Os Conectores avançavam pelo terreno desconhecido, em silêncio, enquanto cada um refletia sobre o confronto recente. O ambiente ao redor parecia agora calmo, quase pacífico, mas a tensão no ar indicava que a paz era apenas uma trégua temporária.
Lira, ainda abalada com a intensidade do encontro, puxou Kael para o lado. "Essa entidade… ela parece saber demais sobre nós, sobre nossos medos e falhas. Como se conhecesse não apenas nosso presente, mas também nosso passado."
Kael assentiu, refletindo. "Sim, e isso me preocupa. Para ela ter acesso a tudo o que enfrentamos em nossas vidas, algo muito poderoso está por trás disso. Talvez haja mais nessa batalha do que apenas enfrentar uma entidade. Precisamos entender o porquê de sermos os escolhidos."
Darion, ouvindo a conversa, aproximou-se. "Concordo. Talvez seja hora de revisitar nossas origens, nossos próprios mundos. Cada um de nós tem uma história, e, de alguma forma, ela está conectada com a existência dessa entidade."
Nyla, sempre desconfiada, observou o grupo e sugeriu: "Se realmente queremos encontrar respostas, podemos tentar um ritual de conexão. Podemos nos conectar às energias de nossos mundos de origem. Talvez consigamos rastrear de onde vem a força da entidade e descobrir mais sobre sua essência."
Todos concordaram, e com a ajuda de Darion, o ritual começou. Cada Conector fechou os olhos, concentrando-se nas memórias de seus mundos de origem, deixando suas mentes serem guiadas pelas energias que os conectavam àquilo que consideravam casa.
A primeira visão veio de Lira, que se viu novamente no mundo da floresta exuberante de onde vinha. Ela caminhava entre árvores gigantescas, iluminadas por pequenas luzes espirituais. Uma sensação de calma a preencheu, e ela ouviu uma voz antiga, sussurrando: "Lira, a força que você carrega não é apenas sua. Ela vem de todas as gerações que viveram antes de você. Use-a com sabedoria."
Kael, em seu estado de conexão, sentiu-se de volta ao seu mundo das montanhas e vales cobertos de neblina, onde sempre buscara desafios. Em sua visão, ele encontrou o espírito do mentor que lhe ensinara a importância da coragem. "A verdadeira coragem, Kael, não é apenas enfrentar o que está à sua frente, mas carregar o medo dos outros para aliviar o peso deles."
Aisha viu o deserto vasto e dourado de seu mundo, onde a vida surgia nos lugares mais inesperados. Em sua visão, uma tempestade de areia se formava, e de dentro dela, uma figura apareceu. Era uma anciã que falava em enigmas: "Nem tudo que parece vazio está sem propósito, Aisha. A entidade não é apenas uma sombra; ela representa o que foi esquecido, o que foi rejeitado. Entenda isso, e você encontrará a chave."
Por fim, Jin se viu nas planícies de seu mundo, cercado por relâmpagos e trovões. Ele sentiu uma energia pulsante, feroz, que lhe lembrava o motivo pelo qual sempre carregava a espada. "Não se trata apenas de destruir, Jin," sussurrou uma voz. "Você carrega o fardo de proteger aqueles que não podem se defender. Lembre-se disso quando confrontar a entidade."
Ao final do ritual, todos abriram os olhos. Cada um deles estava visivelmente abalado, mas também carregava uma nova determinação. As visões haviam deixado claro que a entidade não era apenas um inimigo; ela era uma representação das falhas, medos e memórias rejeitadas de cada mundo.
"Ela é mais do que uma força de destruição," murmurou Nyla. "Ela se alimenta das nossas sombras, das coisas que negamos e rejeitamos. Talvez, para derrotá-la, não precisemos apenas enfrentá-la, mas entender o que ela realmente significa."
Kael assentiu. "Se isso for verdade, precisamos olhar para dentro de nós mesmos e nos reconciliar com tudo que evitamos. Somente quando aceitarmos nossas fraquezas e falhas poderemos encontrar uma maneira de enfrentá-la."
Nesse instante, uma risada fria ecoou ao redor deles, e a figura da entidade apareceu, parcialmente formada, uma massa de sombras e distorções. "Vocês realmente acham que podem me compreender?" a entidade zombou, sua voz um sussurro arrastado. "Eu sou aquilo que vocês temem e rejeitam. Vocês não podem me derrotar sem perder a si mesmos."
Apesar da provocação, Kael deu um passo à frente, erguendo sua chama de esperança. "Talvez seja isso mesmo. Mas estamos dispostos a enfrentar o que for necessário, até nossas próprias sombras, para proteger nossos mundos."
Cada Conector, sentindo a coragem de Kael, ergueu suas armas e poderes, formando um círculo ao redor da entidade. Sabiam que aquele era apenas o início de uma batalha que exigiria tudo deles, tanto força quanto entendimento. Eles não tinham todas as respostas, mas tinham algo mais poderoso: a disposição de encarar até suas próprias falhas.
O eco da risada da entidade desapareceu, e ela recuou, dissolvendo-se nas sombras ao redor. Dessa vez, ela não os atacou, mas deixou uma advertência: "Eu estou em cada um de vocês. Vocês não podem me destruir sem destruir a si mesmos. Veremos o quanto estão dispostos a sacrificar."
Quando o silêncio voltou, os Conectores sabiam que, para derrotar a entidade, teriam que explorar mais profundamente seus próprios medos e inseguranças. Eles ainda não tinham todas as respostas, mas agora tinham uma pista, um caminho que poderia guiá-los na batalha final.