Capítulo 13: Objetos Amaldiçoados (1/2)

"Ei, seu moleque idiota, você sabe o que são Objetos Amaldiçoados?" Yaga-san, sentado atrás de sua mesa na sua sala quase vazia a não ser por suas marionetes em forma de bichos de pelúcia fofos e muito estranhos, falou comigo por trás dos seus óculos e barba.

"Eles são semelhantes às Armas Amaldiçoadas, objetos que receberam ou atraíram para si mesmo energia amaldiçoada, eles são normalmente usados para afastar maldições, mas alguns deles, os mais raros, têm habilidades únicas." Falei em pé na frente da sua mesa, sem ligar muito para a forma que ele fala comigo, já estou acostumado.

"Sim, essa é uma resposta aceitável, então você sabe que eles também estão classificados como todo o resto, e que objetos de Grau Especial, não podem ser destruídos."

Eu não sabia desse último fato, para mim, só os Dedos não podiam ser destruídos, e não todos os objetos de Grau Especial.

"De qualquer forma, você tem uma missão, e dessa vez, ela vai ser fácil." Continuou o Yaga-san.

"Deixa eu adivinhar, vão me mandar recuperar um Artefato?"

"Droga, parece que a nossa biblioteca não está sendo desperdiçada, isso mesmo, seu trabalho dessa vez é uma recuperação, e não se preocupe, o objeto já foi selado por outro Feiticeiro, você só vai fazer o transporte e segurança até a escola."

O Objetivo também tem a capacidade de afastar maldições, mas isso é para os Feiticeiros, se uma Maldição conseguir um Objeto, ela pode aumentar seu Grau, alguns deles até mesmo ajudam a criar maldições poderosas só por serem bancos de energia amaldiçoada, mas se ele já está selado, ele não deve atrair ou criar maldições.

"Só por curiosidade, qual é o Grau do Objeto?"

"Grau Um."

Faz sentido eles me mandarem para essa missão, sou o único estudante com esse Grau na escola, claro que eles não gastariam o tempo de um veterano ou professor para fazer esse serviço.

"Vou sozinho?" Só faz uma semana desde a missão da Maki-san e do Toge-san, então eles não vão, mas faz tempo que o Panda, foi para uma missão, e também tem o Yuta.

"Panda foi enviado para uma missão hoje de manhã, e quanto ao outro garoto, os superiores não querem uma Maldição de Grau Especial próxima de um Objeto Amaldiçoado de Grau Um, mesmo ele estando selado."

"Faz sentido para mim, agora?"

"Você já está atrasado!"

Virei deixando a sala após me curvar rapidamente para ele, é cansativo, Yaga-san, é um bom diretor, mas seu único problema, fora seu palavreado, é sempre avisar das missões em cima da hora, então sempre temos que quase correr na direção da saída assim que a recebemos, por isso mesmo, quando somos chamados para o escritório do diretor, todo mundo se preparar antes para caso seja uma missão, mas bem, não é como se eu tivesse muito o que preparar, só pego minha carteira.

Andei calmamente pela estrada entre as construções vazias da escola, como só tenho que buscar um Objeto, e não lutar contra uma maldição, não estou com presa, curto o clima calmo do lugar, já passou do almoço, e não havia ninguém próximo, nessa hora, Maki e o Yuta, já devem estar treinando no dojo ou no campo de corrida, ela está querendo dar um físico melhor para o garoto, o que está se mostrando uma tarefa difícil, então assim, continuei andando calmamente até a saída.

Eu já estava esperando o Ijichi-san, como sempre na sua roupa impecável próxima da porta do carro me esperando na saída da escola, só que dessa vez, era uma mulher me esperando, uma mulher vestia com um terno feminino preto com gravata vermelha, seu cabelo é loiro curto na altura do seu queixo, ela era bonita, mas estava bastante seria no momento, e quando me viu, percebe uma certa raiva dirigida a mim.

"Você está atrasado!" Foi tudo que ela falou antes de correr para o lado do motorista e entrar na porta já aberta, o carro já estava ligado.

Sentei atrás dela, e antes mesmo da minha porta se fechar, ela disparou pela estrada fazendo fumaça sair pelos pneus.

"Precisa disso tudo?" Perguntei surpreso.

"Estamos quatro minutos atrasados!" Ela gritou.

"HaHaHaHa!" Não pude deixar de rir pensando que era uma piada, só que ela continuou acelerando quando chegamos no início da descida.

"Isso é sério!?"

Estamos no topo de uma montanha, e a estrada da decida, mesmo calçada, é cheia de curvas estreias para todos os lados até o início da montanha, normalmente, descemos lentamente, o que demora um pouco mesmo de carro, ela está querendo cortar o tempo atrasado dessa forma.

Bem, não é como se um acidente de carro fosse o bastante para matar um Feiticeiro.

De qualquer forma, essa foi a corrida mais emocionante da minha vida num carro, fiquei até um pouco enjoado, mas finalmente, quando saímos da montanha e entramos em estrada reta, ela diminuiu a velocidade, o que na minha opinião não fazia mais sentido, já que não havia mais curvas fechadas.

"Hufff, essa foi por pouco." Ela suspirou, seu tom não estava mais sério, agora entende que tipo de pessoa ela é, aquele tipo que leva seu trabalho sério demais até nos últimos detalhes.

"Meu nome é Yamamoto Fujiwara, prazer em conhecer você." Comecei nossa apresentação tardia.

"Ah, na presa esquece disso, meu nome é Akari Nitta, sou uma Gerente Auxiliar Novata que vai te levar até sua missão, já que Ijichi-kun, está ocupado hoje. É um prazer!" Ela com certeza, estava mais animada agora.

"Vamos muito longe?"

"Um pequeno templo próximo de Tóquio, apenas duas horas de carro nessa velocidade sem trânsito, vamos voltar antes de anoitecer." Foi uma resposta bastante profissional.

"Alguma informação sobre o Objeto?"

"Não, apenas que ele foi encontrado e selado pelo Feiticeiro que está no templo, como é um objeto Grau Um, ele acionou os superiores que agilizaram essa missão."

Se um Feiticeiro que estava no templo conseguiu selar o objeto, então a altas chances dele ser apenas um receptáculo para Energia Amaldiçoada, sem outros efeitos ou habilidades estranhas, o que é uma boa notícia para mim.

Como não havia mais informação para dar, apenas fiquei calado curtindo a viagem em silêncio, minha motorista, no momento, também não falou, com total atenção a pista e o relógio.

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Demorou duas horas de carro numa pista livre para chegar no templo, que está bem escondido em cima de uma montanha de pequeno porte coberta por vegetação. Não havia pessoas próximas, a cidade mais próxima fica a uma hora de distância, então, não faz sentido esse lugar ser construído aqui, pelo menos do ponto de vista dos humanos comuns, mas os templos, tem um papel enorme na contenção da energia amaldiçoada e controle de maldições no nosso mundo, então eles foram construídos em lugares-chave.

"Não é uma caminhada muito longa até o topo." Nitta-san, falou do meu lado próxima do carro, que parou de lado na frente do portal laranja na nossa frente.

"Você já esteve aqui?"

"Sim, numa missão parecida com essa quando eu era uma estudante, vamos?"

"Vamos?" Perguntei sem entender, normalmente, o Ijichi-san, fica próximo da entrada nas minhas missões.

"Essa não é uma missão de exorcismos, estamos aqui para recolher um objeto, eu tenho que assinar." Falou ela, indo em frente passando pelo portal.

Burocracia é um ser onipotente.

Assim que atravessei o portal laranja coberto de musgo verde e um pouco acabado, senti que entrei numa barreira, não uma tão evidente quanto a cortina, essa é mais sutil, para afastar maldições e conter a energia amaldiçoada das pessoas comuns, e pelo que percebi, isso deu certo, já que não vi nenhuma maldição de Grau Quatro voando por aí, e elas são tão numerosas quanto formigas.

A escadaria de pedra era curta e escorregadia, subimos lentamente fazendo algumas voltas aqui e a ali passando por estátuas e outros tipos de decoração de pedra honrando algumas entidades boas, o lugar em si é lindo, árvores enormes por todo o lado com folhas cobrindo o sol quase que completamente, junte isso ao cheiro de grama malhada e eu estou realmente curtindo esse passei.

Chegamos nos últimos degraus, e assim que vimos outro portal laranja, senti um cheiro metalético familiar, sangue.

"Achei que esse lugar fosse protegido." Falei me preparando.

"Ele é, mas como ele está longe de qualquer centro de energia amaldiçoada como uma cidade, sua defesa é bem fraca." Comentou Nitta-san, sendo mais velha do que eu, ela também percebeu que a um ataque com vítimas mais adiante.

"Acho que isso virou uma missão de exorcismo no final." Suspirei, tirando as mãos do bolso e avançando na direção da entrada do templo.

Atrás de mim, Nitta-san, fez um selo de mão e falou em voz baixa.

"Emerja da escuridão, mais negro que a escuridão. Purifique o que é impuro!"

Normalmente, gosto de prestar atenção quando qualquer um usa uma técnica de barreira para fazer uma análise, mas é melhor não tirar minha atenção do que pode estar me esperando lá dentro. Continuei andando lentamente enquanto a cortina, se fechou ao meu redor cobrindo todo o topo da montanha e o templo, o sol alto foi coberto, e tudo ficou mais escuro.

"Eu vou avisar os superiores, boa sorte!"

Não demorou para encontrar o motivo do cheiro, mesmo estando um pouco longe do templo, e lá está, esticado no chão de pedra cinza, um corpo masculino. Era recente, posso dizer isso porque ele ainda parece vivo, ignorando, é claro, a poça de sangue ao redor do seu corpo e metade do seu tronco desparecido.

Cheguei mais perto para dar uma olhada melhor, um senhor idoso, sem barba e careca, vestido com um quimono branco e preto típico do lugar, e sua ferida, parecia uma mordida enorme, arrancou sua carne e não deixou nada para trás, ele foi devorado, e pela falta de sinais de luta, isso aconteceu assim que ele chegou aqui para deter o intruso antes dele conseguir fazer qualquer coisa, posso dizer isso pela wakizashi de cabo azul próximo da sua mão jogada no chão intocada.

Agora, o que ou quem causou essa ferida?

A lógica mais forte, diz que esse homem foi atacado por uma maldição, mas há também uma infinidade de técnicas inatas e Shikigamis nesse mundo que poderiam fazer uma ferida como essa também. Um objetivo amaldiçoado de Grau Um, atrai os dois com a mesma intensidade, afinal, eles podem ser vendidos por uma pequena fortuna no mercado negro, e esse valor só aumenta se o objeto tiver algum tipo de habilidade especial, já que elas também podem ser usadas por humanos comuns.

Continuei andando, agora com mais cuidado ainda, o homem morto no chão com certeza, é um Feiticeiro, e ele morreu antes mesmo da luta começar. Tenho que ter cuidado, com meus sentidos no máximo, continuei meu caminho até encontrar outros corpos, dois deles.

Dessa vez era um homem e uma mulher, os dois eram mais jovens do que o que encontrei primeiro, mas as feridas de sua morte são parecidas, um deles tive a parte inferior inteira do seu corpo devorada, a mulher, simplesmente perdeu a cabeça, nada muito diferente da primeira morte, só que agora, houve uma pequena batalha visível pelas pedras quebradas e algumas estátuas partidas em pedaços não muito distante deles, mesmo assim, meus sentidos ainda não captaram nada.

Não encontrei mais nenhum corpo até chegar próximo do edifício do templo que estava derrubado, a única parte salva do edifício original é a parte esquerda da construção.

"BLOMMMMMMMMMM!"

Algo saio explodindo a parte que sobrou do templo, era grande e rápido, a maldição, agora confirmada depois de a sentir, fez um voltar se erguendo dez metros no ar e depois torcendo seu corpo para baixo deslizando pelo chão em linha reta comigo no meio do seu caminho.

"FUNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN!"

Dei um pulo para esquerda, girando meu corpo no ar e saindo da frente do trem descontrolado que tinha tanta força, que cavou um pequeno túnel na pedra do chão por onde passou. Antes de ir mais longe, a maldição girou seu corpo, perdendo velocidade até parar dez metros na minha frente, erguendo seu corpo e ficando completamente visível para mim.

"Eu é minha sorte." Suspirei.

Toda a parte de baixo da maldição era uma longa cauda de cobra, a parte de cima era humanoide, pele azul pálida com braços longos medindo mais de um metro, seu corpo era mago, sem roupa, já sua cabeça estava coberta pelos seus longos cabelos pretos cobertos por uma gosma da mesma cor e consistência do petróleo. Mesmo sem ver seu rosto, percebe que a maldição está bufando névoa da sua boca, algo que se parece com felicidade.

Olho para suas mãos não chão esticadas como pernas dando apoio para seu corpo ficar quase ereto, em baixo da sua palma esquerda, está um caixote de madeira totalmente fechado e coberto por talismãs de papel com letras vermelhas escritas neles, o Objeto Amaldiçoado.

"BLAW!"

Ele levantou seu braço e bateu com força contra o caixote que ficou no chão, soou como um martelo atingido uma bigorna, a madeira de aparência frágil, resistiu melhor que o chão de pedra que se quebrou com o impacto.

Sem ligar para mim, ele levantou sua mão enorme de novo.

"BLAWW!"

Os talismãs protegendo a caixa eram poderosos, mas tem um limite do quanto podem aguentar, e já posso ver rachaduras na madeira.

Sabendo muito bem que não posso deixar ele conseguir esse Objeto, disparei na direção dele me movendo o mais rápido que podia, e quando cheguei perto o bastante pulei levando meu punho para trás, seu rosto é meu alvo.

Só que a Maldição, é muito mais rápida do que eu, ele levantou sua cabeça e seus olhos, círculos perfeitos vermelhos se iluminaram atrás dos seus cabelos enquanto ele torcia seu corpo para esquerda.

No ar, não entende o porquê do seu movimento, até ver a cauda, que é mais grossa que meu corpo, vindo na minha direção na horizontal da esquerda para direita, tudo que consegui fazer antes de ser atingido, foi colocar meus braços na forma de um "X" na frente do meu rosto.

"ZUMMMMMMMM!"

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Ele me jogou como uma bola de tênis para a direção contraria, acabei voando longe, muito longe, atingido algo, levantei do chão e olhei ao redor, caio no meio dos entulhos do templo destruído a pouco, vinte metros de distância da Maldição, que continuou batendo contra a caixa de madeira, agora afundada um metro no chão.

Tirei um pedaço do telhado de cima do meu corpo e me levantei sentindo o gosto de sangue na boca, um corte pequeno no lábio, nada de mais, não recebi nenhum ferimento grave já que coloquei toda minha energia na defesa, mesmo assim, acho que nunca fui acertado com tanta força por ninguém, tirando o Gojo-sensei.

Olhei para esquerda colocando minha mão sobre um pedaço enorme do telhado ainda inteiro, falei as palavras.

"Monokurorapusu: Haiiro no rōgoku!" {Lapso Monocromático: Prisão Cinza!}

O pedaço de telhado perdeu a cor, e meus dedos perfuraram com facilidade para me ajudar a levantar isso sem que ele escorregasse, a bola de entulho do tamanho de uma moto não pesa nada, afinal, estou suprimindo seu peso.

Como um jogador de beisebol, a lancei na direção da maldição, a pedra voou como um foguete retomando sua cor poucos metros de distância de mim.

"BLAWWWWWWWWWWWWWW!"

A maldição acertou a bola com a sua mão enorme a destruindo com facilidade, só que assim que ela fez isso, sua visão ficou obstruída, essa era minha intenção.

Avancei pulando e depois correndo cortando a distância entre nos, num segundo. Aprende com meu erro, não vou saltar na direção da cabeça, em vez disso, mirei no corpo assim que ele girou para tentar me agarrar, passei por de baixo do seu anormal e longo braço atingindo sua barriga de lado entre a parte humanoide e a cauda de serpente, o soco foi tão forte, que a maldição foi arrastada alguns centímetros na direção contraria da que bate.

Com um rugido, ele girou seu corpo balançando seu braço que era tão grande, que ficou se arrastando pelo chão criando um caminho, mas antes dele conseguir me atingir, pulei e rolei próximo ao chão ficando bem na frente da caixa de madeira, agarrei ela e pulei para longe tentando me afastar, foi um erro.

Um braço com dedos maiores que meu tronco já estava me esperando, a maldição me agarrou e me tirou do chão, em vez de me jogar, senti a gravidade aumentar.

"BLAWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWWW!"

Antes de atingir o chão, coloquei minha mão livre atrás das minhas costas tocando as pedras antes do impacto usando minha técnica inata enfraquecendo o solo, deu mais certo do que imaginei, o chão explodiu para cima atingido o rosto da maldição a tirando de cima de mim, que rolei para trás me afastando com a caixa em baixo do meu braço.

"Monokurorapusu: Gureiōbu!" {Lapso Monocromático: Orbe Cinza!}

Fez um sinal de mão e ativei minha técnica inata, duas orbes sem cor surgiram no ar e foram jogadas na direção da maldição enquanto eu também avançava, só que ela agora estava furiosa, e sua velocidade superior foi demonstrada na forma de um bote. Seu corpo estava quase que tocando o chão, e parecia um foguete sendo disparado. Por instinto, ele torceu seu corpo para esquerda, serpenteando para fora do caminho das minhas orbes e agora, nessa posição, ficou fácil esticar seu braço como uma lança.

"FFUHUHUH!"

Não tinha como sair do caminho, por isso fiquei no meu lugar e torce meu corpo o bastante para a mão esticada passar raspando cortando meu uniforme na altura da minha barriga, antes de ser atingido pelo corpo, passei meu braço por cima do dele o prendendo, acabei sendo empurrado pela sua força.

"Monokurorapusu: Haiiro no rōgoku!" {Lapso Monocromático: Prisão Cinza!}

Com seu braço perdendo a cor, o apertei, esperando esmagar e cortar ele inteiro, mas tudo que consegui foi um pouco de sangue das veias que explodiram devido à pressão, e vendo o segundo braço vindo na minha direção enquanto ainda estava sendo empurrado para trás, fez um sinal de mão.

"Monokurorapusu: Gureiōbu!" {Lapso Monocromático: Orbe Cinza!}

As orbes surgiram suprimindo a velocidade da Maldição tempo suficiente para eu pular fora e me afastar.

Essa é a primeira vez que encontro uma Maldição que não pode ter sua resistência completamente suprimida por minha Técnica Inata, isso quer dizer que estou de frente para uma verdadeira maldição que chegou no pico do Grau Um, quase tocando o Grau Especial. Isso é perigoso, mas um degrau é muita coisa nessa escala, ainda posso o exorcizar.

A cauda veio da esquerda para direita quando ele fez uma volta completa com seu corpo sobre se mesmo, a força disso é simplesmente assustadora, e para não ser varrido, pulei deixando ela passar por baixo de mim, só que no momento que meus pés tocaram o chão de novo, a maldita cauda voltou agora vindo do lado contrário, era como jogar o pula corda mais mortal do mundo.

Escapei mais uma vez e pulei na direção dele acertando de novo o mesmo ponto que atingi pela primeira vez com um soco, agora, tenho que lutar com apenas uma mão, a outra está ocupada com o objeto. Por causa disso, tive que me afastar após dar apenas um soco contra seu corpo robusto e resistente, esse foi meu erro.

Afastado, percebi que a Maldição, abaixou seu corpo deixando sua cabeça na altura do meu corpo, ainda com os cabelos cobrindo seu rosto, só vi seus olhos brilhantes, até ele abrir sua boca, era como ver um buraco negro, uma imensidão de nada, e desse nada, um feixe vermelho de pura energia amaldiçoada parecendo uma lança de luz voou na minha direção mais rápido do que eu estava esperando, por sorte, consegui tirar meu corpo do caminho, mas deixei a caixa escapar e ela foi atingida pelo feixe.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

O feixe concentrado de energia amaldiçoada explodiu como uma bomba a queima-roupa na minha esquerda, rolei como um doido dez vezes antes de conseguir levantar meu corpo e ver os estragos, toda a parte esquerda do meu uniforme desapareceu, também tenho algumas queimaduras no meu corpo que estão doendo muito, mas pelo menos, era uma vitória.

"Isso foi idiota!" Gritei para Maldição ainda de joelhos no chão, me recuperando.

O ser serpente/humanoide, se arrastrou na direção do centro da explosão, enfiando suas garras no chão da cratera que ele mesmo causou, claramente tentando encontrar o Objeto, mas isso foi destruído com certeza, o pouco de inteligência dele não entendeu isso ainda.

Foi esse mesmo ser idiota que me feriu dessa forma, isso não foi bom para meu orgulho e confiança.

Tudo estava bem, até ele tirar seu braço do chão, entre seus dois dedos, vi algo pequeno e sujo de uma energia maléfica, o objeto não foi destruído, e isso me lembrou as palavras e aviso do Yaga-san, é um Objeto de Grau Especial.

Corre dando tudo de mim, mas eu estava longe, só consegui ver ele levantando sua mão e deixando o Objeto cair dentro da sua boca, assim que ele engoliu, senti algo novo numa luta contra uma maldição, pressão.