O reino de Estia, localizado no sudoeste do continente, era famoso por sua cultura e arte. Na verdade, a maioria dos artistas mais conhecidos da história pertence a esse vasto reino.
Esses grandes artistas amavam tanto sua terra natal que não hesitariam em dedicar seu trabalho à sua amada família real.
Refletindo a essência do reino esteticamente belo estava seu palácio, localizado em seu próprio coração. Um pináculo da arte, o castelo de Estia também não decepcionou. De acordo com os historiadores, era de tirar o fôlego — uma visão para ser contemplada.
Foi construído com tijolos vermelhos e pedra cinza e pintado com um verniz especial que brilhava graciosamente sob o sol. O belo exterior por si só era espetacular, mas o interior era ainda mais magnífico.
Elegantes colunas verticais e longos corredores levam a dezenas de salas, cada uma delas embelezada com mármore branco e outras pedras coloridas, ouro e pedras preciosas.
Além disso, os salões eram adornados com belas obras-primas — esculturas e pinturas, feitas por artistas notáveis. Uma pena, porém, que a família real não se importasse com elas. Elas eram meros ornamentos e não mereciam nenhum cuidado, e assim, foram danificadas com o tempo.
No entanto, todos sabiam que, diferentemente da esplêndida estrutura do palácio, os humanos em seu núcleo eram miseráveis.
Os nobres não temiam mais o rei — o governante de Estia já foi altamente respeitado e até mesmo considerado tão poderoso quanto o sol. Mas agora, ele empalideceria em comparação a uma pequena lâmpada.
Por mais teimoso que fosse, o rei se agarrou ao seu orgulho sem sentido e fez vista grossa à realidade, mesmo quando seu poder soberano atingiu o fundo do poço.
O noivado da princesa real foi uma indicação clara da queda da família real. Byun Gyeongbaek de Oberde não queria ninguém além da Princesa Leah, e a família real rapidamente a vendeu — sem nenhuma objeção e consideração cuidadosa.
O poder militar de Byun Gyeongbaek de Oberde protegia a fronteira dos Kurkans — um poder que deveria pertencer ao rei da nação. Para ostentar sua riqueza e supremacia, ele usava roupas roxas — algo que somente a realeza podia e deveria pagar.
O corante roxo era uma mercadoria rara e preciosa no reino — só podia ser extraído esmagando milhares de conchas de caracóis que viviam em águas mornas.
Além disso, a tinta obtida ao esmagar mil desses pequenos animais era suficiente apenas para manchar um pequeno pedaço de pano.
E como Byun Gyeongbaek monopolizava o fornecimento de corante, houve momentos em que nem mesmo a família real conseguia obtê-lo.
A arrogância de Byun Gyeongbaek foi criticada por muitos, mas eles só conseguiam falar pelas costas dele. Ninguém ousava desafiá-lo abertamente.
O rei impotente da família real não conseguia nem sonhar em pará-lo. Na verdade, teria sido mais lógico chamar Byun Gyeongbaek de rei.
"… Princesa, devo chamar a nova carruagem?"
Leah voltou a si ao ouvir a voz da Condessa Melissa. O sorriso da condessa suavizou-se, olhando para a princesa. Ela sabia que Leah estava perdida em seus pensamentos, então ela a acordou de seu estupor de forma cortês.
"Obrigada, Condessa."
Leah não conseguia acreditar que se distraiu enquanto estava no meio do seu trabalho. Ela só podia se culpar, mas não tinha escolha. Foi tudo por causa da mensagem que Cerdina enviou por meio de um servo esta manhã.
『Já faz muito tempo que não jantamos. Tenho um presente para você, então venha ao Palácio da Rainha.』
Um jantar com Cerdina…
Era o pior pesadelo de Leah. Ela tentou esconder, mas desde o momento em que recebeu a mensagem, ela ficou tensa.
Ela acidentalmente mordeu a língua. Não era hora de pensar nessas coisas. A condessa Melissa não era a única com ela. O ministro das finanças e o conde da corte também a acompanhavam. Leah tentou acalmar os nervos e se concentrar no trabalho novamente.
Neste momento, ela estava supervisionando o trabalho dos oficiais do palácio real. Como ela estava encarregada da maioria dos assuntos reais, ela estava atribuindo tarefas e dando instruções sobre os detalhes para compensar o tempo que seria perdido devido ao casamento.
A família real pode ter abandonado Leah, mas o povo era inocente. Ela queria cumprir com suas responsabilidades até o fim.
"Estou pensando em reorganizar o sistema tributário uma última vez antes de deixar o palácio."
Leah entregou os documentos que havia preparado de antemão. Ela os entregou a Laurent, o ministro das finanças, que suspirou e então os passou ao Conde Valtein.
A expressão do Conde Valtein imediatamente ficou séria. Ele murmurou, acariciando seu belo bigode.
"Acho que haverá muita resistência da Grã-Bretanha, especialmente de Byun Gyeongbaek de Oberde…"
O Conde Valtein queria dizer mais, mas se conteve a tempo. Com os sentidos aguçados, Leah conseguiu captar sua expressão. A Condessa Melissa estava olhando feio para o conde enquanto estava bem ao lado dele. Para Leah e seus subordinados, Byun Gyeongbaek era nada menos que um inimigo.
"Condessa."
"Minhas desculpas, princesa."
Não foi até Leah chamá-la que a Condessa Melissa parou de atirar punhais no conde. Impassível com a troca entre os dois, Leah fixou um olhar no Conde Valtein enquanto ele continuava falando.
"Continuar."
Sua voz fria não continha nenhuma emoção. O Conde Valtein continuou falando cuidadosamente.
"Byun Gyeongbaek recentemente usou os bárbaros como desculpa para pedir uma redução nos impostos impostos a Oberde."
Leah franziu as sobrancelhas. A maior razão por trás do poder de Byun Gyeongbaek eram os Kurkans; ele os usava como desculpa para aproveitar todos os tipos de benefícios exclusivos. Embora ele já desfrutasse de inúmeros privilégios em comparação aos outros governantes, ele vigorosamente continuou pedindo mais.
Enquanto Leah mergulhava a pena na tinta, ela abriu a boca.
"Não há fim para sua ganância. Neste ponto, uma invasão pelos Kurkans nos beneficiaria mais."
O Conde Valtein e Laurent limparam suas gargantas em coro. Leah tentou esconder um sorriso divertido enquanto a Condessa Melissa ria alto do desconforto deles.
"Sua secretária não se comunica com eles? Primeiro, vamos verificar se Oberde precisa dos cortes de impostos. Tomaremos a decisão com base nessas descobertas."
"Ok, princesa. Nós prosseguiremos como você disse."
Laurent respondeu educadamente. Leah assinou o documento hesitantemente e murmurou amargamente sob sua respiração.
"Ou talvez seja melhor se eu mesmo for para Oberde."
"…."
O silêncio encheu o escritório. Suas palavras inconscientes criaram uma atmosfera pesada. Ela sentiu-se ficar parada — ela se arrependeu de ter derramado seus pensamentos daquele jeito. Agora a atmosfera era estranha e sufocante, nada menos.
Felizmente, uma voz de fora interveio, quebrando a tensão.
"Minha Alteza Real, esta é a Baronesa Sinael."
"Por favor, entre."
Mas assim que Leah viu o semblante ansioso da baronesa, Leah se preparou para notícias terríveis. No entanto, seu exterior calmo não se quebrou.
A baronesa Sinael trabalhava no palácio principal, e suas visitas sempre significavam notícias graves. Ela entrou no escritório, seu rosto parecia pálido e cansado. Todos os olhos estavam fixos nela enquanto ela apertava as laterais de seu longo vestido.
"Os bárbaros… enviaram uma carta ao palácio real."
"…!"
Leah pulou da cadeira enquanto todos olhavam para a Baronesa Sinael com terror nos olhos.
"Diz, 'Eu gostaria de ter relações amigáveis com Estia. Assim, eu gostaria de enviar um enviado para a conferência para uma reunião…'"
Sinael prendeu a respiração por um momento e então disse com a voz trêmula.
"O rei bárbaro disse que lideraria os enviados e visitaria pessoalmente Estia."