Admito que o motivei de ter feito amizade com o Connor foi bem egoísta e eu estava mais que disposta há deixa ele para trás se necessário para me salvar e meus amigos. Mas eu não esperava que em apenas 2 semanas todos nós fossemos nós afeiçoar tanto há ele, até cheguei a pensar que ele tinha colocado algum tipo de encantamento em nós ao ponto de nos quatro irmos ao templo da Cali para uma verificação, obviamente não dando em nada.
Foi apenas o carisma e a honestidade natural dele que nos ganhou, se ele quisesse mudar de profissão para um mercador é bem possível que ele se tornasse chefe de guilda em templo recorde.
Chegamos no centro da aldeia bem rápido como de costume.
—E oque vocês pretendem fazer agora além de descansar. — Connor perguntou para nós.
—Eu e Max vamos levar os peixes para nossos pais, meu pai sempre diz que quanto mais fresco for entregue peixes melhor ele consegue dizer o melhor momento de prepara-lo. — Mac disse.
—Eu vou com a Cali pra casa, preciso avisar meu pai sobre nossa viagem na Provação e entregar isso pra ele.
Eu disse apalpando a pedra que encontramos quando fomos perto da vila dos goblins. Uma lembrancinha que tenho certeza que ele vai gostar.
—Ah aquilo que você queria, mas você tem certeza que esse pedra vai ser mesmo útil pra fazer um artefato de expansão? — Connor perguntou não confiando em nada que a pedra que mineramos poderia ser usada pra fazer algo tão complicado.
Não sem motivo, a Provação só apareceu há pouco mais de 4 meses, nesse meio tempo muitas coisas inacreditaveis foram descobertas de lá, uma delas foi uma pedra.
Pelo que os magos que meu pai trabalha falaram essa pedra pode ser usada como conduíte de Aether para criar itens de expansão, um artefato que é tanto complicado e simples de fazer, quanto de conseguir.
Ele em si é surpreendentemente fácil de se fazer, sendo preciso apenas usar runas específicas e Aether indiferenciado, sem a adição de algum atributo, como os socos que a Cali ou as flechas com Aether do Connor.
O problema seria com os materiais e as especificações de limitação, em teoria seria possível criar um artefato de expansão com capacidade infinita mas conseguir os materiais pra fazê-lo seria essencialmente impossível sendo preciso no mínimo os ossos esmigalhados do esqueleto inteiro de um Ambund-Kshad (N/A: o bicho que traumatizou o Kaio), considerados as criaturas mais sorrateiros e perversas que existem.
Em contra partida criar artefatos de expansão com limitações de espaço, de usos limitados, ou que precisam ser supridos constantemente com o Aether do usuario são coisas bem mais fáceis de fazer, ao ponto de até plebeus conseguirem compra-los se pouparem a dinheiro o suficiente ou conseguirem um a mais de algum jeito.
Um exemplo de como esse tipo de artefato pode ser de fácil acesso estão tanto no pulso do Max quanto no dedo do Connor, os dois são artefatos com encantamento de expansão mas feitos de matérias e com limitações diferentes.
O anel do Connor é a versão mais barata que existe, feito de osso de Wolgahák (N/A: o lobo com "tentáculos" que Kaio viu), inscrições rúnicas para manter o encantamento e supri-lo com uma parte do Aether do usuário constantemente, com uma pedra branca e semi transparente no meio, por onde o Aether é depositado e mantém um espaço de 0,40 m³.
Enquanto o bracelete do Max também era feito principalmente com Wolgahák , com as runas feitas de ferro brilhante, cobre e 3 das pedras brancas semi transparentes, que mantém um espaço de 1,2 m³ com um adicional de desaceleração do tempo de 1 para 2,5, querendo dizer que enquanto no espaço aqui fora passa 1 minutos dentro do bracelete só se passa 24 segundos. Nem preciso dizer que o bracelete foi um presente do meu pai para o pai deles.
Alem da diferença de espaço e até mesmo da desaceleração do tempo, também existe a limitação do peso com o anel do Connor só podendo aguentar até 16 kilos, enquanto o do Max podia aguentar até 35 kilos. Um anel igual ao do Connor pode ser encontrado em até 5 unidades com mercadores afiliados a guilda e pelo 1 unidade com mascates comuns para se ter noção de como são fáceis de fazer, sendo vendidos por 20 moedas de prata, e o bracelete do Max por 10 moedas de ouro pequenas.
Óbviamente eu também tenho um anel de expansão de 10 m³ com limite de 100 quilos com diminuição de tempo de 1:5, mas isso é outra história.
O ponto é, mesmo que ele fosse feito apenas de osso (contanto que fosse de uma criatura com a capacidade de absorver, conduzir ou mesmo produzir Aether) seria possível criar artefatos de expansão (e quase qualquer outro tipo de artefato), contanto que tivesse as inscrições certas e o conduíte de Aether. E esse é o grande problema dos artefatos os conduítes devem ser obrigatoriamente gemas preciosas criadas em lugares que sejam ricos em Aether, oque já deve ser fácil de ver não é algo comum.
Por isso fui na Provação com os outros, para ver se era verdade que as gemas tiradas de lá poderiam ser usadas para criar os artefatos, afinal se mesmo os ossos de criaturas com baixo nível de Aether como os Wolgahák que podem ser caçados por pessoas comuns (contanto que estivessem bem preparadas e pegassem as criaturas de surpresa) podem ser usados para criar um artefato que venderia por 20 moedas de prata, imagine se durante a caçada ao Wolgahák o caçador tambem poderia fazer um pequeno desvio e ja conseguir as gemas no mesmo lugar?
Os custos para contratar pessoal, caçar os animais e explorar os lugares para conseguir as gemas iriam diminuir consideravelmente, se considerar que o custo da comissão do mago tambem poderia ser diminuido para criar os artefatos, então não seria tão dificil acreditar que o custo total da operação poderia ser diminuido em até 40% no mínimo.
Isso sendo os artefatos de expansão de baixo nível que ainda poderiam ser dadas as limitações adicionais para baratear mais um pouco, mas assim garantir uma demanda constante tanto de renovação das runas quantos de compras novas quando o artefato ficar inutilizável.
Afinal quanto mais se usa algo e por mais cuidado que você tenha com ela, incluído uma manutenção constante, é inevitavel que uma hora ela não funcione mais, essa a lógica dos artefato de expansão de baixo custo que é oque eu estou incentivando meu pai a investir.
Claro que isso ainda depende do SE de conseguirmos firmar um acordo com a ordem de magos, Os Observadores do Vácuo, mas SE conseguirmos então poderemos ter um monopólio sobre os artefatos de expansão tanto de baixo quanto de alto nível, se isso não for o suficiente para abrir uma nova guilda e competir com aqueles bufões idiotas que não fazem nada além de ficarem mais gordos na capital, oque mais poderia ser feito. E os lucros que vamos conseguir.... Hhahahabhahah.
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POV 3 Pessoa
—Ah lá vai ela outra vez para as maquinações perversas dela. — Mac disse olhando meio preocupado meio com medo da mais jovem do grupo.
Sentimento que mesmo só convivendo com eles por 2 semanas, Connor já sabia que era constante.
—Essa já não é, a 3 ou 4 vez que ela faz isso essa semana? — ele perguntou genuinamente não sabendo.
—5 na verdade, mas não podemos fazer muita coisa. — Max disse olhando com um pouco de pena para Cali que iria ficar com Anna.
—Bem nos já vamos aqui, boa sorte mulher macho!!! — Mac disse acenando para Cali já há 10 pessoas de distância. Literalmente ninguém percebeu quando ele tinha feito isso.
Cali só pode olhar com raiva o sorriso debochado do amigo e suprimir ao máximo a vontade que tinha de pular e quebrar cada osso do corpo dele, mesmo estando em lugar público.
Em vez disso ela só começou a andar com Anna ainda perdida nos pensamentos para a casa que a família dela havia comprado e renovado (em grande parte), mas quando ela se virou Connor viu que ela mesma também estava meio perdida em pensamentos, não era preciso ser um gênio para saber sobre oque ela estava pensando.
Connor por sua vez só pode olhar enquanto as duas se afastavam dos três, olhar para Mac que continuava a sorrir feito um idiota e rezar silenciosamente para que seja lá oque a Cali estivesse planejando para ele não acabasse indo longe demais.