Valiandra era mais do que uma cidade. Ela era um farol de esperança, um bastião erguido contra a crueldade do mundo. Durante séculos, essa esperança havia sido mantida viva pela lenda de Arbon, o herói dourado. Sua espada flamejante cortava a escuridão, enquanto sua armadura brilhava como o próprio sol, um escudo contra o desespero.
O nome de Arbon estava gravado na história como o salvador da cidade, mas seu maior feito ocorreu durante a Grande Guerra. O mundo tremia sob as forças do Rei Devastus, um tirano que comandava legiões de sombras e criaturas infernais. Na fatídica Batalha de Elarion, quando tudo parecia perdido, Arbon enfrentou sozinho o exército do inimigo.
Dizem que sua espada brilhava como um cometa enquanto ele avançava pelo campo de batalha, cortando hordas de monstros com uma fúria divina. Ao fim daquele dia sangrento, Arbon ergueu-se vitorioso diante do próprio Devastus, derrotando-o em um duelo que fez a terra tremer. No entanto, a vitória teve seu preço: o herói caiu, mortalmente ferido, sob o peso de sua bravura.
Embora seu corpo não tenha resistido, seu espírito tornou-se eterno. Em Valiandra, ergueram uma imensa estátua no coração da praça central, uma homenagem ao homem que sacrificara tudo por seu povo. A figura de Arbon, de espada erguida ao céu e rosto voltado ao horizonte, tornou-se um lembrete perpétuo de que até mesmo a mais densa escuridão pode ser derrotada pela luz da coragem.
Os bardos cantavam sua história, as crianças imitavam suas façanhas nas ruas, e os mais velhos sussurravam orações em seu nome. Arbon não era apenas uma lenda; ele era um ideal. Mas, enquanto as gerações vinham e iam, poucos se perguntavam se a escuridão que ele derrotara realmente havia sido banida para sempre — ou se ela apenas aguardava, nas sombras, o momento certo para retornar.