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10% Rebirth - O Despertar / Chapter 5: As Férias de Verão

Bab 5: As Férias de Verão

O professor estava à frente da sala, com um raro sorriso relaxado no rosto. Ele bateu palmas uma vez, o som ecoando pelas paredes, e a sala caiu em silêncio, todos atentos.

— Parabéns, turma. Vocês sobreviveram às provas finais. — Sua voz carregava um tom de humor que arrancou alguns sorrisos. — Agora, como sabem, as férias de verão estão prestes a começar. Um tempo para descansar, se divertir… e, claro, fazer o trabalho de casa das férias.

Um gemido coletivo percorreu a sala, mas foi rapidamente abafado pela animação que pairava no ar. A simples menção das férias parecia iluminar o ambiente.

— Eu sei, eu sei. Não é o que vocês queriam ouvir, mas lembrem-se de que o próximo semestre é tão importante quanto o que acabaram de concluir — continuou o professor, levantando um dedo como se quisesse enfatizar o ponto. — Então aproveitem o verão, mas não deixem os estudos de lado.

Com essas palavras, ele fez um aceno breve e nos dispensou. O som de cadeiras sendo arrastadas e mochilas sendo fechadas tomou conta da sala, enquanto conversas animadas explodiam de todos os cantos.

O peso das provas havia desaparecido, substituído por uma sensação de alívio e expectativa. Os corredores da escola estavam mais movimentados do que o normal, com vozes ecoando e grupos de alunos discutindo seus planos para as férias.

Enquanto guardávamos nossos materiais nos armários, Seiji, como sempre, foi o primeiro a puxar conversa.

— Então, Shin, o que você vai fazer nas férias? — perguntou, o tom leve, mas com a energia de alguém já planejando mil coisas.

Fechei a porta do armário e dei de ombros.

— Ainda não sei. Talvez só descansar… jogar um pouco.

Seiji ergueu uma sobrancelha, como se a ideia de não ter um plano fosse um crime.

— Só isso? Cara, você precisa fazer alguma coisa épica. Eu, por exemplo, tô pensando em melhorar minhas habilidades no futebol. — Ele cruzou os braços com uma expressão de determinação que só ele conseguia fazer parecer genuína. — Talvez consiga convencer meu pai a me levar para um acampamento de treinamento. Imagina só: eu, no topo do ranking quando voltarmos.

— Ou só com o mesmo péssimo chute de sempre — brinquei, não resistindo.

— Ei! Cuidado, Shin. Quando eu for famoso, você vai implorar por um autógrafo. — Ele riu, apontando para mim como se estivesse fazendo uma promessa.

Rintarou, que ouvia em silêncio enquanto organizava seus próprios livros, fechou o armário e nos olhou de lado.

— E você, Rintarou? Algum plano? — perguntei, curioso.

Ele deu de ombros, com seu jeito sempre tranquilo.

— Vou estudar um pouco. As provas finais podem ter acabado, mas ainda tem muita coisa para revisar. — Ele fez uma pausa, um leve sorriso surgindo. — Mas também quero aproveitar o tempo livre para ler. Tem alguns livros que estão na minha lista há meses.

— Claro, algo muito "típico" de você — provocou Seiji, com um sorriso de canto. — Enquanto eu vou estar correndo pelos campos, você vai estar enterrado nos seus livros.

Rintarou riu baixinho, sem parecer ofendido.

— E, mesmo assim, vou estar mais preparado do que você quando o próximo semestre começar.

— Ouch! Essa foi direta! — brinquei, e Seiji balançou a cabeça, fingindo estar ofendido.

Enquanto saíamos da escola, avistei Yuki conversando com algumas amigas. Parecia aliviada, mas ainda mantinha a postura séria e focada. Não pude deixar de pensar na conversa que tivemos na biblioteca sobre a pressão familiar. Decidi que durante as férias tentaria me aproximar dela. Talvez pudéssemos nos conhecer melhor e aliviar um pouco daquela tensão que ela carregava.

— Ei, vamos comemorar o início das férias de verão? — sugeriu Seiji, quebrando meus pensamentos com seu tom sempre animado. — Que tal um sorvete? Eu pago!

— Ah, claro que você paga, Seiji — retrucou Rintarou com um sorriso de canto. — Até parece.

— Ei, tô só tentando ser generoso aqui! — Seiji resmungou, mas logo riu, dando de ombros. — De qualquer forma, vai ser por minha conta, talvez. Quem tá dentro?

— Acho uma boa ideia — concordei, aproveitando o convite para espantar os pensamentos sobre as provas.

— Bora. — Rintarou assentiu, e seguimos juntos pela rua.

No caminho, encontramos alguns colegas de classe. Mai e Akira, que haviam estudado conosco durante as provas, se juntaram ao grupo.

— E aí, como foram nas provas? — perguntou Mai, a voz tímida, mas curiosa, enquanto olhava para cada um de nós.

— Acho que me saí bem, pelo menos na maioria das matérias — respondeu Akira, sempre otimista, com um sorriso fácil. — E você, Mai?

— Fiz o meu melhor. — Ela deu um sorriso pequeno e modesto, mas que parecia carregado de alívio.

— Tenho certeza de que todos nos saímos bem — disse Rintarou, sempre tranquilo, tentando aliviar qualquer tensão restante.

Seiji, por sua vez, não perdeu a oportunidade de cutucar.

— E o Takeshi? Não vi ele nem perto da sala hoje. Não me diga que ele…? — Ele deixou a frase no ar, claramente já prevendo a resposta.

Akira suspirou, dando de ombros.

— Pois é, ele ficou de recuperação em Matemática. Vai ter aulas extras nas férias, mas disse que vai tentar se encontrar com a gente quando puder.

— Parece coisa do Takeshi mesmo — Seiji comentou com um sorriso irônico, mas não havia malícia em seu tom.

A conversa continuou leve enquanto chegávamos à sorveteria. O lugar estava mais cheio do que o normal, mas conseguimos uma mesa perto da janela, onde a brisa do início do verão ajudava a aliviar o calor.

Entre colheres de sorvete e risadas, o clima descontraído fez com que o peso das provas parecesse algo distante. Falamos sobre tudo: as perguntas mais difíceis, os palpites para as notas e até planos para as férias. Era bom ver todos relaxados e sorrindo, como se o esforço das últimas semanas tivesse finalmente valido a pena.

Seiji, claro, encontrou um jeito de animar ainda mais o grupo, compartilhando uma de suas histórias exageradas sobre como quase "salvou o dia" durante as provas ao descobrir um método único — mas totalmente errado — para resolver uma questão.

— Então você basicamente inventou uma nova fórmula que não existe? — perguntou Rintarou, erguendo uma sobrancelha.

— Ei, ainda acho que devia valer pontos pela criatividade! — Seiji retrucou, arrancando risadas de todos na mesa.

Enquanto a conversa fluía, meu olhar vagou pela janela, onde o sol brilhava alto, marcando o início do verão. Era um momento simples, mas cheio de vida, o tipo de memória que eu sabia que iria guardar.

E, em algum lugar da minha mente, ainda pensava em Yuki. Talvez essas férias fossem uma boa oportunidade para não só descansar, mas também me aproximar das pessoas importantes ao meu redor.

Nos dias seguintes, decidi aproveitar para relaxar. Joguei alguns jogos, assisti a episódios de animes que estavam acumulados, e passei mais tempo com minha família. Minha mãe parecia aliviada ao me ver finalmente mais tranquilo, e Hana, minha irmãzinha, estava sempre por perto, mostrando seus desenhos ou me arrastando para ajudá-la em algum projeto mirabolante.

Certa manhã, enquanto eu estava no quarto, perdido em um jogo, ouvi batidas leves na porta.

— Shin, tem uma carta pra você. — A voz da minha mãe veio do outro lado.

Ela entrou, entregando-me um envelope. Havia algo na caligrafia do remetente que despertou minha curiosidade. Abri o envelope, rasgando a aba com cuidado, e meus olhos se arregalaram ao ver o conteúdo. Era um convite para um festival de verão na cidade vizinha.

O papel, decorado com imagens de fogos de artifício e lanternas, transmitia uma sensação de alegria e expectativa. Era o tipo de evento que prometia quebrar a rotina de maneira encantadora.

Minha primeira reação foi pegar o celular e ligar para Seiji e Rintarou.

— Ei, vocês receberam o convite para o festival de verão? — perguntei, sem conseguir conter a animação.

— Recebi sim! — respondeu Seiji, com o entusiasmo de sempre. — É claro que vamos, né?

— Com certeza — acrescentou Rintarou, em seu tom calmo, mas claramente interessado. — Vai ser bom sair um pouco.

Marcamos de nos encontrar no dia do festival, e conforme os dias passaram, a expectativa cresceu. Quando o momento finalmente chegou, todos estávamos prontos, cada um trazendo sua própria dose de animação.

O festival era tudo o que eu esperava e mais. O local estava repleto de barracas de comida com aromas irresistíveis, jogos e atividades tradicionais que traziam um charme nostálgico, e pessoas sorrindo por todos os lados. Lanternas coloridas balançavam suavemente no ar, iluminando os caminhos com um brilho acolhedor, enquanto uma música alegre tocava ao fundo, envolvendo o ambiente em uma atmosfera mágica.

Era como se, por uma noite, o mundo tivesse desacelerado, permitindo que nos conectássemos com algo mais simples e vibrante.

Enquanto caminhávamos pelo festival, o som suave das risadas e o brilho quente das lanternas criavam um cenário acolhedor. Foi quando meus olhos a encontraram: Yuki, parada ao lado de uma mulher mais velha, que deduzi ser sua mãe. Ela parecia um pouco tensa, mas o sorriso que ofereceu ao me ver suavizou sua expressão.

— Olá, Shin — disse ela, acenando com uma mão leve, enquanto segurava algo com a outra.

— Oi, Yuki. — Respondi, retribuindo o aceno. — Você também foi convidada para o festival?

— Fui, sim. — Ela deu um pequeno sorriso e fez um gesto em direção à mulher ao seu lado. — Decidi vir com minha mãe. Meu pai e meus irmãos estavam ocupados hoje.

— Ah, entendi. — Assenti, olhando para a multidão ao redor. — E tá gostando do festival?

— Um pouco. — Seus olhos desviaram brevemente para a mãe, como se verificasse algo. — E você?

— Tô aproveitando com os meus amigos. — Apontei para Seiji e Rintarou, que estavam um pouco mais adiante, discutindo animadamente sobre algum jogo que queriam tentar.

— Isso é bom. — Ela sorriu, mas havia uma suavidade em sua expressão que não combinava com a alegria do momento. Algo parecia prendê-la, como se não estivesse completamente à vontade.

Hesitei por um momento antes de falar, escolhendo as palavras com cuidado.

— Se quiser, pode se juntar a gente. — Tentei soar casual, mas a oferta saiu com um toque de esperança.

Ela olhou para a mãe, que parecia concentrada em outra coisa, e depois voltou para mim com um sorriso educado.

— Eu adoraria, mas minha mãe prefere que a gente aproveite juntas.

— Ah… claro, entendo. — Fiz um esforço para esconder a pontada de decepção, balançando a cabeça em concordância. — Então… nos vemos por aí.

— Com certeza. — Ela sorriu de novo, mas a tensão ainda estava lá, escondida por trás daquele brilho discreto.

Enquanto me afastava, não pude deixar de lançar um último olhar na direção dela. Sob a luz suave das lanternas, Yuki parecia quase etérea, como se fosse parte daquele cenário mágico. O kimono que usava realçava sua figura delicada, e o reflexo dourado do festival dançava em seus olhos.

Mesmo no meio de toda a agitação, aquela imagem dela ficou gravada em minha mente, como um fragmento de um sonho que eu sabia que nunca esqueceria.

Nos separamos, e continuei aproveitando o festival com meus amigos. Entre risadas e conversas descontraídas, provamos as comidas típicas, testamos nossas habilidades em jogos e nos deixamos envolver pela atmosfera mágica do evento.

Quando a noite chegou ao fim, os fogos de artifício explodiram no céu, iluminando tudo com cores vibrantes. Era um espetáculo tão deslumbrante que, por um momento, todos ficamos em silêncio, apenas admirando.

Nos dias que se seguiram, algo mudou em mim. As conversas na biblioteca, o tempo estudando com Yuki e os momentos ao lado dos meus amigos começaram a plantar uma semente de reflexão. Qual era o meu futuro? Quais eram as minhas ambições? Até aquele momento, parecia que eu estava apenas seguindo o fluxo, sem nunca realmente decidir um rumo.

Um dia, decidi ir à biblioteca. Não apenas para ler, mas com a esperança de encontrar Yuki novamente. Havia algo na tranquilidade dela, no jeito como estava sempre imersa nos livros, que me fazia querer entender mais sobre quem ela era.

Para minha sorte, lá estava ela, sentada em sua mesa de sempre, rodeada por livros e totalmente concentrada.

Escolhi uma mesa próxima e comecei a ler um livro de inglês, mas, à medida que avançava, uma dúvida começou a me incomodar. Depois de hesitar um pouco, me levantei e fui até ela.

— Yuki, será que você pode me ajudar com isso? — perguntei, mostrando-lhe a página.

Ela ergueu o olhar, e um sorriso gentil surgiu em seu rosto.

— Claro, me mostre. — Sua voz, calma e atenciosa, imediatamente me deixou mais à vontade.

Ela começou a explicar, paciente e detalhada, guiando-me pelas linhas do texto. Eu ouvia cada palavra, admirado com a facilidade com que ela tornava as coisas mais claras.

— Obrigado, Yuki. Sério, você é incrível nisso — falei, sem conseguir conter o elogio.

Ela desviou o olhar por um momento, parecendo um pouco tímida, mas logo sorriu novamente.

— Obrigada… mas acho que você está se saindo bem também.

Depois disso, voltamos a estudar, o silêncio preenchido apenas pelo som das páginas sendo viradas. Mas, de alguma forma, aquele silêncio parecia diferente, mais confortável. Era como se, aos poucos, eu estivesse começando a conhecer a verdadeira Yuki. E, ao fazer isso, algo dentro de mim despertava.

Enquanto as férias de verão se desenrolavam, percebi que elas seriam mais do que apenas um período de festas e descanso. Estava começando a sentir um novo propósito se formar, uma vontade de melhorar, de buscar algo maior.

Talvez fosse o início de algo que me ajudaria a encontrar o meu caminho.


PERTIMBANGAN PENCIPTA
Karpa Karpa

As tão sonhadas férias de verão finalmente chegaram, agora terei mais tempo para escrever e pensar na história, Por favor continuem lendo e apoiando, se possível!

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