Savannah soltou um rosnado gutural e cuspiu suas palavras. "Você! Você que dormiu com a minha prima!"
Devin ficou vermelho, com o maxilar travado e os punhos brancos de tão cerrados. Ele estava com o braço levantado acima da cabeça, pronto para atacar, como um martelo sobre uma bigorna.
Savannah estremeceu. Esperou o golpe chegar... mas ele não veio.
A mão de Devin estava congelada acima da cabeça, onde estava presa em um aperto forte. Devin olhava maniacamente para o tio, Dylan, cujo maxilar, largo e afiado como a lâmina de uma pá, estava cerrado em uma raiva contida.
"Você se atreveria a bater em uma mulher na minha frente." Não era uma pergunta.
O temperamento de Devin rapidamente se acalmou; seus ombros desabaram, e sua boca começou a formar palavras que soavam como um pedido de desculpas.
"Lembre-se de quem eu sou, Devin, e saiba que ela agora está comigo." Ele soltou o braço de Devin e pegou a mão de Savannah, sussurrou para ela, "Você quer voltar para dentro, ou prefere ir embora?"
Savannah, abalada até o núcleo, sentiu que não tinha escolha a não ser se agarrar ao braço dele enquanto ele a conduzia ao banco de trás do carro, onde ela sentou, ainda atordoada. Sua mente estava como um omelete bagunçado. Era aquele o carro que ela tinha pegado para voltar para casa na outra noite? Era. Ele era o tio de Devin. Lá fora, Valerie tinha corrido pela porta giratória e observou enquanto eles, Dylan e Savannah, desapareciam na noite.
Devin ficou parado, atônito com os eventos da noite. De alguma forma, seu tio havia sabotado seus planos para chantagear dinheiro dele. Ao fazer de Savannah sua, qualquer alavanca que ele poderia ter se evaporou. As fitas de vigilância que ele tinha dele com a fina - ex-noiva - eram inúteis. Não havia nada comprometedor em dormir com a sua namorada. Ele deu um sorriso forçado e balançou a cabeça. Mas, garoto, ele é esperto.
Ele afrouxou sua gravata e acenou para o manobrista com seu ticket, se preparando para dar início a uma perseguição quando Valerie o puxou pelo ombro. "Para onde você está indo?
"Vou descobrir o que aconteceu com Savannah," disse Devin.
"Não tem o que perguntar. Savannah traiu você. Ela está com ele agora.' Ela cuspiu aquele ódio em sua garganta. "Correr atrás dela só vai te fazer de bobo e acumular vergonha em cima do ferimento."
"Isso não pode ser," ele rosnou. "Ela nunca realmente..." as palavras se engasgaram em sua boca. "Faria isso. Comportar-se assim..."
Valerie segurou sua testa e mandíbula, baixando seu olhar para o dela. "Eu não queria ter que te dizer, te machucar, mas você não me deixou escolha. Eu peguei Savannah voltando para casa uma noite no carro do seu tio. Quando a confrontei, ela enlouqueceu - não quis me contar nada. O que quer que estivesse acontecendo, pode estar acontecendo há algum tempo."
"Isso é verdade?" Disse Devin, ficando pálido como um fantasma.
Valerie assentiu, fungou, "Savannah é minha prima e... é difícil para mim dizer isso, mas talvez ela não seja quem parece ser. Quero dizer, às vezes aqueles que parecem os mais honestos são na verdade..."
Devin sentiu os cacos de raiva e traição perfurando seu cérebro, fazendo sua cabeça girar. Ela continuou a dormir com ele desde aquele dia no hotel? A hipocrisia cheirava mal, depois de todas as vezes que ela havia recusado seu corpo para ele, bloqueado suas investidas com uma resposta fria.
"Por que você ainda é tão gentil com Savannah, depois de tudo o que ela fez a você?" Implorou Valerie, tentando envolver Devin em seus braços enquanto ele permanecia imóvel como uma estátua. "Não se sinta mal... Bebê" Ela pressionou a cabeça contra seu peito e o apertou forte, tentando descongelar sua mente que parecia ter sido congelada instantaneamente. Um sorriso leve cruzou seus lábios. Ela sabia que não havia mais como Savannah se casar com Devin agora, não depois deste caos completo. Se houvesse alguma hora para ela e Devin solidificarem seu amor um pelo outro, era agora.
A ideia de ter que enfrentar as perguntas e olhares enviesados lá dentro enviou um calafrio pela sua espinha. Mas aqui, fora, sob o pálido brilho da iluminação do hotel, ele sentiu uma calma começando a se espalhar por ele. Ele olhou para baixo, para Valerie enlaçada nele, e sorriu. "O que eu faria sem você, Valerie? Minha linda menina. Minha menina compreensiva."
Eles aceleraram até a vila do Dylan, no alto, com vista para a baía e as propriedades ao redor em Beverly Hills. Savannah teve um momento para se recompor, desafivelou o cinto de segurança e ia sair quando uma mão se estendeu e a pressionou de volta no assento.
"Eu quero ir para casa," ela protestou baixinho.
Dylan sorriu para ela, talvez genuinamente, mas para ela, pareceu o sorriso de um lobo. "Você não pode. Sua tia e tio não ficarão muito felizes, eu imagino. Não, melhor você ficar aqui por algumas noites até que tudo se acalme."
Lágrimas brotaram nos olhos dela. "Isso é tudo culpa sua!" Ela exclamou, batendo de volta em sua mão. "Eu não teria precisado fugir se não fosse por você!"
"Você pediu ajuda, e eu ajudei, exatamente como prometido. Nem mais, nem menos. Devin não vai - não pode - machucar você ou sua família mais. Ele não ousaria, não enquanto você estiver sob minha proteção." Então, ele se inclinou perto do ouvido dela e sussurrou baixinho, "Agora, está na hora de você cumprir sua parte do acordo." Sua mão deslizou pela coxa dela, expondo suas pernas.
Ela estremeceu e então o empurrou. Acertou-o forte no rosto. "Você mentiu para mim. Você realmente acha que vou deixar você me ter agora, depois disso? Você é o tio maldito do meu noivo!"
Dylan sorriu com raiva. Então, em um movimento rápido, agarrou-a pelo pescoço e puxou seu rosto para perto do dele. "Você quer cancelar nosso acordo? Quer?" Seus olhos eram como gelo marinho, quebrando na margem. Seu hálito cheirava a porco, menta e vinho.
E, tão de repente quanto a raiva veio, ela se foi—uma suavidade entrando em sua voz. "Podemos litigar, podemos barganhar, mas minha doce Savannah, você não tem nada com que barganhar. Eu vou te ter."
Naquele momento, mais do que qualquer coisa, ela se sentiu cansada. Ela sentiu o olhar dele no arco de seus lábios, nas conchas de seus seios, no topo de suas coxas. E que ela estava presa ali, no carro, com o homem que a havia agredido e que não pensaria duas vezes antes de fazer isso novamente... então ele cedeu, seu corpo relaxou.
Ele sentiu sua submissão, um sorriso no rosto, relaxando sua pegada, uma mão agora acariciando seu seio. Mas então, antes que ele soubesse o que ela estava fazendo, a mão dela passou por seu rosto e ela cravou os dentes em seu antebraço, o gosto metálico do sangue em seus dentes. Ele uivou, recuou, e naquele momento, Savannah se lançou para fora da porta, na noite e correu. Correu pela rua e na noite, em direção à tempestade que ela sabia que estaria furiosa em casa.
***
Quando ela chegou de volta à casa dos Schultz - porque era quem eles eram agora, 'os Schultz', não a família de que ela precisava - seu tio e sua tia estavam esperando. Valerie ainda estava fora, provavelmente com Devin. Mas quem quer que estivesse lá, ela tinha certeza de que uma tempestade estava prestes a acontecer.