Logo de manhã, antes que o sol nascesse, antes que os pássaros cantassem, Gwayne cruzou os portões do vilarejo seguindo rumo ao castelo e de lá para os andares subterrâneos, para lavar do sangue que estava em sua mão. Quando retornou, o sol já estava dando sua cara timidamente.
Thri estava deitado em sua cama, ele se deitou ao lado e deu um tapa na bunda dela, a fazendo bocejar e virar para o lado dele.
— Conseguiu o que queria? — perguntou ela, com voz de sono.
— Sim, volte a dormir.
Ele dormiu por apenas algumas horas, não queria tardar suas tarefas, acordou antes de Thri, mas já era um pouco tarde. Ele desceu para a cozinha.
— Está pronto? — Gwayne perguntou, vendo deliciosos pães no forno.
— Quase milorde. — disse a serva, com um sorriso.
Ele pegou um pão que tinha sido feito mais cedo e partiu para a entrada, onde encontrou Cerella.
— Bom dia, acordou tarde hoje. — disse ela, estava com o vestido coberto de suor.
— chegou da aula de dança?
Ela cruzou os braços.
— O que você fez ontem a noite?
Gwayne a beijou na testa.
— Algo importante.
— Perdeu as notícias. — disse ela, olhando para o horizonte com rosto triste. — nosso avô irá partir em uma semana para se juntar a hoste de Lorde Stafford Lannister em Lannisporto.
Gwayne pareceu intrigado.
— Preciso falar com ele, onde ele está?
— Está no salão, eu acho, preparando as coisas.
Eles avistaram barris de vinhos sendo retirados do porão e levados para a despensa.
Cerella riu.
— O dia está chegando, preciso me lavar.
Então, Sor Lymond chegou atravessando a sala do salão e abriu sorriso ao encontrar.
— Que bom que está aqui, Gwayne. Temos coisas para conversar, irei me juntar a hoste do Sor Stafford para defender o ocidente, levarei poucos homens e passarei no acampamento de Lorde Wulf para falar com ele sobre.
— Bom, na última vez que eu disse isso, eu fiz errado... Desculpe por aquilo, mas tenho que fazer novamente. — Sor Lymond suspirou. — Será o Lorde de Vikary enquanto eu não estiver, eu sei que fará um bem.
— Farei... Mas você não estará aqui para meu casamento? — perguntou ele, intrigado.
— Estarei, os Roxton devem estar chegando.
Sor Lymond estava certo, pois na tarde do dia seguinte o som de um berrante anunciava a comitiva de Lorde Roxton, Gwayne foi rapidamente colocar sua roupa, sem esconder quem era, vestiu suas vestes de couro branco, com detalhes em vermelho e um leão rampante. As servas o ajudaram gentilmente a colocar uma capa vermelha soltando gracejos e sorrisos.
Daeron não tinha aparecido desde então.
Depois, ele saiu e foi para o lado de seu avô e sua prima na entrada do castelo, estavam todos lá. Sor Patrick, Sor Desmond, Septa Loren, Thri, o intendente Walter e o Meistre.
De ambos os lados, os cavaleiros da casa estavam enfileirados, com lança e escudo ostentando o estandarte Vikary.
Atrás, o povo comum se abarrotava para ver a chegada dos visitantes.
Pela estrada principal, vinha três fileiras de cavaleiros pomposos, com suas armaduras brilhantes e seus capacetes ornamentados, carregavam o estandarte dos Roxton em suas cores. Atrás, podia-se ver uma enorme carruagem branca e azul, com detalhes dourados e os anéis de sua casa ornamentos em volta. Os cavaleiros abriram ala para a carruagem parar bem no início da escadaria, que finalmente revelou o que havia atrás, outras duas carruagens e os homens que viriam para se juntar a nossa causa, quinhentos homens bem armados e equipados, prontos para lutar e morrer pele senhora de Roxton e seu futuro marido.
Gwayne sorriu ao vê-los.
Um dos cavaleiros de Roxton abriu a porta da carruagem e fez uma reverência quando Lorde Luwyn deu as caras, com toda sua polpa e esplendor em vestes finíssimas. Assim como a senhora sua esposa sua, Lady Elinor Costayne, com suas duas filhas descendo logo após ela, então, finalmente a mais graciosa das pessoas que desceram da carruagem, superando todos em beleza e pomposidade, a futura senhora Reyne, Lady Olivia Roxton.
Gwayne desceu até ela, a pegando pelas mãos e a ajudando a descer.
Ambos sorriram a se ver.
— Meu senhor. — disse ela, fazendo uma reverência áurea.
— Minha senhora. — respondeu ele, coroando a mão dela com um casto beijo.
Depois, ele reverenciou as outras senhoras e Lorde Luwyn, que estava com um sorriso de orelha a orelha.
Parecia para Gwayne, que a felicidade de sua filha era até mais importante que o ouro de Castamere.
Ele avistou também atrás de Lorde Luwyn, alguns homens mais velhos e pomposos, ele pensou ser os senhores vassalos de Roxton.
Sor Lymond se juntou a eles, abraçando senhora Olivia como uma filha e reverenciando Lorde Luwyn.
"Bom ver você, bom amigo" — disse ele, para Luwyn.
— Esse é o cavaleiro que destruiu o exército de Lorde Edmure Tully, e que foi consagrado cavaleiro por Sor Jaime Lannister. — exclamou Lorde Luwyn, com resto cheio de admiração para seus vassalos e cavaleiros. — e agora será meu filho pela lei, que comemoremos a isso!
Sor Lymond bateu palmas e vieram duas fileiras de servos e o intendente, eles iriam ajudar os senhores e senhoras a encontrar seus quartos no castelo, e também levariam seus pertences a seus respectivos quartos.
Cerella desceu e reverenciou a Lady Olivia, que fez o mesmo. Depois, Thri.
Ela chegou e a reverenciou de forma rápida, com um sorriso no rosto.
Olivia a olhou com um olhar suspeito, mas só durou até ver o pingente da fé em seu pescoço. Elas trocaram um sorriso breve.
Os guardas de Lorde Luwyn entraram na carruagem e retiraram um grande baú ricamente ornamentado.
Lorde Luwyn olhou para Gwayne e disse.
"Isso é o presente de casamento"
Gwayne sorriu.
"Levem para meu quarto, perguntem aos serviçais." — disse ele, subindo as escadas com Sor Lymond, já começando a discutir sobre o casamento.
Lorde Luwyn olhou para trás e olhou Lady Olivia com os braços entrelaçados com o de Gwayne, e sorriu feliz, voltando-se para Sor Lymond, o confidenciando algo.
— Eu não acreditava completamente nos sonhos de minha filha, mas depois que a sua carta chegou contando os feitos de seu neto na guerra, é a homem que ela sempre falou!
Gwayne chamou um dos servos e ordenou que mandasse o cavalariço preparar seu cavalo.
"Você me levou por entre seus jardins floridos, deixe-me levá-la a um dos meus lugares favoritos, minha senhora." — disse ele, de forma doce.
"Estou ansiosa por conhecer, meu senhor" — respondeu ela.
O garoto cavalariço veio trazendo um enorme bucéfalo do estábulo, já encilhado.
Gwayne a segurou pela cintura e a colocou em cima do cavalo, montando logo atrás.
Senhora Olivia enrusbeceu e soltou sorrisinhos para Cerella.
Gwayne guiou o cavalo entre aquele amontoado de pessoas, e os soldados abriram caminho para eles. Ele cavalgou para a saída oeste, pela rota da praia.
Gwayne a ajudou a desmontar e a pegou pela mão, caminharam juntos pelas areias da praia enquanto guiava o cavalo pela rédia. A água estava extremamente azul, um reflexo perfeito do céu, o sol ardia quente. Era uma bela tarde no bosque d'ouro, os pássaros cantavam nas árvores e as gaivotas davam rasantes nas águas e retornavam com peixes um suas bocas, no horizonte do oceano navios mercantes deslizavam pelas ondas e conchas coloridas se exaltavam entre a areia branca.
"É um belo lugar, será meu lugar favorito também" — disse ela, com a voz suave. "Minha primeira vez vendo o mar do ocidente."
Ela o olhou profundamente nos olhos.
— Vamos sentar... — ela apontou para uma rocha pequena e sorriu. — ali, é perfeito.
Eles se sentaram e conversaram e Gwayne contou tudo que ela precisava saber sobre o bosque e o ocidente.
— Conte-me sobre o seu sonho, Olivia... — disse ele, gentilmente. — mais detalhadamente.
"Meu pai me levou em uma viagem para vila velha quando eu era uma garotinha, mas peguei uma doença de um daqueles essosi sujos, eu quase morri e então, sonhei. Eu fiquei entre a vida e a morte durante meses, quando a mãe e a donzela me visitaram."
Gwayne a olhou interessado.
"A donzela pediu para me manter intocada e a mãe me revelou que eu iria ser a mãe de uma dinastia"
Ele estava com rosto austero sobre o sol e ela elevou sua mão até seu rosto.
— Meu leão... — disse ela, com a voz atraente. — agora me fale sobre o seu, o quê lhe foi revelado?
— O guerreiro me disse que eu seria a espada que faz o reino renascer.
"Me vingue! Mate o corvo e deixe o garoto erguer-se às alturas! Salve a rainha! Salve o reino dos homens! Viserys! Gudrunn"
Ele repetia essas palavras desesperadamente, mas não vejo sentido. — disse ele, com a voz firme e rosto impassível. — que corvo eu devo matar, que garoto se erguerá a altura e a rainha...
— Nós descobriremos o que essas palavras significam juntos, vamos começar pela primeira coisa. "Gudrunn" — murmurou ela. — o que é?
— Eles são uma família da ilha de Drum, nascidos do ferro que se converterem à fé dos sete após uma tempestade no meio do mar, Lorde Wulf e sua família viram o guerreiro naquele dia entre as luzes dos trovões. Segundo Wulf, houve uma batalha nos céus e o próprio guerreiro subjulgou o Deus afogado. — Gwayne suspirou.
Os olhos de Olivia estavam brilhando de empolgação e maravilha.
Gwayne tocou o rosto dela com a enorme mão.
— Você entende? — perguntou ele. — o guerreiro apareceu como um colosso no meio do oceano e subjulgou um monstro, isso é maior do que todas as lendas que já contaram para assustar crianças, esse é o poder dos deuses. Mas...
— Mas? — indagou ela, curiosa.
"O pai do céu julga todo homem com justiça, mas não houve misericórdia nem justiça no que acontece a nossa pobre princesa, como os deuses poderiam ser tão cegos ou indiferentes para permitir tal horror?" — Gwayne se pegou pensando nos textos do Septão Barth.
— Nada... — respondeu ele, continuando.
Os Gudrunn passaram muitos vilarejos a tocha em Essos por seguirem Deuses errados, o guerreiro disse que eles estariam ao meu lado e por isso meu avô foi atrás deles e contou sobre meu sonho.
"Aerea" — ele deixou escapar.
— O mal a faz companhia, Gwayne. — Disse Olivia.
— Mas eu irei de encontro a ela, eu prometi que a salvaria.
Lady Olivia segurou sua mão e apertou buscando segurança.
"Do sangue o reino renascerá, e Aerea estará comigo quando isso acontecer." Ele se levantou e ela ficou ao seu lado, seu rosto brilhava dourado como o sol e seus olhos como safiras.
Have some idea about my story? Comment it and let me know.