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83.21% DC: The Prince Of The Underworld (PT-BR) / Chapter 112: K'Norfka.

章 112: K'Norfka.

"Alguém descobriu como aqueles dois idiotas nos acharam?"

Perguntei para passar o tempo e me distrair da dor que estou sentindo, estou descendo lentamente em direção ao chão com os braços levantados acima da sua cabeça segurando milhares de quilos, vai saber quanto pesa o Javelin, quanto a dor, isso é devido ao ferimento no meu ombro causado na minha luta anterior contra o Lobo, gastei quatro poções e um feitiço de cura voodoo, que também cobrou seu preso em dor, para conseguir fechar o ferimento, mas o ombro não está cem por cento, e a dor, como já falei, continua muito presente.

Nossa nave só conseguiu nos levar até um planeta deserto não muito longe de onde estávamos, e isso já foi incrível e tudo graças a Galateia, que fez mágica para conseguir isso na situação que estávamos. O nosso transporte morreu ao entrar na atmosfera desse planeta sem nome, antes de nos tornamos uma bola de fogo sem vida puxados pela gravidade, me teleportei para a parte de baixo do Javelin, e comecei a realizar uma queda controlada, minha intenção era fazer isso um pouco mais rápido, mas fui avisado que isso poderia causar mais danos.

{Não, já procurei da ponta até a cauda, nenhum dispositivo ou alteração, também não estamos emitindo nenhum tipo de sinal, isso posso confirmar com certeza, já que o navio ficou no escuro.} Dick, ficou encarregado de responder essa questão.

"Só para garantir também verifiquei, não foi nenhuma magia de rastreamento, então é realmente aquele aparelho rastreador de DNA que a Guilda dos Mercenários tem?"

{Deveria ter sido cancelado assim que reivindicamos a recompensa, é uma lei padrão para evitar roubos, talvez seja a lei mais rígida que eles têm, mas os caçadores também não são conhecidos pela sua honra. Pode ser, se for assim, não vamos conseguir escapar deles por muito tempo} Ele falou essa última parte em voz baixa, acho que todo mundo está tentando evitar sobrecarregar a Kori, que no momento está com a nossa nova adição ao grupo.

"Estamos chegando, quer tentar abaixar os trens de pouso manualmente agora?"

{Estou indo.}

O planeta é bem selvagem, diferente daquele cheio de vida e vegetação, esse está quase que totalmente tomado de pântanos, áreas que permanecem grande parte do tempo inundadas, o clima também não é bonito, a uma névoa onipresente, e nem quero falar do cheiro, a também alguns animais nada bonitos, como ratos gigantes e aves do tamanho de carros, uma delas tentou me comer um minuto atrás. De qualquer forma, é o que temos para hoje, e me considero muito sortudo por encontrar um terreno reto para pousar, não era grama, e sim uma poça de água verde gigante não muito funda.

A alguns metros do chão não firme, os trens de pouso sairão de baixo do Javelin bem a tempo, finalmente larguei o peso, e ele afundou alguns centímetros, estava estacionado, era o que importa.

Após acabar, voei para esquerda e depois subi alguns metros com um braço sobre meu ombro machucado, quero dar pela primeira vez uma boa olhada nos danos, não tive tempo de fazer isso com calma até agora.

Está ruim, muito ruim.

Não há um ponto aonde a pintura não foi tocada pelo negro dos disparos ou metal não foi torcido ou amassado, os piores danos estão próximos da cauda, buracos negros enormes que quase atingiram a camada interior, as asas também foram acertadas perto dos motores, foi onde Lobo, ou seu novo amigo, nos acertaram. Olhando agora para as linhas verticais dos disparos daquelas armas de energia, me deixa arrependido, eu deveria ter castigado aquele caubói um pouco mais.

"Galateia, sei que você tem um conhecimento maior do que ninguém quando o assunto é a nave, mas as coisas aqui fora estão ruins." Falei temendo não poder mais decolar com essa nave.

{A fuselagem e defesas serviram seu propósito, e podem ser refeitas com facilidade, são os sistemas internos que precisam de mais cuidados, calculo oitenta por cento de chances que o Javelin, vai voltar a voar na sua velocidade máxima.}

"Em quanto tempo?" Isso também é importante, não podemos ficar aqui parados, afinal, estamos sendo caçados pelo Lobo, e lutar contra ele no espaço, é muito diferente de fazer isso em terra firme.

{Dois dias.} Respondeu Galateia, assim que a porta lateral do Javelin, se abriu a força, sem energia, tudo tem que ser feito manualmente.

Vinte horas não é muito tempo levando em conta, mas não fomos muito longe em nossa fuga, apenas cinco anos-luz.

As primeiras a saírem do Javelin foram Kori e Alisand'r, as escadas também tem que serem postas manualmente, e elas sairão voando vindo na minha direção, Alisand'r, voava um pouco atrás da Kori, um sinal de respeito, a menina ainda não consegui agir normalmente com ela perto.

"Acho que vamos ter que ir com o plano B." Falei em voz alta, não só para Kori, mas também para aqueles dentro da nave.

{Concordo, mesmo não gostando disso.} Falou Dick, assim como o seu mentor, ele só gosta das coisas acontecendo sobre seu controle.

Me virei e olhei para Alisand'r.

"Você tem certeza que consegui entrar em contado com o general Ph'yzzon, e seu exército?"

"Eles estão sempre em movimento para não serem encontrados, dependendo da tecnologia da nave, é possível." Respondeu Alisand'r, depois de parar alguns metros de distância da Kori, quase que do meu lado.

Esse é o novo plano, em vez de ir para Tamaran, cair numa bela armadilha, nosso destino foi alterado para o general Ph'yzzon, um provável aliado da Kori, e pelo fato dele ter tirado o poder militar da nova Rainha, um provável aliado com um bom cérebro.

O plano A, era realizar um encontro indo até ele.

O plano B, não é nada bonito ou glamoroso, ele também é bastante simples, vamos pedir ajuda.

Primeiras impressões são importantes, ainda mais ao encontrar alguém com tanto poder, mas isso é quase nada comparado ao problema de não conseguirmos um lugar seguro ou mais informações, precisamos disso para pensar no próximo passo agora que sabemos que a Cidadela está envolvida completamente, retirar o contrato da cabeça da Kori, é o menor dos nossos problemas, duvido que minha amiga simplesmente vá embora mesmo se isso acontecer, fora também que o General, tem a ordem da família da Kori.

"Por que vocês duas não vão dar uma volta, há muitos animais estranhos ao nosso redor, é melhor os afastar."

As duas magníficas mulheres acenaram para mim e depois voaram para o norte, aonde um grupo de aves que pareciam pterodátilos vem voando na nossa direção, muito próximos do chão para meu gosto.

Quanto a mim, desço alguns metros para encontrar agora Galateia, que finalmente se desconectou do motor e veio fazer os reparos no teto da nave, e mais uma vez, ela se abaixa como se só essa nave importasse para ela, seus dedos se dividiram no dobro de tentáculos finos conectados ao metal se movendo constantemente no interior.

"Posso ajudar em algo?" Mecânica não é meu forte, mesmo tendo a construído, mas para isso, eu tinha as memórias de um feiticeiro vampiro que viveu centenas de anos e muito material de apoio. Foi como fazer uma receita seguindo o passo a passo, uma receita muito, muito complicada.

"Matéria-prima, alguns tipos de metais e um pouco de ouro." Ela respondeu sem levantar seu rosto ou parar de trabalhar.

Desde que consegui a Casa, guardei todos meus recursos dentro dela num andar que só aparece quando quero, como o porão e o cofre, e pode acreditar, a uma fortuna que envergonharia o PIB de muitos países em joias e mateias raros guardados, afinal, o Submundo não é conhecido como a terra da riqueza infinita por nada, ou talvez seja algum tipo de vantagem sendo filho daquele conhecido como o Rico, que me dá uma sorte assustadora durante minhas escavações, resumindo, tenho tanto, que parei de escavar já faz um ano, isso mesmo abastecendo a nossa empresa.

Normalmente, não guardo metal, mas usei bastante disso na construção e tentativa de construção dela e de outros golem, por isso tenho um pouco armazenado para nossa sorte.

"Devo ter algumas dezenas de quilos de metal, já o ouro, você pode pegar o quanto quiser, pode até mesmo cobrir toda a nave com isso."

"Uma nave de ouro não pode voar, isso vai contra as leis da física." Ela falou sem entender a piada.

"As leis da física não importam quando você é rico, principalmente nesse universo."

"Não entendo."

Acabo rindo com essa brincadeira que é pura verdade, afinal, com dinheiro nesse mundo o Batman, conseguiu aguentar alguns golpes numa luta contra o Superman, usando uma armadura, e nem vou falar nada sobre o traje de batalha do Lex Luthor.

"Deixa para lá, vou chamar a Casa, você precisa de um forno de fundição para derreter o metal também?"

Galateia, apenas levantou seu braço, os seus dedos tentáculos mudaram para uma arma que cuspiu fogo de coloração azul para cima por alguns segundos até ela mudar a forma mais uma vez e voltar ao trabalho. Ela não precisa de um forno.

"E a energia? Precisamos dela para o rádio e assim o plano B."

"Preciso de quatro horas, então vamos ter energia segundaria."

Com isso respondido, deixei ela trabalhando e fui para esquerda do pântano onde estamos pousados, não toquei a água, fiquei alguns centímetros acima flutuando, e com um simples pensamento, minha casa de aparência velha no seu exterior de uma andar apareceu como se sempre estivesse presente nesse lugar, e para minha surpresa, ela não afundou, em vez disso, colunas de madeira surgiram na parte baixa dela, dando sustentação a tudo.

Como todas as outras vezes, minha mente foi imundada com a linguagem única da Casa, foi como uma canção de pura alegria por estar simplesmente num lugar novo e único, uma alegria simples e feliz.

Ela se acalmou depois de alguns minutos, ainda permanecendo de bom humor, sem entrar, ordenei que os servos invisíveis preparassem uma refeição completa, só que com duas vezes a quantidade normal de comida, já que agora temos uma segunda Kori, conosco. Também mudei a estrutura da entrada, agora do lado da porta de entrada, a outra porta quase que igual, essa leva até o depósito de materiais, um acesso fácil para Galateia, conseguir o que precisa.

"Esse não é um bom lugar para pousar uma nave."

Virei meu corpo, Dick e Ravena, estão descendo as escadas até pararem no último degrau.

"Acredite em mim, esse é o melhor lugar que encontrei segurando uma nave acima da cabeça." Falei com ele movendo meu braço com a palma para baixo sobre o pântano, num passe de mágica, as águas verdes foram congeladas criando uma ponte ligando as escadas até minha casa, ampliei isso, agora temos algo solido para andar num perímetro de vinte metros ao redor da nave, não é muito, mas não quero usar um feitiço mais poderoso aqui, pode criar um caos no ecossistema único desse mundo, e julgando pelas criaturas que vi até agora, isso não é uma boa ideia.

"Vai demorar algumas horas para conseguirmos energia, o jantar sai daqui à meia hora, também criei um segundo banheiro para as mulheres no segundo andar, assim como alguns outros quartos se vocês quiserem dormir numa cama quente e confortável." Falei para os dois se aproximando de mim.

"Isso é bom, quanto tempo você acha que o Lobo e o outro idiota, vão demorar para nos encontrar?" Perguntou Dick.

"Não faça a menor ideia, não sabemos como esse rastreador de DNA funciona, e a Galateia, não pode criar uma contramedida sem ter analisado ele, você é nosso especialista em computação também, alguma ideia?"

Dick, pode não ser uma Oraculo, mas tem suas habilidades em invasão de sistemas, Batman, também gastou bastante tempo ensinando para ele como burlar sistemas de segurança. De todos aqui, ele é o único aqui que talvez, possa ter uma ideia.

"Eu tenho uma ideia!"

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Acontece que o plano do Dick, para nos salvar de mais um ataque surpresa, foi espalhar algumas iscas fora do planeta, na lua e em alguns asteroides ao nosso redor, de alguma forma, ele criou alguns pequenos recipientes que funcionavam tecnicamente como uma estufa, deixando o material genético da Kori, vivo por no máximo um dia, não era uma resolução definitiva para o problema, mas agora, vamos ter alguns minutos de vantagem caso Lobo, chegue perto de uma delas. Quem não gostou nada dessa ideia brilhante foi a Kori, ela teve que dar algumas mechas do seus belos cabelos para que isso desse certo, mas precisamente a raiz do cabelo foi usada.

Demorei quase uma hora para fazer isso, voando para fora do mundo e preparando tudo, depois voltei e todos juntos, comemos um belo banquete, que teve um sabor anormalmente bom, como todos os outros que tivemos desde que começamos essa viagem. Eu estava certo em pedir um adicional de comida, duas Tamaranianas comem uma quantidade ridícula, o que me fez ter pena do seu mundo, quanto ele tem que gerar para alimentar toda sua civilização?

Quando acabamos, descansamos duas horas, e começamos ajudar no que podemos a Galateia, derretendo o metal ou apenas o transportando, queríamos sair desse planeta hostil, nesse decorrer de tempo, fomos atacados duas vezes por feras gigantes e feias, a maioria delas tinha toda sua pele coberta de musgo verde, como se fosse parte desse mundo, que é um pântano gigante.

Finalmente, conseguimos energia, assim também conseguindo o rádio.

"Sua nave é tão única!" Gritou Alisand'r, realmente animada sentada do meu lado na cadeira que normalmente fica a Kori, ela está passando seus dedos sobre os botões do painel na sua frente como se eles fossem feitos de ouro.

Tive que fechar meus sentidos para ignorar os sons de reparos no teto da nave antes de responder.

"Não deve ser muito diferente comparado as naves que vocês tem." Falei com ela mexendo no controle da antena do rádio, que na verdade, não é um rádio comum, como me foi explicado pela Galateia, mas a explicação foi tão complicada, que achei melhor não prestar muita atenção e simplesmente chamar nosso sistema de comunicação de rádio.

"É sim, só vi sistemas como esse durante visitas ao museu, sempre achei mais divertido apertar um botão do que simplesmente fazer isso usando comandos de voz ou hologramas." Continuou ela.

Isso não foi para ofender. Mesmo essa sendo uma nave avançada para a Terra, construída com tecnologia de fora do planeta, os seus sistemas foram feitos para serem fácies de manusear, o povo da Terra, está muito acostumado a botões e um painel como esse.

Deixei Alisand'r, brincando com os botões e foquei minha atenção numa tela presa ao telhado na minha frente, era o sensor do nosso "radio", mostrando o quão longe podemos mandar uma mensagem, a tela mostrava cerca de cem anos-luz de distância, precisamos de mais cinquenta, para enviar uma mensagem ao General, de forma segura.

"Kori, vamos precisar de um pouco mais." Avisei minha amiga que se voluntariou para mover uma antena sem fio do tamanho do seu corpo fora do planeta que antes estava presa ao Javelin, já fiz isso muito hoje, está na vez dela.

{Tudo bem.} Respondeu-a pelo comunicador, se afastando um pouco mais.

"Nada ainda?" Dick, acabou de entrar na cabine do piloto vestindo roupas novas, após tomar um longo banho na minha casa, todos fizeram isso, mas ele ficou por último.

"Quase." Responde apontando para a tela que estou acompanhando.

{E agora?}

"Perfeito! Pode deixar aí." Falei olhando para a zona de alcance do sinal na minha tela.

"Agora é com você, Alisand'r." Dick, falou isso com um sorriso, mas se posicionou atrás da cadeira dela com uma mão em cima do seu braço na altura do pulso, onde normalmente fica seu pequeno computador, claro, que o pupilo do Batman, ainda não confia na nossa convidada.

"Meu tenente nos fez gravar vários locais para mandar certas mensagens de forma segura, inclusive uma que deve ser usada se encontrarmos nossa princesa, isso deve servir." Falou ela digitando numa tela com números e letras do alfabeto do seu mundo, isso foi resgatado pela Galateia, do nosso banco de dados.

"Sim, isso com certeza, vai chamar a atenção deles." Suspirei com a situação em que estamos.

Ainda não gosto de pedir ajuda em situações assim, eu sei que isso é um erro, mas fazer o que.

"Pronto." Alisand'r, acabou de escrever a mensagem, assim como para onde ela deve ser enviada.

Olhei sutilmente para Dick, que acenou para mim discretamente, nossa pequena troca não foi notada pela Alisand'r, que voltou mais uma vez a olhar para todos os botões que temos em sua alegria. Com a confirmação feita, apertei o botão enviando a mensagem, agora, é só esperar.

"Kori, já acabamos aqui, você pode voltar."

{Tudo bem.}

Três coisas podem acontecer agora, eles nos encontram, nós conseguimos consertar o Javelin antes e ir embora, ou o Lobo, nos acha primeiro, estamos presos a isso.

Levantei do meu banco deixando Alisand'r, brincando aqui, e junto do Dick, andamos pelo corredor lentamente na direção da saída.

"Dick, não acho que está na hora de vestir o velho traje."

Ele é o mais frágil fisicamente aqui, por isso seu traje tem uma gama ampla de defesa.

"Eu não o trouxe, deixei para trás na caverna, não preciso dele, só disso." Falou ele apontando para seu cinto de utilidades, quase que imperceptível devido a sua cor sutil e às roupas casuais que ele está usando.

"Então, vista o traje espacial, você não pode lutar usando camisa comum e jeans azuis."

Dick, parou e se virou para mim olhando nos meus olhos.

"Me observe." ele se virou mais uma vez e foi na direção da porta.

Teimoso, muito teimoso. Parte de mim se arrepende de simplesmente não ter jogado uma nova fantasia do Asa Noturna, nele e dizer para ele vestir, mas não, tenho que deixar isso seguir seu rumo, a importância do Asa Noturna, no universo DC, é imensa, e essa versão dele, também pode chegar nisso um dia.

Essa viagem espacial não veio em pior hora para ele, ou talvez seja o que ele precisa, vamos descobrir.

"Você acha que ao Kori, está bem?" Ele perguntou enquanto descíamos pelos degraus indo na direção do pântano congelado.

"Não, não acho, essa situação toda está jogando sal na ferida que não foi curada até hoje."

Andamos com calma pelo gelo para não escorregar, Dick, continuou andando calmamente na minha frente, calado por alguns segundos.

"Ela nunca deu sinal nenhum, sempre feliz e alegre, como uma pequena bola de energia infinita."

"Sim, mas ela estava a mil anos-luz de todos os seus problemas, e você sabe muito bem que colocar um curativo num corte aberto não resolve o problema."

Paramos na frente da minha casa que estava com a porta aberta, mas Dick não entrou, a Ravena, pediu um espaço para meditação, coisa que ela não faz direito desde que essa viagem começou, e isso era algo que ela fazia muitas e muitas vezes ao dia para conseguir controle, então é uma necessidade.

Dick, se sentou nos degraus da entrada da minha casa, sentei também do seu lado, olhando para o gelo verde de aparência nada bela.

"O que eu faço?" Perguntou ele em fim, com um tom quase que suplicante.

Relacionamentos, essa é a grande fraqueza dele, mas não é para menos, ele foi criado por um homem que esconde toda emoção que tem aparentando ser apenas uma pedra fria sem sentimentos, mas não estou falando mal da sua criação em si, Batman, foi um bom pai do jeito dele, isso quer dizer que em vez de aprender a se socializar como qualquer outro, Dick, gastou seu tempo aprendendo como desarmar bombas ou lutando contra um exército de pinguins.

Por conta disso tudo, ele estragou seu primeiro relacionamento com a Batgirl, e no seu segundo, ocasionalmente, ele pedi minha opinião sobre certos assuntos.

"Em algum momento, ela vai se abrir com alguém, acho que é inevitável, vamos acabar expondo cada vez mais a ferida até ela gritar com dor, ela vai se abrir com alguém, pode ser você, eu ou a Ravena, e quando isso acontecer, só escute e fique lá por ela."

"Só isso!"

"Só isso."

Continuamos sentados em silêncio até vermos o brilho vermelho descendo rápido na direção do Javelin, era a Kori, que começou a desacelerar, ela demorou, então deve ter parado por algum motivo no caminho de volta. Quase no mesmo momento, Alisand'r, saio voando da nave com um sorriso no rosto.

"Eles responderam!" Ela gritou.

"O que eles responderam?" Perguntei curioso para Alisand'r, que posou na nossa frente, Kori, também fez o mesmo.

"O general Ph'yzzon, e a frota não estão distantes, eles estão chegando!"

Não era para haver uma resposta tão cedo, mas aqui estamos.

"Ouviu isso, Galateia?" Perguntei em voz alta, me levantando.

Galateia, ficou em pé em cima do Javelin, suas mãos eram uma mistura de tentáculos, maçaricos e outras ferramentas funcionando cada uma por si mesmas.

"Ainda vou precisar de muitas horas para podemos levantar voo, e mais algumas horas para colocar todos os sistemas em cem por cento."

"Quanto tempo temos?" Dick, perguntou para Alisand'r.

Galateia, subitamente, levantou e voou pousando bruscamente do meu lado.

"Eles já chegaram!" Foi tudo que ela disse para depois levantar sua cabeça e olhar para o céu azul limpo.

Também olhei, mas mesmo com minha visão aumentada, não consegui ver nada, ela também não pode, só que seu poder sobre a tecnologia tem um alcance maior que sua visão.

"Dio, você pode chamar a Ravena, por favor?" Pediu Dick, colocando sua máscara escura cobrindo seus olhos, isso é tudo do seu traje de Robin, que ele vai se permitir usar nessa aventura.

Antes de poder pedir para casa fazer isso, Ravena, sai da porta da frente pronta.

"Estou aqui." Foi tudo que ela falou antes de ficar próximo de nós.

Não tivermos que esperar muito, ou mandar uma mensagem de novo para eles avisando onde estamos precisamente, a nave e carro chefe deles, julgo eu, entrou na atmosfera um minuto depois, e passou mais quatro diminuindo altitude, as outras naves da frota, ficaram na beirada da atmosfera esperando, e por causa disso, finalmente consegui vislumbrar o poderio militar de Tamaran. A primeira coisa que fiz, foi agradecer aos céus que o povo da Kori, tem um general tão competente, afinal, ninguém gostaria que essa força militar tão grande caísse nas mãos da nova rainha.

Quanto ao carro-chefe, a nave-mãe, e com certeza, a mais poderosa, ela já estava ficando visível para todos. Tem uma grande diferença entre ver uma nave voando no espaço ou parada na sua frente, e a ver dessa forma, agora não passamos de formigas olhando para cima, vendo o sol apagado por uma sombra gigante, quando mais ela perde altitude, maior ela fica maior aos nossos olhos, e ela não era pequena.

Seu design lembra bastante as naves star destroier do universo Star Wars, ponta reta e alongada com a parte de trás maior, mas ele tem uma fuselagem mais bonita e polida, construída com um metal prateado brilhante, seu tamanho, cerca de três mil metros de largura, estou chutando aqui, mas deve ser por volta disso.

"Nave de guerra Tamaraneana, classe três!" Galateia, identificou a nave acima de nós, e quanto mais baixo é um nível de nave, mais poder de fogo ela tem, então essa coisa que agora parou sobre nós, tem o poder de fogo para fazer esse pântano evaporar num só disparo.

"E a nossa nave mais poderosa, a chamamos de K'Norfka, quer dizer protetor, na sua língua." Falou Kori, e dessa vez, escutei orgulho na sua voz.

Segundos depois, vi três pessoas voarem sozinhas para fora da parte de baixo da nave, onde deve ficar o hangar, elas voaram rápido, e seu destino só é um.

"Eles estão vindo, três deles." Avisei a todos colocando minha armadura, mas deixando minha espada e escudo de fora.

Não vou mentir e dizer que não estou com dúvidas sobre os motivos desse general, tenho que duvidar de todos no momento, e meu conhecimento da minha vida passada não ajuda muito aqui, já que não li nenhuma saga em que ele apareceu ou até mesmo a Alisand'r, então estou voando as cegas como todo mundo.

Claramente, ele não quer a Kori morta, se fosse assim, ele teria nos explodido do espaço, mas isso não quer dizer que seu objetivo não seja um jogo mais elaborado, como a fazer se casar com ele, o tornando rei em troca dele usar sua frota para salvar seus pais e derrotar sua irmã, sim, vejo isso podendo acontecer, mas essa sensação e medo diminuíram assim que o general e suas duas guardas, se ajoelharam na frente da Kori.

"É um prazer imenso a ver com vida, Rainha Koriand'r!"

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"Zorkaberry, minhas preferidas!" Gritou Kori, assim que viu uma tigela cheia com algum tipo de frutas redondas do tamanho de uvas, só que vermelhas sangue, bem em cima de uma pequena mesa circular na sala quase que vazia.

Depois das apresentações, e de ter nossa nave rebocada por um raio trator até o hangar, onde Galateia, ficou junto dos outros mecânicos para garantir um trabalho bem feito, fomos guiados até essa sala sem nenhuma decoração, só com uma mesa no centro, a lugar para todos das minha equipe se sentirem mais o General Ph'yzzon.

"Por favor, vamos nos sentar e conversar." O general, apontou para as cadeiras, não havia uma grama de arrogância típica de um militar de alta patente nele, fora o olhar longo que ele deu avaliando o Dick, logo depois que a Kori, o apresentou como seu amante, ele foi completamente educado e acolhedor.

Ele também foi o primeiro Tamaraneano que vi, não foi uma decepção. Se todas as Tamaranianas, são belas e sedutoras mulheres, os homens são puro material guerreiro, com um corpo forte e cheio de músculos medindo quase dois metros de altura, musculoso, mas também mantendo a forma compacta que os dão velocidade, Ph'yzzon, deixou seus longos cabelos brancos dreads soltos, aumentando seu visual selvagem, apenas seu rosto belo me lembra a Kori, ele aparenta não ter mais do que trinta anos, mas vai saber quanto ele tem em anos humanos. Todos que vi até aqui estão vestidos com roupas iguais da Kori, coladas ao corpo, peças únicas de cores vivas, mas o General, veste um sobretudo cinza por cima do traje com dois braceletes dourados que cobrem seus antebraços inteiros.

Agora com todo mundo sentado, não consegui resistir e peguei uma das frutas na tigela, antes da Kori, devorar tudo. Não era ruim, mas é muito amargo para meu gosto pessoal.

Depois de me dar um olhar de aviso, Dick, olhou para o General e falou.

"General Ph'yzzon, como o senhor e sua frota chegaram tão rápido até nós?"

"Estávamos indo para Eufórix, para comprar suprimentos e talvez conseguir convencer o rei, que não somos seu inimigo e nem da aliança, graças a X'Hal, quase escolhi ir aos Senhores da Guerra, primeiro." Suspirou o general, para depois tocar num ponto da mesa fazendo com que copos cheios de um líquido azul saíssem de dentro da mesa.

"Ph'yzzon, o que aconteceu com meus pais?" Perguntou Kori, diretamente após parar de comer, ou melhor dizendo, após comer meia tigela.

Acho que o coração dela parou alguns segundos e só voltou bater quando a pergunta foi respondida.

"Eles estão presos em sua própria casa minha Rainha, estão seguros, nem mesmo sua irmã tem coragem de os machucar, devemos agradecer a deusa por isso."

Foi estranho ver tanta religião no povo da Kori, mas só temos a Kori, para comparar.

"Isso nos leva ao próximo ponto, o que vamos fazer agora?" Perguntou Dick, roubando literalmente o controle dessa reunião para ele ditando o ritmo dela.

"Salvar meus pais, com eles de volta ao trono, minha irmã não pode fazer nada." Ela está mais animada, agora também não precisa se tornar uma rainha, para depor sua irmã.

"Lamento minha Rainha, mas isso não é possível." General Ph'yzzon, cortou esse sonho segundos depois.

"Por quê?" Ravena, perguntou.

"A falsa Rainha Komand'r, tomou o poder dos seus pais, totalmente, para os colocar de volta no trono pelas nossas leis, só com a morte do regente, ou se ela desistir de livre vontade, qualquer coisa fora isso vai parecer um golpe de estado, o que vai aumentar ainda mais a sua fama e controle dela sobre nosso povo."

"Então, não temos escolha a não ser usar essa carta-ordem dos pais da Kori, para ela destronar legalmente sua irmã." Dick, suspirou após dizer isso, ele também não gosta disso.

Para nossa surpresa, o general Ph'yzzon, se levantou e andou pela mesa até ficar de lado da Kori, depois disso, ele se ajoelhou de cabeça baixa.

"Eu não entendo, general?"

"Devo confessar algo, minha Rainha, a carta-ordem falada vinda dos seus pais não existe, eu menti."

Isso acabou de ficar um pouco mais complicado.


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