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"Como?" Amélia perguntou, sua voz mal passava de um sussurro. "Como é possível?"
"Não sei, mas uma coisa é certa," disse Robert. "Você vai ter que transferir tudo para o meu nome," ele declarou alto o suficiente para que Anastasia ouvisse através da porta.
Anastasia não podia acreditar no que ouvia. Ela sentiu uma profunda tristeza pela morte dos seus avós.
O vínculo deles era tão forte que quando a avó adoeceu, a saúde do avô também declinou pela solidão que sentia enquanto ela estava no hospital. Agora, ambos haviam partido.
Seus avós eram as únicas duas pessoas na família que a tratavam com bondade. Sempre que estavam por perto, até seus pais, Michelle e seu irmão Jack a tratavam bem. Todos agiam como uma família perfeita que a amava, nunca elevavam a voz para ela enquanto os avós estivessem presentes.
Mas desde que adoeceram, seu casamento foi subitamente arranjado com Richard até chegarem à situação atual.
"Eu não vou transferir nada," Anastasia objetou, seu tom suave e tímido.
Amélia subitamente abriu a porta, assustando Ana. "E o que se supõe que isso signifique?" Ela a questionou.
"Significa que eu não vou transferir nada. Vovó e Vovô transferiram tudo que tinham para o meu nome porque queriam e eu não vou desrespeitá-los transferindo para o seu nome," ela declarou, seus olhos na mãe enquanto a encarava, cerrando os dentes.
"Você infilial!" Robert berrou, atingindo-a na bochecha. "Eu sou seu pai e você não tem o direito de me desobedecer, entendeu?" Ele cuspiu em seu rosto, segurando seu queixo com tanta força que ela pensou que ele ia socá-la.
Sem esperar por sua resposta, Robert a atingiu na bochecha pela segunda vez. Ela caiu no chão enquanto o sangue pintava seus lábios, suas bochechas sangrando.
Michelle sorriu, escondendo suas emoções conflitantes. Ela estava muito feliz em ver Anastasia sendo tratada como um cachorro, mas um vislumbre de aborrecimento persistia. Irritava-a como as coisas pareciam estar indo tão bem para Anastasia naquele dia.
Primeiro, ela subornou a equipe para trocar suas identidades, garantindo que se casasse com Xavier, o homem com quem ela deveria estar. E agora, seus avós morreram, deixando tudo que tinham para Anastasia. Michelle estava furiosa com a injustiça de como as coisas haviam se voltado a favor de Anastasia.
Robert puxou os cabelos de Anastasia e a forçou a ficar de pé. "Você vai assinar os documentos da propriedade?" Ele a questionou novamente e ela balançou a cabeça.
"Não," ela murmurou.
Essa foi a primeira vez depois de muito tempo que Ana o desobedeceu. Ele não conseguia entender por que ela estava subitamente desobedecendo numa hora dessas. Seus pais sempre foram mais ricos do que ele.
Era a riqueza deles que fazia sua família fazer parte dos influentes em sua cidade, Radiantia.
Ele sempre antecipava o dia em que seus pais passariam, imaginando o momento em que o advogado chamaria seu nome, anunciando que ele havia recebido a maior parte da sua riqueza.
Mas a realidade era bem mais cruel. Ele não recebeu nem um por cento do patrimônio deles; tudo foi deixado para sua filha infilial, Anastasia.
Sem mais avisos, Robert derrubou Ana no chão. Ele tirou seu cinto e o chicoteou contra o corpo dela, provocando um grito agudo de dor.
Como se isso não fosse suficiente, ele começou a chutá-la por todos os lados, com a intenção de infligir uma dor insuportável nela para que ela decidisse assinar os papéis. Mas Ana estava extremamente teimosa naquele momento.
Amélia, com sua filha, não queria que Robert fosse o único a se divertir, então eles se juntaram. Eles adoravam como chutavam Ana como se fosse uma bola de futebol.
"Você acha que é teimosa, não é? Vamos ver quanto de dor você consegue suportar," Robert disse.
De repente, eles viram um poço de sangue se formar sob o vestido de Anastasia. Foi tão chocante que eles recuaram um pouco.
"Por que ela está sangrando de repente?" Michelle perguntou a ninguém em particular. Ela olhou para Anastasia que já havia desmaiado.
"Chamem os guardas, precisamos levá-la para o hospital. Ela é melhor não morrer ainda quando ela ainda não assinou os papéis da propriedade."
Os guarda-costas de Robert imediatamente entraram na sala quando ouviram seus nomes sendo chamados.
"Levem-na para a cabine do carro, eu não quero que o sangue sujo dela manche o banco do meu carro de luxo. Estamos levando-a a hospital," ele ordenou e eles imediatamente fizeram conforme as instruções.
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Quando chegaram ao hospital, Anastasia foi imediatamente levada ao tratamento. Robert seguiu de perto, seu rosto uma máscara de determinação fria.
Ele segurou o médico pelo braço, sua pegada firme e intransigente.
"Escute com atenção," ele disse, sua voz baixa e ameaçadora. "Eu só preciso que os dedos dela estejam se movendo. É tudo o que importa."
O médico olhou para ele, conflitado mas incapaz de desafiar a demanda urgente. A contragosto, ele assentiu, e Robert recuou, assistindo enquanto eles levavam Anastasia embora, sua mente já calculando seu próximo passo.
"Quando ela vai acordar?" Robert perguntou assim que o médico saiu do quarto do hospital.
"Ela deve acordar em cerca de duas horas," ele respondeu. "Mas por que o corpo dela parece que foi espancado? Aconteceu alguma coisa com ela?" Ele perguntou, querendo saber mais sobre sua paciente.
"Ela foi roubada e foi assim que a encontramos, doutor," Robert mentiu. Ele não podia dizer ao médico exatamente o que havia acontecido.
"Espero que minha irmã esteja bem," Michelle disse, forçando lágrimas dos seus olhos. Amélia a abraçou enquanto choravam juntas.
"Entendi. Bom, sinto muito pela perda do seu neto porque infelizmente, a paciente teve um aborto espontâneo." O médico revelou a bomba que fez o trio se olhar em perplexidade.
"Desculpa, mas acho que não ouvi bem," disse Amélia. "Por favor, pode repetir?" ela pediu, esperando pelo médico.
"A paciente estava grávida e ela perdeu o bebê, ela teve um aborto espontâneo," o médico repetiu.
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