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PONTO DE VISTA DO IVAN
Eu estava deitado na escuridão, os lençóis de seda fria em acentuado contraste com o calor da minha raiva. Hoje à noite, Arianne não havia vindo para nosso quarto, um testemunho silencioso do abismo que cresceu entre nós. Eu sabia que ela estava furiosa comigo, assim como eu estava com ela.
Revirei-me na cama, tentando encontrar uma posição confortável, mas o peso de nossas palavras não ditas pesava no ar. Fechei os olhos, desejando que o sono chegasse e me oferecesse alívio do tumulto do dia, mas me escapava.
Revivia os acontecimentos da noite em minha mente, as palavras duras ditas em raiva, as acusações atiradas de volta e para frente. Nenhum de nós disposto a ceder, a enxergar a razão em meio à nossa fúria. E agora, aqui jazia eu, sozinho em nossa cama, a ausência dela uma dor física no meu peito.