, salta e faz questão de abrir a porta pra mim. Por um segundo me sinto um pouco envergonhado pois já têm algumas pessoas nos olhando, mas ele parece não se importar.
Quando se dão conta de que Jamie está aqui, tudo parece se alegrar. Todos saem de suas casas e vêm em nossa direção, principalmente as crianças que correm como loucas até Yuma.
- JAMIE! - Uma menina de cabelos tão negros e compridos como os de Jamie grita e corre até ele, se jogando em seus braços, enquanto outras crianças se amontoam ao redor do mais velho.
- Oi, Diana! - O garoto gira a menina no ar, a fazendo soltar umas risadinhas muito gostosas. Uma cena muito linda de se ver, na verdade.
Quando dou por mim eu também estou rodeado de crianças. Elas me olham com um ar de curiosidade, e um menino até me cheira. Confesso que isso me deixou com um pouco de vergonha, ainda mais quando ele começa a rosnar baixinho, porém Jamie vem em meu socorro e faz eles se afastarem de mim com apenas um grunhido.
- Jim, quem é ele? - Uma senhora, muito bonita por sinal, se aproxima de nós, assim como algumas outras pessoas que sorriem de orelha a orelha.
- Esse aqui é o Camaron, mamãe. - Mamãe?!
Nossa...
Ele acabou de me apresentar para a mãe dele!
- Ele é seu ômega, maninho? - Uma garota, mais ou menos a minha idade, pergunta com um sorrinho malicioso nos lábios.
- Sim. E eu sei que o cheiro dele é maravilhoso, mas parem de ficar fungando o ar envolta do Cameron. Ele é meu! - Ele diz para uns garotos que eu nem percebi estarem atrás de mim.
- JAMIE! - O repreendo, mas ele ri.
- Ué, você é meu, o que queria que eu dissesse? - Meu rosto esquenta imediatamente com as falas do outro.
- Oh, ele está vermelho! - Alguém diz.
Logo todos começam a falar alto e eu acabo ficando com tanta vergonha pelos comentários que escondo meu rosto com as mãos, porém me acalmo um pouco quando sinto mãos me segurarem e um abraço me apertar. Meu corpo relaxa por achar que é Jamie, eu sinto que é ele, porém ao olhar percebo que é, na verdade, sua mãe quem está me abraçando. Seus toques são praticamente idênticos!
- Não precisa se envergonhar! Nós estamos em família aqui, e se meu filho o escolheu como seu ômega, então agora você também faz parte dos Yuma! Você é mais do que bem vindo entre nós! - Ela diz com um sorriso radiante em seu rosto.
Por um segundo sinto meu rosto esquentar ainda mais, porém no instante seguinte eu simplesmente relaxo. Logo Jamie vem até mim e me abraça, me deixando entre ele e sua mãe, e com isso muitas pessoas vão vindo até mim e me cumprimentando. Recebo muitos beijos, abraços, os mais novos até me chamam de "primo" ou "cunhado", e mesmo com vergonha, muita vergonha, eu me sinto extremamente feliz com toda essa recepção.
- Cadê ele? - Pergunta de repente.
- Está em casa...
- Ele se recusou a vir, não foi?
- Ele sentiu cheiro de ômega, e soube que era um ômega homem, então... - Mesmo falando pouco, consigo entender o que querem dizer.
O pai de Jamie realmente não gostou do fato do filho estar com um homem, e isso significa que ele automaticamente não gostou de mim. Não sei se deveria me preocupar com isso, afinal sua família e amigos, todos me acolheram tão bem que... Não sei dizer...
- Cam... - Diana me chama baixinho enquanto se agarra à barra da minha blusa.
- Sim, minha linda? - Me agacho até ficar da altura da mais nova.
Olhando de perto eu percebo o quão parecida com Jamie ela é. Os mesmos olhos, o mesmo cabelo, o mesmo sorriso... Chega a ser assustador, porém de uma forma fascinante. Ambos puxaram a beleza da mãe, com certeza!
- Você é a namorada do meu irmão? - Acabo rindo de sua pergunta.
- Não, não sou a namorada dele. - Respondo. - Eu seria o namorado, porém também não sou.
- E por que não?
- Bem... É segredo, vem aqui... - Sussurro e a chamo para mais perto. A garotinha vem até mim e sorri sapeca, como se estivesse prestes a saber de um segredo de estado. - Eu estou esperando seu irmão me pedir em namoro, mas não conta pra ele, ok?
- OK, CAM! - Grita.
- Jura de dedinho? - Estendo meu dedo mindinho, e ela o agarra com o seu, chacoalhando nossas mãos no ar.
- Juro de dedinho!
- Boa garota! - Sorrio e aliso os longos cabelos da pequena alfa, que logo sai correndo.
- Eu ouvi o que você falou. - Jamie sussurra em meu ouvido de repente, me fazendo pular por conta do susto que eu levo.
- Meninos, venham comer! - Samantha, a prima do índio, nos chama.
- Vamos? - Ele estende uma das mãos pra mim, e mesmo hesitando eu a seguro e deixo que o mais velho me guie...
(...)
O almoço foi muito... Digamos... Animado. Eles têm aqui uma mesa enorme onde muitas pessoas podem se sentar, e eu fiquei em nada mais nada menos do que na ponta dela, o lugar de destaque. Todos comemos enquanto conversávamos animadamente, fui bombardeado por dezenas de perguntas dos mais novos e conselhos dos mais velhos. Dicas, costumes e histórias antigas da família que passaram de geração em geração foram contadas, principalmente para mim. Descobri que entre eles cada nascimento é motivo de extrema alegria, e um herdeiro da família principal, a família de Jamie, seria motivo de uma festa maior ainda. Aqui, o alfa é uma espécie de "príncipe"!
Durante a tarde ocorreram muitas coisas. As meninas, todas da minha idade e a maioria ômegas, me alugaram por bastante tempo. Elas me contaram histórias de Jamie durante a infância e adolescência, depois conversamos sobre coisas aleatórias que elas julgam ser "de garotas" mas que me incluíram no meio. Não me importei com isso, e me diverti bastante!
Agora já começa a anoitecer e todos, sem excessão, estão trabalhando para preparar um grande jantar. E quando eu digo "grande" não estou sendo exagerado. Todos correm de um lado para o outro com pratos e mais pratos, as crianças trazem frutas, tudo muito organizado e animado.
- Amor, pra que isso tudo? - Pergunto ao alfa.
- É tudo pra você. - Diz, e eu arregalo os olhos.
- Pra mim?! Mas por que?
- Porque você é o ômega do filho do chefe, além de ser o mais novo membro da família Yuma. Eles gostam de celebrar essas pequenas coisas, e você conseguiu conquistar a todos hoje. Isso só os deixou ainda mais animados. - Sorri.
- Mas eu...
- Está pronto! - A mãe de Jamie, Eliza, diz em voz alta, chamando a atenção de todos. - Venham, vamos todos comer e nos alegrar. Hoje é um dia especial pois temos um convidado ainda mais especial, então que façamos uma grande festa para o acolher e celebrar o mais novo membro dos Yuma!
Todos gritam alegremente e, sem perceber, começo a ser puxado para o meio das pessoas. Acabo me perdendo de Jamie e isso me deixa um pouco nervoso, mas me acalmo quando Diana pega minha mão. Ela é uma criança maravilhosa!
Sou levado até as meninas que estavam comigo antes e elas me arrumam com alguns enfeites feitos de flores e plantas. Colocam pulseiras em meu braço, e sorriem enquanto cantarolam o quão lindo eu sou e o quão mais lindo eu irei ficar. Isso me faz rir um pouco, e no fundo até que gosto.
Quando terminamos elas me arrastam para o mesmo lugar onde foi o almoço, porém agora está bem mais enfeitado, sem falar na mesa que parece ter ainda mais comida. Tudo tão bonito e bem organizado, é impossível eu não ficar maravilhado! Todos se reúnem, e logo Eliza e Diana aparecem, e logo atrás dela vem o alfa.
E, minha nossa...
Ele está simplesmente fabuloso!
Jamie tem alguns dos mesmos enfeites que eu, seu cabelo está preso numa linda trança com uma flor de girassol na ponta. Suas roupas são brancas iguais as minhas, mas parecem ficar muito melhores nele do que em mim. O mais velho sorri quando me vê, e isso faz meu coração disparar.
- Você está maravilhoso! - Digo.
- Você está bem mais do que eu! - Ele murmura me olhando de cima a baixo.
- Por acaso nós vamos nos casar e eu não estou sabendo?
- Não, com certeza ainda não! - Ri. - É um costume da tribo festejar essas coisas, e como hoje eles estão celebrando nossa união, nós somos as estrelas.
- Faz sentido...
- Então, você realmente veio, não? - Uma voz grave soa atrás de nós, e isso faz Jamie se virar rapidamente, me pondo atrás de si.
O homem me olha atentamente, ignorando a presença do alfa aqui. Ele me observa atentamente como se estivesse me julgando, e isso me incomoda profundamente. Sua presença é tão forte que me deixa acuado.
- Sim, meu marido. E ele trouxe seu ômega consigo. - Eliza chega por trás dele, e nesse momento não tenho mais dúvidas de quem é.
É o pai do Jamie!
- Papai, o senhor vai brigar com o Jim? - Diana também aparece, porém vem até mim e Jamie, segurando nossas mãos. O alfa nos olha e arquea uma sobrancelha, porém não expressa nenhuma reação diferente.
- Não, não irei brigar com seu irmão. Hoje é um dia de festa, então nós iremos celebrar! - Ele apenas dá de ombros e sai andando. Isso me faz liberar todo ar que eu tinha prendido e nem percebi.
- Vai dar tudo certo, meninos. Fiquem calmos... - Eliza nos beija na testa, e logo somos levados para o centro da festa.
(...)
A noite foi simplesmente maravilhosa! Até mesmo o pai de Jamie pareceu se divertir, e isso me deixou feliz. Ele pareceu se animar com minha presença aqui, e por vezes até falou comigo e com o filho normalmente, e sorriu quando nós dois cantamos algumas músicas juntos para todos. Isso realmente me deixou feliz!
Depois de toda a celebração, nós ajudamos a arrumar tudo e viemos para uma casa que eu descobri ser do alfa. É tão linda e aconchegante como qualquer outra aqui, porém tudo com um toque especial do índio. Há muitas fotos dele quando mais novo, quadros, alguns instrumentos... É lindo!
- Amor, já vai dormir? - Yuma questiona saindo do banho.
- Não, eu estou apenas pensando...
- Em quê?
- Em hoje. Eu estou tão feliz, Jean! - Me estiro na cama de bruços, e logo sinto o corpo do mais velho se deitar sobre o meu, porém ele não joga todo o seu peso.
- Eu também estou muito feliz, minha pérola! - Sussurra.
- "Minha pérola"? - Essa foi a coisa mais estranha que ele já me chamou, mas confesso que eu amei.
- Sim. Porque você é resistente e precioso como uma pérola. Você é maravilhoso, e mesmo cheio de camadas, cada uma delas é mais linda que a outra, por mais complicada que seja. E eu me apaixonei por todas elas! - Diz.
As falas do mais novo me deixam sem reação. Eu não sei o que falar, e se ele pudesse ver meu rosto provavelmente notaria que eu estou completamente vermelho.
- Cam, você cheira tão bem, sabia? - Quando seu hálito quente toca meu pescoço eu sinto meu corpo se arrepiar. Instintivamente eu levanto meu quadril, me prensando contra ele. - Eu quis que meus enfeites de cabelo fossem de girassóis apenas por causa do seu cheiro...
- Jamie...
Yuma começa a beijar meu pescoço, e isso faz minha lubrificação natural se ativar automaticamente e em uma quantidade maior do que o normal para fora do heat. Ouço sua risadinha baixa, como se estivesse se divertindo com a forma como tem controle sobre mim.
- Você é muito lindo, Cameron! E hoje quando eu te vi na festa eu tive certeza que te amo! Te amo pra caralho!
O alfa roça seu pau lentamente contra minha coxa, sem deixar de beijar meu pescoço, logo descendo para as costas, deixando lambidas e pequenas mordidas no caminho. Suas mãos me seguram com extrema firmeza, porém não me machucam. Jamie me beija e faz coisas que me fazem ficar completamente arrepiado com a sensação gostosa que tenho. De repente ele me vira, me fazendo ficar ainda mais exposto para si.
- Não se feche! - Ele ordena, parecendo já saber o que eu tinha em mente. - Você é simplesmente lindo, não tente se esconder de mim. Me deixe apreciar um pouco mais de você.
Apenas aceno com a cabeça e relaxo. Yuma põe minhas pernas por cima de seus ombros, logo em seguida beijando minhas coxas e subindo até a virilha. Seus toques acabam me fazendo cócegas, então eu tento me soltar, mas sou impedido pelo mesmo. Ele segura minhas mãos com as suas, entrelaçando nossos dedos, me deixando totalmente sem saída a não ser deixar que faça o que quiser. O alfa parece querer me torturar. Sua boca chega tão perto do meu membro, que lateja querendo atenção, porém não recebe. Eu queria poder me tocar, porém ele não libera minhas mãos em momento algum.
- Minha pérola... Minha preciosa pérola... Eu te amo tanto... - Sussurra.
Finalmente ele solta minhas mãos, e num impulso eu me levanto, agarrando seu rosto e o beijando com voracidade. Nos beijamos de maneira necessitada, ao menos da minha parte. Eu não percebi o quanto queria beijá-lo até agora.
- Eu também te amo! - Digo quando quebro o beijo, porém não deixo que ele responda e volto a beijá-lo de novo.
Eu me sinto quente. Sinto que meu corpo vai pegar fogo! Parece até um heat, mas é muito melhor. Os beijos, os toques, cada carícia de Yuma me deixam ainda mais excitado e sedento por ele!
Jamie se senta na cama e me puxa para seu colo, pondo minhas pernas envolta de sua cintura. Eu me sinto tão necessitado que não penso duas vezes antes de encaixar seu membro em minha entrada, o fazendo entrar em mim de uma vez só. Ambos arfamos alto com isso. O alfa me prende, me segurando pela cintura, e me olha.
Não um olhar qualquer...
Não, está bem longe disso!
Os olhos do garoto escureceram totalmente. Se tornaram pequenas orbes pretas de puro desejo! Consigo sentir quando o ar muda totalmente, como se algo tivesse sido ativado dentro de ambos. Sei que não estou diferente do alfa!
Yuma começa a se movimentar rapidamente, sem delongas. Cravo minhas unhas em seus ombros, enquanto mordo meu lábio para reprimir meus gemidos altos, o que é totalmente inútil. O prazer e a dor me fazem enlouquecer! Sentir o alfa em toda sua glória tentando cada vez ir mais fundo dentro de mim é alucinantemente bom! Suas mãos firmes me fazem subir e descer num ritmo rápido, enquanto ele mesmo movimenta seu quadril, se chocando contra mim.
Ele muda a posição, me deitando na cama e novamente jogando minhas pernas por cima de seus ombros. Passo minha mão pelo colchão e o sinto completamente molhado por conta da minha lubrificação e do nosso suor. Jamie me olha como se estivesse prestes a me devorar, e tenho que dizer o quão exposto me sinto, porém não me importo. Apenas deixo que ele se movimente, metendo cada vez mais rápido e indo cada vez mais fundo. O índio morde os lábios, e com todo o movimento seus cabelos acabam caindo sobre o rosto e, por estar suado, grudando na testa, porém ele não se importa. Ele apenas me olha. Ele nunca para de me olhar, e isso me deixa perdido!
De repente o alfa simplesmente para. Ouço seu grunhido. Ele está com as presas a mostra, e parece tentar se controlar, mas eu não quero isso...
- Me morda. - Peço.
- N-Não... - Ele diz com dificuldade.
- Eu quero! Me morda, Jamie! AGORA! - Ordeno, e como se isso fosse tudo o que ele esperava ouvir, o alfa me morde.
A dor dos dentes rasgando minha carne é grande, porém quando ele volta a se movimentar, saindo e entrando em mim com velocidade, tudo parece se misturar até virar um só. Eu consigo sentir o sangue escorrendo do meu pescoço, porém não me importo! Em questão de instante eu me sinto muito, muito diferente! Eu sinto como se minha alma tivesse se expandido. Eu consigo sentir o que ele sente. Por alguns instantes eu consigo pensar o que ele pensa. Eu sinto tudo!
Quando se levanta o garoto está com a boca suja de sangue, e quando ele deixa de me tocar onde fez a marca eu me sinto vazio, mas não por muito tempo. Logo meu peito começa a queimar, sinto minha barriga formigar, e sem demora eu chego ao meu ápice, gozando em minha própria barriga. Jamie vem logo depois de mim, e quando seu membro incha e se prende a mim ele se abaixa para lamber a ferida em meu pescoço.
- Jamie, nós não...
- Shi... Eu coloquei a camisinha. Está tudo bem... - Ele diz.
O garoto beija meu rosto algumas vezes, e logo consegue sair de dentro de mim. Ele se levanta e estende sua mão, e eu a pego, porém sem hesitar. Jamie sorri pra mim de forma doce, o que me faz quase derreter. Agora seus toques, sua voz, seu sorriso... Tudo parece ainda mais intenso pra mim....
Agora nós estamos ligados pela alma...