Capítulo 19: Capítulo 18: Sentimentos
Parte 1
William e Wilde entraram na sala onde Pallas estava, um espaço rústico, mas bem iluminado, com mesas cobertas por mapas e documentos. Pallas estava de pé perto de uma grande mesa, examinando um mapa detalhado da Ilha de Fen. Ao seu lado, Don, olhava atentamente para o mesmo mapa.
Pallas ergueu o olhar ao ouvir a entrada dos dois. "Bom, William. Wilde. Agradeço por virem tão rapidamente."
William, ainda um pouco molhado da chuva, acenou com a cabeça. "O que há de tão urgente, Pallas?"
Pallas fez um gesto para que se aproximassem da mesa. "Como vocês sabem, a situação está ficando cada vez mais crítica. Temos uma nova teoria sobre o monstro."
Wilde franziu a testa, sua expressão carregada de curiosidade. "Qual é essa teoria?"
Pallas apontou para o mapa, que mostrava uma ilha dividida ao meio por uma linha sinuosa. "Aqui está a Ilha de Fen. A muralha que vocês veem no mapa divide a ilha em dois lados. O que acreditamos é que o monstro veio do outro lado da muralha."
Don interveio com uma voz grave. "A muralha tem mais de cinquenta metros de altura e foi construída para impedir qualquer passagem entre os dois lados. É uma estrutura imponente e, teoricamente, intransponível."
William olhou para o mapa, o semblante pensativo. "Então vocês acham que o monstro encontrou um jeito de atravessar essa muralha?"
Pallas assentiu. "Exatamente. A muralha foi projetada para impedir qualquer tipo de travessia, mas o fato de que o monstro conseguiu cruzá-la sugere que pode haver uma brecha ou um método desconhecido de passagem."
"E qual é o plano?" perguntou Wilde, seu tom mostrando uma mistura de ansiedade e interesse.
Pallas se voltou para eles, o olhar sério. "Don e eu estamos planejando uma expedição pela muralha. Precisamos entender como o monstro conseguiu passar e, se possível, encontrar uma forma de fechá-la novamente."
Don fez um gesto para o mapa, indicando uma área além da muralha. "Vamos partir em breve. A expedição é crucial para determinar o ponto exato onde a muralha pode ter sido comprometida e para garantir que não haja mais riscos para ambos os lados."
William franziu a testa, compreendendo a magnitude da situação. "E o que você precisa de nós?"
Pallas cruzou os braços, seu olhar fixo e determinado. "Precisamos de vocês para a caçada que virá depois. Assim que a expedição nos der mais informações, teremos que agir rapidamente para capturar ou eliminar o monstro."
Wilde olhou para William, e depois para Pallas. "Entendi. Se a expedição for importante para a segurança de todos, estamos prontos para ajudar. Qual é o próximo passo?"
Pallas sorriu levemente, aliviado pela disposição deles. "Agradeço a colaboração de ambos. Don e eu faremos os preparativos necessários para a expedição. Precisamos de vocês para estarem prontos para a caçada assim que retornarmos com as informações."
William fez uma leve inclinação com a cabeça. "Estamos à disposição. Apenas nos avise quando for o momento certo."
Parte 2
Helena estava deitada em sua cama em seu quarto no dormitório, as cortinas do pequeno aposento parcialmente abertas para deixar a luz suave da lua entrar. O som constante da chuva batendo na janela parecia quase relaxante, um lembrete do clima inclemente que envolvia a cidade portuária. Com um suspiro de alívio, ela estava aproveitando um momento de calma, mas a paz foi interrompida por uma batida leve na porta.
Ela levantou-se, espreguiçando os braços antes de se dirigir até a entrada do quarto. Ao abrir a porta, encontrou Liam, o olhar um pouco encharcado devido à chuva persistente lá fora, mas com um sorriso amigável no rosto.
"Oi, Liam." disse Helena, curiosa.
"O que traz você aqui?"
Liam passou a mão pelos cabelos molhados, tentando ajeitá-los de forma mais apresentável. "Oi, Helena. Não queria te incomodar, mas achei que poderia aproveitar a chance para conversar um pouco." Ele deu um sorriso simpático, os olhos brilhando com um tom de entusiasmo.
"Claro, entre." Helena deu espaço para ele entrar e fechou a porta atrás dele.
"O que está acontecendo?"
Liam olhou em volta, notando o ambiente simples e acolhedor do quarto. "Na verdade, eu estava pensando em ver se você estava interessada em um pouco de companhia." Ele se dirigiu para a pequena mesa no canto do quarto, onde Helena costumava guardar seus livros.
"E, se você não se importar, me conta o que andou fazendo. Parece que a chuva nunca dá trégua, não é?"
Helena riu levemente, cruzando os braços sobre o peito. "Sim, a chuva não parece querer ir embora tão cedo." Ela se sentou na beirada da cama, observando Liam se acomodar.
"Não tenho feito nada de especial, apenas tentando encontrar algo produtivo para fazer enquanto a caçada não começa. E você? Como tem passado?"
Liam sentou-se na cadeira ao lado da mesa, ajeitando-se para parecer mais confortável. "Ah, só tentando me manter ocupado. A chuva tem sido um pouco entediante, mas pelo menos me dá tempo para pensar em algumas estratégias para quando eu for chamado para alguma missão. E, claro, aproveitar para conhecer melhor o pessoal."
"E você tem tido sucesso em conhecer as pessoas daqui?" Helena perguntou, interessada.
"Eu sei que é fácil se sentir meio deslocado quando se é um novato."
"Sim, tem sido interessante." Liam respondeu com um sorriso.
"Conheci algumas pessoas legais. Mas, para ser honesto, achei que seria bom ter uma conversa com você, sem a correria do treinamento e dos preparativos para a caça."
Helena sorriu, apreciando a sinceridade de Liam. "É sempre bom ter uma pausa. E eu fico feliz que sempre tem vindo falar comigo. Às vezes, esses momentos de calma são os melhores."
Liam assentiu com um sorriso. "Concordo completamente. É ótimo poder aproveitar esses momentos. E fico feliz que você esteja aberta a conversas. Realmente faz a diferença."
Ele deu uma pausa antes de continuar, seu tom descontraído. "Aliás, estava pensando... O Ed e você parecem estar bastante próximos. Ele parece ser uma pessoa dedicada."
Helena olhou para Liam, pensativa. "Sim, o Ed é assim mesmo. Nós nos conhecemos a pouco tempo mas, Ele parece ter sempre uma postura de espírito determinado, o que o faz se destacar."
Liam sorriu, um pouco interessado. "Isso parece fazer sentido. Ele parece alguém que se preocupa profundamente com as pessoas ao seu redor. Queria te agradecer também. Lembro que você me ajudou quando eu estava completamente perdido e sem saber o que fazer. Não tinha ninguém por perto e, de repente, você apareceu para me orientar."
Helena corou um pouco, sentindo-se lisonjeada. "Ah, não foi nada. Só fiz o que qualquer um faria. Eu estava apenas tentando ajudar alguém que parecia estar em apuros. Mas fico feliz que tenha sido tão importante para você."
Liam balançou a cabeça com um sorriso sincero. "Foi, sim. Às vezes, mesmo as pequenas ações podem ter um impacto enorme. E realmente aprecio a sua ajuda e a forma como você se tornou uma amiga. Não é fácil encontrar pessoas em quem se pode confiar assim tão rapidamente."
Liam hesitou por um momento, olhando para Helena com uma expressão pensativa. Finalmente, tomou coragem e disse, sua voz um pouco mais suave:
"Helena, o que eu queria te dizer é. Ao longo dos últimos tempos, tive a chance de te conhecer melhor e... bom, eu realmente me sinto muito bem na sua companhia. Eu... me sinto atraído por você e gostaria de saber se você... sente o mesmo."
Helena ficou surpresa, seus olhos se arregalando ligeiramente. "Liam, eu não esperava isso. Isso é... muito inesperado. Eu preciso pensar um pouco sobre isso."
Liam assentiu, tentando disfarçar a leveza do choque. "Claro, entendo. Não era minha intenção colocar pressão sobre você. Só queria ser honesto sobre o que sinto, você que me ensinou, lembra?"
Helena olhou para ele com um sorriso gentil. "Agradeço pela sua sinceridade, Liam. Isso significa muito para mim. Mas eu realmente preciso de algum tempo para pensar e refletir sobre o que você disse.
Ele sorriu, levemente. "Sem problemas. O importante é que você saiba. Se precisar de tempo, eu respeito isso completamente. Completamente."
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