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80% Reviver / Chapter 4: 4

Bab 4: 4

Os raios de sol entram pela janela de vidro da minha suíte e me fazem fechar os olhos com força para impedir a claridade de me "cegar". É quarta-feira. Meio da semana. E eu estou morrendo de preguiça de levantar pra dar aula depois da farra de ontem com Robert e... Qual mesmo o nome dela? Ah pouco importa, mas ainda posso ouvir seus gemidos no meu ouvido quando a levei para a água e depois para a areia da praia onde fodemos por várias horas.

"Bom dia Miami, 7:00 e vamos trazer a vocês o boletim do trânsito com meu colega Mar...".

Desligo o rádio e me levanto para mais um dia mesmo sem muito ânimo. Estou com uma dor de cabeça horrível graças à bebedeira de ontem. Vou para o banheiro e pego um analgésico em uma das gavetas. Olho-me no espelho e franzo a testa com a minha imagem. Estou um caos. Faço a barba e quando termino, entro na ducha e tomo um banho bem longo para deixar longe a cara horrível de ressaca que eu estou.

Após me vestir vou à cozinha e preparo meu café da manhã. Não fiz compras essa semana e minha geladeira está um tanto vazia. Sendo assim tomo apenas um copo de leite ao invés dos sucos que tanto gosto. Ás vezes fico alarmado com a quantidade de bobagens que as pessoas comem no meio da rua e com as porcarias que compram pra levar pra casa. Ugh! Só de pensar me dá um nó no estômago.

Meus colegas de trabalho e Robert vivem me dizendo que eu como igual a uma mulher, mas dá um tempo. Só porque eu sou homem não tenho direito a manter uma dieta saudável? Onde está a igualdade de gênero? Claro que nem sempre eu fui assim, mas aprendi a duras penas a valorizar a minha saúde e não vou colocá-la a prova novamente por coisas que não valem a pena.

Vou para a Universidade no meu Boxster branco que combina perfeitamente com meu look esportivo que decidi usar hoje. Oito horas em ponto estou na sala dos professores com meu notebook dando uma última olhada nas aulas de hoje. Quando estou me preparando para sair, Alex aparece com um sorriso no rosto sentando bem na minha frente na mesa de reuniões. Como sempre, ele me provoca. Que otário, cara. Quando ele vai aceitar que se eu trabalho aqui é porque mereço e consegui isso na metade do tempo que os outros conseguem? E como sou mesmo um cretino, eu jogo segundo minhas melhores cartas. Provocação em dobro.

— Olha, eu sei que minha presença na instituição incomoda você porque comigo aqui as "atenções" não são mais suas e eu entendo que sinta inferiorizado por causa disso. Mas qual é cara, não podemos deixar a rivalidade um pouco de lado?

Ele bufa de raiva e sai resmungando alguma coisa. Sorrio ainda mais com sua reação. Toma essa! Ninguém mandou você me provocar, agora aguenta, idiota.

Vou para a sala e a primeira metade da manhã passa rapidamente. De repente vem à minha mente uma bela garota de cabelos negros e olhos verdes esmeralda. Ellen. Mal posso esperar para tê-la em meus braços. O que tive na Casa da Rachel na segunda foi apenas uma pequena amostra do que está por vir. Ela é linda e de uma beleza inocente que me pegou de surpresa. Lembro-me que ela não vestia nada sexy quando a conheci e pego o celular para falar com Rachel sobre as necessidades da garota.

Peço que ela compre produtos de higiene pessoal e roupas para ela, mesmo sobre seus protestos. Não é certo não oferecer o mínimo de conforto para a garota que tem roubado meus pensamentos em momentos que eu não posso controlar e que eu vou corromper em breve.

Volto á sala para continuar as aulas e me desligo da sensualidade inocente de Ellen nesse tempo. Quando termino meu expediente vou ao meu restaurante favorito para almoçar. Joe's Stone serve os melhores frutos do mar que eu já comi e sempre que vou, preciso malhar como um condenado para queimar todas as calorias que eu consumo por lá. Por volta das duas eu vou para a clínica.

Tenho seis pacientes marcados e as sessões duram de 30 a 45 minutos. Encerro meu dia de trabalho lá pelas sete horas e chego em casa completamente exausto. Hoje o dia foi bem cansativo e tudo o que eu quero é um longo banho e ficar de bobeira até a hora de dormir. Resolvo ligar para Robert. Não tenho notícias dele desde ontem à noite.

Quando ele atende, conversamos um pouco e eu pergunto sobre sua esposa e como foi sua reação à sua volta bêbado pra casa. Ao mencionar o assunto, noto a mudança na sua voz e a tristeza dele transparece através do telefone. Escuto o som da televisão e não preciso perguntar pra saber que ele está assistindo Grey's Anatomy – série que é a cara dele. Após um tempo, e mais algumas palavras, – calculadas para que eu não revele nada do que sei – desligo o celular. Tenho que conversar com ele e contar tudo, mas vou vê-la primeiro. Ela não conta a ele o motivo de querer o divórcio, mas vamos ver se terá coragem de mentir na minha cara quando confrontá-la.

Ligo o aparelho de som e coloco Bullet for My Valentine pra tocar no aleatório. Vou até a adega e pego uma boa garrafa de Petrus. Herdei do meu pai o bom gosto por vinhos, uísque e conhaque. Tenho orgulho em dizer que minha adega tem as mais raras e caras bebidas que alguém pode querer. Vou para a varanda e me sento no balanço de frente para o mar.

Minha casa fica quase dentro da praia. Na verdade, tem uma rampa de acesso de madeira da varanda até a areia. Na parte de baixo, não existem paredes, a cozinha e a sala são unidas com um belo lustre no centro iluminando os dois espaços. A adega é grande e fica atrás de uma enorme porta de madeira em estilo medieval. Na parte de cima está apenas meu quarto e uma mini academia. Meu quarto é enorme e rústico. A cama fica de frente para o mar com janelas de vidro do chão ao teto na parede da frente. O banheiro tem a tradicional banheira e uma ducha. A vista da parte de cima é incrível. Durante o dia dá pra ver o horizonte azul além do mar e durante a noite o reflexo da lua é indescritível. A aurora e o crepúsculo são espetáculos à parte.

Ao som de uma boa música e com uma maravilhosa bebida, eu vejo o luar da minha varanda. Alguns barcos estão ancorados na marina ali perto e vejo meu iate de 45 pés com certa tristeza. Ele descansa tranquilo junto aos outros. Deve sentir minha falta já que há muito tempo eu não me dou ao luxo de desfrutar dele.

A lua está bonita e o céu cheio de estrelas e me pego pensando que ás vezes sinto falta de ter alguém com quem compartilhar esses momentos. Não, não Nicholas, não pode ir por esse caminho, meu subconsciente me lembra. É verdade. Eu já fui por esse caminho. Já sei como é e não quero voltar lá. Logo afasto esses pensamentos perturbadores. Não passarei por momentos como este nunca mais em minha vida.

Levanto-me, guardo o resto do vinho na geladeira e vou até a minha academia para deixar para lá pensamentos incômodos e calorias que consumi no Joe's na hora do almoço. Uma hora e meia depois caio duro na cama.

O dia seguinte se passa como o dia anterior e logo é sexta-feira. Fim de semana. Descanso. Sexo. Sexo com Ellen. Mal posso esperar para vê-la à noite. Ligo para Rachel pra saber como está minha garota e ela me fala que Ellen está muito bem, totalmente recuperada apenas com alguns hematomas, porém sem dores. Tento me concentrar nas aulas pela manhã e no trabalho á tarde, mas a ansiedade me consome. Preciso vê-la. Esperei por esse momento a semana inteira e agora finalmente chegou a hora. Mas antes disso tudo eu ainda tenho assuntos inacabados com uma certa vadia. Ligo pra ela e marco um almoço sob o pretexto de falar sobre o Robert.

Duas aulas depois, eu saio da Universidade e vou até o lugar marcado. Ela já está lá e sorri quando me vê. Está vestida com uma blusa estilo vestido creme, saltos Jimmy Choo e cheia de acessórios combinando. Robert nunca mediu esforços para dar a ela tudo que quisesse. Pedimos a comida e minutos depois nos é servida. Até agora ninguém falou nada.

Quando abro a boca para falar, jogo tudo o que eu vi na sua cara, interrompendo-a antes mesmo que ela dê desculpas esfarrapadas, mas ela se faz de ofendida e impulsos violentos vêm à minha mente por um breve momento. Agredir uma mulher é um erro irreparável, digno apenas dos piores covardes, mas juro que há certos momentos em que algumas... Melhor parar por aqui. Apenas falo a ela sobre minha intenção de contar tudo o que sei ao Robert, exigindo que ela seja ao menos decente e saia da vida dele sem machucá-lo ainda mais do que se machucará, mas a puta apenas ri na minha cara, dizendo que sabe o quanto o Robert a ama.

Maldita mulher. Porém é completamente verdade. Robert a ama demais. Se ele souber vai sofrer como um condenado e ela nem ao menos se importa. Como pode ficar junto com alguém por tanto tempo e não se importar em ferir desse jeito seus sentimentos? Simplesmente não entendo. Mas eu devo a ele a verdade. Tenho que contar tudo. Prefiro eu contar de forma amigável a esperar que ela fale toda venenosa ou mesmo que ele os flagre algum dia como eu fiz. Sua cara de desdém que me enche de nojo. Ponho meu celular no bolso da calça, deixo o dinheiro da conta e me levanto pra ir embora.

É difícil acreditar que a mulher do meu amigo acabou de dizer a mim as coisas que disse. Eu os vi se conhecer. Os vi namorando e ficando noivos. Os vi se casando. Vi Robert fazer planos para começar uma família com ela e agora a vejo trocar tudo isso por dinheiro e um maldito filho da puta qualquer sem se importar em magoar meu bom amigo no processo. Sim. São todas iguais. Mulheres são sempre mulheres. Frias e cruéis. Todas são. A melhor coisa que eu fiz por mim mesmo foi ter cortado os relacionamentos da minha vida para sempre. Preciso falar urgentemente com o Robert e contar a ele tudo que sei. Ligo para ele, mas ele informa que está de saída para Nova Iorque para uma conferência médica. Então ao invés de contar, deixo que ele desfrute de um fim de semana antes que parte da sua vida venha a baixo. E ele me incentiva a fazer o mesmo com a garota que tem estado na minha mente.

Em seguida, eu desligo o celular. Na segunda eu conto. Vou dar a ele esse tempo. E ele ainda está preocupado com o meu fim de semana. Robert sem dúvida é o melhor amigo que alguém pode ter. O único em quem eu confio perto de mim. Já fui danificado no passado por um grande amigo e foi o Robert quem me ajudou a passar por tudo. Ele é o cara. Vou fazer o que ele disse – aproveitar o fim de semana que eu tanto esperei e torcer pra que o mundo dele não se quebre tanto quanto o meu se quebrou uma vez.

Quando chego na frente da Casa de Rachel, estou nervoso como um adolescente. Checo mais uma vez meu visual no espelho do carro e entro. A música sensual que sempre toca aqui foi substituída por uma batida eletrônica de muito bom gosto. As moças da Casa logo vêm ao meu encontro me oferecendo bebidas e seus corpos. Mas hoje só há um corpo do qual eu quero desfrutar a noite toda.

Procuro por Rachel, mas não a encontro então resolvo ir até o bar e tomar alguma coisa para ir me esquentando. O movimento hoje está maior que o de costume. Normalmente os fins de semana são bem movimentados, mas hoje está muito, além disso.

— O de sempre Louis. — peço no bar.

— Claro, senhor Hoffman.

Em dois minutos sou servido com uma dose dupla de uísque. Tomo minha bebida prestando atenção nos homens ali, disputando a atenção das moças. Talvez hoje a demanda seja maior que a oferta. Sorrio pensando que Rachel deve estar louca com toda essa freguesia e nesse momento ela aparece do meu lado.

— Oi Nicholas. — ela parece bem preocupada — Não tenho uma boa notícia pra você.

— Do que você está falando? — peço sem me alterar, pois conhecendo Rachel, isso pode ser uma coisa grave ou simplesmente uma bobagem exagerada.

— É sobre Ellen. — ela diz e eu, preocupado,  dou um pulo da cadeira na mesma hora.

— O que tem ela? — não consigo esconder a ansiedade na minha voz.

— Ela foi embora.

— Embora? — grito — Como assim foi embora?

— Procurei com algumas das minhas meninas por toda a casa e não a achamos. Eu já estava indo ligar pra você quando uma das garotas achou uma coisa que ela deixou para você.

Rachel me entrega um papel com meu nome escrito nele. Cheira a perfume de mulher e está dobrado no formato de um papel de carta. Pego de suas mãos, exasperado, e abro. Rachel se afasta para que eu tenha privacidade e eu me sento de volta no banquinho do bar. Começo a ler.

"Nicholas,

Agradeço por ter cuidado de mim essa semana e ter se preocupado comigo o suficiente para me respeitar quando nos conhecemos. Não pude ficar para dar a você o que você espera de mim porque não sou o que você pensa que eu sou. Poderia ter te contado logo, mas a verdade é que precisava de tudo o que fez por mim e possivelmente você não teria feito se soubesse. Não nos veremos mais e por isso quero me desculpar por ter usado você para conseguir o queria sem te dar nada em troca.

Com toda minha gratidão, Ellen "

Leio a carta umas cinco vezes querendo que não seja verdade. Que ela esteja ainda aqui. Que Rachel venha até mim dizendo que tudo é uma brincadeira e que ela está no quarto esperando por mim. Passei a semana toda esperando por essa noite para finalmente tê-la e ela não está aqui. Estou decepcionado. Meu desejo por essa menina parece ter subido às raias da loucura. Já a desejava antes, mas depois dessa carta, do seu comportamento, dessa noite, estou ardendo em chamas.

Levanto-me e subo até o quarto onde ela estava ficando e entro sem cerimônia. Uma das garotas está lá.

— Quem é você? — pergunto emburrado.

— Ângela.

— O que esta fazendo aqui? — minha voz é gelada.

— Arrumando o quarto. Tenho trabalho a fazer daqui a pouco.

Olho para baixo. O quarto não tem a mesma energia que tinha quando estivesse aqui no início da semana. Claramente ela não está mais aqui. A moça se aproxima de mim e parece querer falar alguma coisa, mas está relutante.

— Olha gato, — ela fala afinal — fui eu quem encontrei a Ellen e a trouxe pra cá. Ela praticamente só falava comigo, mas eu não sei dizer por que ela partiu.

Olho pra ela e por um minuto sinto inveja por ela ter ficado tanto tempo perto da Ellen e eu não estive aqui para vê-la nem ao menos uma vez.

— Hoje de manhã eu falei com ela e ela parecia bem.

— Ela nunca mencionou algo que pudesse fazer você suspeitar que ela não quisesse estar aqui? Nada que possa ter dado a entender isso?

— Não. Na verdade, — ela franze a testa parecendo estar lembrando-se de alguma coisa — uma vez ela me disse que não era como nós. Não entrou em detalhes e eu não insisti.

— O que ela quis dizer? — peço distraído.

— Talvez que ela não fosse prostituta. — ela ri, dando de ombros.

É. Mas então porque aceitou ficar aqui? Sei que ela não tinha pra onde ir, mas, esse seria um preço bem alto. Se prostituir pra se manter? Nunca pensei muito sobre essas coisas. O que leva uma mulher a vender seu corpo? Desejo? Pobreza? Burrice? Tudo o que eu sempre quis saber é que quando eu quisesse uma mulher, ela estaria aqui pra mim.

Ellen me disse na carta que me usou, e isso é verdade, talvez a prostituição fosse sua última saída e de alguma forma eu a poupei disso. Por dentro fico feliz por ela, mas por fora estou um tanto triste. Acho que sem essa Casa, eu não a verei mais. Não sei nada sobre ela nem ao menos por onde começar a procurá-la caso eu quisesse fazer isso. Cuidado com esse caminho, Nick.

— Pense bem, — a moça me puxa de volta ao quarto — se foi isso que ela quis dizer, deve ter sido bom pra ela você ter dado todo esse dinheiro e tempo pra ela se curar sem nada em troca. Você a salvou dessa vida.

Olho bem sério para ela e concordo. O único problema é todo esse desejo sexual não liberado que eu tenho por Ellen. Isso está me matando aqui. A moça se aproxima.

— Dá pra ver que você queria muito vê-la hoje à noite.

— Como sabe?

— Bem... seu pau está quase rasgando a sua calça e ela nem está aqui. — ela aponta para minha ereção.

Estou com ela desde que entrei e ainda não diminuiu, ao contrário, parece ter crescido mais com os acontecimentos.

— Se você estiver de acordo eu posso dar um jeito nela. Não sou a Ellen, mas sou muito boa no que eu faço e posso te ajudar.

Penso um pouco. Talvez uma boa sessão de sexo selvagem possa tirar Ellen da minha mente e fazer meu desejo aplacar.

— Por que não? — avanço para ela — Espero que você aguente coisas brutais.

Acordo no sábado depois das onze da manhã. Além da garota no quarto da Ellen, transei com outras três até de madrugada. Estou exausto então continuo deitado na cama por vários minutos até decidir ir tomar banho.

No chuveiro, uma onda de desejo me invade. Fecho os olhos brevemente e tenho a visão de uma garota de pele branca, com cabelos negros e olhos verdes esmeralda. Completamente nua. Sem nem me dar conta, eu levo uma das minhas mãos ao meu pau e começo a me masturbar. Caralho. Não faço isso há pelo menos cinco anos. Nunca precisei, sempre tive meu desejo sexual controlado desde que adotei minha filosofia de vida. Nunca me faltaram mulheres. A toda hora, sempre que eu queria. Meus movimentos são rápidos refletindo minha vontade e em um instante eu gozo, salpicando sêmen na parede. Parece que uma só não é suficiente então começo tudo de novo.

É meio-dia quando estou indo almoçar em um restaurante italiano. Preciso de massa para repor as energias que gastei ontem à noite e hoje pela manhã. Há tempos não toco uma e hoje foram três no chuveiro. O que essa menina está fazendo comigo? Quando me sento, vejo uma ruiva entrar pela porta e pegar uma mesa perto da janela. É a secretária do Charlie. Ela está com um vestidinho estampado bem curto e salto bem alto. Parece comestível. Um garçom pega meu pedido e trás em alguns minutos. Como a observando, e quando ela acaba e está prestes a sair eu pulo da cadeira e a alcanço.

— Oi. — Qual o nome dela? Qual o nome dela? Qual o nome dela?

— Oi Nicholas. — ela sorri — Estava pensando em quando iria te ver de novo.

— Estive ocupado esses dias. — dou meu melhor sorriso — O que vai fazer agora?

— Tenho umas coisas do trabalho para pôr em ordem para o senhor Charlie.

— Ah, claro. — O que fazer? — Eu não deveria dizer isso, mas... o que acha de sairmos um pouco agora, e nos divertirmos?

— Você quer dizer agora, agora? — ela me olha meio surpresa.

— Pois é. Eu estava ali na outra mesa te olhando e fiquei excitado demais com você nesse vestidinho, nesses saltos. O que me diz?

— Digo que não tenho muito tempo.

— Ótimo. Não precisa demorar muito. Podemos ir ao meu carro e...

— O que está pensando? — ela me interrompe com a testa bem franzida e uma cara nada agradável — Não sou apenas um sexo rápido e fácil.

Droga! Eu realmente fui meio sem noção agora. Abordagem errada. Essa garota virgem está fazendo meus parafusos loucos dentro da minha cabeça.

— Me desculpa... — Qual o nome dela?

—Olha, Nicholas, estou com pressa agora. — diz, se preparando pra ir embora.

— Tudo bem. Eu...

— Nicholas, realmente essa não era a forma que eu imaginei que você chegaria a mim depois do que aconteceu. Não esperava que me tratasse como namorada nem nada, mas pelo menos que tivesse um pouco de consideração e não que me abordasse na hora do meu almoço apenas para aliviar a tensão com uma trepada insignificante.  — ela para antes de sair e me olha bem feio. Oh! Ela tinha expectativas. Mas acho que fui um cretino agora.

Não respondo. Ela sai pisando duro na calçada e eu acho que deve ter sido melhor assim. Com algumas mulheres dá pra sair até duas vezes, mas com algumas... Na minha regra de três, essa faz parte das que só se come uma vez. Ainda estou muito excitado e nem é por causa dela, mas preciso aliviar isso. Uma garçonete do lugar passa por mim com um risinho no rosto que eu sei reconhecer muito bem. Vou atrás.

Já passa das sete da noite quando ligo para Robert na conferência de médicos onde ele está. Ele não atende a primeira chamada então ligo novamente. Mais uma vez sem resposta. Resolvo ligar mais tarde e aproveito pra ligar para Rachel pra me acertar sobre o pagamento referente à Ellen. Inicialmente, ela entende mal minha ligação a uma hora dessas, – Oh céus, quando vou ter uma mulher que não espere nada de mim? – mas logo que eu explico tudo, ela se irrita e nossa conversa é curta. Ela informa que terá a soma total dos gastos da Ellen amanhã e que me ligará de volta.

Desligo e tento mais uma vez o Robert. Nenhuma resposta. Acho que estou sendo um incômodo. Ele deve estar bem ocupado e eu aqui enchendo o saco. Estou com tanto tédio. Ainda não são oito da noite e eu não tenho nada pra fazer. Porra é sábado. Eu deveria estar com uma gata ou duas por aí, mas ao invés disso estou em casa morto de tédio e sem a menor vontade de sair, o que é pior. Restrinjo-me a ver televisão ou acessar a internet, vendo antigos colegas que encontraram o amor. Grande piada. Essa coisa de amor é perda de tempo e um infortúnio. Ou talvez ele exista mesmo, mas não é pra mim. Por um instante sinto nostalgia pela época do colégio, onde a vida era bem menos preocupante. Mas lembranças do colégio sempre acabam naquele fatídico dia em que minha vida mudou então disperso esses pensamentos.

—Isso... mais, Nicholas... mais.

— Gosta assim? Gosta do jeito que estou fodendo você?

A garota não responde, apenas geme. Geme enlouquecida com o sexo que estamos fazendo. É maravilhoso. É quente. Ela é tão gostosa.

— Aaaaaaah. — ela grita quando coloco a boca no seu mamilo.

Que gosto bom ela tem. Pode ser comparada com a iguaria mais rara do mundo. Estou quase tendo uma convulsão de tanto prazer que estou sentindo. Não me lembro de ter sentido tanto tesão e tanto desejo na minha vida. Ela está me matando.

— Você é tão gostosa. Eu quero você para sempre.

Todo esse prazer está afetando minha cabeça. Eu nunca digo esse tipo de coisa para alguém porque não é verdade, mas... Talvez com essa mulher eu queira. Talvez eu possa ficar com ela pra sempre. Talvez...

— Não pare... por favor... não pare.

Não garota eu não vou parar. Não com você. Eu quero você. Preciso ver você. Seu rosto. Olho pra ela e vejo seus cabelos pretos espalhados no colchão, seus olhos verdes olhando em êxtase pra mim, sua boca aberta em puro prazer. É um rosto conhecido. É ela. É Ellen. Por ela eu posso tentar. Continuo com meus movimentos, sendo envolvido por ela, por seus gemidos, por suas mãos no meu corpo e gozo de maneira gloriosa olhando bem dentro dos olhos dela desejando que esse momento dure e que ela nunca vá embora.

Acordo em um solavanco com o coração acelerado. Porra foi um sonho erótico. A porra de um sonho me fez acordar. E pior... As coisas que aconteceram no sonho foram contra tudo que eu quero pra mim. Que porra está acontecendo comigo? Sento-me, passo as mãos no rosto e olho o relógio. São quatro da manhã. Merda. Preciso dormir.

Deito-me novamente e tento a todo custo cair no sono novamente.  Pffff. Totalmente em vão. Eu tenho um sono um tanto leve e irregular, depois de acordar uma vez no meio da noite, dificilmente volto a dormir.  Amanhece eu não preguei mais o olho de jeito nenhum. Agora estou de completo mau humor e coitado daquele que se aproximar de mim hoje.

Ás dez da manhã meu humor ainda não melhorou, ao contrário, só ficou pior. Recebo uma ligação e atendo sem olhar o número. Sou grosso e bastante ríspido com a pessoa do outro lado e me xingo por dentro quando percebo que é a recepcionista da ONG onde eu trabalho nos fins de semana perguntando sobre minhas ausências de hoje e ontem. Porra.

Não compareci porque passei a madrugada de sábado quase toda transando e não dormi direto, e essa madrugada tive a porra de um sonho que me acordou no meio da noite e não me deixou dormir mais. E a culpa de tudo isso é de quem? Dela. A menina que dominou meu desejo me deixando devasso ao extremo no sábado e que dominou meus sonhos me deixando indisposto hoje. Ellen. A culpa é de Ellen.

Para aliviar o estresse, resolvo correr um pouco. Facilmente eu faço pelo menos quatro quilômetros pensando no que aconteceu nesse fim de semana. Eu nunca faltei a um único dia na ONG depois que comecei, nunca me masturbei por uma garota depois que comecei com a minha vida sem relacionamentos, e com certeza nunca tive um sonho erótico tão intenso e com pensamentos tão perturbadores.

Essa menina nem entrou na minha vida e já está me colocando de cabeça pra baixo. Está revirando tudo o que esteve muito bem guardado por anos. Isso não é típico de mim. Eu não sou assim. Não posso e nem quero ser assim. Tenho que colocar um basta. Pelo menos se eu soubesse o motivo dela estar, por falta de um termo melhor, tão pregada em mim. Talvez eu até saiba. Eu a desejo. Eu a desejo muito. É isso. Eu a desejei desde que Rachel me falou sobre ela uma semana atrás. Mas o desejo pode vir acompanhado por algo que eu não quero mais em minha vida. Não vale a pena. Uma coisa é eu estar sonhando e pensando bobagens sem o menor controle sobre meu subconsciente e outra coisa é eu estar acordado e saber o que quero da minha vida e não aceitar essas idiotices de bom grado.

Eu não quero isso. Eu não a quero. Eu não a quero. Eu não a quero. Repito esse mantra pra mim durante todo o percurso querendo me convencer disso e acho que consigo.

Às três da tarde eu vou até a Casa da Rachel e acerto com ela o que devo pela "estadia" de Ellen e pela noite de sábado. Volto para casa pra preparar as aulas do dia seguinte e passo bastante tempo nisso. Ligo para o Rob e continuo sem resposta. Ok, estou um pouco preocupado agora. Liguei várias vezes e ele não atendeu, mas eu não deixei mensagem de voz, dessa vez eu deixo.

— Oi Rob, está tudo bem? Estou te ligando várias vezes e você não me atende. Estou preocupado, me liga.

As aulas da segunda são como todos os dias. Os alunos empolgados com a matéria que estou dando e eu satisfeito por estar fazendo o que eu gosto. Na hora do almoço, quando saio da Universidade, Rob está sorrindo e esperando na frente do meu carro.

— Oi sumido. Estive preocupado com você esse fim de semana. — eu falo destravando as portas com o controle automático.

— Jura? — ele brinca — Achei que estaria mais preocupado com o tamanho do sutiã daquela moça lá na Rachel.

— Isso é assunto pra depois do almoço. Suponho que foi pra isso que veio, pra almoçarmos juntos, não?

— Claro que sim, mas quero ir falando com você enquanto dirige.

Rimos um para o outro e entramos no carro. No caminho para o restaurante, eu conto a ele tudo o que aconteceu esse fim de semana comigo. Desde a fuga de Ellen até o fim da noite de ontem sozinho na minha casa. Ele tira o maior sarro da minha cara por causa das minhas sessões de orgasmos solitário. Ele – com razão – diz que nunca mais me viu assim, insinuando coisas do passado, mas eu não dou trela pra ela e digo que não quero passar nunca mais na minha vida pelo que um dia eu passei. Depois permanecemos calados até o restaurante favorito dele que escolhi para comermos porque queria um lugar legal pra contar a ele sobre Janeth. Pedimos a comida e comemos mais da metade em completo silêncio.

— Rob — eu o quebro — eu não sei bem como fazer isso, nem sei se é o certo, mas... — ele para de comer e olha pra mim esperando que eu termine — Eu tenho que te contar uma coisa sobre a Janeth que eu não sei se você...

— Pode parar... — ele me corta — Eu já sei de tudo.

Franzo a testa e fico mudo. Acho que engoli a língua junto com a comida porque não consigo pronunciar uma palavra. Ele vê minha cara e começa rir, sem entender o motivo de tanta graça começo a rir também.

— Qual o motivo do riso Rob? E como assim você sabe de tudo?

— Não sou idiota, Nicholas. Eu imaginei algo assim depois daquela nossa noite com aquela sua amiga.

— Não entendi.

— Você pode ser um canalha com todas as mulheres, mas nunca me puxou pra essa vida. Você nunca me incentivou a trair a Janeth. Nunca. Nenhuma vez, e naquele dia você estava me jogando pra cima daquela mulher. — ele volta a comer — Aí eu suspeitei de tudo e comecei a ir atrás. E como diz o ditado, quem procura acha.

— Mas eu poderia estar te jogando pra cima da mulher porque você está se divorciando.

— Não. — ele fala complacente — Você não faria isso se não achasse que a Janeth merecia. Sei que gostava dela por ser minha esposa então você não me levaria a acreditar que ela merecia uma traição se já não tivesse traído antes.

É verdade. Apesar de achar um erro ele ter casado, eu não era cego pra não ver que ele era feliz e só isso já era motivo o bastante pra gostar da Janeth. Mas ao ver que ela estava traindo meu melhor amigo, evidentemente fiquei louco de raiva.

— Além do mais, — ele continua — não caí na história de "eu estava na casa de uma amiga" que ela me contou no dia seguinte. Assim, eu a segui no outro dia e acabei vendo o que eu não queria ver, mas tinha certeza que veria.

— Porque você não me contou?

— Não era uma conversa que alguém gostaria de ter com um amigo. Sabia que seria difícil pra você me contar e quis evitar. Eu vi hoje que estava certo. Você ficou nervoso o almoço inteiro e quando decidiu falar eu vi que parecia que estava com dor.

— Não é uma coisa fácil de lidar. Você é meu melhor amigo.

— Não. Não é não. Mas obrigado pela intenção, você é um amigo e tanto Nicholas.

Por um lado fico feliz por não ter que contar, mas por outro fico muito triste porque ele teve que lidar com isso sozinho. E eu aqui achando que tive um final de semana ruim... Ele deve ter passado o inferno na convenção em que estava.

— Me desculpe por ficar ligando Rob, é que eu estava preocupado com você, mas eu sou um mala eu sei. Você devia estar querendo ficar sozinho e eu incomodando. Você fez bem em não atender.

— Nick meu garoto, eu não atendi porque estava querendo ficar sozinho, ao contrário, eu não atendi porque estava muito bem acompanhado.

— O quê? — perguntei espantado.

—Exatamente o que ouviu.

— Espera aí, não entendi. Como assim muito bem acompanhado. — ele levanta uma sobrancelha sarcástica pra mim e essa é a minha vez de ficar embasbacado. — Não acredito.

— Pois pode acreditar Nick. Fiquei bem ocupado esse fim de semana. Conheci uma médica lá que me fez rever o estudo do corpo humano.

Não seguro o riso. É bom saber que Robert está bem. Na verdade melhor do que eu imaginava. Queria ser uma mosca pra ver esse fim de semana dele em Nova Iorque.

— E eu aqui pensando que você estava na pior. — eu brinco — Fiquei me sentindo mal por achar que meus problemas eram maiores que os seus, mas eles realmente são, não é mesmo?

— Parece que sim. — o bastardo sorri — Então me fala aí, como vai resolver isso?

— Não tem nada pra resolver. Ontem fui lá na Rachel, paguei as contas dela e encerrei esse assunto, até porque como ela mesmo disse, eu provavelmente nunca mais a verei.

Palavras dela que na hora achei ruins, mas não parecem tão ruins agora. Pra mudar o foco da conversa da minha vida... – amorosa? Não, sexual – pergunto a ele sobre a Janeth e ele diz que dará o divórcio a ela com todas as exigências que a vadia fez, mesmo podendo deixa-la sem nada por ter sido traído, mas apenas para se ver livre de uma vez. Por um instante, sinto inveja dele por ter se controlado tanto e não ter sucumbido a um coração partido. Gostaria de ter sido mais forte. Brindo a ele e terminamos de almoçar antes de voltar às nossas vidas.

O resto da semana se passa bem rápido. O fim dessa semana é bem melhor que o passado. Aproveito todas as noites e durante o dia volto à ONG. A semana seguinte a essa vem e se vai da mesma forma. Robert e eu temos saído juntos para curtir a vida e pelo que ele tem me falado, Janeth está em um lugar muito bem guardado e trancado dentro dele. A mesma rotina toma meus dias, e eu de certa forma me sinto satisfeito com tudo, embora... Embora eu tenha o sentimento de que falta algo em mim que não sei bem o que é e nem como explicar. Parece que eu tenho um vazio. Um frio que eu nunca senti antes. Algo dentro de mim simplesmente mudou e bem lá no fundo eu sei o que está causando isso, mas sempre que me pego pensando "na causa", eu me distraio com algo, ou melhor, com alguém.

Quinze dias depois, eu estou me preparando pra ir à Casa de Rachel. Ela me disse que uma mulher que veio de Los Angeles seria uma boa diversão e eu de cara aceito. No caminho, eu paro em um sinal e fico observando o movimento em volta. Deve ser quase oito horas da noite e vejo muitas pessoas entrando em suas casas para aproveitar o calor do seu lar em uma noite de sexta, mas também vejo casais lotando restaurantes e bares, e estudantes que comemoram o fim de mais uma semana de aulas.

Não sei bem o motivo, talvez porque o vulto se move um pouco rápido, eu olho para um beco e vejo uma figura feminina caindo no chão com um cobertor por cima do seu corpo pra se proteger do frio da noite.

De longe eu não consigo ver direito, mas a figura parece ferida. Eu entro à direita exatamente onde fica o beco e ao passar bem perto do vulto que eu vi de longe, eu posso ver de quem se trata.

É Ellen. E ela realmente está ferida.


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