Capítulo 21: Velho Kaminski.
_O meu nome é Othon Kaminski e eu era de um antigo povoado chamado Tupavinski.
Quando eu conheci a minha namorada fiquei tão apaixonado que eu queria ficar tão só com ela que nos casamos e mudamos para dentro de uma floresta da forma mais linda que podemos.
Eu sempre fui apaixonado pela natureza selvagem e minha esposa era da mesma maneira e queríamos ficar o mais longe possível de quem quer que fosse, por isso escolhemos a floresta e a vida selvagem que ela oferecia.
Depois de quase um ano juntos algo aconteceu na noite que mudou toda a nossa vida. Ao longe vimos uma estrela caindo do céu e sentimos todo o seu efeito na terra e por muito pouco não morremos na hora.
Mas infelizmente minha esposa não teve tanta sorte e como morávamos longe de tudo de todos ela não seria socorrida a tempo para sobreviver.
A cabana que nós construímos juntos era forte o suficiente para suportar um vendaval e talvez até um terremoto.
Mas não haveria nada que nós pudéssemos construir que resistiria a força destrutiva daquele evento e por isso ficamos debaixo dos escombros da cabana horas ou talvez dias sem que soubéssemos como estava o estado de saúde um do outro.
Quando finalmente fiquei livre dos escombros, eu estava dentro de alguma coisa que eu nem
sabia o que era, com um monte de fios ligados e aparelhos esquisitos ligados em mim.
Quando eu perguntei sobre minha esposa eles disseram que não havia mais ninguém naquela cabana.
Que eu estava sozinho quando me socorreram e por muito pouco eu não havia morrido.
Então começaram a fazer testes em mim que só faltava me virarem do avesso e a partir daí eu não era mais dono de mim.
E cada vez que eu abria os olhos e perguntava "Que dia é hoje"?
A resposta sempre era exatamente um ano depois da última vez que eu havia perguntado.
Gareno não falava nada, mas se prestasse bem atenção em seus olhos podia ver aqui estava chorando.
Thilláila nem sequer piscava e anotava sabe lá o que num caderno velho encontrado por ali mesmo.
_Quando foi que aconteceu esse tal evento que o senhor mencionou?
Perguntou Kowalsk sempre atento aos detalhes.
_30 de junho em 1908.
Respondeu Kaminski calmamente enquanto todos eles arregalaram seus olhos.
_Por acaso o senhor sabe que dia é hoje?
Perguntou Gareno.
_Não meu filho eu não sei que dia é hoje, mas eu sei que ano nós estamos, 2037
Por favor senhor Kaminski o senhor se importaria de nos dizer que ano nasceu?
_De maneira alguma minha filha. Eu nasci em 1.888
Todos arregalaram os olhos novamente.
_Se o senhor estiver realmente falando a verdade sabe o que isso significa?
Perguntou Kowalsk fazendo umas contas.
_Sim meu filho. Que eu vou fazer 150 anos no ano que vem. Isso se eu estiver vivo até lá... É claro.
_Isso não surpreende o senhor?
Perguntou Gareno admirando tamanha calma.
_Não meu jovem. Acredito que depois de tudo que eu passei poucas coisas podem me surpreender. E se você estivesse em meu lugar pensaria do mesmo jeito.
Então numa pequena pausa o senhor Kaminski saboreou mais um pouco de café enquanto comia algo parecido com um biscoito tão duro quanto velho.
Mas ele não reclamava apenas sorria se preparando para mais uma pergunta.
_Agora pergunta quem está deixando todo mundo curioso aqui, como o senhor foi parar dentro de um dragão?
Essa é a pergunta que todo mundo queria fazer e Thilláila ficou feliz de ser ela a primeira em fazê-la.
_Olha minha filha sobre essa questão eu não sei.
_Como é que é?
Perguntou todos abruptamente.
_É verdade eu não sei como me colocaram dentro de um dragão. Mas eu sei que fizeram inúmeros testes comigo. De maneira que admiro de não terem colocado um dragão dentro de mim.
Essa frase realmente não soou bem e de repente todos sentiram um pequeno calafrio percorrendo na espinha.
Afinal de contas aquilo era bem estranho, mas, diante dos fatos ali já presenciados até que isso era bem possível.
Percebendo a tensão do momento o senhor Kaminski quebrou o gelo.
_Calma pessoal isso só foi uma brincadeira. Afinal quem colocaria um dragão dentro de uma pessoa E por que motivos?
_Exatamente isso que eu fico pensando senhor Kaminski, que motivos teria uma pessoa louca, mas inteligente o suficiente para fazer o que fizeram com o senhor. Porque guardá-lo dentro de um dragão?
_Eu não tenho certeza filho, mas talvez só talvez eu tenha a resposta.
Disse o senhor Kaminski tomando calmamente mais um gole de café.
_Talvez seja por causa do meu sangue.
_O seu sangue? E o que tem de especial no seu sangue?
Perguntaram todos.
_Talvez já tenham ouvido falar em sangue dourado.
_O sangue Dourado é um sangue raro com Rh nulo né?
Disse Thilláila interrompendo.
_Rh nulo? Explique isso melhor Thilláila.
Exigiu Kowalsk.
_Nulo, ou seja, os glóbulos vermelhos não possuem nenhum tipo de antígeno Rh. Os indivíduos Rh nulo, além da ausência do antígeno RhD, também não expressam outros antígenos do sistema Rh – e, por isso, padecem de uma fragilidade dos glóbulos vermelhos que causa uma anemia branda, mas crônica.
_E talvez deixe a pessoa mais vulnerável a alguns experimentos estranhos como esse que vimos hoje... Um homem saindo de dentro de um dragão.
_Concluiu Gareno sob o olhar atento de Kowalsk.
_E como ele pode saber disso?
Perguntou Thilláila.
_Simples moça, porque também ele é resultado de um experimento. E talvez a única diferença é que ele não tenha saído de dentro de um dragão. E sim de dentro de um tubo de ensaio gigante.
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