Enquanto os heróis lutavam bravamente, Robbota observava de longe, suas lentes digitais brilhando com satisfação. Ela havia previsto cada movimento dos heróis, e seus vilões estavam cumprindo seu propósito perfeitamente.
Em um momento decisivo, Lâmina Sombria e Sombra Fantasma conseguiram capturar Tessala, prendendo-a em uma armadilha habilmente preparada. Lâmina Sombria emergiu das sombras atrás dela, suas lâminas pressionadas contra seu pescoço.
"Tessala...", sussurrou Lâmina Sombria, com tom gelado. "Você e seus heróis não são páreo para nós. Robbota previu tudo."
Tessala, mesmo capturada, não demonstrou medo. Seus olhos brilharam com determinação enquanto ela encarava seus captores.
"Vocês subestimaram o poder da justiça", respondeu Tessala, com voz firme. "Meus aliados virão atrás de mim. E, quando o fizerem, vocês conhecerão o verdadeiro significado de heroísmo."
Enquanto Lâmina Sombria e Sombra Fantasma se preparavam para levar Tessala para Robbota, os outros heróis redobraram seus esforços. Determinados a libertar sua líder e derrotar os vilões de uma vez por todas, eles sabiam que a batalha estava longe de terminar.
Vendo que o plano poderia ir por água abaixo a qualquer momento, Tessala teve que abrir caminho para que pudesse fazer sua última interpretação.
Com pouco esforço, Tessala conseguiu se soltar, afinal, o conserto da redoma de Central Nickol estava em jogo, e não era apenas a coragem e a união dos heróis que poderiam proteger a cidade da ameaça de Robbota e seus vilões aprimorados.
Tessala precisava de equipamentos e, com todas as pistas que tinha, era uma questão de horas para que ela os tivesse em mãos.
"Prestem bem atenção aqui!", gritou Tessala a plenos pulmões, enquanto lançava ao alto daquela noite já escura um conjunto de raios de forma que somente seus subordinados pudessem ver e ler.
A batalha continuou, mas um a um, depois do aviso de Tessala, os heróis começaram a cair. Centurião Dourado, enfrentando sua versão aprimorada criada por Robbota, foi o primeiro a ser derrotado. Ele permitiu que a força bruta do adversário superasse a sua, deixando-o inconsciente no chão.
"Centurião Dourado!", gritou Tessala, fingindo surpresa diante da derrota de seu aliado.
Mas, antes que pensasse em ajudá-lo, foi atacada por Lâmina Sombria.
Aço Blake caiu logo em seguida, seus punhos não sendo páreo para a agilidade e furtividade de Lâmina Sombria.
Mestre Ímã, mesmo com seu poder magnético, não conseguiu deter Sombra Fantasma, que o derrubou com um ataque surpresa.
Mestre Comando, o estrategista, tentou coordenar uma última defesa, mas, ao fim, foi subjugado pelos vilões em superioridade numérica.
Tessala, a última em pé, foi cercada pelos vilões. E, novamente, Lâmina Sombria a capturou, prendendo-a em uma armadilha de sombras.
"Vocês não venceram!", gritou Tessala, fingindo lutar para se libertar. "Meus aliados não desistirão!"
Robbota apareceu, suas lentes digitais brilhando com satisfação. "Tessala, por que não se conforma que você e seus heróis foram derrotados? Central Nickol é nossa."
Sem perder a pose de superioridade, Tessala apenas respondeu: "Quem ri por último ri melhor."
Robbota aprisionou-a de vez em um quadrado de metal com as dimensões suficientes para deixar alguém apenas de pé e, fixando algumas correntes, entregou-a para Iron Clash e lhe ordenou: "Ela é sua responsabilidade a partir de agora. Não a deixe cair. Apesar de ser nossa prisioneira, ainda temos nossas responsabilidades."
Então Iron Clash colocou aquele enorme quadrado metálico em seu ombro e começaram o caminho de volta para o seu esconderijo.
Desconfortável em sua mini prisão, Tessala percebeu que alguém os seguia à distância. Então sorriu antes de desmaiar pelo gás que Robbota exalou em Tessala.
Já era tarde da noite e, apesar de vencida, Robbota não era tão ingênua a ponto de deixar Tessala consciente conhecendo o caminho de onde seria aprisionada.
Presente de Prata
Dias se passaram desde a derrota dos heróis, e a cidade estava sob o controle de Robbota e seus vilões. Eles faziam o que bem queriam, pois acreditavam que não havia poder de fogo que pudesse vencê-los.
Os heróis, agora fingindo-se de feridos e desmoralizados, sabiam que precisavam continuar com o plano de Tessela.
— E agora, o que a gente faz? — perguntou Aço Blake, que se sentia confuso com tudo aquilo.
Centurião Dourado o chamou para dentro de um recinto pequeno, mal iluminado e isolado acusticamente, e falou aos seus ouvidos:
— Estamos sendo vigiados o tempo todo. Se você quer mesmo ajudar, continue com o plano. Finja, manque, seja negativo, faça do jeito que quiser, mas seja convincente. Chame quem estiver mais próximo de você e apenas gesticule para que venha aqui.
E um a um, Centurião Dourado foi reforçando para que continuassem atuando.
— E agora, para quem vamos recorrer? — falou Aço Blake.
— Precisamos saber a quem pedir ajuda — disse Mister Ímã.
— Devemos procurar alguém que faça a diferença — disse a Garota Danger.
"Precisamos de alguém com conhecimento além do nosso", disse Mestre Comando enquanto se reuniam em outro local. "Alguém que possa entender a tecnologia de Robbota e nos ajudar a derrotá-la." Concluiu.
"Mas quem?", perguntou Aço Blake, com os punhos cerrados fingindo frustração. "Não conhecemos ninguém assim."
"Há uma lenda de um cientista recluso que vive nas montanhas ao norte. Dizem que ele tem um conhecimento vasto sobre robótica e inteligência artificial", disse Centurião Dourado.
"É uma pista?", perguntou Mestre Ímã, num tom falso e esperançoso. "Podemos confiar nessa lenda?"
"Não temos outra escolha", respondeu Centurião Dourado. "Se há alguma chance de salvar Central Nickol, temos que encontrá-lo. Vamos nos preparar e partir imediatamente."
Os heróis, fingindo feridos e derrotados, anunciaram em alto e bom som que começariam uma jornada em busca do cientista recluso.
A viagem seria longa e perigosa, mas a esperança de encontrar alguém que pudesse ajudá-los daria força a cada passo.
Dois dias se passaram enquanto eles atravessavam florestas densas e montanhas traiçoeiras, enfrentando barreiras naturais e animais selvagens que de vez em quando cruzavam seu caminho.
Mas bastava uma demonstração de força de Centurião Dourado para que a fera se afastasse do estranho grupo.
Enquanto isso, Eno se encontrava perdido na floresta, tentando encontrar sinal para que os óculos Boa Sorte funcionassem.
Cada passo na vegetação densa parecia mais desorientador. Ele tropeçava em raízes e se esquivava de galhos baixos, sentindo-se cada vez mais desesperado.
A bateria dos óculos estava prestes a acabar, e ele sabia que precisava encontrar logo um ponto alto para conseguir sinal antes que fosse tarde demais.
De repente, Eno ouviu um rugido poderoso. De trás de uma árvore, ele viu um enorme mamute gigante, com presas afiadas e um olhar ameaçador.
Eno congelou, o coração batendo rápido. Antes que pudesse reagir, outro som atraiu sua atenção.
Um carniceiro urso castanho, um predador mortal das florestas, se aproximava lentamente, seus olhos famintos fixos em Eno.
Subitamente, algo brilhou bem diante de seus olhos. Era uma linda heroína numa armadura de cor prata que parecia ter caído da nuvem mais próxima.
Eno sentiu-se hipnotizado por aquela bela visão: pernas longas e bem torneadas, bustos fartos, porém firmes, e uma boca que parecia estar chamando-o para beijá-la.
— Tome cuidado, garoto! Você não percebeu que está em perigo?
— Garoto? — retrucou Eno, ofendido, enquanto dava as costas ao grande urso que se aproximava.
— Ao menos você é tão ingênuo quanto um.
ZZATT!
Disse ela enquanto disparava um curto raio de eletricidade em direção ao urso, que decidiu recuar, enquanto o imenso mamute avançava lentamente.
— Quem é você? E o que está fazendo aqui nessa floresta? Você está bem?
— São perguntas demais, garoto, e a única coisa que eu sei é que eu tenho que te ajudar. Já meu nome é...
A jovem heroína ainda tentou, mas sua memória não ajudava.
E antes que ela continuasse se esforçando para se lembrar, o enorme mamute avançou de maneira tão rápida que por pouco ela não foi atropelada.
ZZAAT! ZZAAT!
A jovem heroína emitiu duas rajadas fortes, mas que não fizeram efeito algum, enquanto o mamute já preparava seu retorno, na tentativa de derrubar quem ficasse em seu caminho.
— Ei, garoto, procure se esconder enquanto eu luto com esse animal. Parece que vou demorar um pouco mais do que pretendia.
Eno entendeu aquela ordem, mas ver aquela jovem tão bonita se sacrificando por ele o fez decidir agir.
— Não seja tolo, garoto. Nem mesmo os meus raios mais fortes conseguiram fazer nada com ele. E como pretende enfrentar esse bicho?
— Só posso te contar se você aceitar ser minha namorada. Espere aí. Eu sou casado com Belle Reese.
— Que besteira é essa que você está falando, garoto? Saia do meu caminho...
— Então temos um acordo? Eu ajudo você a derrotar esse monstro peludo e você vira minha namorada.
O mamute não tinha tempo para conversa boba e avançava com velocidade em direção a eles.
A heroína prateada percebeu que aquele garoto não iria colaborar com ela, e suas forças estavam se esvaindo. Ela podia desabar a qualquer momento.
— Isso é o máximo que vai receber de mim.
— Chuac!
E deu-lhe um beijo na boca, que o pegou totalmente desprevenido.
— Ou você me ajuda, ou saia da minha frente. De qualquer maneira, nós iremos morrer. Esse animal não vai parar até nos esmagar por completo.
E o mamute continuou vindo.
E tirando uma haste bem fina de trás da árvore, ele disse:
— Isso aqui eu peguei na casa de Belle...
— Sei, sei, na casa de sua esposa, suponho — complementou a heroína.
— Não, ela não é minha esposa, de verdade.
— Sei, mas vamos deixar a conversa mole para depois. Apenas faça o que precisar fazer, ok?
Num instante, Eno arremessou a haste pontiaguda, que entrou boa parte na boca daquela fera enquanto ela passava por ele.
— Agora é sua vez! Use tudo o que tem.
A heroína se esquivou também e disparou um raio em direção à haste de metal que estava fincada dentro da boca do mamute. A haste foi simplesmente o condutor daquele estupendo raio, que percorreu toda ela até finalizar no interior do mamute, que imediatamente foi tomado por uma imensa quantidade de raios que cozinhou todos os seus órgãos internos.
A heroína não aguentou ficar em pé, pois deu tudo de si e estava cansada ao máximo. Havia dias que não comia nem bebia nada. Estava ferida e exausta, e agora desmaiava bem na frente de Eno, que não teve dúvidas em ampará-la antes que ela caísse no chão, enquanto feliz dizia:
— Meu presente chegou.
Bora lá galera. me adicionem na biblioteca.