POV: Baldur.
Chicago, Estados Unidos da América.
Alguns Minutos Depois.
2024.
"Vocês têm certeza disso?" Perguntei sentado na cadeira pela terceira vez, olhando para o copo de água na minha frente.
"Sim, nós temos." Respondeu Sersi, pela terceira vez, com a maior paciência do mundo.
Já vive muito, não tanto quanto eles, mas já vi e sei mais do que eles, mesmo assim, o que escutei aqui hoje foi uma coisa que nem em um milhão de anos eu poderia prever.
Quer dizer, quem pensaria que um planeta é nada mais que um útero para um deus do espaço?
Que os desviantes, não são nada mais que um modo de combater a infecção, diminuindo os seres vivos do planeta para que eles não cheguem no nível necessário para serem colhidos como fonte de energia?
E que os Eternos, são nada mais que o motivo do nosso problema ter chegado a esse ponto agora por nós proteger.
De qualquer forma, essa é a situação que estamos agora, um Celestial, nomeado Tiamut, vai nascer daqui a algumas horas, destruindo a Terra no processo.
(Pensando bem, isso não é uma ideia original.)
Com meus olhos fechados, vasculho minhas memórias como arquivos em segundos, até encontrar isso.
Sim, teve um HQ com historia parecida com a mesma ideia, nele, quem matem o controle dos Celestiais não são os desviantes, e sim o Galactus, que sempre se alimenta de planetas com a semente dentro deles.
A minha realidade é parecida com essa, e também foi visitada por Galactus, então pode haver um Celestial crescendo no núcleo do meu planeta.
"Alice, isso é possível?" Pergunto mais uma vez.
{Não tenho como dizer senhor, nunca nos importamos muito com o subterrâneo do planeta, quanto mais o núcleo.}
Sim, ela está certa.
"Quem é essa?" Perguntou Ikaris, olhando ou redor desconfiado e ainda não gostando nada da minha presença.
"É um AI, bem avançada posso dizer." Respondeu o dono da casa afro-americano.
Os poderes dele tem algo haver com tecnologia, então ele deve ser Phastos.
"Estamos perdendo tempo lidando com ele, temos que nos mover, os outros estão esperando." Voltou a falar Ikaris, em pé encostado na parede do outro lado da sala.
"Sim, isso é verdade." Concordou Sersi, sentada na minha frente com Phastos, do seu lado.
"Eu vou com vocês." Digo para eles me levantando.
"Agradeço muito pela intenção, mas isso é algo que temos que lidar sozinhos." Sersi, negou minha ajuda educadamente.
"Vocês entenderam errado, não sou eu quem vai ajudar vocês, são vocês que vão me ajudar."
"O quê?" Perguntou Phastos.
"Vocês já viram um Celestial vivo de frente?" Perguntei.
Eles não responderam.
"Vocês já lutaram contra um Celestial?" Voltei a perguntar.
Mais silencio.
"Vocês já mataram um Celestial?"
"E você já?" Perguntou Phastos, querendo me calar.
"Sim, eu já matei um Celestial, por isso, são vocês que vão me ajudar!" Contei a verdade.
A reação foi esperada, Sersi e Phastos, ficaram de boca aberta, mas Ikaris, ficou com mais raiva ainda.
"Isso é mentira!" Gritou ele para mim, com seus olhos brilhando em dourado.
Certo que o Celestial que eu matei, era o mais fraco no rank de poder comparado entre todos os Celestiais, mesmo assim, um Celestial, é um Celestial.
Levantei minha mão, e ela ficou coberta por minha All-White, que não tomou nenhuma forma e só ficou cobrindo minha mão como um líquido viscoso sem forma vibrando.
"Analise isso." Fui até Phastos, e coloquei minha mão na frente dele.
Phastos, criou seus anéis de novo, que cercaram minha mão me fazendo sentir algum tipo de energia me analisando.
Segundos depois, o rosto de sério dele se transformou em choque.
"Ele está falando a verdade!" Confirmou ele.
"Como assim?" Perguntou Sersi.
"Essa arma possui traços genéticos que não posso analisar, e também tem em sua composição a mesma tecnologia que usamos, só que mais avançada." Explicou ele para ela, tirando os anéis dele em volta da minha mão.
"Assassino!"
Surpreendendo todos, Ikaris, gritou e depois disparou um feixe com seus olhos contra mim.
Fui rápido e criei um escudo branco o colocando na frente do meu rosto defendendo o seu ataque, o feixe de energia cósmica, se dividiu em dois ao entrar em contato com meu escudo, acertando a janela de um lado e parede de outro, mas em vez de as perfurar facilmente, os feixes acertaram algo bem solido que brilhou em dourado.
"Ikaris! Pare!" Gritou Sersi.
Phastos, moveu sua mão para frente apontando para Ikaris, e do chão, argolas douradas surgiram cobrindo seu corpo, assim, ele desapareceu da nossa frente.
"Para onde você o mandou?" Perguntou Sersi, um pouco ofegante para o outro Eterno.
"O mais longe que eu podia, para fora da cidade." Respondeu ele.
"O que foi isso tudo?" Perguntei para ela, retirando meu escudo branco, queimado e quase perfurado pela energia cósmica.
"Para a maioria dos Eternos, os Celestiais são criadores dignos de nossa lealdade, mas para outros como Ikaris, eles são deuses, nossos deuses." Explicou Sersi.
"E eu acabei de dizer que matei um deles com orgulho, desculpe por isso, não foi minha intenção." Peço desculpas de verdade.
Ela acenou para mim, depois olhou para Phastos, e disse.
"Temos que ir."
"Eu não queria me envolver nessa confusão, mas parece que agora é impossível não fazer isso."
Então, antes de Ikaris, voltar furioso pronto para me matar, saímos da casa, mas só depois que Phastos, se despediu do seu filho adotivo e marido prometendo voltar para eles.
Essa situação me fez sentir muito mal, trazendo coisas a mim que enterrei desde que deixei essa viagem.
Faz muito tempo desde que segurei minha filha nos braços, e mesmo sabendo que posso voltar quase que no mesmo segundo que deixei aquela realidade usando o farol magico que Amora, colocou no meu pulso ou o aparelho que roubei, ainda sinto saudades, e mesmo sendo irracional, preocupação com ela.
O pior, sei que minha volta para casa ainda vai demorar.
POV: Baldur.
Em Algum Lugar do Iraque.
Algumas Horas Depois.
2024.
"Então, esse cara é um Pai de Todos Asgardianos de outra realidade com experiência com Celestiais que veio nos ajudar?" Perguntou o homem de etnia indiana com outro indiano bem acima do peso atrás dele com uma câmera.
"Sim, Kingo." Confirmou Sersi.
Estávamos no meio do deserto, com todos os eternos reunidos na minha frente olhando para mim, Ikaris, estava do outro lado, quase que pulando em cima de mim, do lado dele uma menina pequena, Sprite.
No final, temos Thena, Druig, Kingo, Sirsi e Phastos.
"Ele é forte." Afirmou uma mulher loira usando um longo vestido branco, a mulher era exatamente igual à Angelina Jolie.
"Ikaris, quer matar ele." Afirmou Sprite, que sobre influência de Ikaris, não gostou nada de mim.
"Qualquer um que consegui deixar Ikaris, tão irritado, é meu amigo." Comentou Druig, com um sorriso simples
Esse cara é perigoso, um telepata poderoso nos HQs e inimigo recorrente dos Eternos, então tenho que manter a minha vigilância nele caso ele traia todos aqui.
"Ele matou um celestial!" Gritou Ikaris, para todos.
Posso ver o mesmo tipo de choque em todos que não sabiam disso antes.
"Um celestial de outra realidade." Explico melhor.
"Você matou um deus?" Perguntou, Kingo.
"Ele estava prestes a destruir um planeta inteiro apenas para coletar energia, sim, eu matei por isso." Dou mais uma explicação.
"Ele não deveria estar aqui conosco!? Ele provavelmente vai matar esse também!" Explodiu Ikaris.
Sersi, conseguiu manter ele calmo durante a viagem toda, mas agora ele explodiu, talvez tentando ganhar o apoio dos outros Eternos.
"Se for para salvar bilhões de vidas, sim, eu vou matar o celestial sem pensar duas vezes." Concordei com ele.
"Você não pode! Um celestial pode gerar universos inteiros, você estaria não permitindo que trilhares de seres não existam!" Voltou a gritar ele.
Parece, que muitos aqui concordavam com essa visão.
"Que besteira!" Foi minha resposta, e todos pareceram afetados por isso.
"É verdade que o Celestial pode criar muitas vidas, mas eu tenho que proteger aquelas que já existem em vez das teóricas que podem ou não existir."
Ikaris, avança, dessa vez com os olhos brilhando.
"Não, sem brigas!" Gritou Sersi, e para evitar isso, ela tocou o chão, que se transformou numa parede de terra bem na nossa frente.
"Não vamos matar o Celestial, não precisamos, temos um plano que se der certo, ninguém vai precisar morrer, por isso, vamos seguir o plano, e se ele der errado, você pode fazer o que quiser." Falou ela para mim.
Matar o Celestial, vai trazer mais problemas com outros Celestiais, problemas que não teríamos escolha a não ser acertar, já que estamos falando da sobrevivência do planeta aqui, mas se eles realmente tiverem uma forma de evitar isso sem matar um Celestial, isso é perfeito.
"Que plano?" Perguntei curioso.
Ela me conta o plano deles para fazer Tiamut, dormir usando os poderes de Druig.
Um plano que ainda não saio da primeira linha, já que eles não têm nem mesmo ideia de como aumentar os poderes de Druig, para esse nível, e o nível de telepatia para controlar um Celestial não é pouca coisa, acho que nem mesmo Xavier, usando o cérebro conseguiria uma coisa dessas.
Mas estamos falando aqui de Eternos, usuários naturais da mesma energia que os Celestiais, pensando dessa forma, realmente é possível que as coisas se arrumem da forma que eles estão pensando, levando em conta que o alvo é um Celestial que acabou de nascer.
Só que, citando os clichês chineses, um filhote de tigre ainda é um tigre mesmo sendo um filhote, ou algo desse tipo.
Vai saber que se o momento do despertar dele possa ser o seu mais poderoso?
De qualquer forma, é melhor esperar, se o plano deles não der certo, só tenho que acertar um bom golpe no momento que ele estiver quebrando a Terra. Na verdade, essa é minha única opção, já que a outra única forma de o matar é atravessando todo o planeta, e isso também pode acabar com ele da mesma forma.
Perdidos nos meus pensamentos, chegamos numa certa escavação, que foi facilmente esvaziada pelo Druig, depois disso, Phastos, trouxe para cima a nave deles de baixo da terra.
O Domo, como eles chamam, é realmente perecido com a nave celestial que tenho na minha realidade, só que muito menor.
"Uma atmosfera tenebrosa está no ar!" Kingo, falou para seu amigo carregando a câmera na sua frente.
"O que você está fazendo, está nos assuntando!" Falou Phastos.
Logo depois, Phastos pisou num saco de batatas fritas tomando um susto bobo, foi engraçado.
Continuamos nosso caminho até o laboratório dele, até chegarmos numa sala bem ampla, cheia de relíquias.
"Isso é um sarcófago no meu laboratório!?" Gritou ele olhando para todos os lados.
No meio da sala sentada no trono estava uma mulher negra se vestindo casualmente com um livro em mãos.
"Essa é Makkari." Apresentou Kingo, a mulher para a câmera.
"Ninguém vê ela a seculos." Continuou ele.
A mulher, sorriu para nós gentilmente e fez gestos de sinais que consegui entender.
{Prontos para ir para casa?} Perguntou ela.
Pobre garota.
POV: Baldur.
Laboratório de Phastos, Domo, Iraque.
Meia Hora Depois.
2024.
"Braceletes? Você fez braceletes?" Perguntou Kingo, nada admirado com a criação de Phastos, mostrada próximo do teto com todos ao seu redor.
Demorou só meia hora para Phastos, criar o plano, mas ninguém aqui reconheceu a genialidade dele, só eu, que fiquei vendo ele trabalhar todo esse tempo e mesmo não intendendo tudo, compreendi o proposito final.
"Isso é brilhante." Digo para ele, sentando em cima de um pilha de livros velhos.
"Obrigado, finalmente alguém que intende genialidade quando vê." Grita ele olhando para mim.
Todos os outros, ainda estão tensos comigo, menos a última que me conheceu, que agora está brincando com Druig.
Depois ele explicou como sera possível unir todos eles num link, a uni-mind, para isso eles vão ter que cancelar uma de suas habilidades para se tornarem pequeno geradores de energia cósmica e depois unir todos eles aumentando seus poderes para graus inimagináveis.
Finalmente, a ideia deles realmente mostrou ter chances de sucesso.
O problema veio depois, uma pequena briga para saber o que fazer depois que o Celestial dormir, já a uma chance que eles não vão consigam o manter assim por muito tempo, no final, todos se separaram, deixando Phastos, trabalhando na construção do aparelho.
Ele estava tão concentrado, que nem percebeu eu conectando Alice, aos sistemas do Domo.