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1.04% A Noiva do Diabo / Chapter 8: Escória de um Lojista

Capítulo 8: Escória de um Lojista

Oriana sentiu-se encorajada ao pensar nele não a reconhecendo.

Por que ela recusaria um trabalho tão fácil? Contanto que ela satisfaça os caprichos deste nobre entediado por uma ou duas horas, ela provavelmente ganharia o suficiente para não ir à cidade nos próximos dias.

Enquanto ela caminhava para liderar o caminho, Arlan a parou. "Espere!"

Quase perdeu o passo, mas quando enfrentou ele, sua expressão ansiosa se transformou em um sorriso. "Sim, Jovem Mestre?"

"Você ainda não me contou seu nome," ele respondeu e a observou suspirar aliviada.

"Ah, meu nome? É Oriana—Orian! Meu nome é Orian!"

"Orian," Arlan repetiu. "Nome bobo."

Oriana estreitou os olhos para ele, mas vendo seu rosto inocente, sem saber o quão ofensiva era sua reação, ela controlou sua crescente irritação.

'Oriana' era o nome que seu avô lhe deu. Esse jovem nobre ousou—

"Se você acha meu nome bobo, pode me chamar de Ian se quiser, Jovem Mestre."

Ela estava interiormente nauseada com suas próprias palavras, mas com a ameaça dos guardas da cidade pairando sobre ela, juntamente com o fascínio da remuneração que ele prometeu, ela foi forçada a manter um sorriso humilde no rosto.

"Hum, posso perguntar como devo me referir a você, Jovem Mestre?"

Arlan claramente viu o desprazer em seus olhos, e era admirável como ela segurava seu temperamento. Esse tipo de talento, ela seria útil no futuro. Ele não pôde deixar de sorrir interiormente.

"Me chame de Arlan", ele respondeu.

'Arlan? Não me é familiar. Ele não é um nobre local? Talvez ele seja algum filho ilegítimo escondido—'

Percebendo que já tinha problemas desnecessários, ela guardou seus pensamentos para si mesma.

"Um nome tão elegante digno de um nobre como você, Jovem Mestre Arlan!"

Se Arlan não soubesse melhor, teria pensado que esta mulher chamada Oriana era uma bajuladora genuína.

"Então, Oriana—ah! Orian, devemos ir?"

Deixando o beco desertizado, a dupla retornou ao mercado mais uma vez. Oriana desempenhou seu papel de guia com seriedade —ela apresentou o mercado de Jerusha a ele pela perspectiva de um plebeu. Ela também explicou brevemente os perigos comuns de coletar ervas, permitindo que ele a visse sob uma nova luz, compartilhando algumas histórias dela sendo perseguida por animais selvagens.

Observadora e adaptável, sem mencionar rápida para pensar nas horas vagas.

Eles pararam na praça principal, que levava aos outros distritos do mercado. Estava bastante cheia.

"Jovem Mestre, você vê aquela linha de lojas? A primeira até a terceira rua daqui, são principalmente lojas que vendem ingredientes medicinais. Os boticários e as grandes lojas não compram de colecionadores não afiliados como eu, pois já têm fornecedores regulares de ervas. Iremos para as lojas menores para vender."

Com sua adorável professora agindo de forma tão séria, Arlan só podia se comportar como um estudante obediente, ouvindo atentamente suas explicações.

Assim que ela olhou por cima do ombro, quase esbarrou no homem corpulento que vinha na outra direção.

"Cuidado!" Arlan a puxou de volta.

Ela se assustou ao pegar na mão dela e, quando se recuperou, foi pressionada contra seu peito forte e muscular. Ela se apressou a afasta-lo.

"Você não tem olhos na parte de trás da cabeça?" ela o ouviu dizer insatisfeito enquanto a soltava. "Você até me notou seguindo você."

Oriana sentiu a vontade de bater nele —isso e aquilo eram diferentes! Ainda assim, percebendo que ele a protegeu, ela coçou a bochecha.

"Desculpe, Jovem Mestre. Serei cuidadosa. E obrigada por me ajudar."

O homem corpulento estava carregando uma caixa de mercadorias. Se ela esbarrasse nele, um ferimento seria sua menor preocupação —ela também seria forçada a pagar por quaisquer danos àquelas mercadorias.

Seu olhar sério preso em seu rosto de desculpas. "É assim que você trabalha neste mercado lotado? Não prestando atenção aonde vai e depois se machucando?"

"Foi um bobo erro. Esta é a primeira vez que isso acontece. Serei cuidadosa—"

Quanto mais Oriana falava, mais ela sentia que algo estava errado.

'Espere, por que estou me desculpando? Por que ele está zangado em primeiro lugar? O que há com este moleque nobre? Até meu avô não me repreende dessa forma.'

Arlan balançou levemente a cabeça, surpreendendo até a si mesmo com o quanto estava descontente.

Enquanto examinava a multidão procurando pelo homem corpulento, o olhar de Arlan encontrou um rosto familiar. Seu cavaleiro guardião, Imbert, estava se aproximando. Parece que Imbert tinha mandado aquele espião de volta à Casa Wimark com Rafal e estava procurando por seu suserano há algum tempo.

Arlan lhe fez um discreto sinal com a mão, fazendo-o parar.

O cavaleiro se perguntou o que o Príncipe Herdeiro estava fazendo e encontrou um jovem bonitinho acompanhando seu suserano. Seu olhar de falcão observou o jovem homem, mas ele não o reconheceu.

Um novo conhecido do príncipe?

Embora Imbert não se aproximou de Arlan, como um cavaleiro responsável jurado para protegê-lo, ele os seguiu, mas manteve uma distância apropriada, longe o suficiente para não ser notado, mas perto o suficiente para responder às ordens do príncipe.

"...esta é a Loja de Ervas Noite Estrelada", disse Oriana, sem perceber a troca silenciosa. "Conheço o filho do lojista, e ele sempre paga um preço decente—"

Quando se aproximaram da entrada de uma loja, Oriana ouviu sons de uma discussão vindo de dentro.

O próprio lojista estava no balcão, e estava discutindo com um homem. Pela conversa, parecia que o lojista estava tentando tirar vantagem do coitado que estava ali para vender as ervas.

Oriana fez um sinal de desgosto. "Que azar. O lojista trocou de turno com o filho?"

O homem parecia precisar urgentemente de moedas e teve que vender as ervas a um preço menor do que esperava, a contragosto.

Lembrando como ela também sofreu de uma injustiça semelhante, Oriana não conseguiu ficar parada.

"Aquele escroto de um lojista. Como ousa intimidar esse coitado? Ele não sabe quão perigosa é nossa linha de trabalho?", Oriana murmurou antes de esfregar o queixo. Então ela virou-se para seu companheiro.

Vendo sua expressão tornar-se astuta, Arlan sentiu que algo divertido esperava o lojista.

"Observe com atenção como faço negócios, Jovem Mestre."


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