Dante então começou a se aproximar.
Os Sonserinos avançaram quase ao mesmo tempo, suas varinhas já apontadas para Dante, seus rostos marcados por uma mistura de raiva e determinação. O primeiro feitiço lançado foi um Expelliarmus, mas Dante, com reflexos afiados, se abaixou, permitindo que o feitiço passasse por cima de sua cabeça. Levantando rapidamente sua própria varinha, ele conjurou um Protego, criando uma barreira mágica que brilhou intensamente, bloqueando os próximos feitiços que vieram em sua direção.
Dante sabia que precisava se manter em movimento. Assim que desfez o Protego, ele avançou em direção ao garoto mais próximo, mas o chão de pedra à sua frente explodiu com a força de um Bombarda, obrigando-o a se esquivar para o lado. No meio da poeira e dos destroços, ele lançou um Stupefy no líder do grupo, que tentou se defender com um Protego, mas o impacto o fez recuar alguns passos, quase perdendo o equilíbrio.
Outro Sonserino, um pouco mais à esquerda, conjurou um feitiço Incarcerous, e cordas mágicas serpenteantes dispararam em direção a Dante. Ele girou em um movimento ágil, lançando um Diffindo que cortou as cordas no ar antes que pudessem envolvê-lo. Em resposta, ele apontou sua varinha para o chão e murmurou "Glacius!" Um jato de gelo atingiu o chão, criando uma superfície escorregadia que fez com que dois dos Sonserinos perdessem o equilíbrio e caíssem.
Um terceiro Sonserino, furioso, lançou um feitiço Depulso, tentando empurrar Dante contra a parede mais próxima. Sentindo a pressão crescente, Dante fincou os pés no chão e conjurou um Finite Incantatem, dissipando o empurrão mágico antes de girar e lançar um Petrificus Totalus no atacante, que caiu imóvel no chão.
Dante percebeu que os ataques estavam ficando mais coordenados. Outro Sonserino lançou um Wingardium Leviosa em uma grande estátua, tentando levitá-la para atacar Dante. Vendo a oportunidade, ele fez uma manobra rápida, correndo em direção ao garoto que ainda estava controlando a estátua. Antes que o Sonserino pudesse reagir, Dante lançou um Flipendo no garoto, que foi arremessado para trás, perdendo o controle sobre a estátua, que caiu com um estrondo.
Enquanto o barulho da queda ainda ecoava pelo corredor, um Sonserino tentou aproveitar a distração e lançou um Confringo, um feitiço explosivo, na direção de Dante. Ele respondeu rapidamente com um Protego, bloqueando a explosão que fez a barreira tremeluzir, mas manteve-se firme, protegendo Dante da onda de choque.
Desfazendo o escudo, Dante notou outro Sonserino ao longe conjurando um feitiço Relashio, enviando uma rajada de chamas verdes em sua direção. Sem hesitar, Dante girou sua varinha em um movimento circular e conjurou Aguamenti, criando um jato de água que extinguiu as chamas antes que pudessem atingi-lo.
Vendo a situação se tornar crítica, o líder do grupo gritou uma ordem para os outros. Eles começaram a cercar Dante, lançando feitiços de diferentes direções, tentando sobrecarregar sua defesa. Um Expelliarmus, um Stupefy e um Bombarda vieram de diferentes ângulos, forçando Dante a reagir rapidamente. Ele conseguiu desviar da maioria dos feitiços, mas um dos ataques veio em sua direção de forma inesperada, deixando-o com pouco tempo para reagir.
Dante sentiu um calafrio de pânico ao perceber que estava prestes a ser atingido. Em um momento de desespero e concentração intensa, ele lembrou-se do treinamento especial que praticava no parque abandonado, onde havia trabalhado na criação de uma defesa única. Reunindo toda a energia mágica ao redor de seu corpo, ele se concentrou em criar um campo de energia que funcionaria como um polo magnético.
No exato momento em que o feitiço estava prestes a acertá-lo, a barreira invisível que Dante criou repeliu o ataque, fazendo com que o feitiço passasse por ele como se tivesse sido desviado por uma força invisível. Os Sonserinos ao redor não perceberam o que aconteceu, apenas viram o feitiço falhar de maneira inexplicável. Dante, por outro lado, sentiu uma onda de orgulho ao perceber que sua criação funcionou exatamente como ele havia imaginado. Ele sabia que havia criado algo poderoso, algo que poderia protegê-lo de feitiços lançados contra ele.
Com sua confiança renovada, Dante jogou o corpo petrificado de um Sonserino para o lado e se lançou em direção ao líder do grupo, que tentava conjurar outro feitiço. Antes que o líder pudesse terminar a invocação, Dante lançou um Silencio, impedindo-o de pronunciar as palavras finais do feitiço. Aproveitando a confusão, Dante desferiu um soco direto no estômago do garoto, fazendo-o dobrar-se de dor. Antes que o líder pudesse se recuperar, Dante o empurrou contra a parede e lançou um Stupefy, deixando-o inconsciente.
Restavam agora apenas três Sonserinos, que olhavam com pânico evidente no rosto. Um deles tentou lançar um Expelliarmus, mas Dante, prevendo o movimento, avançou rapidamente e lançou um Expelliarmus em resposta, fazendo a varinha do garoto voar de sua mão. Outro Sonserino, vendo que a situação estava ficando desesperadora, tentou usar um feitiço Desilusório para se esconder, mas Dante foi mais rápido, lançando um Homenum Revelio para localizá-lo e um Incarcerous para prendê-lo com cordas mágicas.
O último Sonserino, percebendo que não tinha mais chances, virou-se para fugir, mas Dante não o deixou escapar. Com um movimento rápido, ele lançou um Stupefy, atingindo o garoto nas costas e derrubando-o no chão, inconsciente.
Dante olhou ao redor, observando os corpos caídos de seus adversários. Sentiu uma satisfação fria ao perceber o resultado de sua primeira batalha mágica real. Ele sabia que tinha maneiras mais eficientes e rápidas de resolver aquilo, mas todas envolviam uma violência letal que ele não queria empregar dentro dos muros de Hogwarts. Ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que lidar com as famílias influentes que queriam vê-lo expulso. Hoje, ele os derrotou no campo de combate, mas a verdadeira batalha ainda estava por vir.
Guardando a varinha, Dante se preparou para seguir seu caminho em direção ao Salão Principal. No entanto, antes de sair, parou abruptamente ao ver os professores vindo em sua direção. Era óbvio que os alunos que assistiam ao confronto correram para buscar ajuda.
O primeiro a falar foi o Professor Snape, sua expressão severa e os olhos fixos em Dante.
"Dante Maximillian, o que aconteceu aqui?" A voz dele estava firme, exigindo uma explicação.
"Esses idiotas acharam que era uma boa ideia me usar para extravasar a raiva por terem perdido o jogo, algo que na minha opinião é a coisa mais idiota que poderiam ter feito", respondeu Dante, com uma voz de total desinteresse, como se o confronto tivesse sido uma mera inconveniência.
Snape ficou momentaneamente sem palavras diante da frieza de Dante, mas logo retrucou: "Mas você não deveria ter feito o que fez. Olhe para eles, estão bastante machucados."
Dante ergueu uma sobrancelha, seu olhar frio e penetrante fixo em Snape. "Então quer dizer que se fosse eu no chão machucado, não haveria problema? É isso que você está dizendo, Professor Snape?"
O olhar de Dante fez Snape sentir um leve traço de medo, um sentimento que ele não experimentava há muito tempo, um medo que só havia sentido vindo de uma única pessoa. Antes que ele pudesse responder, a Professora McGonagall interveio. "É claro que não, Sr. Maximillian. No entanto, o uso excessivo de força para resolver a situação é evidente aqui."
Nesse momento, um aluno da multidão se pronunciou em defesa de Dante. "Vocês não podem estar falando sério! Aqueles jogadores da Sonserina claramente estavam tentando acabar com ele, e ele apenas se defendeu! Vimos tudo aqui, e ele é que vai ser punido?"
As palavras daquele aluno foram seguidas por outros gritos de apoio. "Ele só se defendeu!", "Isso é injusto!", "Eles começaram!", ecoavam vozes de várias partes do corredor. A tensão aumentava rapidamente.
Nesse momento, os gêmeos Weasley, Fred e George, apareceram. Mesmo sem terem presenciado a briga, ao verem a multidão e a situação tensa, não hesitaram em se juntar à defesa de Dante. "Agora, isso não está certo!", disse Fred, cruzando os braços.
"Vocês realmente vão punir o garoto por se defender contra uma turba de valentões?" completou George, lançando um olhar desafiador para os professores.
O apoio dos gêmeos, conhecidos por serem populares e influentes, fez a multidão ganhar ainda mais força. A Professora McGonagall tentava manter a ordem, mas a situação estava saindo de controle.
Nesse momento, Dumbledore apareceu, sua presença imediatamente trazendo um ar de autoridade ao ambiente.
"O que está acontecendo aqui?" perguntou Dumbledore, sua voz calma, mas firme.
A Professora McGonagall rapidamente se aproximou e explicou o ocorrido. Dumbledore, após ouvir o relato, olhou para os alunos caídos e depois para Dante, antes de se dirigir a todos.
"É claro que nunca puniríamos um aluno por se defender, porém, pelo uso excessivo de magia, que parece bastante ofensiva pelo cenário que vejo, deduzo 10 pontos da Sonserina por você, Maximillian. E para os outros envolvidos, 20 pontos serão deduzidos de cada um, e não poderão participar dos jogos de Quadribol deste ano. Hogwarts não vai admitir uma ação dessas jamais."
Sua voz era calma, mas havia uma severidade nela que poucos ali haviam testemunhado. Os alunos ao redor ficaram em silêncio, chocados com a decisão do diretor.
Lentamente, a multidão começou a se dispersar. Os professores se aproximaram dos alunos machucados, verificando suas condições antes de levá-los à enfermaria. O ambiente, que momentos antes estava carregado de tensão, agora estava estranhamente calmo.
Dante observou tudo isso com indiferença, os olhos ainda atentos a qualquer movimento ao seu redor. Quando o caos começou a se acalmar, ele se aproximou do aluno que havia sido o primeiro a defendê-lo publicamente.
"Por que você fez isso?" perguntou Dante, sua voz fria e direta, sem esconder a desconfiança.
O garoto, alto e com uma expressão amistosa, sorriu de maneira despreocupada. "Porque era o certo a se fazer," respondeu ele, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. "Aliás, meu nome é Cedrico Diggory, mas pode me chamar só de Cedrico. Eu vi sua luta e, uau, você acabou com eles. Eles não tinham chance alguma. Eu ia ajudar, mas quando me preparei para agir, você já tinha dado conta de tudo."
Dante estreitou os olhos, avaliando cuidadosamente as palavras e a postura de Cedrico. Sua expressão permanecia fria, tentando desvendar as motivações por trás da ajuda inesperada. Ele não estava acostumado a receber ajuda sem que houvesse uma expectativa de algo em troca. "Por que você me ajudou? O que quer em troca?" a pergunta saiu como uma lâmina afiada, penetrante.
Cedrico levantou as mãos em um gesto de rendição, rindo suavemente. "Ei, calma. Não precisa ficar tão na defensiva. Não quero nada em troca. Bem, na verdade, eu estava pensando que talvez... nós poderíamos ser amigos? Que tal?"
Dante ficou em silêncio por um momento, estudando Cedrico com uma intensidade que faria a maioria das pessoas se sentir desconfortável. "Amigos, hein? Sinto muito, mas acho que é melhor não. Amigos só vão me atrasar. Agradeço sua ajuda, apesar de realmente não precisar. Não me importo de ficar de castigo ou de perder pontos; isso é irrelevante para mim. Mas eu não gosto de ficar em dívida com ninguém. Vou retribuir isso algum dia. Até mais," respondeu Dante, com a mesma frieza de antes, mas com uma nota final de sinceridade.
Cedrico manteve o sorriso, embora com uma leve sombra de decepção. "Entendo. Bem, se mudar de ideia, estarei por aí," disse ele, antes de acenar levemente e se afastar.
Caminhando pelos corredores de Hogwarts, Dante refletia sobre as palavras de Cedrico. Amizade era um conceito que ele pouco valorizava, especialmente depois de tudo o que havia vivido. Para ele, amigos eram distrações, laços que poderiam ser explorados por seus inimigos. Ele precisava ser forte sozinho, sem dependências.
Ao chegar no Salão Principal, Dante notou que o ambiente estava mais tranquilo, mas ainda havia sussurros entre os alunos. Muitos olhares se voltaram para ele, alguns de respeito, outros de temor. Os rumores sobre a luta com os Sonserinos já haviam se espalhado, e a presença de Dante não passava despercebida. Ele ignorou os olhares, focando apenas em chegar ao seu lugar na mesa da Sonserina.
Ao se sentar, ele mal tinha começado a comer quando percebeu que Fred e George Weasley se aproximavam. Os gêmeos, conhecidos por suas travessuras e personalidades carismáticas, pareciam curiosos.
"Ei, Dante!" chamou Fred, enquanto George se sentava ao lado dele. "Ficamos sabendo como você derrotou os valentões da Sonserina. Nada mal, hein!"
"Sim, foi uma bela confusão. Mas e aí, tudo bem?" completou George, com um sorriso travesso.
Dante olhou para os dois, um pouco surpreso pela aproximação deles, mas sem demonstrar. "Tudo certo. E vocês?" respondeu de forma contida, ainda tentando entender o motivo da aproximação.
Fred riu, percebendo a hesitação de Dante. "Nós gostamos de quem sabe se defender. E, pelo jeito, você sabe muito bem como fazer isso."
"É raro ver alguém enfrentar tantos de uma vez e sair por cima. Você tem nosso respeito," acrescentou George, com um olhar que, para surpresa de Dante, parecia genuíno.
Fred e George trocaram um breve olhar, como se tivessem dito tudo o que precisavam dizer. Com um aceno discreto, eles se afastaram, deixando Dante sozinho à mesa. O silêncio que se seguiu foi quase palpável, mas Dante não se incomodou. Ele preferia a solidão, um espaço onde seus pensamentos podiam fluir sem interrupções.
Dante voltou sua atenção para a comida à sua frente, mas sua mente estava longe. Ele sabia que, a partir daquele momento, sua vida em Hogwarts não seria a mesma. A luta que ele teve, a intervenção de Cedrico e a atenção inesperada dos gêmeos Weasley... tudo isso indicava que ele estava começando a atrair mais atenção do que gostaria. E atenção, ele sabia bem, era uma faca de dois gumes. Ser notado significava que ele estava no radar de outras pessoas, o que poderia tanto ajudar quanto atrapalhar seus planos.
Ele terminou o almoço em silêncio, os pensamentos circulando em sua mente como um redemoinho. Dante tinha muito em que pensar, e não gostava de ser pego de surpresa. Cada interação, cada palavra trocada, tinha potencial para mudar o rumo das coisas, e ele precisava estar preparado para qualquer eventualidade.
Quando terminou, Dante se levantou e deixou o Salão Principal, sem se importar com os olhares que ainda o seguiam. Seus passos o levaram instintivamente para fora do castelo, em direção ao lago. O ar frio do início de inverno o envolveu como um manto, trazendo um leve alívio para sua mente agitada.
Seus pensamentos voltaram para Cedrico Diggory. O gesto do aluno da Lufa-Lufa ainda o intrigava. Dante não estava acostumado com gentilezas ou com atos altruístas. Tudo o que ele conhecia era baseado em trocas, em débitos e créditos. Mas Cedrico parecia genuíno, o que fazia Dante questionar se realmente havia alguma segunda intenção. A ideia de amizade era algo que Dante rejeitava instintivamente, mas ele não podia negar que a oferta de Cedrico havia plantado uma semente de curiosidade em sua mente. Talvez, em algum momento, essa curiosidade o levasse a reconsiderar suas escolhas.
Por enquanto, contudo, Dante preferia manter a distância. Amigos, na sua concepção, eram um luxo que ele não podia se permitir. Ele tinha objetivos claros e não queria se desviar deles. Mas mesmo enquanto ele repetia essa crença para si mesmo, uma parte de sua mente continuava a ponderar as possíveis vantagens de ter aliados como Cedrico e, talvez, até os gêmeos Weasley.
Dante continuou seu treinamento até que o céu começou a se tingir de laranja com o pôr do sol. Seus movimentos eram precisos, quase automáticos, mas sua mente estava a mil. O treino físico ajudava a liberar a energia acumulada, mas não conseguia dissipar completamente a inquietação que sentia. Ele precisava de mais. Precisava se sentir no controle total de sua situação, e para isso, sabia que teria que se aprofundar ainda mais nos estudos, talvez até se arriscar a explorar territórios desconhecidos.
Quando o frio finalmente começou a penetrar em suas roupas, Dante guardou a varinha e começou a caminhar de volta ao castelo. No caminho, ele passou por alguns grupos de alunos, mas ninguém ousou se aproximar dele. Ele era uma presença solitária, envolta em mistério, algo que ele cultivava propositalmente.
Ele desceu as escadas em direção à Sala Comunal da Sonserina, o olhar fixo à frente, como se já pudesse ver o futuro que estava construindo. Quando finalmente chegou à sala, encontrou um lugar isolado e começou a revisar seus planos. A noite estava apenas começando, e Dante estava determinado a fazer cada segundo valer a pena.
Seus pensamentos, por um breve momento, voltaram a Cedrico e aos gêmeos Weasley. Talvez, apenas talvez, eles pudessem ser úteis no futuro. Mas, por agora, Dante estava focado em apenas uma coisa: estar preparado para qualquer eventualidade, dentro ou fora de Hogwarts. Ele sabia que o mundo era imprevisível, mas com a preparação adequada, ele poderia enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho.
O silêncio da Sala Comunal foi quebrado apenas pelo som de páginas virando, enquanto Dante mergulhava em mais um livro antigo, buscando o poder que ele sabia que precisava. O Natal, para ele, seria apenas mais uma etapa em sua jornada implacável rumo ao seu objetivo.
Bem como não teve capitulo no sábado aqui está um capitulo duplo ^^