— Finalmente acordou.
Abro os olhos lentamente, então vejo que uma linda garota, com o corpo levemente transparente, está olhando para mim. Ela tem longos cabelos loiros dourados, alguns com tranças, e havia uma decoração de grama na cabeça. Ela como um elfo tem orelhas compridas, é magra e alta, e apesar da aparência similar a de um elfo, diferente do padrão deles, ela tem seios fartos, que formavam uma montanha na minha linha de visão.
— Ei! Tem como responder! — a garota diz irritada.
— Quem é você? E onde estou?
— Espera, você esqueceu de tudo?
De repente as memórias começam a voltar aos poucos, mas parecem um pouco distantes, a raiva que senti a pouco não estava mais presente, não que estivesse morta, mas parece que meu corpo chegou a um limite, ao ponto que eu não tinha energia para sentir qualquer coisa.
— Não, eu me lembro, pelo menos por cima, apesar das minhas memórias serem confusas, como um monte de coisas acontecendo sem muito nexo, também lembro muito bem da minha raiva.
— Entendo, então sobre toda a sua loucura de pouco, o que pretende fazer? Como está se sentindo?
— Corta essa, não vamos falar sobre mim.
— Que!
— Por que a surpresa? Espirito-san, agora eu quero que você me dê algumas respostas, mas antes pode me curar.
— Já fiz isso uma vez quando você destruiu seu corpo que nem um maluco, não posso curar de novo, lide com a dor.
— Tudo bem, estou acostumado, vamos continuar com as perguntas, primeiro qual o seu nome? Agora mais importante, por que fez um contrato comigo?
— Buu! Por que está sendo tão frio? Onde está o garoto puro e gentil que me prometeram, que saco…. Ahh! Para, para, o que está fazendo.
— Você que fez um contrato comigo, não reclame agora, nossas almas estão conectadas, lembra? — digo com um sorriso gentil.
— Não me diga que…
— É algo simples, se nossas almas estão conectadas e eu começar a, sei lá, remoer, danificar ou sobrecarregar minha alma, você vai sentir também.
— E a dor?
— Preciso responder?
— Droga! Fazer algo como isso deve violar o contrato entre espírito e humano em algum ponto.
— Sério? Não me importo, se tiver algum problema com isso, apenas desfaça o contrato.
— Sabe muito bem que não posso simplesmente fazer isso, ficarei manchada por anos.
Contratos entre espíritos e humanos, bem, apesar de ser chamado assim qualquer raça inteligente pode o fazer, apenas que, em geral, apenas humanos fazem.. ahan! Focando na explicação, é algo bem simples, minha alma se liga com alma de um espírito, que é só, como digo isso? Restos da alma de gente morta, acho que pode chamar assim.
Enfim, as almas se juntam, em uma promessa mútua, como a alma é uma das fontes de poder que existem nesse mundo, ter um espírito incorporado a sua alma é como instalar uma extensão de memória, isso! Pode chamar o contrato com espírito a instalação de um HD externo, para aumentar sua alma e poder ficar mais forte.
Obviamente, se é um contrato os dois lados têm que ganhar, então para o espírito ele fica com sua alma depois que você morre. O que não é um problema tão grande, só significa que todas as pessoas vivas vão, meio que, esquecer que você existiu. Também tem outros problemas, supostamente ir para o inferno, ter que sentir sua consciência sendo destruída e fundida a do espírito, ter seu corpo evaporando na hora da morte e mais umas coisinhas, mas o principal é: a religião deste mundo não curte muito espíritos.
Enfim, chegando ao ponto que importa, normalmente para fazer um contrato as duas partes tem que estar de acordo, mas quando um humano está a beira da morte, um espírito muito forte pode firmar um contrato a força. Outro ponto, humanos morrem se quebrarem o contrato, já os espíritos apenas ficam manchados, o que os enfraquece e deixa incapaz de firmar um contrato por algum tempo, que varia de 10 a 1000 anos.
A propósito, espíritos estendem sua vida consumindo alma de humanos, quanto mais forte a alma, mais tempo eles podem viver, se não conseguirem almas eles morrem, por isso não faz sentido nenhum essa garota suspeita querendo fazer contrato comigo.
— Se não vai desfazer o contrato, eu quero que se me ajude, enquanto eu estiver vivo vou te usar como quiser, entendeu? — Me aproximo dela e olho direto em seus olhos levemente transparentes.
— Espero que morra logo, melhor eu vou esperar algum momento em que sua mente esteja fraca e te possuir.
— Um momento como esse não virá.
— Falou o garoto que ficou louco por causa de um broche… Aí! Aí! Ai! AHHH! Já entendi, desculpa, desculpa, só para, por favor para! Ok! Eu paro de falar do seu broche com valor sentimental, mas para, só para! Já disse que vou parar de zoar seu broche de merda! Para!!!
— Ok, mas responda minhas perguntas sem encher.
— Suspiro, ok, me chamo Haruka, garoto chato.
— Entendo.
— Eu ouvi de alguém que respeitar que você era um garoto interessante e gentil, basicamente recomendaram fazer um contrato com você, então vim conferir.
— Lamento dizer isso,mas te enganaram.
— Sim, foi isso que eu pensei quando vi você, alguém tão fraco, mas ainda queria te testar um pouco, por isso tentei te provocar enquanto aqueles caras te batiam, mas bom, no fim não consegui fazer nada, você parecia resistente como uma pedra para mim, sério, por que tinha que dar tanto trabalho? Achei que nada fosse te fazer perder o controle, aí você foi lá e fez tudo por causa de um broche… ai! Já entendi que era um broche importante, só para. Enfim, eu fiquei olhando o tempo todo, sei lá, quando você passa a eternidade viva o tédio bate forte e quis ficar olhando, inclusive, você apanhando foi bem hilário, além do mais...
— Você não para de falar nunca?
— Buu! Chato, chato…. — Ignorando ela disse:
— Acho que posso entender, mas por que firmar contrato e me salvar.
— Primeiro porque simpatizei com você, acho, além do mais aprecia divertido, sabe quando faz algo por impulso? É tipo assim: humm! Acho que bora! Ai eu respondo para mim mesmo, bora agora! Ai eu vou. Depois fico tipo: humm, fiz merda pra caralho, ai…
— Cala a porra da boca!
Suspiro! Parece que acabei atraindo uma garota impulsiva e problemática, bem, contanto que ela seja forte não tem problema, para conseguir forçar um contrato e entrar escondida na escola, ela deve ser no mínimo muito forte, então provavelmente pode ser útil.
— Agora é minha vez. — Haruka diz e se aproxima de mim. — Você disse que ia me usar, né? Então para que pretende usar essa linda, inteligente e inigualável garota que vós fala?
— Sobre isso…
Qual o meu objetivo? Minhas memórias ainda estão confusas, me sinto cansado, mas no mínimo de uma coisa tenho certeza...
— Eu quero ser respeitado e… Esquece, não importa, você não precisa saber, apenas me ajude.
— Ei! Não é justo, se abra comigo, sou a mais linda das waifus, a mais bela entre os espíritos e a mais psicóloga entre … Ai! Ai! Ai! Para!
Me sinto realmente insignificante, mas de certa forma, acho que seria ironicamente risível, se alguém insignificante como eu fosse aplaudido, como eu me sentiria? Não sei, então, por que não testar? Seria engraçado, né? Rir da própria estrutura de poder deste mundo, isso, meu objetivo é fazer a maior piada de todos e ver no que dá, ou seja, desafiei o mundo inteiro e olha no que deu? Não é que dá um bom título de vídeo?
E apenas espero que no fim, possa sentir que minha vida valeu para alguma coisa, mais importante, gostaria de pelo menos um dia na minha vida, viver, não sobreviver, diria....Ahan! Nem, chega desses papos sérios, eu não me importo com nada, então bora de estilo coringa jutsu do circo pegando fogo.
— Vamos me conte o que pretende fazer? Vai querer se vingar? — Haruka continuava insistentemente fazendo perguntas.
— Só por curiosidade, mas por quantos anos acha que eu vou sobreviver?
— Humm! Se cuidar muito bem do seu corpo, depois de tudo que fez, 20 anos, com sorte.
— Entendo, agora pense nisso, eu odeio tantas pessoas, que se matasse uma por semana ainda não teria tempo o suficiente em 20 anos, além do mais Dino enm está entre as piores, foi só a mais recente e num momento pior, por isso uma vingança normal não funcionaria.
— Quanto rancor, já te contaram que rancor não faz bem para a mente.
— Tanto faz, já tenho meu objetivo então.
— Sério, conta, conta, conta, conta? — Haruka é irritante, hein? Puta que pariu!
— Digamos que quero me tornar o número 1 da escola, essa será minha vingança. — Na verdade apenas chamei de vingança, porque o nome soava legal, mas enfim..
— Haha! Não tem como você conseguir isso.
— Não mesmo, né? Mesmo assim eu vou fazer. — digo seriamente.
— … — Haruka parece entender minha seriedade de alguma forma, por isso apenas fica em silêncio.
Eu não tenho nada a perder, por isso daqui para frente é só lucro, né? Vamos lá, bora morrer o mais rápido possível e causando o maior incômodo para todos possível! Eu na verdade quero só morrer agora, mas acho que se for para fazer morrer, eu quero pelo menos fazer com estilo, saca?
— Vamos, vai ficar parada aí até quando? — digo já abrindo a porta para sair daquela sala. — Vamos Haruka, olhe esse lugar lindo, vai ser onde vou passar meu último anos de vida.
— Pera! Ultimo anos?
— Sim, em uma nova, essa é minha aposta comigo mesmo, se não conseguir me tornar o número 1 da escola em um ano eu morro.
— Já te contaram que você não bate bem?
— Sim, mas não quero ter que ouvir isso de você.
— Ei! Eu sou completamente normal, claro, não normal no sentido de mediano, mas sim super normal, só acima da média no quesito ser normal, assim como em beleza e em…
Não se preocupem, ela não disse nada de útil, não precisam ouvir o longo discurso.
Sim depois disso eu saio com um sorriso de sala, por que? Porque eu estou melhor do que nunca, sim, eu estou bem, eu estou bem, melhor, eu estou muito bem, eu estou muito bem, eu estou muito bem, eu estou muito bem….
Bem
Bem
Bem
Bem
Bem, Bem. Bem
Bem
Socorro!
Bem
Bem.
Bem
Bem
Bem
Repito para mim mesmo, de novo e de novo, mas por algum motivo meu olhos não parecem sorrir, estranho? Realmente estranho.