Ari fechou os olhos enquanto revelava a verdade que vinha guardando dentro do coração todo esse tempo. ""… Eu não sei como te dizer isso, mas — eu não sou tão pura quanto você pensa que sou."
Suas memórias piscavam enquanto ela cerrava os dentes e continuava, ""Há muito tempo, quando eu era criança, havia um homem que me comprou." Ela nunca conseguia se abrir sobre essas coisas com ninguém, mas Ari sabia que tinha que fazer isso porque Nicolai merecia saber a causa de suas ações e o ferimento que ele recebeu.
Essas memórias que pertenciam a ela e, ainda assim, não pertenciam, eram algo que ela tinha que aceitar a qualquer custo. Negá-las não tinha sentido, pois mais cedo ou mais tarde, se tornariam parte de sua existência.
Já que era assim, então ela poderia também deixar Nicolai dar uma olhada na escuridão que ela carregava e nos potenciais perigos que ele poderia enfrentar se ficasse perto dela.