Chapitre 36: CAPÍTULO 34 - PRESENÇA
No primeiro brilho do amanhecer, o ambiente vazio do quarto em que Uzur dormia foi invadido por uma nova presença.
— Acorde logo, você está lento demais.
— Você não consegue dormir e me faz pagar o preço disso?
Uzur respondeu rapidamente, indicando que seu despertar diurno já havia acontecido há algum tempo.
— Você está acordado, velho?
Luna sorriu enquanto admirava os movimentos travados do velho senhor que tentava se virar na cama.
— Não me chame de velho.
— Seus traumas estão totalmente pesados, médio em idade. Se adquirir mais dois durante essa jornada, ficará paralisado.
Linn zombou dos movimentos travados do corpo de Uzur, o qual perdeu totalmente o conhecimento de seu vocabulário. Em silêncio, terminou de se virar na cara, podendo finalmente encarar o rosto da garota que tinha invadido o quarto.
A fala de Luna havia carregado consigo uma forte ironia referente às ações recentes de Uzur. A forma provocativa de falar de Luna causava ódio em todos ao seu redor, algo que não se ausentou em Uzur naquele momento.
— Não me lembrava de você ser tão bonita. — Logo, usou de tons leves para suavizar o ambiente, porém…
— Nem comece com isso, vovô.
Cortando rapidamente qualquer pensamento do homem, Luna o apressou para sair da cama, lançando parte de suas sombras para que consumissem todo o quarto a partir do chão.
Trazendo medo ao ambiente, despertou sobre o experiente homem um medo do qual não poderia se livrar facilmente. O ambiente estava milhares de vezes mais pesado do que se sentia a pouco.
— Chega disso.
Se levantando rapidamente da cama, Uzur se curou de todos os ossos travados de seu corpo, se pondo de pé.
— Sua expressão não parece favorável. — Luna zombou, rindo em direção ao olhar baixo de Uzur.
— Você era detestada por seu povo, não era?
— Não temos tempo para histórias de vida agora. Sei bem que você passaria horas falando sobre a sua se pudesse.
Sorrindo de forma irônica, Luna percebeu a intenção do homem à sua frente antes que qualquer nova palavra fosse dita por ele.
Após destruir sua linha de raciocínio, Luna se retirou rapidamente do quarto, deixando o homem sozinho em meio ao clima sombrio que rodeava todo o quarto.
As sombras lançadas pela garota tinham consumido o clima do ambiente, trazendo à tona todo o medo que havia guardado dentro de cada uma das pessoas que se mantinha naquele lugar.
Reflexivo, Uzur foi tomado pelo rápido espalhar das sombras, as quais o fizeram se perder em meio a seus próprios pensamentos. Ele estava parado no centro do quarto, rodeado de sombras de cor escura similares a uma fumaça fraca. Encarando algo fixo a sua frente, seu olhar se perdia totalmente em meio aos pontos de luz que vazavam da cortina fechada do quarto.
— Entendo que tenha passado por muitas coisas, porém você não vai aguentar muito se permanecer vivendo assim.
Luna entrou no quarto em seu último ato, desfazendo imediatamente o domínio das trevas que pairavam sobre aquele lugar. Ao seu falar silencioso, todas as sombras se esvairam pela casa em segundos.
Por mais do fim das sombras e da escuridão, o clima se manteve em posição de negatividade, trazendo mais dos pensamentos reflexivos que aumentaram o transe do homem dominado por seus pensamentos e preso ao olhar fixo e distante.
— … — Luna sorriu
Logo, todo o clima que pairava sobre o quarto se esvaiu, sendo espalhado de forma suave por todo o extenso país dos grandes muros.
Imóvel, Uzur se manteve pensativo enquanto mantinha seu semblante. Sua mente podia pensar novamente, porém não podia assimilar nada que havia acontecido antes daquele exato momento em que sentiu novamente a liberdade de seu corpo, mente e alma.
— Isso foi estranho…
Movendo apenas o pescoço, olhou ao redor em busca da garota, porém não pôde ver ou sentir sua forte presença naquele lugar.
— A presença daquela garota…
Imediatamente, o corpo de Uzur foi tomado pelo mesmo temor de antes, sendo também arrepiado de forma totalitária. Por mais de não saber nada sobre a garota das trevas, sentia saber mais que o necessário sobre sua vida.
"Não é hora de pensar nisso!"
Retomando a ordem de seus pensamentos, saiu do quarto enquanto observava todos os detalhes que estavam ao seu redor.
— Tudo está normal e calmo. Não há nem sinal daquela presença forte.
Atravessando toda a extensão da casa, andou em direção a porta, saindo do interior da casa.
Ao abrir a porta, imediatamente viu a garota de cabelos negros que o esperava sentada na calçada junto ao chão de pedra lisa.
— Você demorou muito, pensei que nunca se livraria daquilo. — Luna sorriu por mais uma vez, porém não causou nada ao corpo e alma de Uzur.
— Haha, você é engraçada quando quer. — Uzur retribuiu o sorriso dado pela garota com um riso sincero. — Tudo bem, agora falando sério, porque você saiu tão rapidamente de lá?
— Arhg, você não entende mesmo — Respondeu, respirando profundamente.
Se colocando de pé, Luna andou lentamente em direção a Uzur, trazendo com seu corpo físico parte de sua presença, a qual pressionava a alma de Uzur contra si mesma.
— Você passou cerca de trinta minutos enquanto tentava se livrar de seu ódio, porém ele ainda parece estar bem vivido em seus olhos.
— Trinta minutos? Não se passaram nem dois minutos, garota!
— Hehe. Tudo bem, senhor de idade relativamente equilibrada, vamos parar de falar e começar a trabalhar.
Cortando qualquer tipo de reação exagerada, Luna deixou de lado os comentários contrários do homem, mudando o assunto de forma definitiva.
Apontando seu olhar para o destino que pretendia seguir, induziu o homem a encarar a mesma direção, percebendo o próximo destino do qual deviam seguir.
Incrivelmente, Uzur rapidamente foi consumido pelo sorriso empolgado de Luna, esquecendo totalmente tudo que apertava seu coração. Ele se sentia liberto pela mesma presença que a pouca havia o prendido ao seu pior momento.
O sol do céu já não era mais relacionado ao início do dia, porém, ele nem mesmo havia percebido isso. Apenas Luna podia ver o céu da forma como ele realmente estava naquele momento.
— Espero que você esteja bem, Mizu.
Luna relatou sua preocupação às nuvens do céu, o qual encarou rapidamente antes de finalmente iniciar seus passos na direção que observava a certo tempo.
O homem que parecia seguir pelo fluxo do clima, deixou-se levar pelos passos de Luna sem perceber suas palavras ao vento.
Daquele momento em diante, o silêncio foi protagonista do caminho da jovem garota e do velho homem.
• • • • •
— Uma criança e um adulto experiente, esse é o relatório final?
— Não senhor! O adulto é um fugitivo do senhor Alon. Seu nome é Uzur.
— E sobre a garota?
— Não sabemos o nome dela, porém acredito sobre ela ser a mais poderosa entre todos eles.
— Haha, isso é ótimo!
Dois homens conversavam sentados no extremo da sacada de um dos prédios no qual se atravessava um grande desfile de fantasia. O homem sentado à direita que apenas ouvia e questionava era o líder de operações do país da Defesa, enquanto quem o informava era seu braço direito da função.
— Finalmente os invasores fantasmas estão ganhando forma e nome.
Se levantando lentamente do extremo da sacada, o líder de operações chamado pelo nome Rony caminhou para dentro da casa, se encontrando com outro homem que o esperava deitado no sofá de couro marrom.
— Eles estão localizados, está na hora de agirmos segundo o plano, Mexy.
— Tudo bem, chegou a hora.
Se levantando imediatamente do sofá, o homem de aparência forte chamado Mexy se pôs em postura de luta desde aquele momento.
— Ha!
Sorrindo, os dois homens que carregavam o cristal de defesa saíram da casa onde estavam abrigados, indo para as ruas onde ocorria o grande desfile de fantasia do país da Defesa.
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