— Jill, tem certeza que esse Shawn Febles era o ciborgue que eu prendi?! — Hailee falou, pensativa, enquanto anotava as informações que Jill lhe passava.
— Tenho, descobri que ele tem envolvimento com um tal de Aigoj. — Jill respondeu. — Pelo menos foi o que eu soube, que ele falou.
Hailee anotou o nome em um bloquinho que sempre guardava no suporte da TV. — Como e onde você ganha essas informações mesmo? — a morena de olhos verdes perguntou.
— Quê?! Ganha?!... Não, querida. — Jill falou, dramática. — Eu trabalho por elas.
Hailee talvez nunca descobrisse as artimanhas da morena.
— Isso é covardia... Você é uma idiota chata! — Hailee fez careta.
— Da qual você não vive sem. — Jill falou, convencida.
— Mentira, eu te aturo... Mas só por Olivia.
— Sei... — Jill falou abraçando Hailee com a força que tinha, querendo fazê-la sentir dor. — Falando em Olivia, onde ela está? Ela deveria estar nos ajudando.
— Ela nunca ajuda em nada mesmo, além disso ela trabalha. — Hailee falou, abusada.
— Ela não precisa ajudar, ela é a beleza do grupo. Dãr! — Jill falou, como se fosse óbvio. — Ela não só trabalha, como é a única que faz isso de nós três, porque você só enrola naquele lugar. — Hailee nem prestava atenção na outra. — A Olivia devia...
— Descobri! Ele trabalha para o Jogia! — Hailee gritou, com um pouco de raiva e felicidade ao mesmo tempo, por descobrir.
— Jogia como assim? — Jill perguntou, confusa. — Mas não estava escrito Aigoj?!
— Sim, estava...
— Ah! — Jill gritou e Hailee quase deu um soco nela. — Desculpa. — pediu, vendo a cara da amiga. — Você fez aquela parada que a Olivia faz sempre!
— Fiz... — Hailee concordou.
Colocou o bloquinho de volta na gaveta do suporte da TV e trancou, para logo ver Scarlet chegando. As duas perto do móvel da TV receberam olhares desconfiados de Scarlet, mas logo Hailee guardou a chave.
Jill e ela acabaram por distrair a latina. Pelo menos acharam que distraíram.
Assim que o horário de almoço de Hailee acabou, ela e Jill saíram do apartamento da morena. Scarlet foi para o seu prédio, ao lado do apartamento da namorada.
Alguns minutos depois ela voltou com algumas chaves e ferramentas que eram usadas para abrir fechaduras. Conseguiu abrir a tal fechadura sem arrombar. Ou deixar pistas, Hailee estava escondendo algo, Scarlet sabia.
"Shawn Febles"
"Aigoj"
"Jogia"
"Ethan Jogia"
Scarlet reconheceu os nomes.
— Hailee está metida com aquela super-filha-da-mãe, que droga!
Scarlet sabia da história do Jogia com a Goddness Woman, era um assunto comentado pelas pessoas aos quais elas se envolviam. E ela já até tinha falado com ele...
Nem dois dias depois da mudança de Scarlet haviam se passado direito.
Meia hora depois de sair do prédio ela estava perto do local da boate. Não demorou muito e achou uma vaga, quase por milagre. Em frente à boate havia uma fila enorme.
A música dava para ser ouvida de fora. Havia um segurança, ele tinha quase 3 metros, segundo Scarlet (exagerada). Mas ele era tão grande quanto o ator Dwayne Johnson, se não fosse maior.
Scarlet se aproximou do começo da fila.
— Moça... Lá atrás. — O segurança falou, por cima da música, apontando para o final da fila que nem dava para ser vista.
— Sou amiga de Hailee Escudero, só que me atrasei. — Scarlet falou a primeira coisa que veio na cabeça, no momento.
— Sinto muito, "queridinha", mas você não vai entrar. — O cosplay do Dwayne Johnson, falou, cínico.
— Mas estou com Hailee Escudero. — Scarlet falou mais alto, para ver se ele dava atenção, já que algumas pessoas lhe olhavam, curiosas.
— Muitos estão. — falou, entediado e fez sinal com as mãos para que Scarlet saísse dali e fosse para o final da fila.
Scarlet poderia muito bem dar um chute nos "países baixos" dele e depois passar como uma garotinha mimada, do mesmo jeito que poderia dar uma rasteira nele. Capacidade e treinamento não lhe faltavam, mas depois ela seria procurada pela noite inteira.
— Como assim não tem... Cosplay de merda do Dwayne, filho da... — Praguejou baixinho, enquanto andava vagarosamente para o final da fila, mas foi interrompida antes de concluir sua fala.
— Hey, moça bonita. — Um cara com o cabelo quase nos ombros, chamou.
Ele usava um jeans escuro e blusa também jeans, por cima da branca. Seu modo de falar era totalmente encantador, o cabelo meio bagunçado deixava-o ainda mais sexy. Estava à 3 pessoas de entrar.
— É comigo?! — Scarlet perguntou, fingindo, que não tinha entendido, mas estava bem claro que era consigo que ele estava falando.
— Lógico que sim. — O homem sorriu de lado, Scarlet se aproximou dele. — Vi você querendo entrar...
— É... — Scarlet concordou. — Você me ajudaria a entrar? — falou, lentamente, ao perceber que ele não tirava os olhos de sua boca.
— Ajudaria... Mas isso teria um preço. — falou, um pouco malicioso e lhe encarou.
— Um preço?! — se fez de pensativa. — Acho justo. — Levantou uma das sobrancelhas e depois sorriu de lado. Mostrou seu enorme sorriso branco. Era tão branco quanto os de comerciais de creme dental na TV.
— Ethan Jogia. — Estendeu a mão na direção de Scarlet, que apertou.
— Prazer, Ethan. — falou, depois de cumprimentar com beijos no rosto.
— O prazer é todo meu. — Ethan sorriu. Ficaram em silêncio por alguns segundos, ele estava esperando que ela se apresentasse. — Não irá falar seu nome?! — falou com uma das sobrancelhas arqueadas.
"Ele não deve saber o quão sexy é, ou sabe e se aproveitava disso."
— Sofia. — falou por fim.
Não estava mentindo. Não por completo. Afinal seu nome é Sofia Scarlet Postigo Ramirez.
— Só Sofia, é?!... — Ele queria saber mais.
— Moça. — Scarlet olhou para trás, era o segurança cosplay do Dwayne Johnson lhe chamando.
Eram os próximos na fila. O segurança olhou de lado para Scarlet, que sorriu amarelo, fazendo cara de: "inocente com medo". Se é que é possível fazer isso.
Dentro daquela boate, Scarlet teria um prêmio, melhor do que esperava.
A mulher estava batendo em um saco de areia com toda sua força, em um galpão que haviam organizado para seus "funcionários" treinarem. Ela já estava cansada por mais cedo ter dado alguns tiros e treinado com alvos utilizando seu arco e flechas.
Ela bufou ao ver Michelle Castro, uma das mandantes vindo em sua direção, elas não se davam bem.
Michelle quem conseguia trabalhos para a mulher de traços latinos, ou qualquer uma das dezenas de pessoas que eram: assassinos, ladrões (ou que faziam o que mandassem) conseguissem serviço.
— Você e Alcantara, estão escaladas para uma grande missão. — Michelle avisou.
— Que tipo de missão? E por que não posso fazer sozinha? — a mulher logo perguntou. — Alcma sabe que só trabalho sozinha!
Michelle tinham vários chefes: desde criminosos aos "bons feitores", até os funcionários do governo.
— Você é ambiciosa demais, tem que aprender a dividir. — Michelle falou, segurando o queixo da outra. — Não pode chegar aqui e achar que sabe arremessar umas faquinhas e já é peça principal do tabuleiro. — Praticamente rosnou, na direção da menor.
— E o que tem de mal em ser ambiciosa?! Tem medo que minha ambição me faça pegar seu lugar? — a mulher menor desafiou. — Tem medo que eu consiga pegá-lo, não é?!
— Me poupe disso, marrentinha! — Michelle falou. — Você terá a missão que quer, Alcma não quer esperar mais.
— Ótimo, é o que mais quero mesmo. — falou com desdém. — E não o seu posto.
— Acho bom você querer só isso mesmo. — Michelle falou irritada e saiu deixando a outra feliz por ter conseguido afetá-la.
— A única coisa que quero no momento é dinheiro e a Goddess Woman.
Naquela tarde a latina conseguiu a missão que tanto esperava. Ela iria atrás da Goddess Woman, enfim. Desde que soube que "a tia da Goddess Woman", Alcma Meg-Alos, também uma alienígena estava atrás da heroína, a outra não mediu esforços para encontra-la e conseguir a tal missão.
Essas informações eram confidenciais, mas ter envolvimento com pessoas do governo era ótimo por isso. Enfim esse dia chegou, e a mulher conseguiu unir o útil ao agradável. Só faltava concluir sua missão, descobrir quem era por baixo da roupa de Goddess Woman.
Avistou Josie indo em sua direção, respirou fundo e guardou os equipamentos que eram seus e deixou as facas que estavam consigo na mesa de metal, no grande galpão.
— É... Agora vamos ter que ir novamente para Miami. — Josie suspirou, como se fosse algo que ela não quisesse fazer, o que era exatamente o contrário, já que estava feliz por voltar.
— Como assim nós?! — a outra a encarou com o cenho franzido.
— Mas você é lenta mesmo, hein!... Nós: você e eu. — Josie falou, enquanto gesticulava.
— Não sou lenta. — Revirou os olhos. — Você não precisa ir!
— Não vou discutir isso... — Josie fez cara feia. — Sei que não preciso ir, mas você acha mesmo que eu perderia a oportunidade de voltar a viver na minha "amada" cidade natal por um tempo?! — falou, como se fosse óbvio.
— Eu pensei que sim, você disse que não voltaria para lá.
— Eu digo muitas coisas. — Josie olhava, com um pequeno sorriso nos lábios.
— Ok então. — falou, concordando, mesmo sem querer.
Só de pensar em voltar para Miami e pensar na vida que levava lá não agradou nem um pouco. Sentiu como se estivesse cansada do nada, sentou na mesa da sala. Josie se aproximou e a abraçou bruscamente.
— Que isso, Jo?! — falou e riu.
— Foi gay, não é?! — riu junto com Josie. — Não pensa que irá ser ruim, sabe por quê?! — Josie falou alto na orelha da mulher de cabelos castanhos, quase a deixando surda.
— Hmm, por quê? — perguntou. Josie saiu do abraço.
— Porque já arrumei uma casa e vamos morar juntas! — gritou e fez uma dança ridícula. Que fez a outra rir, essa era a intenção de Josie.
— Acho que me suicido em três dias junto com você. — falou, rindo.
— Eu também te amo. — Josie piscou e fez um coração com as mãos.
— Sei... — murmurou e se levantou da mesa.
Josie a perturbou mais pouco e foi embora, cada uma para seu próprio apartamento.
Cada uma delas arrumou suas coisas, que não eram muitas, pelo menos objetos pessoais não, mas sim os equipamentos, porque não tinham residências fixas. E no dia seguinte estavam em Miami.
Depois de uma "pequena" discussão entre as duas mulheres, porque a casa que era enorme e sem necessidade daquilo. E pela latina elas ficariam em um apartamento, não tinha necessidade, de ser em uma casa naquelas proporções, Josie sempre um poço de exagero.
— Fixação, uh! — Josie falou ao ver alguns jornais com notícias falando da Goddess Woman, espalhados pelo chão.
— Não tenho fixação... Ainda mais por ela.
— Então... Se não é fixação, é obsessão! — Josie continuou.
— Também não. — A outra mulher respondeu. — Eu tenho meus motivos, mas você não entenderia.
— Você nunca me explicou ou falou sobre eles. — Tentou manter o diálogo.
— Nem quero falar, a Goddess Woman já tem atenção demais, sempre teve! — essas foram as palavras finais para que Josie tentasse esquecer o assunto e deixar Scarlet em paz.
*****
— Jill... Eu estou com medo, acho que tem alguém me seguindo... — Scarlet que passava o dedo na tela do celular enquanto tentava andar, parou para escutar a conversa atrás da porta.
— Seguindo?!... Por que acha isso?! — Jill falou, nervosa.
— Ninguém pode descobrir sobre a Goddess Woman... Imagina! — Hailee falou nervosa. — Não sei, mas tenho a sensação, às vezes parece que tem alguém atrás de mim.
— Você já viu essa possível sombra da qual está com medo? — Jill perguntou, sem querer dar bola a "paranoia" de Hailee.
— Nunca vi, mas sei que tem alguém... Parece um desses ninjas malucos que nem fazem barulho, porque eu tento escutar, mas parece que nem respira. — Hailee bufou e Jill ficou calada pensando.
— Você tem certeza, não é só paranoia? — Jill perguntou.
— Mas é claro que tenho. E não posso deixar que ninguém descubra a verdade.
"Só o que me falta agora."
— Então temos que descobrir quem é logo antes que descubram.
"Tenho que descobrir quem é essa pessoa, porque eu vou descobrir a identidade da Goddess Woman antes de qualquer um."
Scarlet percebendo que as duas mulheres entrariam no apartamento de Hailee logo se afastou da porta, o mais silenciosamente possível.
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