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96.87% DragonSky / Chapter 31: I - Casa Haikai

Chapitre 31: I - Casa Haikai

Pouco mais que quatro anos se passaram, as coisas não mudaram muito, na verdade, mudaram sim.

Hoje já sou Expedicionário de Terceiro Grau, posso sair em missões da Husk, na verdade desde que eu era Atuador eu já podia, o que mudou mesmo foi as dificuldades das missões e o quanto ganhamos. Kaya ainda é minha parceira, ela realmente não mudou tanto, pelo menos no jeito de ser, ela é a mesma Kaya de sempre, mas em quesito de aparência ela realmente mudou, seus cabelos estão mais volumosos, seu corpo se desenvolveu mais, agora ela tem até mesmo mais entalhes dourados que antes, além de claro, ela está bem mais forte.

Aqueles dois, Carl e Steven, bom, Carl parece ter se tornado menos tapado, e Steven mais sociável, ainda sim um grande nerd, mas um nerd que gosta de sair, os dois estão no mesmo nível que eu e Kaya, também Expedicionários.

Já na questão de Faye, e claro as outras garotas, elas evoluíram muito, se tornaram mais fortes, algumas mudaram até mesmo de personalidade, Violet se tornou uma pessoa mais humilde e Elora está bem mais sociável agora, além de como eu disse antes, cresceram, a maioria não mudou tanto na aparência, Elora mudou muito, mudou o jeito de se vestir, mudou o cabelo, até mesmo o jeito de falar, como eu disse, ela está mais sociável.

Agora na questão geral, do mundo, a guerra não parece ter mudado muito, pelo menos não aqui, mas em Dragonsky 4 as coisas acabaram mudando bastante, segundo as últimas notícias praticamente que todo o planeta já pertence a Treva, as sedes da Husk se retiraram do planeta bem antes de tudo acontecer, a ofensiva do exército inimigo foi lenta, segundo o que foi reportado, tropas chegavam nas cidades e "pediam" que se rendessem e se entregassem a eles, aquelas cidades que apresentavam resistência sumiam do mapa.

Várias naves chegaram aqui na região nos últimos meses, traziam consigo levas de refugiados, todos foram transferidos para as grandes cidades do planeta, o sistema de defesa planetário foi melhorado também, dispondo agora de novas naves e sistemas automáticos melhores.

É tudo o que eu sei que aconteceu nesse tempo, pelo menos que eu me lembre.

- Fire, vamos! Levanta! - era Faye me acordando.

- Aaaaa... Não quero...

- Vai logo, você tem missão hoje, e falou que ia me deixar na casa da Agatha!

Eu havia descoberto que as terras da família Orchard eram todo o caminho até Quémeron e a casa que Agatha morava era caminho, Faye me pediu alguns dias para que eu a deixasse lá, hoje foi um desses dias.

Mas dá tanta preguiça levar alguém nas costas.

- Faye, a Celeste falou que vocês vão aprender a voar certo?

- Sim, ela mencionou isso.

- Espero que seja logo.

- Você quer se livrar de mim é?

Coloquei a mão no rosto dela.

- Não é isso... É que minhas costas não aguentam você!

- Ah! Então você tá me chamando de gorda?!

- Não, tô te chamando de desengonçada!

- Porquê?!

- Você sempre fica toda torta em cima de mim, você deve achar que eu sou uma moto né?!

- Ah vai se fuder Fire!

- Ah vai você!

Depois dessa pequena briguinha de manhã descemos para comer e fomos embora, eu e a Faye começamos a ter pequenas discussões assim, acho que é um sinal de intimidade, xingar alguém assim e não dar em nada, as vezes depois disso ela até me faz torradas.

As terras da família Orchard se estendem até aonde a vista alcança, tem florestas, vales, campinas e pradarias, Agatha não sabe dizer desde quando a família dela tem isso, só diz que se fossem comprar isso tudo hoje em dia, não seria possível.

Eu já perguntei pra Agatha de onde a família dela tirou tudo isso, ela diz que nem ela nem os outros familiares sabem, a família dela tem algumas coisas estranhas, por exemplo, seu sobrenome Orchard, não é da família dela, pelo menos não de quem está vivo, é de seu pai, ele morreu ainda quando ela era pequena, ela diz que não sabe a causa, a mãe dela morreu junto do pai, ela julga que deve ter sido em um acidente. Resumindo isso, basicamente a única Orchard de verdade da família é a Agatha, e todas as terras da família estão no nome dela, é bem estranho.

- Alí está, Faye! - gritei.

- Vamos pousar ali, parece que a Agatha está lá! - Faye apontou para um conjunto de árvores.

- Ok!

Desci bem rápido e pousamos, eu me aperfeiçoei bastante na questão de vôo durante esses anos, principalmente na questão de pousar. Faz tempo que eu não enfiou minha cara na terra.

- Fire! Faye! - Agatha gritou quando nos viu.

- Hey Agatha! - gritei de volta.

Agatha veio correndo até nós, ela carregava consigo algumas cestas com grãos.

- Vim entregar essa encomenda aqui.

Falei isso colocando a mão na cabeça de Faye.

- Fire é meu táxi pessoal. - Faye falou isso tirando sarro de mim.

- É isso que acontece mesmo! - disse Agatha dando risadas.

- O quê você quer dizer com isso senhorita Agatha?

- Nada não Fire, nada não.

Agatha diss isso apoiando o cotovelo no meu ombro, ela parecia bastante presunçosa.

- Bom, eu vou logo embora, vocês duas não se atrasem.

- Olha quem fala, o tal que não queria sair da cama hoje!

- Da próxima vez se você me acordar com um "geitinho" talvez eu levante de boa.

- Da próxima vez eu vou jogar tua cama da escada.

Fiquei encarando ela um tempo, ela com certeza faria isso, se não fizer amanhã claro.

- Enfim, eu vou indo, as outras vão vir aqui mais tarde?

- Não, nós vamos passar na casa da Elora e de lá vamos buscar as outras. - disse Agatha.

- Ata, tomem cuidado então, a estrada até a cidade parecia bem zoada.

Ontem a noite choveu bastante, e o caminho da cidade até a casa da Agatha era uma estrada de terra bem simples.

- Tem problema não! Só um barrinho!

- Tem problema sim, quando a gente chegar em Kanterlot aquilo vai congelar! - disse Faye exaltada.

- Da em nada! Só tirar!

- A Celeste vai tirar o seu couro se você sair sujando tudo!

- Eu tiro o dela uai.

- Quero só ver isso. - falei.

Eu fui me afastando delas já.

- Bom, vão lá e não se sujem, vocês sabem como a Celeste é.

- Tchau Fire! - disse Faye.

- Vai na sombra! - Agatha.

Sai voando de lá e fui bem rápido para Quémeron, eu tinha combinado de me encontrar com Kaya em cima de um prédio nos arredores da base, acho que aquele prédio era um banco, pelo menos era bonito como um.

Eu consigo ver Kaya lá em cima já, ela estava apenas apreciando a vista, Quémeron sem sobra de dúvidas era, não, é uma das cidades mais lindas que já vi, acho que nunca a descrevi antes, a cidade consiste em um mar de prédios enormes e extremamente tecnológicos, existem hologramas pela cidade toda mostrando propagandas e alguns até mesmo ficam passando as notícias, as ruas de Quémeron eram como se fossem telas, a sinalização toda era digital e mudava. Como uma das grandes super cidades Quémeron tinha vários andares, a arquitetura da cidade permitia que todos os andares, desde o mais baixo até o mais alto tivessem sempre muito bem iluminados, a cidade também tinha várias partes móveis, alguns distritos inteiros podiam simplesmente mudar de lugar, isso era feito principalmente para o caso de uma invasão, a cidade meio que entrava em um modo de combate.

Nesses últimas anos vimos alguns testes na manutenção da cidade, a cidade quando entra em modo de combate faz com que os distritos mais populosos e mais essenciais simplesmente desçam para baixo da terra, canhões antiaéreos emergem do meio da cidade, a muralha fica um pouco mais alta e as estradas abrem rota para as muralhas, permitindo que os tanques e demais veículos militares se preparem.

Os escudos da cidade são na verdade a primeira coisa que liga, são várias e várias camadas de um escudo de energia, ele se torna uma espécie de cristal quando ativado, parecendo uma bolha sobre a cidade, também os trens tem seus trilhos alterados, os trilhos mudam para um modo aonde eles podem alcançar velocidades muito superiores, segundo o governo da cidade, é possível evacuar todos os quatro milhões de habitantes e vinte minutos, dizem que quando os trens estão na velocidade máxima um arco de plasma se forma na frente deles, eu li no site do governo falando que eles chegam de zero a quarenta mil em um segundo, assim que a cidade está evacuada ela fica oficialmente pronta para combate.

Todas as super cidades são assim, algumas tem uma diferença ou outra, mas nada que realmente importe.

Mas enfim, cheguei logo do lado de Kayal, que estava agachada na borda do prédio, e dei uns tapinhas na costa dela.

- Tá fazendo o quê?

- Apenas olhando a cidade.

- Você acha bonito?

- O quê?

- Quémeron.

- Sim, é o lugar aonde eu nasci, eu adoro essa cidade.

- Vamos para a agência ou não?

- Vamos! - disse ela levantando com tudo

Fomos bem rápido para a base.

Acho que não expliquei antes, mas desde que começamos a fazer missões nós estamos chamando a base da cidade de Agência, mas não é só o que falamos não, até mesmo em nossos trajes o nome é diferente, como se fosse um outro "ramo" da base. Eu não me importo de chamar de agência, muito pelo contrário acho mais interessante.

Chegando lá já nos encontramos com Carl e Steven que como eu disse antes não mudaram nada, Carl só ficou menos tapado, de uma porta comum ele virou uma porta automática, um pouco mais esperto.

- Bom dia dois. - disse Steven todo acabado.

- Bom dia porra nenhuma pra esses dois! - disse Carl revoltado.

Steven e Carl já estão a quase três semanas sem missões para fazer, e quem não faz missão é obrigado a fazer avaliações.

- Calma Carl, só porquê eu e o Fire somos os melhores? - disse Kaya rindo dele.

- É.

- Fire do céu, eu dormi só uma hora hoje, não tenho nem ideia de como vamos fazer as avaliações. - disse Steven deitado na mesa.

- É, não foi das melhores ideias ficar varado assim, capaz de você dormir na prova. - respondi ele.

- Nada! comprei um monte de energético e café, vou misturar tudo e tomar até a hora da prova.

- Esse tipo de coisa nem faz cócegas em Sky, nosso metabolismo processa isso rápido demais. - disse Kaya.

- As vezes eu vejo a Faye tomando café de manhã para acordar, pra mim não faz o menor sentido.

Steven se espalhou mais pela mesa.

- É que vocês Skys são uns monstros né. - disse Carl

- Como Steven disse, Nada! - disse Kaya imitando ele.

- Vocês dois é que são muito fracos. - disse para eles.

- É, isso mesmo, Professor Rex é muito mais poderoso que vocês. - disse Kaya.

Nesses últimos anos algumas coisas aconteceram, dentre elas uma missão que Rex foi, ele gravou para nós, como se fosse apenas mostrando, nessa missão ele lutou mano a mano contra um sky, ele conseguiu derrotar o Sky com êxito.

Ele consegue usar alguns tipos de magia, além de que o nível de poder da energia azul dele é bem superior ao deles.

- Rex é velho, ele treinou por vários anos! - gritou Carl.

- Ele tem 23... - disse Kaya.

Sim, o Rex é muito novo, ele foi um prodígio no tempo de aluno.

- ... - Carl ficou quieto e fez uma cara feia.

Não quero dizer que eles nao sei esforçados, mas eles não são, pelo menos não o Carl, Steven ainda estuda muito pelo menos, mas Carl está levando tudo com a barriga.

Eu e Kaya nos retiramos e fomos para o arsenal pegar nossas coisas, a missão era algo de procurar um artefato, era lá no norte, em um lugar no meio de montanhas, mas mesmo em Dragonsky existem perigos, na verdade existem mais perigos naturais do que nossos mesmo, existem vários tipos de criaturas mágicas por aí, dragões, criaturas do gelo, de tudo um pouco. Pegamos armadura, armas e algumas roupas para o frio.

- Kaya, qual blusa combina mais comigo?

Mostrei para ela uma blusa preta e uma branca.

- Hm, acho que a preta, mas não essa.

Ela foi no armário dela e pegou uma blusa lá e trouxe para mim.

- Essa aqui, você pode mudar a cor dos detalhes dela. - disse ela me mostrando a blusa.

Era de um preto muito escuro, ela mostrou que dava para mudar a cor dos detalhes da blusa por uma interface holográfica na manga.

Era realmente bem bonita.

- De onde você tirou essa blusa? - perguntei.

- Achei em uma loja no centro de Quémeron, pode usar.

- Obrigado.

Peguei ela e coloquei dobrado no braço.

- Não, coloca agora, vou escolher uma cor boa.

- Ah, tá bom, perae.

Coloquei as armaduras no chão e coloquei, era bastante confortável e macia, o tecido era maravilhoso, eu conseguia sentir forte o cheiro dela na blusa, além do cheiro do perfume que ela usa.

- Que blusa boa.

- Sim, eu comprei ela justamente por ser boa assim, me custou os olhos da cara.

Ela chegou perto de mim e pegou minha mão, ela começou a mexer na interface da blusa.

Ela colocou uma cor vermelho veludo, bem escuro, ela sai um pouco para trás e apoiou o queixo nos dedos.

- Ficou ótimo!

- Tem certeza?

- Sim, tá ótimo, combina com a sua pele.

Me olhei um pouco, parecia bonito.

- Vamos então? - falei.

- Vamos.

Pegamos nossas coisas e fomos direto para o hangar pegar a nave que iria nos levar até o lugar da missão, era uma cidade chamada Blizzard Vallis, é um nome em Dragonskariano antigo, acho que quer dizer algo como Vale da Nevasca, quase todas as cidades do norte tem algo a ver com gelo no nome, exceto claro as cidades do império de cristal.

Na verdade é quase a mesma coisa, só que no império de cristal os nomes tem a ver com cristal.

Enfim, subimos na aeronave que iria nos levar e fomos direto, levaria umas quatro horas, mesmo com a nave voando a quase dez mil quilômetros por hora, nem posso reclamar, as outras naves desse tipo voam a metade dessa velocidade, as vezes menos ainda.

O vôo foi bem tranquilo, eu dormi por quase todo o caminho, Kaya ficou jogando uns joguinhos no seu celular e assistindo vídeos.

- Fire! Kaya! Acordem, chegamos a Blizzard Vallis!

O piloto da nave gritou, ele também abriu a luz das janelas da nave, as janelas conseguiam ficar foscas para não passar luz.

Do lado de fora só víamos neve, tudo era neve, acho que não conseguíamos ver nem um metro além da janela.

- Você consegue ver o aeroporto? - perguntei.

- Consigo sim, podem ficar tranquilos.

A nave pousou sem grandes problemas.

- O quão frio tá lá fora? - Kaya perguntou.

Fui olhar o termômetro da nave.

- Bom... Tá calor.

- O cacete.

- É, tá por volta de cento e vinte graus negativos.

- O quê a gente tá fazendo nesse fim de mundo? - Kaya perguntou perplexa.

- Estamos ganhando dinheiro, por isso estamos aqui.

A temperatura mais baixa que eu e Kaya já presenciamos em missão foi na capital do império de cristal, Crystallo, foi em torno de sessenta graus negativos, algo assim, era frio demais.

A porta da nave abriu e aquele vento cortante entrou parecia que alguém estava jogando facas no meu rosto, a umidade do ar na nave e nas nossas peles congelou no mesmo instante, coloquei o gorro da blusa e tentei ficar o mais junto o possível.

Kaya passou do meu lado e imediatamente eu me agarrei nela.

- T-Tá Frio D-Demais Kaya!

Eu sou um sky de fogo, logo eu sinto mais frio que os outros e menos calor, a Kaya é uma Sky de metal, ela sente menos dos dois.

- Eu sei que tá frio Fire, mas não tem que ficar agarradinho em mim.

- Tenho sim, e se você não parar de reclamar eu ateio fogo em você.

- Faz isso que vai ser melhor.

A Kaya é uma garota muito provocativa.

- Não vou fazer isso não, vai queimar tua blusa.

- Eu já sabia.

Um Sky de gelo bem grande vem até nós acenando, ele vestia uma roupa grande e pesada, com muitas plumas brancas e muitos detalhes azuis e dourados.

- Olá! Saudações!

Ele chegou até nós.

- Vocês são os enviados da Husk?

- Sim, somos Fire Sky e Kaya Aramak.

Ele chegou até nós, só de perto mesmo para perceber o quão grande ele era.

- Meu nome é Oregon, sou o líder da casa Haikai.

- Você quem nos contratou? - perguntou Kaya.

- Precisamente, vamos entrar, parece que seu amigo vermelho está sofrendo com o frio.

- É, ele não lida muito bem com temperaturas tão baixas.

Entramos no aeroporto e sim, lá dentro estava bem mais quente, ainda muito frio, mas com certeza não estava nem perto dos menos cento e vinte graus.

- Bom, eu não vou explicar todos os detalhes aqui, vou levá-los a principal residência da casa Haikai.

Saímos com ele do aeroporto e entramos em um veículo grande, era uma espécie de carro, mas tinha rodas grandes como os blindados, provavelmente para não afundar na neve.

Chegamos me uma enorme mansão em alguns minutos, a mansão era toda construída em rocha, parecia mais uma base do que uma mansão, mas as janelas entregavam, dava para ver lá dentro delas lustres e mesas, alguns quartos, era tudo do mais alto luxo. Em DragonSky é muito difícil ter tanto luxo, para ter tanto assim tem que ter feito muita coisa, geralmente apenas os governadores ou princepes que tem esse tipo de coisa, alguns soldados e heróis também, mas lembrando que essas pessoas tem que ter feitos memoráveis.

- De onde veio a fortuna da casa Haikai? - perguntei para Oregon.

- A casa Haikai foi abençoada, daqui já saíram alguns dos heróis do ar, gelo e água, além de dois dos últimos guardiões.

- Ah, nossa, tudo isso? - incrível.

- Sim, a casa Haikai é uma das mais fortes do norte.

Isso justifica a fortuna, mas é realmente uma chance pequena, acho até mesmo estranho isso.

Fomos entrando na mansão, era bem diferente do lado de fora, tinha-se sim um ambiente mais moderno lá dentro, mas mesclado também com um ar rústico, o piso em várias salas era de madeira, lustres de bronze ou ouro pela casa toda, além de muitos adornos deste tipo por todos os lugares, haviam muitas pessoas lá, não só uma casa, a Residência Haikai também era um local de trabalho, existiam arenas para treino, oficinas de diferentes áreas e diversos escritórios.

Oregon nos levou para visitar toda a mansão, até mesmo as cozinhas, as cozinhas nunca paravam, moravam mais de 400 pessoas lá, se aquela cozinha fica parada por sequer uma hora falta comida. Por todo lado pessoas vestidas de branco com chapéus altos iam e vinham com panelas e bandejas.

- Cozido para o quarto 309! - gritava de um lado

- Quase pronto! - era respondido do outro.

- Alguém me joga a pimenta aí! - em outro canto.

Um moedor de pimenta ia voando pelo ar.

- Como vocês podem ver, a Casa Haikai definitivamente é bem viva. - disse Oregon quando saímos da cozinha.

Oregon nos levou até sua sala, ele era o chefe da família, sua sala era enorme, dava vista para a cidade de onde viemos, Blizzard Vallis, pequena e silenciosa por debaixo da neve.

- Por favor, se sentem.

Sentamos em poltronas na frente da mesa dele.

- Vamos falar de negócios.

Ele puxou uma caderneta de debaixo do casaco.

- Vocês foram contratados para busca de objetos perdidos, certo?

- Sim, é o que diz no nosso contrato. - disse Kaya.

- O valor negociado com a Agência de vocês é de seis milhões de Takens, vocês sabem disso?

Nós não recebemos o valor, apenas a grandeza da missão.

- Não, definitivamente não. - falei surpreso.

A maior parte das missões que eu e Kaya já fizemos até agora nos davam dois a três mil Takens, e isso já é um valor muito alto, mas milhões, eu não consigo imaginar.

- A agência fica com um terço disso, vocês vão receber quatro milhões então, estão de acordo?

- Clar... - Kaya colocou a mão na minha boca.

- Espere, esse valor está muito fora da curva, o quão difícil vai ser isso?

- Querem que eu explique o que vocês irão fazer?

- Por favor. - respondeu Kaya.

Foi bom ela ter me parado, eu ia aceitar, mas realmente, os valores dependem da dificuldade, e milhões, deve ser algo para um Super Sky, ou um Husk muito poderoso.

- A missão não é das mãos difíceis, mas pelo ambiente em que ela acontecerá vocês receberão essa quantia.

Ele puxou alguns hologramas do ar.

- Eu já havia feito isso para vocês, aqui temos algumas informações.

Haviam lá imagens de montanhas, algumas cavernas e umas estruturas estranhas.

- Vocês vão adentrar em uma antiga extração de Crisol, é muito antiga, pelos registros foi a primeira coisa que a casa Haikai comprou quando fomos fundados.

Se não me engano Crisol foi algum tipo de combustível mineral.

- Tá, mas o que é tão perigoso assim? - perguntei.

- Justamente pelo nosso clima, e as recorrentes tempestades, temos medo de alguma coisa lá desmoronar, nem sequer sabemos se ainda tem Crisol lá.

Chamei a Kaya para um pouco mais perto de mim.

- O quê você acha Kaya? Vale a pena?

- Com certeza vale Fire, quatro milhões para nós dois.

- Mas será que não tem furo nesse bote?

- Quê?

- Será que não tem algo mais?

- Não sei, por mim pegamos isso e pronto.

- Por mim também, mas fica uma dúvida.

- Vamos pegar então?

- Vamos vai.

Me virei para Oregon denovo.

- Oregon, vamos aceitar sim.

- Verdade, não perguntamos o que iremos buscar. - disse Kaya entrando na frente denovo.

- Isso é o de menos.

Ele pegou uma imagem de uma leitura da montanha.

- Vêem aquele ponto bem lá embaixo?

Tinha um ponto que parecia brilhar, estava na profundidade de dois quilômetros.

- Sim, o que é? - perguntei.

- Aquilo alí, pelo que sabemos é uma espécie de artefato carregado de magia.

- Artefato? - Kaya.

- Sim, como não sabemos exatamente o que é chamamos de artefato.

- Ata.

- Mas o quanto de energia isso tem? - perguntei.

- Olha, pelos medidores, isso é um pouco mais energético que o cristal de um Sky comum.

- Então é muito.

- Sim.

Tá, a missão não parece ser um bicho de sete cabeças, a parte mais difícil parece ser a descida, são dois quilômetros para baixo da terra.

- Não parece ser tão ruim assim. - disse Kaya.

- Não mesmo, eu faço de boa.

Oregon se levantou da cadeira, toda vez que ele se levanta eu me assusto, ele é muito grande.

- Está decidido então, passem a noite aqui hoje e amanhã de manhã eu levarei vocês até a entrada da caverna.

- Certo.

- Certo.

Oregon nos levou a um quarto mais tarde.

- Vocês não tem problema em dividir cama não é?

- Porquê a pergunta?

- Contratei o serviço imaginando que seria apenas uma pessoa.

- A. - respondeu Kaya.

Ele abriu a porta do quarto, era um quarto bastante grande, uma janela grande que dava vista para um lago congelado enorme do lado de trás da mansão, a cama era uma daquelas tamanho rei, tudo era bem decorado.

- Ah... A cama é grandona, não tem problema não. - falei.

- Mesmo que fosse uma cama pequena não teria. - Kaya completou.

- Vocês são um casal? - Oregon perguntou.

- Não, somos apenas amigos.

- Já dormimos agarradinhos umas vezes. - Kaya adora fazer isso.

- Hmmm - murmurou Oregon apoiando o queixo com os dedos.

- Não, nada disso, é que a Kaya é uma arrombada e fala assim mesmo.

- O Fire é tão safado quando dorme. - ela continuava.

- Ignora ela Oregon, ela é assim mesmo, dizem que quando ela nasceu o médico derrubou ela no chão.

- Faz sentido. - concordou Oregon.

- Enfim, não temos problema com isso, pode deixar, qualquer coisa eu prendo a Kaya no teto, eu trouxe as correntes.

- Beleza então Fire, se precisar tem umas correntes de Trítio na oficina, eu te empresto.

- Não pode ser de metal normal, ela é uma Sky de metal.

- Entendo.

Ele colocou a mão na porta e ficou apoiado.

- Bom, tenham uma boa noite.

Ele saiu.

Fomos dormir logo em seguida, conversamos um pouco a noite, principalmente sobre essa nossa missão, era bem diferente, busca de artefato em uma caverna ou mina, além desse valor ridículo, eu acho que dá para viver confortavelmente uns noventa anos com esse valor.

Falamos sobre várias coisas na verdade, eu e Kaya realmente estamos bem acostumados a ficarmos juntos.

A noite foi bastante calma, claro, se desconsideramos que eu nunca vi uma residência tão viva, mesmo de madrugada, devo dizer que era até mesmo legal isso, me lembra muito da base de Quémeron, a Kaya como sempre dormiu como uma pedra. De manhã Oregon nos chamou para acordar, fomos tomar café naquele enorme refeitório, haviam muitas pessoas lá, acho que ontem não vimos ninguém comendo lá.

- Hey, vocês vêem aquele Sky de gelo lá no fundo da sala?

Oregon apontou para um Sky comendo sozinho, estava apenas ele e sua espada, era um sabre branco decorado com flocos de neve azuis turquesa.

- Aquele lá é Abadiah, nosso futuro Herói do Gelo.

- Mas... O herói atual, não é o príncipe Glacies? - perguntei.

O príncipe Glacies, demonstrava ter muito mais poder que Abadiah, Glacies tem uma aura que impõe pressão, ele tem um certo nível de presença absoluta, mas Abadiah, ele não impõe nada.

- Sim, mas meu jovem Abadiah treina, e treina muito, daqui alguns meses ele e Glacies vão duelar, vocês vão ver sim?

Oregon falava exasperado, era como se ele estivesse vende do a imagem de Abadiah.

- Se estivermos livres sim. - respondi.

Aquele Sky isolado não parecia estar com nada.

Enfim, comemos muito rápido e já fomos embora, Oregon nos levou em um de seus caminhões de gelo, veículos blindados enormes, como o de ontem, aquele que estávamos tinha lagartas no lugar de rodas, exceto as dianteiras.

Chegamos na tal extração em mais ou menos duas horas, o veículo não era dos mais rápidos, na verdade, era bem lento.

- Olhem! Alí! A entrada da mina!

Ele apontava pelo para-brisa, lá em frente dava para ver pela neve, o pé da montanha, e lá nele tinham algumas construções na base. Eram como uma fortaleza, haviam alguns guindastes e outras coisas lá, não dava para ver direito ainda, estava nevando bastante até, menos que ontem, mas ainda bastante.

Chegando mais perto deu para ver direito, descemos e fomos andando, haviam vários caminhões alí, pareciam ser muito antigos, as rodas estavam afundadas no gelo, as portas pareciam ter uma camada de gelo por cima, as carrocerias estavam completamente cheias de neve.

- Esses caminhões, a quanto tempo estão aqui? - perguntei.

- Olha Fire, a família Haikai original tomou posse dessa região depois do incidente Dartanfield, foi mais ou menos uns duzentos anos depois.

- Tá, e quando foi esse incidente Dartanfield?

- Hmm, acho que foi a uns 1600 anos, eu não tenho certeza.

- Então vocês tem essa região a uns 1400 anos?

- É, bem por aí mesmo.

- E as minas?

- As minas foram fundadas pouquíssimo tempo depois, tipo meses.

- E quando foram fechadas?

- Eu chuto que foi mais ou menos uns duzentos anos depois.

- 1200 anos então?

- É... Por aí...

Por causa do ambiente ser completamente congelado, a deterioração não é tão visível, mas realmente, dá para ver que os pneus são feitos de borracha, além do design estranho. Haviam em algumas caixas e carrocerias algumas rochas brancas brilhantes.

- Isso aqui é Crisol? - perguntei.

- Ahm, é sim, toma cuidado aí.

- Porquê?

- Você tem elemento elétrico não?

- Sim.

- Se você acabar carregando ele com energia ele se torna explosivo.

- Ah...

Assim que ele falou isso eu tirei a mão do minério.

Fomos adentrando na extração, o lado de dentro era completamente escuro, acendi a lanterna da armadura, e tudo começou a refletir muito, estava ficando tudo muito claro, apaguei a luz bem rápido.

- É, vocês vão ter que ficar no escuro, se não me engano eram usadas umas lanternas de luz negra, mas não sei se tem aqui ainda alguma que funcione.

Comecei a mexer na armadura, eu lembro que vi uma vez uma função de lanterna, e tinha vários tipos de luz.

Kaya estava fazendo o mesmo na armadura dela, acho que nem cheguei a comentar, mas desde que começamos mudamos de armadura algumas vezes, a armadura que vestimos agora acho que era chamada de Deviant 3, antes chamadas de protótipo. Eu até que gosto bastante do nome, mas ainda acho que não vai ser o último nome.

Kaya achou antes de mim.

- Aqui! A nossa armadura tem um modo de lanterna.

- Tem luz negra? - perguntou Oregon olhando de cima.

- Ahm... Tem sim!

- Então pode ligar.

Maya acendeu as luzes, as armaduras novas não tinham realmente lanternas, mas as linhas de energia externas brilhavam muito forte.

A sala ficou toda brilhante em um tom de azul escuro e roxo, os cristais de Crisol ficavam em destaque, brilhavam um pouco mais que o resto.

- Oregon, Porquê a luz da lanterna carrega o Crisol mas não a de Albicans? - perguntei.

- A luz de Albicans é uma luz natural, é a luz que está aqui desde sempre, já a luz das lanternas não, e o Crisol sabe disso.

- Mas só isso já carrega ele a ponto de explodir?

- Não, mas é o suficiente para deixar ele instável.

- Acho que entendi.

- Em resumo, não acendam lanternas, ou qualquer luz não natural que fica tudo bem, podem ir.

Ele falou isso e apontou para dentro das minas.

Kaya e eu tínhamos todos os mapas necessários, equipamentos e comida, da para ir sem medo.

Eu e ela fomos a fundo, o caminho era bem escuro, e com certeza estava mais frio lá dentro do que lá fora. Vimos Oregon saindo da caverna e voltando para o carro, agora era apenas eu, Kaya e quilômetros de escuridão.


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