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68.75% Cynic’s Second Wind: DxD Chronicles / Chapter 11: Volume I - Capítulo 11

Chapitre 11: Volume I - Capítulo 11

Ola a todos que estão aqui pela história agradeço imensamente pelos feedback e comentários vocês estão animando meu dia ^-^ sinceramente não tenho como não agradecer a vocês isso e apenas um pequeno aviso aqui no começo desculpe-me por não ter postado nada ontem pois prometi a entrega de dois capítulos porém como sabem estou tendo algumas dificuldades monetária oq me levou a ficar sem internet, estou no momento... pegando emprestado de um vizinho para continuar as postagens então peço desculpas novamente

Estava discutindo isso com alguns colegas e me sugeriram criar um patreon para quem quiser ajuda ou puder ajudar se quiser o fazer, então eu fiz um :v, se qualquer seguidor ou acompanhante da obra estiver disponível ou quiser ajudar ficarei imensamente grato, claro haverá mimos futuramente e não pretendo parar apenas nessa obra haverá mais obras pela frente porém vou focar apenas nessa por enquanto então aqui está o link caso alguém deseje ajuda com qualquer quantia que estiver sobrando ou quiser obrigado novamente e desculpe pelo comentário acima do capítulo não consegui colocar o link nas notas do autor ;-;

patreon.com/CSWChronicles

Agora fiquem com o capítulo :3

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Senti como se estivesse flutuando, cercado por uma névoa negra que obstruía minha visão. No meio da escuridão, uma figura feminina de cabelos castanhos longos até a cintura apareceu, envolta na mesma névoa. Tentei alcançá-la, mas, quanto mais me aproximava mais era visível que ela era engolida pela névoa negra, ela virou e por um relance eu consegui ver sua boca se mover ligeiramente como se dissesse algo, assim que estendi a mão para a alcançar, a figura foi engolida pela névoa. Uma sensação de frio invadiu meu peito, e dois olhos dourados gigantescos e brilhantes emergiram da escuridão.

"ACORDE!"

O grito ecoou em minha mente estremecendo toda minha sanidade, puxando-me de volta à realidade. Acordei em um colchão improvisado dentro de uma tenda. Ao inspecionar meu corpo, notei que estava sem a parte de cima da minha roupa e enfaixado, ao tirar as faixas, uma pequena cicatriz que pegava meu ombro até minha cintura

" Sabia que ia deixar uma marca... bem cicatriz de batalhas vai ser ótimo para chamar atenção nas garotas mais tarde" ri de mim mesmo pensando nisso " como se eu fosse ter tempo pra pensar nissoz quem tô tentando enganar"

Me levantei vestindo a parte de cima de minha roupa e sai da tenda, encontrei aquele rapaz que me apagou com aquele dardo treinando com arco em mãos, atirando em um alvo com concentração intensa. Antes que eu pudesse me aproximar, senti um impacto na cabeça. Ao olhar, a Ceifeira Escarlate estava ali, sua foice parecia já estar concertada.

" Você realmente sabe como dar boas-vindas, hein? " exclamei, esfregando a área atingida.Escarlate me encarou, seu olhar severo contrastando com o alívio evidente em seus olhos.

"Você realmente gosta de dormir moleque, ficou apagado por dois dias" ela disse enquanto cruzava os braços e colocava a foice em suas costas em uma guarda que segurava ela as costas dela

"Ah, então foi só uma soneca prolongada" respondi com um sorriso irônico.

Escarlate me apontou para uma barraca ao lado, e tomei a iniciativa para começar a andar em direção a ela, afinal não queria outro rasgo no peito.

Acompanhei-a, ainda digerindo a situação. Ao entrar, mais parecia um escritório do que uma barraca comum, era relativamente grande e tinha uma cama bem no canto. Ela se dirigiu para se sentar porém antes tirou a foice e colocou ela apoiada em um apoio que parecia um guarda chapéu e logo puxou a cadeira de uma escrivaninha se sentando e logo mandou-me sentar na cadeira de frente para ela. Ela sacou uma garrafa de uísque, pegou um copo, colocou gelo e encheu o copo pela metade.

" Me chamou aqui pra beber? Olha, não sou muito fã de álcool não, mas depois do estrago na barriga, até aceito! " disse, rindo e me sentando.

Escarlate começou a falar, sua era expressão séria. "Olha, Kuroto, sei que seu jeito debochado é uma defesa, mas temos coisas sérias para tratar. Você precisa entender onde estamos e o que significa ser um exorcista aqui."

"Devia ter pensado nisso antes de vir pra cima de mim com a porra de uma foice! Não é? " disse com um rosto em desaprovação total a ela

"Bem, se você nem consegue lidar com isso, não faria sentido recrutá-lo. Leve isso como um teste. Não pense que esqueci, vai ter que trabalhar muito pela minha foice, moleque." Disse ela enquanto apontava para a foice com o olhar " sabe quanto custou pra consertar ela em tão pouco tempo?"

"Ahm... em minha defesa eu não sei o que rolou e também, você começou" disse, revirando os olhos e olhando para a bebida.

"Bem, por onde começar... os superiores te passaram o básico?"

"Sobre? Só me falaram que eu faria parte do esquadrão"

"Sobre o mundo em si, moleque. Do que você acha que estou falando?"

"Sei lá, torradas? Leio mente não, tia."

"Ora... Seu moleque quem acha que está chamando de Tia?!" Ela foi e tacou uma caneta tão forte que se eu não tivesse me esquivado, aquilo poderia me machucar. Olhei para onde a caneta voou, e a tenda agora tinha um buraco.

"Esquentadinha, toda mulher de meia idade e assim?"

"Cala a boca antes que eu cale ela pra você"- ela colocou os polegares sobre os olhos apertando perto de seu nariz, tentando se acalmar. "Ok, vamos do começo, pegue um copo primeiro."

"Rapaz, eu vou beber?"

"Não álcool, não sou irresponsável. Temos refrigerante, aceita?" Ela disse abrindo o frigobar abaixo da mesa e deslizando um copo para mim pela mesa que eu peguei

"Deus amado, obrigado, poderei finalmente beber uma Coca-Cola?"

"Infelizmente só temos zero"

'Deus seu filho de uma ****' pensei, mantendo um sorriso no rosto. " tem Pepsi?"

" Temos só a de limão" ela disse puxando a lata abaixo da mesa e tacando para mim.

" Então o que tem pra me dizer?" disse enquanto abria a lata e enchia o copo para beber.

"Antes de tudo, Kuroto, você precisa compreender o lugar onde se encontra. Não quero te assustar, mas a realidade aqui é um tanto... complexa," começou Escarlate.

" Me explique então." Franzi a testa, enquanto tomava um gole da bebida.

"Primeiro, o mundo em que estamos não é simples. Existem anjos, demônios e seres caídos. Eles vivem em um equilíbrio bem instável" ela disse enquanto tomava um gole de seu uísque.

"Ah, tá bom, vai me dizer que o Papai Noel também existe e o Coelho da Páscoa e eles lutam com o Bicho-Papão junto da Fada do Dente e do Morpheus?" ri enquanto olhava para o copo de bebida com um sorriso cínico.A Ceifeira apenas me encarou com um rosto sério. "Está falando sério? Já havia lido um livro sobre isso na minha infância mas achei que era baboseira"

" Qual era o nome do livro?" Ela perguntou curiosa enquanto levantou e foi a estante que possuía alguns livros

"Algum livro meio antigo com uma capa dura com bordas douradas dizia algo do tipo 'A Primeira Grande Guerra' não lembro exatamente o nome" disse meio que lembrando levemente do nome e do conteúdo dele.

" Consegue me falar oque mais te surpreendeu no livro? " ela disse enquanto puxava um livro de capa preta e logo se sentiu na mesa novamente enquanto balançava o copo me olhando

" Acho que foi... algo sobre a rebelião de lúcifer conta o céu que desencadeou uma guerra gigantesca oque fez outros anjos também se rebelarem" disse enquanto tomava o refrigerante como sentia falta disso

Ela então começou a falar sobre esse assunto porém com detalhes ridiculamente detalhados como se estivesse lendo oque estava escrito no livro "A grande era do reino celestial foi marcada por uma batalha de proporções cósmicas. A rebelião de Lúcifer e seu bando de anjos dissidentes abalou os pilares do céu, dando início a uma batalha que até hoje reverbera através dos tempos e das dimensões", Escarlate começou, olhando fixamente para mim enquanto fazia uma pausa para tomar um gole do seu uísque.

"Os anjos caídos, uma vez soldados celestiais de alta ordem, se tornaram parias, lançados fora dos portões do paraíso, obrigados a vagar por outras dimensões em busca de um novo propósito. Lúcifer e os demais anjos caídos formaram uma espécie de aliança, uma dissidência que buscava retaliar contra os céus pela suposta injustiça que sofreram."

Ainda um pouco cético, questionei, "Isso parece coisa de conto de fadas não? Eu sei que o que vi até agora é bizarro, mas como esperam que eu acredite nisso sem prova alguma?"

"Eu esperava que você fosse questionar. Olha, eu já vi muitas coisas, Kuroto, e pode acreditar, não teria perdido meu tempo te explicando tudo isso se não fosse crucial para a sua sobrevivência e compreensão deste mundo", ela respondeu, mantendo um tom sóbrio.

A Ceifeira continuou, "Aqui, os anjos, demônios e anjos caídos coexistem, às vezes em paz, e às vezes, bem, como você pode imaginar, em conflito. Nós, exorcistas, temos a tarefa de manter esse equilíbrio para os humanos, impedindo que uma força supere a outra e lance o mundo em caos. Toda essa batalha entre o bem e o mal, o sagrado e o profano, é real, e, acredite ou não, você agora é parte disso." Ela fez uma pausa para deixar Kuroto absorver as informações e então prosseguiu, "Sua energia, aquela energia negativa que senti em nosso duelo, não é comum aqui e nem em lugar algum, pelo que pude pesquisar. Você não é o típico exorcista, Kuroto, e é exatamente por isso que foi trazido para cá. Você é um outlier, uma anomalia que pode ou ser uma bênção ou um perigo para nós."

Fiquei genuinamente surpreso porém tentei não demostrar muito 'ela sentiu minha energia Amaldiçoada? Como assim ninguém conseguia sentir isso e como essa mulher conseguiu? Será que devo fugir? Atacar?'

Ceifeira logo olhou para meu rosto e suspirou " Então era segredo?"

" não sei do que está falando, que energia e essa que você tá falando?" Perguntei tentando fugir do assunto

" pode tentar enganar os outros moleque mais eu sou bem sensível ao sobrenatural desde nova e sinceramente e a primeira vez que sinto isso essa sensação nojenta que vem de você " ela disse enquanto tomava mais um gole e olhou levemente com um olhar de desgosto para mim porém sumindo " me lembra uma coisa bem nojenta, mas continuando a história depois voltaremos a isso

Fiquei em silêncio ela saber sobre isso já está me deixando tenso o bastante para isso mas apenas concordei e virei o copo acabando o refrigerante

"Pirralho... vamos continuar" Ela disse suspirando e logo voltando ao raciocínio. "Anjos são seres celestiais que servem a Deus. Os demônios, por outro lado, são seres das trevas e têm seu próprio sistema. Eles são liderados por um conjunto de demônios poderosos chamados de 'Os 72 Pilares'. E os seres caídos? Bem, eles são anjos que foram expulsos do Céu e agora vivem entre nós, além de muitos monstros de mitologias realmente serem reais."

"Então todos esses seres míticos... são reais?" Perguntei, meio que com a sobrancelha levantada. Bem, não é tão difícil de acreditar, além do mais, depois dessa porra dessa janela pop-up aqui, então é até que bem plausível... mas é melhor parecer surpreso.

"Nossa... que coisa louca." Disse, fazendo um rosto descrente.

"Sim" confirmou a Ceifeira. " E todos eles têm alguma forma de energia mágica. No caso dos demônios, é a 'energia demoníaca', enquanto os anjos possuem 'luz divina'. E, claro, existe o 'Imperador Dragão Vermelho', Ddraig, e o 'Imperador Dragão Branco', Albion, mas essa é outra história.

" Por que sinto que já ouvi esses nomes antes?" disse, colocando a mão sobre o rosto, tentando imaginar de onde me lembrava desses nomes. "Quer dizer que existem dragões também?"

Escarlate pareceu refletir por um momento antes de prosseguir

"Existem mais camadas neste mundo do que você imagina. Nós, os exorcistas, trabalhamos principalmente para a Igreja, mas nem sempre está claro quem é realmente amigo ou inimigo. Existe uma organização política que equilibra o poder entre os Três Grandes - os Anjos, Demônios e os Anjos Caídos. As tensões são altas, e há muita intriga e jogos de poder."

Ponderando sobre tudo aquilo, tentando assimilar toda a informação. "Então basicamente e como um jogo geopolítico entre seres mitológicos e seus próprios interesses?"

"E uma boa forma de ver isso tudo, imagine os exorcista como uma força tarefa que quer proteger o mundo humano também com seus próprios interesses" ela disse enquanto se escorava na cadeira tentando relaxar "E para adicionar mais complexidade, temos as Sacred Gears."

Arqueei uma sobrancelha, claramente confuso e curioso 'sacred gear ... igual no sistema?!'

"Sacred Gears. São habilidades especiais concedidas por Deus a humanos. Elas são incrivelmente diversas e variadas, variando desde habilidades que concedem força sobre-humana até aquelas que podem até mesmo manipular o tempo."

"E vocês, a Igreja, o que fazem com esses portadores?" perguntei franzindo a testa e Escarlate respirou fundo.

"Nós os protegemos e os treinamos. Muitas das outras facções, principalmente os demônios, veem esses portadores como peões para serem usados em seus jogos de poder. A Igreja oferece refúgio e orientação. Muitos portadores não sabem como controlar ou usar suas habilidades e podem acabar se machucando ou machucando outros."

Ponderei sobre isso por um momento. "Então, basicamente, se eu tiver uma dessas 'gears', vocês querem me usar como uma arma na sua guerra?"

"Não é assim tão simples. Sim, a Igreja valoriza a habilidade dos portadores de Sacred Gears e os treina para combater os demônios, mas também nos preocupamos com o bem-estar deles. A razão pela qual estamos tão interessados em você é por acharmos que você possui uma e também e motivo de lisa estar conosco" Escarlate respondeu rapidamente

Endireitei-me imediatamente. O nome de lisa sendo citado após anos me chamou de volta a realidade "O que a Lisa tem a ver com isso?"

Escarlate suspirou e me olhou de forma mais séria "Lisa é mais do que apenas uma freira para a Igreja. Ela é uma ligação, uma maneira de garantir que você coopere. A Igreja acredita que você é um portador, e eles querem garantir que você esteja do nosso lado. Eles estão usando Lisa como uma espécie de 'garantia' para isso."

A raiva instantaneamente subiu ao meu rosto, mas eu tentei manter a calma, minha energia Amaldiçoada começou a borbulhar em fúria. "Ela é uma pessoa, não a porra de um peão para vocês controlarem!"

Escarlate olhou para mim, seus olhos mostravam preocupação e ela parecia em alerta com a forma que minha energia estava se comportando "Eu sei. Eu não concordo com todos os métodos da Igreja, mas acredito no bem maior. Precisamos de você do nosso lado, Kuroto. E espero que possa entender o porquê."

" Então, você espera que depois de me dizer aquilo eu fiquei totalmente calmo?" Disse ri baixinho começando a gargalhar, até que soquei em fúria a mesa a partindo ao meio escarlate em um instante e rapidamente se levantou puxando a foice ficando em guarda "Não fode comigo! Porra"

Se acalme garoto cada Sacred Gear é única, - disse Escarlate, os olhos fixos nos meus. - Algumas são mais comuns, mas outras são extremamente raras e poderosas e perigosas. Elas são manifestadas em humanos sem qualquer discriminação, o que significa que qualquer um pode ter uma, até mesmo pessoas como você que não tem um bom temperamento e são muito voláteis"

"Acha que qualquer um ficaria volátil ao saber que estão usando quem eu amo como a porra de um escuro!" Disse meus punhos se revestiram com a energia amaldiçoada

"Falei a verdade exatamente para poder confiar em mim, não foi ocultar oque a igreja quer com as pessoas que você ama então pode confiar em mim garoto" ela disse tirando a mão levemente da foice e levantando e esticando pra mim como se estivesse se aproximando de alguma besta " então se acalme tá bom?"

Meu cérebro começou a processar tudo rapidamente e eu tentei me acalmar mas eu estava quase perdendo o controle por conta da raiva eu apena inspirei tentando me acalmar dissipando minha energia amaldiçoada me acalmando

"Ótimo... agora vamos continuar as explicações?" Ela disse se sentando de frente a mesa destruída " e você vai pagar pela mesa também"

" Tanto faz" disse ignorando oque falou e apenas tentando me acalmar e tentei me focar abrindo o sistema enquanto ela falava, não pude deixar de pensar no sistema que aparecia diante dos meus olhos, uma interface que só eu conseguia ver. Um janela virtual com várias informações, incluindo uma que dizia 'Sacred Gear'. Estranhamente, aquela aba dizia N/A.

'Será que isso poderia ser a minha Sacred Gear? Poderia o próprio sistema ser uma manifestação dela?' Não compartilhei essa informação com Escarlate, não sentia que podia confiar plenamente nela, ou em qualquer outra pessoa, com esse segredo. Quem sabe quais seriam as implicações se a Igreja soubesse disso?

"Existem também as Sacred Gears Balance Breaker," continuou ela, interrompendo meus pensamentos. "São formas avançadas e extremamente poderosas de uma Sacred Gear. Se você tem uma, Kuroto, é vital aprender a controlá-la e utilizá-la corretamente."

"Balance Breaker?" perguntei, tentando parecer o mais desinteressado possível, apesar da onda de curiosidade e ansiedade que crescia dentro de mim.

"Sim, é uma evolução, por assim dizer, uma forma avançada de uma Sacred Gear. Mas não é algo fácil de atingir ou controlar."

Enquanto ela explicava, não pude deixar de percorrer mentalmente as características do sistema que tinha. Podia ganhar pontos, melhorar meus atributos, adquirir habilidades... Será que isso era uma forma de Balance Breaker? Claro pensando que o sistema e meu sacred gear, mas será que realmente é?

Eu tinha tantas perguntas, mas a expressão no rosto de Escarlate me dizia que eu tinha que proceder com cautela. Era uma dança delicada, e eu estava apenas começando a aprender os passos.

"Entendi e bastante coisa pra assimilar" murmurei, dando de ombros de forma não comprometida. "Vou pensar sobre tudo isso."

Escarlate assentiu, os olhos dela estudando meu rosto como se tentasse decifrar os pensamentos por trás dos meus olhos platinados.

Escarlate pareceu ponderar por um momento antes de continuar. "Os exorcistas, como nós, temos um papel crucial nesse equilíbrio precário do mundo. Nós não só combatemos demônios que ameaçam os humanos, mas também nos encontramos frequentemente no meio dessas intrigas celestiais. Às vezes, somos chamados para mediar conflitos, outras vezes para proteger pessoas importantes."

Não conseguia parar de pensar no meu "suposto" Sacred Gear. No entanto, mantive o rosto impassível, sem dar sinais das questões turbulentas na minha mente.

"Ser um exorcista não é apenas sobre lutar. É sobre entender a política delicada entre os céus e o inferno, é sobre saber quando desenhar sua espada e quando estender sua mão."

"Parece um trabalho merda." comentei, enquanto observava Escarlate cuidadosamente.

"Você não tem ideia pirralho" respondeu ela com um sorriso meio cansado. "E há algo mais que você deve saber. Exorcistas como nós, muitas vezes temos que tomar decisões difíceis. Decisões que podem parecer cruéis aos olhos dos outros. Mas sempre, sempre, é pelo bem maior."

Senti uma pontada de desconforto em suas palavras. "Pelo bem maior, huh? Quantas vezes esse mantra foi usado para justificar atos terríveis? O que quer dizer?" indaguei.

"Vou ser direta, Kuroto. Às vezes, precisamos sacrificar alguns para salvar muitos. Às vezes, os portadores de Sacred Gears se tornam alvos, não apenas por demônios, mas por outros humanos também. Se sua existência, ou a existência de sua Sacred Gear, for uma ameaça, nós..." Ela parou, hesitando por uma fração de segundo, antes de continuar. "Nós podemos ter que tomar medidas para neutralizar essa ameaça."

"Neutralizar?" questionei, com um olhar mais sério e melancolico. "Isso soa como um palavra bonita para 'matar' " Escarlate não respondeu imediatamente, e em seu silêncio, encontrei a resposta. Bufei rindo para mim mesmo, e subitamente, a sala pareceu muito fria e distante. "Se não pode controlar destrua, correto?" falei como se não soubesse a resposta, minha voz inexplicavelmente fria.

"Eu sei que é difícil de aceitar, Kuroto. Mas o mundo em que vivemos é complicado. E perigoso." Ela estava certa sobre isso.

Soltei um longo suspiro, sentindo uma onda de irritação que não podia ser totalmente suprimida. Escarlate estava lá, jogando todas essas informações e expectativas sobre mim, e eu deveria, o quê, apenas aceitar tudo calado? "Você diz que as Sacred Gears são uma ameaça" rosnei, mantendo meus olhos fixos nela. "Mas como, exatamente?"

"As Sacred Gears em si não são o problema. São os humanos que as possuem. Alguns são instáveis, outros têm ambições perigosas. E as Sacred Gears só amplificam o poder que esses indivíduos têm para realizar essas ambições."

Revirei os olhos com irritação. "Ah, claro. Porque no final, sempre se resume a isso, não é? Poder. Tudo é sobre maldito poder." Escarlate me observou em silêncio, talvez avaliando o quão irritado eu realmente estava.

"Poder é uma ferramenta, Kuroto. Pode ser usada para proteger ou para destruir. A escolha é nossa."

"Escolha?" ri amargamente. "Você fala como se sempre tivéssemos uma escolha. Mas na real, raramente temos."

"Sempre há uma escolha." Ela disse firmemente

"ah é? Qual escolha eu tenho quando vocês estão usando a Lisa como moeda de troca!" retruquei, a raiva borbulhando dentro de mim.

Escarlate olhou para mim com olhos pesados. "As circunstâncias não são ideais, mas estamos fazendo o melhor que podemos."

"Circunstâncias? não ideais?" Repeti, minha voz cheia de desdém. "Isso é um eufemismo ridículo."

"Kuroto, o mundo não é preto e branco." Interrompi, incapaz de me conter

"Não me venha com essa merda de 'o mundo não é preto e branco'. O mundo é preto no branco. São as pessoas que são em tons de cinza. E é exatamente isso que me dá nos nervos." Escarlate ficou em silêncio por um momento.

"Independente de como você vê, a realidade permanece. Existem nuances e complexidades em cada situação, e precisamos navegar através delas da melhor forma possível."

"Navegar através delas" murmurei, sarcástico. "Como se fosse tão fácil assim."

"Ninguém disse que seria fácil."

Bufei, passando as mãos pelo cabelo com frustração. "Isso é insano. Tudo isso é completamente insano."

Sem esperar por uma resposta, me levantei e virei as costas e saí da tenda. Precisava de ar. Precisava pensar. E, acima de tudo, precisava de um momento longe de Escarlate e suas 'explicações'. Porque cada palavra dela só servia para me deixar mais e mais furioso.Com um estalo de irritação correndo por minhas veias, saí de lá, tentando escapar daquela enxurrada de palavras que Escarlate continuava a jogar sobre mim, como se cada frase fosse um mantra destinado a me domar. Mas eu não era um animal para ser domado, e definitivamente não era uma criança para ser ensinada.

Poucos passos adiante e escutei os passos leves de Escarlate me seguindo, e cada passo parecia um eco irritante em minha cabeça já turvada pela raiva.

"Kuroto, entenda, não estou tentando te tratar como uma criança..." Virei-me abruptamente, a irritação pintando cada palavra que saiu da minha boca com uma tonalidade escura.

"Mas é exatamente isso que você está fazendo!" Por um momento, nossos olhos se encontraram e houve um breve lampejo de algo que não consegui identificar nos olhos dela. Mas, tão rápido quanto veio, se foi, e a expressão de Escarlate voltou a ser uma máscara inexpressiva, o tipo de rosto que você coloca quando está tentando ser o adulto na sala.

Minha mão fechou em punho, e antes que pudesse pensar nas consequências, senti uma onda de energia se acumulando dentro de mim, a raiva atuando como um catalisador, puxando algo estava guardando para minha cartada final. Com um rugido, a energia explodiu, envolvendo meu punho em chamas negras, e com um movimento impulsivo, atingi a árvore mais próxima.Não houve resistência. Não houve barulho de impacto.

Apenas um lampejo silencioso a árvore atingida teve um buraco como se uma lança tivesse atravessado e consumido a o centro e carbonizou completamente em instantes o local e com o simples movimento tocar ela a árvore se partiu com o próprio peso. Ficando entre mim e a ceifeira e eu a olhei furioso

Por um momento, houve silêncio. Um silêncio carregado, pesado com o peso de palavras não ditas e realidades não reconhecidas.Escarlate quebrou o silêncio com uma voz suave, tingida de uma preocupação que ela não podia esconder completamente.

"Kuroto, você precisa ter cuidado. Essa energia..." Meus olhos se fixaram nos dela, e por um momento, todo o resto desapareceu.

"Essa energia o quê, Escarlate?" perguntei, a raiva dando lugar a algo mais escuro, mais perigoso. "Vai me dizer agora que eu sou uma bomba-relógio? Uma ameaça?"

"Não, não é isso. Mas você precisa aprender a controlá-la. Antes que ela o controle." Ela diz como se fosse algo fácil de fazer mesmo com os ensinamentos do sensei-gojo eu não consegui entender tudo, ele disse que com o tempo eu aprenderia na prática

"Ela não vai me consumir se isso te preocupa, oque me descontrola e meu humor então se quer me ajudar para de me irritar"

"Vamos te ajudar, Kuroto. Mas você precisa estar disposto a aprender." Ela dizia basicamente me ignorando

Bufando, virei-me e caminhei para longe, a raiva ainda fervendo sob minha pele, mas agora misturada com algo mais. Algo que não conseguia nomear, algo que, se fosse honesto comigo mesmo eu estava precisando descarregar imensamente mas não iria admitir isso. Não para Escarlate. Não para ninguém.


L’AVIS DES CRÉATEURS
Kuroto_Tennouji Kuroto_Tennouji

ola a todos

consegui de algum jeito colocar o link nas notas finais porém não funciona como link... e um porre mais quem puder me ajuda lá eu agradeço, e sim já temos o capítulo 11 e o 12 sai hoje pq ele já tá pronto, só estou revisando o capítulo 12 enquanto vocês leem o 11 então aproveitem acho que vou tentar postar mais um já que não consegui bater a meta de 5 por semana por causa dessa semana horrível jesus, tudo deu errado, minha Net foi cortada por falta de pagamento ( fui desempregado a pouco tempo e não consegui arrumar nada ainda ) e agora meu telefone ontem aconteceu a mesma coisa desculpa por isso guys

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