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57.14% Glass Shards / Chapter 8: Capítulo 2.3: O Amanhecer do Próximo Dia

章 8: Capítulo 2.3: O Amanhecer do Próximo Dia

Dia 2 de Abril de 2024, o dia em que acordei do hospital. Minha dor de cabeça ainda está presente, mas agora que meu cansaço se foi, minha preocupação com o senhor Nagumo e meus pais se intensificou.

"Eu me pergunto onde a minha irmã deve estar agora," eu disse, enquanto observava a janela que apontava à minha recém destruída escola de ensino fundamental.

Enquanto as cerejeiras destacavam a vista pela janela, não consigo parar de encarar a escola, que ainda é um grande mistério para mim.

Da última vez que me envolvi nessa busca por respostas, além de eu ter voltado no tempo, que não é necessariamente um acontecimento ruim, eu perdi a chance de salvar o senhor Nagumo, deixando-o morrer em prol da vida dos meus pais.

Além disso, não consegui encontrar os meus pais, que desapareceram enquanto estavam no fogo.

Eu voltei no tempo, mas me parece que tudo está completamente diferente da primeira vez que presenciei essas datas. Como pode isso acontecer?

Quando eu havia acordado do hospital pela primeira vez neste mesmo dia, a eletricidade do bairro inteiro voltou a funcionar.

Seria a mesma coisa desta vez, ou seria diferente, como outras coisas sobrenaturais que vieram a ocorrer?

Eu decidi ligar a televisão do quarto de hospital em que eu estava, justamente para saber de mais notícias que aconteceram enquanto eu dormia.

"Fazem algumas horas desde que o incêndio tomou conta da Escola de Ensino Fundamental Oceano Azul de Yokohama. A causa desse ocorrido ainda está em pauta pelas autoridades. Estamos esperando por mais detalhes vindos do corpo de bombeiros, que estão incansavelmente tentando investigar o caso. Além do fogo que se alastrou da escola, um apagão, provavelmente em resultado do incêndio, tomou conta do bairro inteiro, atrasando a mobilização dos bombeiros. Porém, felizmente, a eletricidade em Yokohama já está de volta."

A eletricidade voltou como o esperado, mas não faz o menor sentido ela ter desaparecido apenas por causa de um incêndio. Não tenho muito conhecimento relacionado a isto, mas não posso descartar a possibilidade desses dois desastres não estarem relacionados um ao outro.

Enquanto o tempo passava lentamente, mal pude esperar para ser liberado do hospital, assim conseguiria procurar os meus pais.

Fiquei assistindo à televisão para me entreter, pelo menos até a minha irmã aparecer.

Ela rapidamente entrou no quarto, junto com a notícia que eu seria levemente examinado antes de receber alta do hospital.

Os exames foram tranquilos e nada demorados, e eu consegui ser liberado pelos médicos como havia esperado.

"Nossa, você demorou demais para ser liberado, aconteceu alguma coisa?," ela disse.

"Não aconteceu nada demais comigo," de fato. Minha cabeça até parou de doer depois de um tempo vendo as notícias.

Eu subitamente mudei de assunto considerando minhas prioridades.

"Alguma pista em relação aos nossos pais?," eu digo, enquanto estava desesperançosamente colocando minhas mãos nos bolsos do meu casaco.

"...Não encontrei nada," ela fala com um tom mais baixo e tímido.

"Você… não tem culpa. Mas agora eu vou conseguir te ajudar."

"Os policiais ainda estão investigando, mas até agora estão sem pistas."

Isso é um problema sério, se nem profissionais estão conseguindo encontrar pistas… o que um mero adolescente como eu pode fazer nessa situação?

Mas para o meu conforto, eu já tenho conhecimento do porão na escola. Devem ter respostas lá. 

É isso, aquele lugar será o primeiro que vou investigar, independentemente de quem estiver por perto, policiais, bombeiros, e até aqueles homens desconhecidos que tentaram me encurralar.

"Vou começar a procurá-los, irmã. Vou fazer o máximo que posso para descobrir o paradeiro deles."

"Eu confio em você, Ayato," minha irmã diz, enquanto começa a sorrir.

Eu corro em direção a escola enquanto os meus pensamentos conflitantes tentavam me impedir, dizendo que 'não haveria nenhuma pista sobre os meus pais no porão'.

"Não posso desistir agora. Primeiro meus pais, depois o senhor Nagumo."

O meu fôlego, que já estava no seu limite, me fez parar em um lugar, na qual me possibilitou observar a escola de longe.

"...Cheguei," eu falei enquanto meus pulmões se enchiam de ar freneticamente.

Aqui está a minha escola, o lugar que criou tanto memórias boas quanto desastres que eu simplesmente gostaria de esquecer.

E eu irei enfrentá-la novamente.

Alguns policiais ainda estão averiguando-a, o que deixa mais difícil para alguém como eu passar despercebido até o porão.

"Talvez se eu criar uma distração…"

Não possuo nada em minhas mãos que consiga distraí-los, preciso pensar em algo.

Vale ressaltar que a minha mão esquerda ainda não está no seu melhor estado, mas ela já está bem melhor do que antes.

Fiquei pensativo por um tempo, mas a resposta para o problema poderia ser mais simples que o esperado. 

"Talvez eu possa usar a minha irmã como distração aos policiais, assim consigo infiltrar no porão."

Eu apressadamente peguei meu celular do bolso e liguei para ela, dizendo que preciso de sua ajuda.

"Como que você quer que eu ajude?," ela falou com impulso.

"Apenas preciso que você distraia os policiais que estão perto da escola, assim vou conseguir adentrá-la."

"C– claro, eu consigo fazer isso. Já estou a caminho!"

O entusiasmo da minha irmã me fez lembrar de quando éramos ainda mais próximos do que hoje em dia. Mas agora ela está na faculdade, e fica mais difícil de interagir com ela quanto mais o tempo passa.

Depois de alguns minutos, ela chega no local determinado e começa a distrair os delegados.

"Ehh… senhores policiais, gostaria muito… de pedir a ajuda de… vocês…"

"Claro, como podemos ajudar, senhorita?"

"Hã… T– tem uma senhorinha sendo assaltada lá naquela rua do fundo!"

Isso deve ser bem ilegal. 

Não sei exatamente como está minha expressão agora, mas tenho certeza que não é satisfatória.

"S– sério? Então não temos tempo, vamos cercá-lo o mais rápido possível!," um dos policiais disse, provavelmente este possui a maior patente do esquadrão perto da escola.

"Eles realmente acreditaram na mentira dela…"

Eu não sabia que iria funcionar tão bem.

Foco! Não posso perder tempo, a minha irmã criou esta chance, agora não posso desperdiçá-la. Depois eu agradeço ela quando isso tudo acabar.

Eu verifiquei se não havia nenhum policial por perto, e continuei seguindo em direção ao porão.

Depois de um tempo, finalmente o encontrei. E mais uma vez, ele estava intacto, mesmo depois do fogo se espalhar pela escola.

Novamente entrei no porão escuro, pelo menos agora já faço alguma ideia de onde está o interruptor.

Ligo as luzes, e como da outra vez, estavam fracas demais para iluminar o porão completamente.

"Este porão está exatamente igual à última vez, exceto…"

…O espelho.

"Ele está… inteiro," suas condições estão perfeitas, em contraste daquela outra vez.

Como pode isso acontecer? Esse espelho é definitivamente o objeto mais interessante e intrigante que já vi.

Eu o vejo de perto, com receio de que o contato físico resulte em algo inesperado como da última vez.

Fico encarando ele, mas nada realmente acontece, então o deixo de lado por um momento para procurar pelos meus pais.

Por mais que ainda esteja um pouco escuro, consigo facilmente perceber a grandeza deste lugar. A sala com o espelho era uma das mais próximas da entrada, então eu não explorei muito esse lugar.

O porão em si parece um grande estabelecimento que se estende provavelmente pela escola toda. Esse lugar deve ter muito mais coisa que apenas esse espelho esquisito.

"Parece que vai demorar muito tempo até eu encontrá-los nesse lugar gigantesco," eu murmurei.

O problema é que não tenho muito tempo restante, a qualquer hora alguém pode aparecer neste local, então preciso ser objetivo.

Continuei procurando em cada cômodo, mas apenas encontrava diversos equipamentos que não faziam sentido para mim. Eles tinham um detalhe cromático e branco, que demonstravam uma inspiração futurista neles.

Tais máquinas estavam completamente desligadas, e não havia nenhum sinal delas se mexendo ou realizando alguma tarefa.

Para um lugar grande como esse, acho difícil ele realmente estar vazio.

Explorei mais um pouco, esperando encontrar algo que realmente pudesse ser importante para mim. Até que eu ouvi um barulho inusitado.

"O– o que é isso?"

O barulho era agudo, e ele parecia vir do outro lado desse lugar.

O porão começou a levemente tremer, e as luzes presentes começaram a piscar.

O ruído estava ficando cada vez mais alto, era como se eu estivesse em uma obra de terror.

Minha preocupação aumentou bastante, considerando que esse acontecimento ainda era desconhecido para mim. Eu comecei a correr de volta até a entrada ao porão, enquanto escapava daqueles sons macabros.

"O que está acontecendo!?," eu falei em um tom bastante alto.

Enquanto eu corria, algo lá atrás chamou a minha atenção. Era um vulto preto, com uma silhueta distorcida, seus olhos brilhantes davam um contraste ao resto do corpo.

Eu me virei em direção a ele , mesmo sabendo que deveria continuar a correr.

Não havia nada para eu falar no momento, apenas deveria esperar e ver o que essa monstruosidade falaria para mim, se aquilo realmente conseguisse falar.

Ele está tão longe, mas está tão aparente, que consigo parcialmente enxergá-lo com meus óculos, mas não consigo criar detalhes vindos do seu vulto.

A silhueta começa a fazer gestos incompreensíveis e confusos, mas ela parecia querer falar algo comigo. O ruído fica mais forte do que nunca, e eu paro por um momento de correr, quando, inesperadamente, ela diz:

"Saia deste lugar, imediatamente."

Apenas senti medo nessa hora.

Procurando não respondê-lo, eu faço o que ele havia mandado e continuo a fugir para a saída. Mas antes de sair de lá, eu rapidamente pensei em pegar o espelho, que poderia me ajudar bastante em descobrir mais sobre esses eventos sobrenaturais. Então o peguei completamente e voltei à sala do diretor, saindo do porão.

Eu consegui pegar o espelho pela moldura, que provavelmente não era especial como o próprio vidro.

 Tranquei a entrada ao porão colocando alguns destroços da escola gerados pelo fogo, assim seria mais difícil para qualquer um entrar e sair daquele lugar.

Agora preciso tomar ainda mais cuidado, tenho um espelho em mãos e os policiais podem voltar a qualquer hora.

Minha irmã ainda deve estar distraindo os oficiais, mas tenho receio de alguma câmera por perto flagrar a sua mentira.

Não consegui encontrar nada no porão, minha perda de expectativa me abalou bastante, considerando que meus pais ainda estavam desaparecidos.

O que será que aconteceu com eles?

O tempo ia esgotando quanto mais eu tentava procurá-los.

"Não posso continuar aqui, vou embora."

Disfarçadamente me retiro dos escombros da escola. Enquanto isso, encontro a minha irmã, que havia distraído eles com êxito.

"Ayato! Encontrou… uma pista sobre… os nossos pais?," ela pergunta sem fôlego por correr em direção a mim.

"Eu entrei em um lugar na escola para encontrar alguma pista, mas não consegui achar nada. Eu realmente não consigo entender para onde eles foram."

Uma expressão sombria e triste apareceu no rosto dela.

"Ei, Ayato… você não está me dizendo que eles estão mortos, está?"

Sem entender sua pergunta, eu peço por uma reformulação da mesma.

"Hã? Eu não falei nada do tipo, eles apenas estão desaparecidos, mas não consegui encontrar o corpo sem vida deles."

"C– Como você sabe que eles estavam no fogo na hora do incêndio?," ela perguntou com receio.

"Eu apenas sei, mas não posso te contar nada mais."

Ela não deve saber sobre o espelho, de jeito algum. Por isso escondi ele do lado de uma lixeira antes de me encontrar com ela.

"Mas Ayato! Como você pode esquecer que–"

"Eu já falei, eu tenho certeza que eles estavam lá, mas desapareceram logo em seguida."

Interrompi a minha irmã, achando que estávamos falando sobre o mesmo assunto.

"Pode parar de me interromper!?," ela grita com muita intensidade.

Eu fico em silêncio, esperando ela retomar à sua fala.

Lágrimas começam a cair dos seus olhos, ela começa a soluçar bastante, e seu choro parecia muito pior se comparado a quando recebemos a notícia do falecimento do senhor Nagumo.

"Ayato, você tem a certeza absoluta… de que os nossos pais estavam no fogo? Se a resposta é sim, então… então… eles estão mortos!"

É como se ela tivesse desistido de encontrá-los. Mas minha irmã continua a falar:

"Essa é a verdade. Você já deveria saber que quando morremos, o nosso corpo desaparece!"

Eu recebo uma notícia extremamente inesperada.

"Por que você continua tão ignorante!? Se você sabe mais que todas as outras pessoas onde nossos pais estavam, por que… você ainda continua tentando encontrá-los, como se ainda tivesse alguma esperança!? Por que… por que…"

Minha irmã para completamente de falar, pois seu choro a impedia. Ela cobriu o seu rosto com as mãos, e limpou as bochechas com as mesmas.

Por que isso tudo veio a acontecer? Eu não quero mais nada disso, queria ficar com os meus pais, vivendo tranquilamente a minha vida, mas segundo a minha irmã…

Meus pais morreram.

O que a minha irmã falou não faria sentido no nosso mundo, mas depois que esse espelho me fez 'viajar no tempo', algumas coisas mudaram drasticamente, essa com certeza deve ter sido uma delas.

Eu desabei no chão. Minhas lágrimas começaram a embaçar a minha visão, e meu corpo começou a tremer bastante.

"Por quê… eu não salvei eles…?"

Meus pais foram consumidos pelo fogo, mas eu não pude fazer nada…

"V– você n– não teve… culpa, irmãozinho," minha irmã diz enquanto soluçava e limpava novamente seu rosto cheio de lágrimas.

Nós dois, eu e a minha irmã, não conseguimos sair da calçada por bastante tempo, lamentando a morte do meu pai e da minha mãe.

Quando nós finalmente decidimos nos levantar, o depoimento foi dado aos policiais, e nesse mundo, nossos pais estariam oficialmente falecidos.

Dia 5 de Abril de 2024, este é um dia muito especial para mim.

"Vamos, irmão?," minha irmã pergunta para mim.

"Pode ser."

Andamos até a entrada do velório.

Isso me proporciona uma grande sensação de déjà vu, por mais que exista uma explicação para eu me sentir desse jeito.

Hoje é o funeral dos nossos pais.

Os acontecimentos se repetem, mesmo que diferentes. Antes o senhor Nagumo, e agora eles…

O tempo é uma série de acontecimentos lineares, que definem passado, presente e futuro, e mexer com ele pode causar coisas assim.

Na realidade, o tempo está brincando comigo, e eu sou a peça dele..

Eu não quero mais isso, foram coisas demais acontecendo ao mesmo tempo. Talvez não consiga lidar com a morte deles até quando eu amadurecer mais.

Meus pais, foram literalmente as pessoas mais importantes da minha vida, mas não pude dizer adeus a eles. Exatamente como o senhor Nagumo.

Agora não possuo praticamente mais ninguém em quem posso confiar, desabafar ou me divertir.

Como posso transformar isso em algo bom para mim a partir de agora?

Minha irmã, que está ao meu lado, está sofrendo bastante também. Mas ao contrário de mim, ela pode ser consolada por mais pessoas do que eu, como amigos da faculdade e mais outros de infância.

Ela, que no funeral do senhor Nagumo conseguiu segurar seu choro, não aguentou a tristeza que a morte dos nossos pais está proporcionando no funeral deles.

Só peço que a cerimônia seja rápida, meu coração dói cada vez mais, quanto mais tempo fico nesse lugar.

Tomara que eles estejam felizes, os meus pais e o senhor Nagumo, onde quer que estejam.

Os corpos deles não serão cremados, justamente por esta diferença ilógica entre o mundo antes de eu viajar ao tempo, e o mundo atual.

Provavelmente ninguém aqui deve ter alguma ideia sobre o ato de cremar corpos falecidos.

Não sei exatamente como será essa cerimônia por causa desta diferença, mas com certeza não será como estou acostumado.

Mãe, pai, eu vou sentir falta de vocês…

Eu me culpo novamente pela morte deles. Se eu não tivesse voltado no tempo, pelo menos eles ainda estariam vivos e poderiam me consolar pela morte do senhor Nagumo, que era inevitável.

Dia 6 de Abril de 2024. A cerimônia ocorreu, e houveram algumas pequenas mudanças, mas nada de uma modificação brusca. Percebi uma leve diferença no discurso de algumas pessoas, e algumas decorações eram diferentes do tradicional japonês.

Então este foi o fim dos meus pais…

Agora esse será o momento que definirá quem receberá a minha custódia como guardião legal. No tribunal de família, percebo que não são muitas pessoas que desejam cuidar de mim.

Eu me pergunto se terei que sair da escola para algum familiar meu virar meu guardião legal.

Decidi que seria melhor para mim ficar do lado de fora do tribunal, seria desconfortável escutar aquela discussão.

O clima no tribunal parece estar sério, com certeza não é um sentimento bom saber que um de seus parentes morreu, e que o filho dessa pessoa precisa estar sob custódia de alguém para não ser deixada no centro de adoção.

O vento lentamente começa a ficar forte, e as folhas das cerejeiras são novamente balançadas. 

"Pelo menos ainda posso apreciar as árvores, mesmo depois da morte deles."

A primavera é sem dúvidas a estação do ano mais bela.

Eu faço um último sorriso genuíno, antes de ficar um longo tempo sem fazê-lo novamente.

Fiquei mais um tempo esperando e apreciando a natureza, até que o evento finalmente havia acabado.

Minha irmã saiu do tribunal entristecida, mas confiante. Ela me avistou perto das cerejeiras e rapidamente se aproximou de mim.

"Oi, Ayato… como você está se sentindo, sabendo que outra pessoa terá sua custódia?"

"Eu não me sinto muito bem por isso."

"V– você está com receio… com o rumo que sua vida vai seguir?"

Ela está preocupada comigo.

"Eu não consigo evitar a minha angústia. Nestes últimos minutos, fiquei pensando nas coisas que eu deveria abrir mão para conseguir viver com outro familiar que não são meus pais."

Minha irmã tenta pensar em um jeito de me consolar, mas desiste.

"Você sabe que… não foram muitas as pessoas que realmente queriam adquirir sua custódia, não é verdade?"

"Eu já imaginava isso. Nossos tios e primos não moram perto de Yokohama, e muitos deles já estão ocupados o bastante para terem que cuidar de mais uma pessoa."

O resultado dessa reunião entre parentes no tribunal é bastante imprevisível. Existe até a chance de eu ser deixado no centro de adoção, o que não seria nada prazeroso.

"Você precisará abrir mão de algumas coisas, Ayato," minha irmã diz, mas completa a frase logo em seguida: "Mas nem tudo será perdido, eu não vou deixar isso acontecer."

Ela tenta ser positiva diante dessa situação.

"Ayato, com o acordo que chegamos lá no tribunal, nossa família tentou o máximo possível criar um jeito de você não sofrer tanto assim com a mudança."

Sinceramente, não consigo ver um lado bom em sair da minha escola, e nem morar em uma casa diferente, com pessoas diferentes.

Minha curiosidade estava presente desde que a reunião se encerrou. Então finalmente decidi fazer a pergunta que tanto me intrigou nessas últimas horas.

"Tá, mas… eu estarei sob a custódia… de quem?"

Ela respira profundamente.

"No início, pensávamos que a custódia seria entregue para a nossa avó materna, a que mora em Osaka. Mas o juiz decidiu que havia uma opção melhor."

Minha irmã dá mais um passo em direção a mim. Inspirada, mas com medo, ela diz:

"Eu, Harumi Unten, serei… sua nova guardiã legal."

Enquanto a minha irmã falava esta sentença, o brilho cativante da primavera ficou ainda mais presente. O céu, que estava criando um sentimento depressivo na cidade, subitamente clareou.

Os ventos começaram a ficar ainda mais fortes, fazendo o cenário deste lugar ficar muito mais bonito.

Eu me surpreendi com o que ela disse.

"Isso… é verdade?"

"Sim, Ayato. Você não precisa mais… se preocupar por conta disso…"

"Irmã…"

Eu rapidamente abraço ela, expressando minha completa gratidão e respeito.

Enquanto abraçava ela, senti algo úmido no meu ombro. Eram lágrimas de contentamento. Minha irmã ficou muito feliz com a decisão da família em me deixar junto com ela, mesmo em tempos como esse.

"N– nós vamos continuar… vivendo na mesma casa de antes, v– você não vai precisar a– abdicar da CAEY, e eu vou me esforçar o máximo possível… para nós continuarmos desse jeito, pelo menos até você virar… uma pessoa independente," minha irmã disse enquanto soluçava sem parar.

Eu a seguro ainda mais firme enquanto abraço ela, como uma forma de dizer que apreciei bastante o que ela fez.

Minha irmã possivelmente também vai adquirir a nossa casa como herança para podermos morar nela, mas mesmo se isso der certo, não será a mesma coisa sem os nossos pais.

Por mais satisfeito que eu esteja neste momento, ainda falta um pedaço da minha alma a ser preenchido, na qual foi causado pelas pessoas que perdi.

Pedaço este que não espero superar isso tão cedo, isso é a parte mais preocupante.

Sinto como se eu fosse uma pessoa diferente, comparado ao 'eu' de antes da morte do senhor Nagumo.

Mesmo continuando a viver na mesma casa, ainda falta algo em mim.

Mesmo continuando a frequentar a CAEY, ainda falta algo em mim.

Mesmo continuando a ter a minha irmã, ainda faltam uma figura materna e paterna, e também um conselheiro que me ajuda a superar os desafios da minha vida.

Não queria que fosse assim, mas o único jeito de mudar isso é usando ele…

O espelho que peguei do porão daquela escola.

Será uma escolha sensata voltar ao tempo para consertar tudo isso?

O que eu estou pensando…? Isso pode causar algo ainda pior na minha vida. Eu não devo usar o espelho de novo, mesmo que isso signifique que eu perderei meus pais e o senhor Nagumo para sempre.

Guardarei este espelho com os meus melhores cuidados, não posso deixar que mais ninguém descubra e use os seus poderes sobrenaturais.

Ele estará trancado em um antigo armário do meu quarto, onde apenas quem tiver a chave conseguirá abrir e tirar o espelho de lá.

Nesse tempo que o espelho estiver comigo, vou me aprofundar nas suas propriedades irregulares e descobrirei o que exatamente é isso.

Assim eu finalmente poderei usá-lo ao meu favor, e assim salvarei meus pais e o senhor Nagumo, pois ele ainda continua sendo a minha única esperança.

Eu estarei apostando minha vida neste espelho, porque se tudo tiver êxito, eu vou voltar a ficar completo, como eu era antes do incêndio.

"Ei, Harumi, vamos voltar para nossa casa?"

Ela, provavelmente surpresa pela minha expressão facial no momento, diz:

"Cl– claro, pode ser…"

Depois de tudo ocorrer do melhor jeito possível no tribunal, voltamos ao nosso lar.

"Eu sei que já perguntei isso dezenas de vezes, mas… você consegue mesmo superar a morte deles, Ayato?"

"..."

A resposta é não, eu não superarei. Não até descobrir como recuperá-los, ou descobrir qual foi a exata causa da morte deles.

O fato é que meus pais não morreram por causa de um simples incêndio, o senhor Nagumo não morreu em um simples incêndio.

'Yokohama é uma cidade bem grande, mas será que apenas uma incêndio daqueles conseguiu acabar com a eletricidade de milhões de pessoas'

'A eletricidade voltou como o esperado, mas não faz o menor sentido ela ter desaparecido apenas por causa de um incêndio.'

Algo não faz sentido no incêndio e do blackout. Não é possível que tudo isso tenha sido causado como um acidente, como pode apenas um incêndio acabar com a eletricidade de umas das maiores cidades do Japão? Isso não faz sentido algum.

Alguém deve ter armado esse desastre inteiro.

Se a minha presunção estiver correta, foi exatamente isso que aconteceu. Alguém propositalmente causou o maior ato de incêndio culposo da história de Yokohama, e junto com isso, trouxe um blackout que impediu a mobilização rápida dos bombeiros.

Seja quem for a pessoa que criou o incêndio…

Foi ela quem matou eles. E eu irei descobrir quem foi, não importa as consequências.

As aulas começarão daqui a dois dias, mas a minha perseguição, que levará ao culpado desse crime horrível, começa hoje.


クリエイターの想い
Miguel_Ikawa Miguel_Ikawa

Com o fim desse capítulo, chegamos ao final da introdução dessa história. Para comemorar, segue uma curiosidade:

O nome da irmã do Ayato ( o protagonita), Harumi, foi propositalmente revelado apenas nesse capítulo. O motivo é que a revelação do seu nome combina muito com a cena, e fiz com que isso deixasse a cena mais impactante. O seu nome pode se traduzir do kanji para "beleza da primavera" ou "céu limpo".

Gostaria de pedir que me apoiassem doando as chamadas "power stones" do Webnovel nesse livro além de deixar uma resenha para ele receber mais alcance. Por favor, espere novos capítulos, que sairão o mais rápido possivel, muito obrigado a todos.

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