Teu olhar gelado me enfeitiçou,
Com um sorriso cruel, meu mundo se despedaçou,
Como um marisco traiçoeiro, tu me devorou,
Teu amor era ilusão, só dor me restou.
Vieira, a súcubo, tu me enganaste,
Com tua falsa paixão, meu coração desgastaste,
Agora vou te triturar, te reduzir a pó,
Pois é isso que você merece, vou acabar com o teu show.
Teus beijos eram veneno, me deixaram sem alma,
No teu abraço frio, perdi toda a calma,
Cegaste-me com promessas, com mentiras tu me prendeste,
Mas agora é hora de justiça, que tu pagues o que fizeste.
Vieira, a súcubo, tu me enganaste,
Com tua falsa paixão, meu coração desgastaste,
Agora vou te triturar, te reduzir a pó,
Pois é isso que você merece, vou acabar com o teu show.
Cleveland, há dez anos
Bobby trabalhava como guarda noturno no antigo cemitério de Cleveland há vários anos. Normalmente, as noites passavam tranquilas: silêncio, o ranger do vento entre as sepulturas e o ocasional farfalhar de animais selvagens. Mas naquela noite, algo parecia fora do lugar. A lua mal aparecia entre as nuvens, e Bobby sentia uma estranha tensão no ar.
"Porra, não gosto disto," murmurou ele, ajustando a lanterna no cinto.
Caminhando entre fileiras de túmulos, ele parou em frente a um antigo mausoléu construído no fim do século passado. Achou que ouviu gemidos abafados. Bobby congelou, ouvindo atentamente.
"O que diabos?..," franziu a testa, esforçando-se para ouvir. Os gemidos pareciam vir de trás do mausoléu.
A princípio, Bobby pensou que talvez algum sem-abrigo tivesse entrado no cemitério. Ele direcionou a lanterna para os sons e se aproximou lentamente. Seu coração acelerava e suas palmas ficaram um pouco suadas. Os gemidos tornaram-se mais claros.
"Bem, justo o que eu precisava..." murmurou ele ao chegar ao canto do mausoléu. "Quem está aí?"
Quando ele contornou o canto, parou abruptamente. Seus olhos se arregalaram de horror.
"Oh... Deus... O que diabos é isso?!" Bobby exclamou.
No chão, amarrado de mãos e pés, estava um jovem, com a boca amordaçada, e pairando sobre ele estava uma mulher com um longo vestido amarelo sem mangas. Seu longo cabelo negro ocultava seu rosto, mas seus movimentos eram tão estranhos e fluidos que pareciam desumanos. Era como se ela estivesse consumindo a alma dele com suas ações.
Bobby congelou, sua mente se recusando a acreditar no que estava acontecendo. Tudo ao seu redor parecia desacelerar.
"O que diabos..." ele conseguiu dizer, mal conseguindo respirar. Sua mão tremia e a lanterna balançava nos seus dedos.
A mulher de repente parou, como se percebesse sua presença. Lentamente, quase de forma bestial, virou a cabeça em direção ao guarda. Seus olhos encontraram os de Bobby, e ele sentiu um terror gelado que ia direto aos seus ossos.
"O que você está... Quem é você?" Sua voz estava cheia de pânico; ele deu um passo para trás, mas seus pés pareciam estar colados ao chão.
Ela sibilou de forma aguda, como um gato, e o som sinistro fez o coração dele congelar. No momento seguinte, suas mãos estavam em torno do pescoço do jovem, apertando como se fosse fácil.
"Não, não, não!" Bobby gritou, sua voz rompendo enquanto o sangue do jovem espirrava no chão.
Ele queria fazer algo, mas estava completamente paralisado pelo medo. A mulher lançou um último olhar para o guarda, seus olhos brilhando no escuro como se estivesse avaliando se deveria matá-lo também. Mas em vez disso, ela saltou para trás e, desaparecendo nas sombras do mausoléu com velocidade incrível, sumiu.
"Oh Deus... Oh merda..." Bobby agarrou a cabeça, lutando para recuperar o fôlego. "O que foi isso? O que diabos aconteceu?"
Ele caiu de joelhos ao lado do jovem moribundo. O homem estava ofegante, seus olhos cheios de dor e terror. Bobby, com as mãos trêmulas, tentou remover a mordaça e desamarrá-lo, mas foi em vão.
"Aguente firme, cara, aguente firme!" Bobby sussurrou desesperado. "Deus, o que eu faço?"
Mas era tarde demais. O homem deu um último suspiro fraco e caiu em silêncio. Seu corpo ficou mole e seus olhos opacos. Bobby permaneceu no chão, incapaz de acreditar que tudo era real.
"Não... Não..." ele sussurrou para si mesmo. "Isso não pode ser verdade... O que diabos aconteceu?"
Ele não soube quanto tempo passou antes de conseguir se levantar e chamar a polícia. Os oficiais de patrulha chegaram rapidamente, inspecionaram a cena, mas não encontraram nenhum traço da mulher. Tudo o que restava era o corpo do jovem, coberto de sangue. Não conseguiram identificar o falecido, pois ele não tinha documentos de identificação e seu assassino havia desaparecido como se dissolvido na noite.
Bobby tentou esquecer aquela noite, mas os horrores o assombravam até mesmo durante o dia. Noites sem sono e memórias daquela mulher o levaram ao desespero. Logo, o álcool se tornou seu único consolo. Bobby largou o emprego no cemitério e se transformou em uma sombra de seu antigo eu, tentando afogar tudo o que havia acontecido em uma garrafa.