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Chapitre 24: 24. Not everything is perfect...

Sabe o ditado popular: "Esmola demais o santo desconfia"?

Então, as coisas estavam paradas e tranquilas demais por mais de um mês, mas Audrey e Ema não desconfiaram de nada. O sossego não duraria para sempre era certo, só que a felicidade de serem um casal de verdade ofuscou todos os pensamentos e desconfianças de qual seria a próxima armação de um certo blogueiro.

Em um extremo da cidade estava Ema se maquiando frente ao espelho de seu quarto. Hika e Funaki discutiam logo atrás, opinando na vida alheia de alguém.

Quando finalizou a maquiagem que não era muita, ajeitou a bandana na cabeça após fazer o laço.

— Estou pronta! — virou para olhar as irmãs.

— Ok...

— Tanto faz!

— Vão se foder! — Ema soltou um murmúrio, dando as costas novamente para as outras Griffin.

— Vai você! — Hika retrucou.

— Bem que ela queria. — Funaki brincou. — Com a filha da senadora Hamilton.

— Eu não vou negar isso. — Deu de ombros, na maioria das vezes era contida com sua família, parecia mais responsável para eles, mas na verdade era uma grande criança.

— Ela está tão atrevida desde que sua ênfase em mulheres se aflorou com Audrey. — A irmã mais nova brincou, sorrindo para Funaki.

— Você quis fazer uma piada? Por que eu não entendi... — Ema franziu o cenho em brincadeira também.

— A universitária não entendeu?! Oh! — Hika debochou. — Volte para o colegial!

— Colegial? Aquele lugar de onde você nunca vai sair? — Ema logo rebateu. Atrevimento em ascensão com sucesso!

— Wow!

— Funaki! Você está de que lado? — Hika indagou com os olhos quase fechados em questionamento.

— Do meu ora essa!

— Deixando essa bobeira de lado, vou poder sair na "Máquina de Mistério"?

— Você chamando a van assim até fico surpresa. — Funaki zoou. — Vai fundo, só não transe nela.

Hika riu irônica.

— Acha que ela já não fez isso?

— Vocês só pensam sem sexo? — Ema questionou. — Além do mais nunca fiz nada na van e nem pretendo... Eca, nossos irmãos já passaram mal lá dentro e... É nojento, enfim tchau.

A polinésia pegou as chaves e o celular, deu adeus para as irmãs e saiu.

*****

Ema adorava sair de casa e ficar em algum lugar tranquilo, já que tranquilidade não era algo encontrado em sua residência.

Guiou a van até um mirante, pelo menos as pessoas que iam lá não eram muito barulhentas, então conseguia ter um raciocínio completo sem precisar ficar pensando mais de uma vez.

Quando estava no mirante, Ema sempre desligava o celular então não tinha como o resto do mundo contatá-la, até que saísse do local.

Audrey por outro lado não estava tão bem quanto Ema nos quesitos: silêncio e tranquilidade.

Na noite passada ela tinha saído sozinha, apenas uma ida ao shopping para comprar alguns livros e de quebra passou em algumas lojas.

— Estão falando sobre seu namoro, Audrey, e não é de uma maneira boa. — A senadora Hamilton acusou mostrando o celular a filha, fazendo Audrey bufar. — Não é esse tipo de repercussão que quero com isso.

— Oh, me desculpe. — A Hamilton mais ironizou. — O que queria que fizesse chamasse Ema para ir comprar livros comigo? Ela tem mais o que fazer!

— Eu não a pago para isso!

Aquela fala irritou Audrey de forma profunda.

— A senhora não sabe, claro que não sabe... — ironizou mais uma vez, perdendo a chance de acrescentar que a mãe não sabia de nada de sua vida. — Mas há um mês Ema e eu começamos a namorar oficialmente, e a senhora não paga mais um centavo de nada para ela.

— Economia para mim então, mas agora está circulando um contrato sobre o acordo que as duas fizeram. — A senadora explicou irritada. — Como não sabe disso? Vive grudada nesse celular! Eu preciso de mídia boa, Audrey! Boa!

Audrey estava sentindo asco da própria mãe no momento. Só o que faltava um contrato ser vazado?... Mas que contrato? Afinal, elas não assinaram nada.

— Eu não sei nada sobre isso ainda, não se preocupe que vou ficar por dentro. — Foi apenas o que respondeu indo para o quarto. Ela tinha muito o que pensar no momento.

Entrando no quarto viu em sua cama a bagunça de livros que tinha deixado antes de ser chamada para conversar. Para não ficar debaixo das asas de sua mãe que passou a se esforçar mais nos estudos, queria ser independente o mais rápido possível.

Na verdade, queria dinheiro fixo todos meses para poder dar o fora da casa da mãe, porque dinheiro Audrey tinha. Afinal sua carreira de modelo não era de graça.

Mil e um pensamentos passavam por sua cabeça mesmo antes de ver o tal contrato vazado. Audrey riu com o quão Davis era baixo e se achava esperto. Só não sabia que ela também era esperta também e já tinha todo um plano para resolver sua vida praticamente toda.

Faria coisas não muito boas no processo? Talvez. Mas valeria a pena? Com certeza.

Ligou primeiro para Isa, ia lugar para Ema primeiro, mas não parava de pensar no quando a loirinha poderia ser útil.

Jenkins concordou só depois de um pouco de insistência, xingamentos e o uso do nome de Ema no meio.

Ema não foi difícil convencer até porque ela tinha acabado de ver sobre o falso contrato (que parecia realmente bem real) e queria conversar a respeito.

Audrey vestiu uma blusa jeans por cima de um cropped, trocou seu short pela saia com tiras de couro e escolheu um salto não muito alto, mas que combinasse com o look.

Quando chegou ao café que marcou, notou o pouco movimento e viu as duas cabeleiras loiras conversando de modo contido.

— Oi. — Audrey falou de modo contido. Isa e Ema estava frente uma à outra nos sofás azuis. A polinésia puxou seu café após se afastar dando lugar a namorada. — Obrigada por terem vindo.

Jenkins balançou a cabeça e bebeu do seu café, impaciente que só ela conseguia ser.

— Lógico que eu viria. — Griffin acrescentou, sorrindo contida para a negra. Não conseguindo resistir inclinaram-se selando suas bocas rapidamente.

— Fofo, mas vamos direto ao ponto, garotas.

— Sempre impaciente. — Audrey retrucou num tom que não demostrava insatisfação, na verdade estava se acostumando com o jeito da baixinha. — Essa bandana ficou bem legal, baby!

— Obrigada, estava no meu momento zen aí... — Ema parou de falar com pigarro que Isa soltou. — Pode falar.

— Obviamente vocês viram sobre o "nosso contrato", certo?

— Certo. — As duas confirmaram para Audrey.

— Ok. Me digam qual é o principal objetivo na sua profissão Isa e na sua futura profissão da Ema?

— O profissional de Relações Públicas cria estratégias e faz a execução de projetos de comunicação. — Jenkins respondeu, balançando o copo de café.

— E transmite os valores, objetivos e as ações da organização ou pessoa ao qual trabalha. — Ema não deixou de acrescentar, não conseguia se conter.

— Isa, se eu pedisse que fizesse tudo ao contrário do que sua profissão pede para um cliente seu, você faria?

— Depende... O que vou ganhar com isso?

— Isa?! — Ema quase gritou. — Você é meu ídolo! Não acredito!

— Eu sou seu ídolo, criança, mas nem tudo é perfeito... — Jenkins brincou. — E eu nunca disse que era.

— Acho que vamos nos dar bem. — Audrey concluiu, sorrindo. — Ema, amor... Para conseguir aquilo que almejamos nem sempre dá para ir por caminhos totalmente certos.


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