Chegando em Tóquio, os membros da Liga da Justiça optaram pela discrição. Disfarçados, entraram em uma lanchonete modesta, escolhida por Batman após rápidas investigações. Enquanto analisavam o local, Bruce Wayne surpreendeu seus companheiros:
— Vou comprar esta lanchonete. Precisamos de um ponto seguro.
Os outros trocaram olhares rápidos, mas não questionaram. Logo após finalizarem a compra, seus olhos se voltaram para um garoto sentado em um canto, tomando sorvete tranquilamente enquanto brincava com um gato branco de olhos dourados.
— É isso? A "grande ameaça" é só um moleque brincando com um gato? — provocou Flash, cruzando os braços.
Mulher-Maravilha observou atentamente e respondeu:
— Isso é estranho. Não tenho registros sobre algo assim no Japão.
Superman, sempre confiante, utilizou sua visão de raio-X. Assim que tentou enxergar além, seu semblante mudou, e ele tropeçou, apoiando-se no balcão para não cair.
— Que estranho... Não consigo ver nada. Está tudo vazio, como se fossem sombras.
Batman manteve sua postura fria e analítica, os olhos fixos no garoto.
— É ele. — disse com firmeza. — É quem estamos procurando.
Sem hesitar, os heróis se aproximaram do garoto, que sequer levantou os olhos do sorvete. Bruce foi o primeiro a falar.
— Bom dia.
O garoto ergueu a cabeça, seus olhos transbordando indiferença. Ele observou cada um dos presentes, pausando por um momento no símbolo do morcego no peito de Bruce, antes de perguntar com desdém:
— O que o Batman quer de mim?
A Liga inteira ficou surpresa. Ao redor, a lanchonete estava completamente vazia. Nenhum cliente, um funcionário, apenas eles e o garoto. Batman avançou um passo à frente.
— Pelo visto você nos conhece. — Bruce o encarou, tentando decifrar sua atitude. — Mas por que está machucando civis inocentes?
O garoto soltou um sorriso frio enquanto acariciava o gato que se aninhava em seu colo.
— Não gosto de heróis. — respondeu, pausando por um instante antes de continuar. — Mas não sou culpado de nada... ainda.
Flash bufou, irritado.
— Que mentira! — ele disparou em direção ao garoto, tentando imobilizá-lo em um milésimo de segundo. Mas algo deu errado. Flash tropeçou e foi lançado para trás, caindo desajeitadamente no chão. Ele piscou, atordoado, tentando entender o que havia acontecido.
— O que foi isso? — perguntou, ofegante. — Eu sou o mais rápido que existe!
O garoto apenas olhou para Flash, seu olhar tão vazio quanto o céu sem estrelas.
— Sua velocidade não funciona aqui. Esse é o meu mundo agora. — disse calmamente, voltando a brincar com o gato como se nada tivesse acontecido.
obrigado por ler.