Os Conectores se reuniram em um antigo templo, escondido nas profundezas de uma floresta. Era um lugar consagrado, onde a energia dos mundos convergia, e onde grandes guerreiros do passado haviam meditado e se purificado antes de batalhas decisivas.
Darion, observando os símbolos ancestrais esculpidos nas paredes, falou: "Estamos no limiar. Este é o ponto onde devemos confrontar não apenas a entidade, mas tudo aquilo que está dentro de nós, pronto para emergir."
Nyla aproximou-se de uma pequena fonte no centro do templo. A água refletia o rosto de cada um deles à medida que se inclinavam. "Este templo é conhecido como o Espelho das Almas," ela explicou. "Aqui, veremos a verdade de quem somos. E somente ao aceitá-la conseguiremos prosseguir."
Cada Conector, um a um, sentou-se ao redor da fonte e fechou os olhos, permitindo que a energia do lugar penetrasse em suas mentes e corpos.
Lira: A Sombra da Perda
Lira foi a primeira a sentir o chamado das sombras. Ela se viu em uma versão escura de sua floresta, onde as árvores estavam retorcidas e sem vida. As pequenas luzes espirituais que costumavam guiá-la estavam apagadas. Ela viu uma figura à sua frente — uma versão de si mesma, carregando todas as dores e perdas que ela tentava esconder.
A Sombra de Lira falou, com uma voz repleta de angústia: "Você sempre finge que é forte, que pode carregar o peso de todos. Mas e o seu próprio coração, Lira? E todas as vezes que sofreu em silêncio?"
Lira sentiu as lágrimas queimarem em seus olhos. "Eu tenho medo de mostrar minhas fraquezas. Porque, se eu as mostrar, temo que não serei capaz de ajudar ninguém." Mas, ao encarar sua própria Sombra, Lira estendeu a mão e aceitou a dor que ela havia guardado. Em um instante, a floresta ao seu redor voltou a florescer, e as luzes espirituais reacenderam-se.
Kael: A Sombra da Raiva
Kael encontrou-se em uma planície desolada, onde o vento soprava de forma incessante, carregando gritos e lamentos. No centro da planície, estava sua Sombra — uma versão de si mesmo que irradiava raiva e ressentimento. A Sombra olhou para ele com desprezo.
"Você é um guerreiro, Kael, mas sua raiva sempre foi sua fraqueza. Você luta para ser forte, mas nunca aprendeu a dominar seu próprio coração. Essa raiva o consome."
Kael fechou os punhos, sentindo a fúria em seu peito. "Sim, eu sou raivoso. Mas essa raiva também me deu força para proteger os outros." Ao dizer isso, ele percebeu que precisava deixar de ver a raiva como um inimigo e sim como uma energia que podia ser usada com propósito. Ele aceitou sua Sombra, e a planície desolada transformou-se em um vale pacífico, onde o vento agora sussurrava palavras de encorajamento.
Aisha: A Sombra do Orgulho
Aisha viu-se de volta ao deserto, onde uma tempestade de areia a cercava. No meio da tempestade, estava sua Sombra, altiva e desdenhosa, com um sorriso arrogante nos lábios.
"Aisha, você sempre achou que sabia de tudo, que era melhor que os outros. O orgulho é sua armadura, mas ele também é a sua prisão."
Aisha tentou argumentar, mas percebeu a verdade nas palavras da Sombra. "Eu tive medo de mostrar qualquer fraqueza… medo de depender dos outros." Lentamente, ela retirou a máscara de superioridade que sempre usara. "Eu preciso dos meus companheiros, e eles precisam de mim, mas de forma honesta." A tempestade de areia dissipou-se, e ela se viu cercada por um deserto pacífico, onde o vento trazia uma sensação de liberdade.
Jin: A Sombra da Destruição
Jin se viu em um campo de batalha, cercado de ruínas e destroços. Sua Sombra estava lá, carregando uma espada idêntica à sua, mas envolta em escuridão.
"Você sempre acreditou que a destruição era seu destino, Jin. Que tudo que toca se transforma em pó. Você teme ser mais uma arma do que uma pessoa."
Jin respirou fundo, sentindo o peso dessa verdade. "Sim, eu destruí muitas coisas em minha vida. Mas não porque queria, e sim porque acreditava ser necessário." Ele olhou para sua Sombra e disse: "Agora, vejo que posso usar essa força para proteger, não para destruir." Ao aceitar isso, o campo de batalha transformou-se em uma planície serena, onde a espada em sua mão reluzia com uma nova energia.
A União das Sombras
Quando todos abriram os olhos, sentiam-se diferentes. A água na fonte do templo refletia suas faces verdadeiras, não apenas como guerreiros, mas como pessoas que haviam enfrentado e aceitado suas próprias sombras. Eles sentiam-se mais inteiros, mais preparados.
Darion os observou com orgulho. "Vocês entenderam a essência do Espelho das Almas. Ao aceitar suas próprias fraquezas, vocês se tornaram mais fortes. Agora, vocês estão prontos para enfrentar a entidade."
Nyla sorriu, uma luz em seus olhos. "Agora, não somos apenas Conectores. Somos completos. Vamos mostrar à entidade que não somos definidos apenas pelas nossas sombras."
Ao saírem do templo, o mundo ao redor parecia mais brilhante, como se também tivesse sido tocado pela renovação deles. Eles sabiam que a entidade os esperava, mas agora estavam unidos por algo mais profundo que qualquer força ou magia. Estavam prontos para o confronto final, dispostos a sacrificar até suas próprias sombras para salvar tudo o que amavam.