Ela gritou.
Ele de algum modo a havia encontrado e a sequestrado. Ele iria matá-la. Ela precisava escapar.
"Você—me solte!" Gritou Savannah, enquanto seus braços poderosos a restringiam.
Com as unhas ela arranhou o rosto dele, e ele praguejou alto. Apesar disso, ele a levantou em seus braços e a deitou na cama.
"Não -" Ele advertiu, apontando o dedo para ela.
Ela congelou como um veado sob luzes de faróis.
Ele lentamente se sentou no sofá no canto do quarto, de pernas cruzadas: "Judy."
"Sim, senhor." Disse a empregada, Judy verificou os pés de Savannah. Felizmente, só havia cortes nos pés dela. Judy rapidamente desinfetou os cortes e os enfaixou. Depois, ela deixou o quarto.
A atmosfera do quarto esfriou. Mas Savannah não sentia como se a tempestade tivesse passado, e sim que estava no olho dela. "Eu… Por que estou aqui?"
Ela suspeitou que aquela era a casa dele, ou pelo menos uma das casas dele. Esse cara era rico. Muito rico. Isso de alguma maneira explicava por que Devin a entregou a ele, ela imaginou.
"Eu vi você desmaiar na frente do apartamento do Devin," disse Dylan, secamente.
A memória relampejou em sua mente, e ela involuntariamente recuou, torcendo o rosto. Foi uma perda? Tristeza...? Não, humilhação. "E minhas roupas?"
"Judy te despiu."
Ela suspirou aliviada.
Ele sorriu, mas para ela, parecia um esgar: "Ainda tímida? Eu já vi..." Seus olhos vagaram até o topo das suas coxas, "tudo."
Mordendo seu lábio inferior, Savannah virou a cabeça, para longe dele e deste lugar.
Mas ele a interrogou de perto: "Por que você ainda não terminou com o Devin? E por que diabos voltou para ele?"
Como ele sabia? A menos que… ele a seguisse. Naturalmente. O que mais a preocupava, contudo, era o que ele queria com ela agora. Ela duvidava que era por bondade que a trouxesse aqui. Talvez para mais uma rodada de sexo, ela sendo um brinquedo para ele foder até perder o senso e depois deixá-la falando besteira.
Ela mordeu o lábio, "Olha, qualquer acordo que você fez com o Devin envolvendo eu – bem, está cancelado. Eu estou fora, tá bom? Você e aquele filho da puta podem ir se foder."
Ela saiu da cama e mancou lentamente em direção à porta.
"Espere um minuto." O tom dele era frio e calmo.
Savannah parou e olhou para ele, cautelosamente: "Mais alguma coisa?"
"Sem o Devin, a oficina do seu tio vai fechar. Você não quer isso. Que tal você procurar outro parceiro?" Ele acendeu um cigarro.
Sua impassividade gelou Savannah: "O que quer dizer?"
"Seu tio te forçou a se reconciliar com o Devin, certo?"
Ela mordeu fortemente o lábio inferior.
"Depois de tudo que aconteceu, você está realmente disposta a voltar para o Devin?" Ela podia ver que Dylan havia planejado seu pequeno discurso e, ela supôs, muito mais além. A confiança dele exalava.
Dylan tragou o cigarro profundamente, e seus olhos cinzentos brilharam escuros e perigosos: "Eu posso ajudar você a romper seu noivado e auxiliar a manter o negócio do seu tio."
Savannah virou para encará-lo.
"Mas eu tenho condições," Dylan acrescentou.
Ela segurou a respiração.
"Seja minha." A ponta do cigarro oscilava entre os dedos dele. Seus olhos estavam tempestuosos e chocantes.
Savannah estava atônita. Ela nunca tinha visto um homem falando sobre a posse de uma mulher de maneira tão descomplicada.
"Você é louco." Ela finalmente disse, encarando-o com ferocidade. "Estou saindo e não ouse me seguir." Ela pediu suas roupas para Judy, se trocou, saiu da vila.
Dylan a viu partir. Um fantasma de um sorriso tocou seus lábios.
****
Sete horas da manhã.
Quando Savannah voltou para casa, era manhã, e uma faixa de luz solar cor de limão iluminava a cozinha. O rádio estava ligado, e cheirava a torrada queimada. Dalton estava à mesa da cozinha, lendo um jornal e tomando um café preto. "O Devin ficou bravo?" Ele perguntou, apagando um cigarro. "Você se reconciliou com ele?"
Savannah olhou para Valerie: ela comia o café da manhã em um vestido amarelo, gentil e tranquila, e tão bonita. Era como se nada tivesse acontecido. Ela sentiu outro pedaço do seu coração se partir.
Esgotada, Savannah foi silenciosamente para o quarto dela. Enquanto a febre a tomava de novo, Savannah se aninhou mais fundo na cama, pensou em todo o ódio que agora sentia em relação à sua família e dormiu.
Ela acordou à noite com uma batida na porta.
Dalton a chamou lá fora: "Savannah, o Devin está aqui! Venha!"
Savannah se levantou e abriu a porta.
Dalton a puxou para o lado e disse em voz baixa: "O que está acontecendo com você? Sua tia e eu finalmente convencemos o Devin a vir jantar. Cresça e se desculpe com ele," ele disse, chegando perto do rosto dela.
"Tio…"
"Por favor, Savannah."
Savannah engoliu a bola de arame farpado em sua garganta, trocou de roupa, penteou o cabelo e desceu para a sala de estar.
Devin estava largado no sofá, entre Norah e Valerie. Norah sorriu para ele: "É tudo culpa da Savannah. O tio dela e eu dissemos; Brigas entre amantes são comuns. Só - esqueça isso!"
Valerie havia repousado a mão na coxa dele e disse: "Ela pode ser tão dramática às vezes."
"Savannah, venha e converse com o Devin." Norah piscou para ela.
Savannah olhou para Devin silenciosamente.
Um longo momento passou e Devin começou a se contorcer sob o olhar dela: sentir a raiva, a humilhação e o ódio nele.
"Savannah!" Norah gritou.
Ela subitamente saiu do transe. "Você pode vir comigo?" Disse Savannah, uma calma a dominando. "Quero conversar com você." Ela foi para o jardim.
Norah pareceu aliviada e sorriu pedindo desculpas para Devin: "A Savannah é só tímida. Por que vocês dois não resolvem isso em particular?"
Devin saiu, e Valerie os seguiu com o olhar, uma tempestade atravessando seu rosto. Inveja a esfaqueou por dentro: Ela ansiava para que ele a levasse e se casasse com ela. Ela havia se entregado a ele, e ele a aceitou, preenchendo-a e completando-a de maneiras que ela nem sabia que era possível. Não era suficiente, ela decidiu, ser escondida. Por que ele não podia reconhecer o amor deles? Por causa de Savannah? Que piada. E no fundo, um plano começou a se formar.
Estava quente lá fora. O sol estava baixo, e o céu parecia casca de laranja. Pássaros cantavam alto sobre suas cabeças, e uma brisa leve agitava a grama longa. Savannah soltou de uma vez: "Me liberte, Devin. Só me deixe ir."