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10.25% Coroa de Brandon - [PT-BR] / Chapter 4: 1.4

Chapitre 4: 1.4

Brandon se encosta na porta e respira fundo depois de fechá-la.

'Eu consegui.'

Ele havia conseguido evitar, ou melhor, fugir, do jantar que teria com todos os Miller e a recém-chegada, com o pretexto de que aquele era um jantar em família e que ele não poderia estar ali, mesmo que quase fosse tratado como tal pelos donos da casa.

Quando a guerra começou, e por insistência de James, ele se sentou junto a eles durante as refeições noturnas. Talvez os senhores tenham sentido saudades dos filhos e o valorizasse o suficiente para permiti-lo. Brandon reconhece que tem um tratamento mais íntimo do que os empregados da casa, mas ele conhece sua posição. Ele não era da linha de sangue dos Miller e nem era adotado oficialmente, então, não era como se pudesse agir como os filhos de seus senhores.

Foi um pouco difícil ver a expressão triste de James quando ele disse que estaria ocupado e que não poderia jantar com eles. Brandon sentiu-se um pouco culpado, mas ele não conseguiria jantar na frente dos pombinhos enquanto seu coração era feito em pedaços.

Os empregados da mansão viviam falando como eles eram um ótimo casal e quão apaixonados estavam quando eles passavam por eles nos corredores. Era doloroso ouvir, mas tudo o que fez foi soltar um suspiro e ignorar aquilo. O máximo que podia fazer era seguir em frente e ter um tempo de paz para si.

Sozinho.

Brandon começou a tirar algumas de suas roupas, ficando com uma blusa e uma calça. O modo de se vestir mudava quando chegava em seu quarto para descansar, para ficar confortável e um pouco solto. Ele sentou-se em sua cama e se deitou, com membros de seu corpo espalhados e somente sua respiração ressoava no ambiente silencioso que era seu quarto.

Quase ninguém passava por aquele lugar por essa hora.

O quarto de Brandon ficava um pouco escondido na mansão e era o último do corredor, tornando silencioso o suficiente para que caso alguém chegue, seja possível saber somente pelos sons de seus passos na madeira. Os olhos verdes estavam presos no teto, focado na visão que ele viu durante os dez anos que vivia no condado e que conhecia tão bem, pois os arranhões nele eram sua companhia durante as madrugadas sombrias que passava quando não conseguia dormir.

Os pensamentos que rodeiam sua cabeça eram tantos, mas parecia que a mente estava em branco. Ele não focava em nada do que passava. Phillip e Johannes não eram alguém que ele iria querer pensar por enquanto. O descanso era a única coisa que gostaria de ter pelo curto tempo que ele tinha.

'Não vamos pensar em nada. Nem Phillip. Noivado. Ou qualquer coisa. Somente nada.'

Não se sabe quanto tempo passou, mas passos foram ouvidos vindo até ele.

A concentração foi quebrada quando a porta de seu quarto foi aberta e uma figura de cabelos roxos apareceu, carregando um prato cheio de biscoitos e um copo cheio de água. Os olhos castanhos estavam mostrando preocupação e seu rosto estava chateado. James estava parado ali, olhando para ele, que não estava fazendo expressão nenhuma. Não foi difícil presumir para Brandon o que James veio fazer em seu quarto. Ele costumava trazer algumas coisas para seu quarto quando era menor também, quando Brandon estava doente ou apenas espontaneidade.

"Pode entrar, James."

James entrou no quarto e colocou os itens que carregava em cima da mesa que Brandon usava quando tinha trabalho para a noite. O menino olhou para o homem deitado na cama, sem mudar a expressão leve de preocupação que transparecia no rosto infantil dele.

"Você está bem?"

"Sim." Brandon sorri para ele, para apaziguá-lo.

O ruivo se senta em sua cama, vendo o arroxeado fazer o mesmo com sua cadeira. Brandon se aproxima de onde ele está e pega o prato, levando um dos biscoitos a seus lábios e comendo. Caso ele não fizesse isso na frente de James, o menino não sairia e ficaria chateado por não vê-lo se alimentar direito. Era algo que sempre ocorria quando ele era menor e seu hábito não havia mudado.

"Como foi o jantar?" Brandon disse para acabar com o silêncio entre os dois.

Era verdade que ele não queria saber, em partes, dos dois, mas também estava curioso para a opinião de James e como os dois realmente estavam. Contraditório, no mínimo, mas era como se sentia, com curiosidade e tristeza.

"Foi bom. O pai fez um breve discurso sobre como estava orgulhoso de seus dois garotos e a mãe falou algumas palavras também. Irmão Ferion disse que estava feliz por ter voltado e Phillip também." James sorriu. "Depois comemos e eles ficaram falando sobre a guerra, mas quando não estavam, Phillip e Johannes ficavam conversando entre si."

Brandon sentiu um gosto amargo na boca, mesmo que os biscoitos que estava comendo fossem açucarados.

"A mãe ficou curiosa e começou a perguntar algumas coisas a Johannes e o pai também se juntou a ela, mas não descobriram muitas coisas. Parece que ela era uma plebéia que vivia em uma cidade até conhecer Phillip."

"Plebéia?" Brandon inclinou a cabeça, surpreendido com tal informação.

"Sim." James assentiu. "Também me surpreendi por Phillip ter trazido alguém para casa e sem nascimento nobre. Mas parecia que era certo presumir isso, já que ela está usando roupas simples desde a campanha."

Então, sua memória é ativada e ele se lembra como a mulher estava se vestindo durante sua chegada com os cavaleiros e Phillip. Ela vestia uma peça muito simples para alguém de nascimento nobre. Brandon não havia notado isso, já que na hora ele estava abalado pelo que Phillip havia feito e sua tristeza por ter sido traído.

"Irmão." James o chamou e Brandon se encontrou com seus olhos, saindo de seus pensamentos.

"O quê?"

"Eu fiquei muito chateado por você não ter ido. Você devia estar com a gente comendo lá também. Mãe não teria impedido e nem o pai, tenho certeza que eles até concordariam. Até Ferion perguntou por você."

O garoto cruzou os braços e de cenho franzido para o homem à sua frente, cujo deu um suspiro e sorriu simpático.

"Desculpe. Eu estou cansado, só queria ir para cama logo."

Brandon contou uma desculpa, que estava um pouco afastado da verdade, dando mais uma mordida nos biscoitos que o menino trouxe. Ele continuou.

"Mas acredito que você se divertiu, rever seus irmãos depois de tanto tempo."

"Foi divertido…" James murmurou. "Só que seria melhor com você."

"Ok, ok." Brandon sorriu, vendo o que ele estava tentando fazer.

James desviou o olhar, um pouco constrangido por ficar repetindo isso. Brandon sabia o que ele estava fazendo, tentando fazê-lo dizer que se sentaria com eles da próxima vez, mas era óbvio que ele não poderia, e nem diria isso.

'Desculpe, James. Mas não vou dizer o que você quer.'

Mas a resposta que o garoto queria não chegou.

Com um sensação um pouco amarga, Brandon terminou os biscoitos de chocolate, sobrando somente farelos em seu prato.

"Irei levá-lo."

"Obrigado."

James estende sua mão, pegando o prato e se levantando da cadeira. Ele entrega o copo d'água para Brandon e o espera terminar, indo logo para a porta após.

"Boa noite."

"Boa noite, James. Tenha bons sonhos."

A porta se fechou. Brandon se levantou e a trancou, suspirando. Quantas vezes ele havia suspirado no dia? Mesmo que o dia estivesse quase no fim, isso não era bom para seus pulmões. A cama o acolheu docemente, confortando-o enquanto buscava se deitar. Os olhos naturalmente subiram para o teto, voltando aos pensamentos que conseguiu não pensar antes daquela visita.

Diferente de antes, seu corpo parecia mais pesado e a mente não estava mais em branco, em um estado que ele não pensava em nada. Ele voltou a conversa que teve com James em sua mente.

'Então é verdade…'

O fato de ambos terem uma boa interação entre si durante o aperto na região do peito. A imagem que imaginava deles dois sentados lado a lado e rindo fazia com que seus olhos se enchessem de água. E as lembranças que havia feito com ele ia e vinha, somente para intensificar a sensação de peso.

Brandon havia prometido a si mesmo que não choraria, mas agora que estava sozinho, sentia que não ia conseguir cumpri-lá. Foi por isso que ele passou todo o seu tempo acompanhado, com James e a condessa à tarde, para ser profissional e fingir que aquilo não o atingia.

Que ele era forte e não lamentava o fato de ter aquele que amava ter encontrado outra pessoa. Mas ele não era tão forte quanto tentava ser. Brandon não conseguiu segurar e algumas lágrimas caíram. A água salgada rastejava do canto de seus olhos e se derramava no colchão.

Como uma prece silenciosa ao céu, ele continuou olhando para lá, expressando a dor e a tristeza que sentia em seu coração que se reunia a três anos.

Igual a primeira vez que o fez.

*

Os olhos preocupados e tristes foram dirigidos a figura pálida e doente deitada na cama embaixo dos lençóis brancos. Ela tossiu algumas vezes, antes que seu olhar vagasse para a porta que havia rangido ao ser aberta e a presença do garoto tenha sido notada na entrada. Um sorriso fraco foi feito e os olhos quase fechados quando ela percebeu quem era. Como não sorrir, quando aquela criança era sua maior benção? Ele era tudo o que ela podia pedir.

O jovem garoto entrou, sentando-se ao lado da figura que era uma mulher. Traços finos eram vistos sob aquela pele que não estava em sua cor natural.

A antes mulher radiante e cheia de vida, agora estava como uma vela quase em seu fim. O peito da criança pesava e seu coração parecia afundado no mar com a visão do estado da mulher que tanto amava. Uma lágrima desceu dos olhos preocupados, a cor verde reluzia pela água e pela luz do ambiente.

As mãos magras da mulher se ergueram e encostaram na bochecha com o rastro da lágrima. Ela expressava um carinho tremendo ao toque e o cuidado que se tinha com algo precioso. Seu sorriso não saia do rosto, ficando mais gentil quanto mais o tempo passava.

"Não chore, querido." Sua voz era suave, mas rouca. Era visível o esforço que ela fazia.

O garoto colocou sua mão em cima dela, querendo sentir o toque, como prova de que ela ainda estava ali. Mesmo que suas mãos estejam tremendo e frias, ela ainda estava ali com ele. Ele não conseguiu segurar e mais lágrimas desceram em suas bochechas.

"Eu não consigo." Sua voz tremia entre a fala. "Como posso não chorar?"

"Não quero que chore. A única coisa que quero me lembrar é de você sorrindo."

A mão do garoto apertou um pouco mais. As lágrimas caíram ainda mais e a mão da mulher para o cabelo, fazendo um carinho quando ele abaixou a cabeça e ficou chorando em sua outra mão. Os soluços ficaram um pouco mais altos, mas a mulher não desmanchou o sorriso em seu rosto ou a atmosfera em volta dela, que era de calma e gentileza, desaparecesse. Ela continuou o confortando, com amor e zelo para a luz que era seu mundo.

"Você terá que ser forte, meu amor. O mundo não é fácil para ninguém, principalmente para pessoas como você."

"Não…" Um murmúrio baixo saiu.

"Quero que se lembre que estarei te observando de cima. Das estrelas. Todas as vezes que olhar para o céu, estarei lá, olhando direto para você."

"Por favor…"

"Que eu tenho orgulho de tudo o que você se tornou até agora e que eu te amarei mesmo quando eu me for."

O tom era tão suave que coçava o coração do garoto de cabelos vermelhos. Ele não conseguia entender como alguém nessa situação poderia estar com tanta calma. A mulher que estava na cama estava doente, quase sem forças, e mesmo assim ela queria e conseguia confortá-lo. Com todo o cuidado e amor, quando era para ele que deveria ser forte por ela.

Ela ergueu seu queixo com cuidado e o garoto encontrou com os olhos verdes que estava olhando para ele com ternura.

"Brandon, você é minha luz. Não quero que se esqueça disso. Quero que você viva de acordo com o que acredita e que te apoiarei em qualquer caminho que queira tomar."

"Mãe… Nós podemos tentar um pouco mais. Podemos pedir para que alguém da capital venha. Algum mago ou sacerdote com mais qualificações. Por favor, não desista…"

Ele pediu. Implorou. Sua voz estava cheia de súplicas, desespero e imensa tristeza por vê-la falando daquela maneira. Porém o olhar da mulher não se abalou.

"Mas não entregue seu coração para qualquer um. Você é uma jóia que todos gostariam de ter. E tenho certeza que quem estiver ao seu lado será sortudo para reconhecer isso."

A mulher sorriu. Os cabelos castanhos dela balançaram um pouco com a inclinação dela para a frente. Um beijo foi depositado na testa dele, que fechou os olhos para a sensação calorosa que sentiu com o gesto.

"Eu te amo, meu filho." Ela disse cheia de amor.

"Também te amo, mãe."

Ela deu um último carinho e fechou os olhos, com uma expressão serena em seu rosto. O garoto encarou a mulher que estava deitada com um sorriso no rosto, mas quando ele notou que algo estava errado, começou a se desesperar. A mãe de Brandon não respirava mais. Como se soubesse que a hora estava vindo, ela se despediu.

"Mãe!"

Um grito saiu de seus lábios e lágrimas começaram a cair novamente, cada uma atrás da outra. Ele a abraçou e repousou a orelha no peito em cima do coração, procurando algum batimento cardíaco, mas nada foi ouvido.

"Mãe, mãe, mãe… Mãe…"

Ele ficou ali, chorando e chamando por ela, mas sem ganhar uma resposta de volta.


L’AVIS DES CRÉATEURS
MundosdeL MundosdeL

Olha eu aqui

Então... MEU BEBE CHOROU, VOU ABRAÇÁ-LO MUITO

Phillip conseguindo a minha raiva para ele

Mamãe Brandon é tudo, um amor

Até logo. Abraços virtuais (っ^_^)っ

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