Monte do Dragão Ascendido, a beira do Precipício Sem Fim, Aman estava sentado encostado em um tronco, relaxado, observando o belo pôr do sol. Suas roupas pretas pareciam de fios nobres, elegante, mas estavam todas ensanguentadas. Na verdade, havia sangue me suas mãos, rosto, em todo o seu corpo.
Ele instintivamente elevou o cigarro a boca, um sorriso involuntário apareceu em seu rosto. Havia muito tempo no qual ele não sorria para valer.
- Velho! Se você está aqui para me repreender, nem tente. Eu não me arrependo de nada do que fiz. Eles mereceram o que tiveram!
Do nada, um velho usando roupas pretas como de Aman, cabelos e barba grisalhos, apareceu na frente dele, bloqueando a vista magnifica do pôr do sol.
- Eu não vim aqui para te repreender! Eu conversei com o seu avô, a família Belmont está disposta a pagar o preço para te defender. – Respondeu o velho, segurando sua barba com as mãos.
- HAHAHAHA, quem se importa com aqueles idiotas? – Retrucou Aman com uma risada irônica.
- Eles não conseguiram proteger a própria filha de uns bastardos, como eles podem me proteger? Eu nunca precisei da ajuda deles, eu nunca precisei da compaixão deles, eu quero mais é que eles se f***am. – Continuo ele com uma face irritada.
O velho deu um suspiro ao ouvir as palavras de Aman, ele deu um passo a frente e se sentou ao lado de Aman, observando o pôr do sol.
- Eu sei que eles merecem sua indiferença. – Disse o velho após um tempo de silêncio contemplando a bela natureza, o brilho corria seus olhos cansados.
- Não estou pedindo para você se tornar o garoto da família, estou pedindo para você não fazer algo que irá se arrepender. – Continuou o velho.
- Você sabe que não há na para se arrepender Velho! – Disse Aman, com uma expressão entediada em seu rosto.
- ... - Com suas rubis, Aman olhou diretamente para o velho, sem responder nada mais.
- Como não? Quando você era apenas um garoto, seu avô fez vista grossa quando saíamos a noite para treinar. Ele até mesmo ajudou você discretamente para não correr o risco de te expor. – Disse o Velho.
- E seus irmãos? Eles não o te veem como um exemplo a ser seguido? Sua irmã não te ama e te adora? – Continuou o Velho
- E sua Mãe? Você acha que ela não estava sofrendo quando teve que...
- Já chega! – Disse Aman em um tom bruto e autoritário, interrompendo o velho.
- Veja garoto... eu não sou mais páreo para você, ninguém é páreo para você em termos de poder, nem seu avô, nem seu pai, nem seus irmãos. Mas o que eles têm, que você não tem, é status, sua família Belmort através do seu avô e de seus irmãos, construíram vários laços com aliados muito poderosos, mais poderosos que você! – Disse o velho em tom sério.
- E daí? Quantas vezes eu enfrentei inimigos muito mais poderosos que eu? Quantas vezes andei pelo vale da morte? Quantos poderosos já não caíram pelas minhas mãos? Nunca precisei de ajuda de ninguém, nem a sua! Não será um bastardo que irá me fazer pedir ajuda e implorar para pessoas mais fracas que eu. – Respondeu Aman indiferentemente.
- Seu conceito de força é deturpado, você não é diferente do seu pai que você tanto odeia. – Retrucou o velho.
- Aqueles que uma pessoa pode trazer para seu lado fazem parte da força dessa pessoa, talento, força e habilidade não são nada se o seu inimigo é amigo do Imperador de Jade. – Continuou ele.
- Ter uma boa reputação e bons amigos não salvou minha irmã, o que teria salvo ela é o poder absoluto que teria quebrado todos os ossos daquele miserável, tal qual eu fiz.
- E você subestima a ignorância da minha família, você acha que eles realmente se importam comigo, apenas Elizabeth se provou merecedora da minha atenção. – Continuou ele.
- Agora que eu me provei ser muito mais poderosos que eles, eu sou digno de atenção. Adivinha? Não sou mais criança, não preciso de atenção de ninguém. O tempo deles já passou, o leite derramado não volta a se ajuntar, a palha espalhada estará para sempre assim. – Concluiu Aman enquanto observava a última ponta do sol de esconder no horizonte e dar lugar à noite estrelada.
- Aman, eu sou seu mestre, mas também sou seu amigo. Espero que no futuro você entenda minhas palavras e que não seja tarde demais. – Disse o velho enquanto observava Aman com seu rosto indiferente.
A única coisa que ele pode fazer daqui em diante é suspirar, não é que ele tenha compaixão pela família Belmort, ele os considera uns vermes e não merecedores de compartilhar o sangue com alguém como Aman.
Se alguém como Aman tivesse nascido na sua própria família, ele seria tratado com todo calor do mundo, ele seria criado como alguém que ama a própria família indiferente de quão talentoso ele é, mesmo que a pessoa não decidisse cultivar, ele continuaria a ser tratado como alguém digno de atenção.
Pena que esse velho só percebeu o tesouro que tinha em mãos quando já era tarde demais.
Por isso a insistência de fazer Aman estar com a própria família, ele quer evitar que seu discípulo sinta o mesmo que ele sentiu, que ele sinta a mesma saudade, que ele sinta o mesmo arrependimento e que ele diga a sua a família as coisas que este velho queria dizer para a sua própria mas não pode mais.
Claro, conhecendo a natureza do seu discípulo, seria um sonho distante ser tão fácil assim convencê-lo. Esse discípulo dele é a pessoa mais teimosa que ele já conheceu, é um cabeça dura por excelência, um retrucador costumaz e um pé no saco quando resolve fazer algo irritante, mas em contrapartida, apesar de ele não ser nenhum herói, ele é a pessoa mais leal que ele conhece. Se você conseguir sua amizade e respeito, não há nada que ele não possa fazer para te ajudar, não há nada tão grande que não possa ser alcançado.
Sabendo disso, não há dúvida que seu discípulo está destinado a ter um caminho tortuoso à sua frente, ele queria ter mais tempo para vê-lo crescer, para vê-lo ascender, mas seu tempo neste mundo já está no fim.
Mas como último desejo em vida, ele irá fazer com que seu único discípulo se desvie do caminho que ele mesmo trilhou.
Ele irá fazer com que Aman tenha uma relação com sua família, mesmo que isso lhe custe todos os seus ossos velhos.
Olá! Autor aqui! Esse é meu primeiro trabalho.
Se houver algum problema ou correção, por favor avise.
Espero que gostem desta jornada.