POV Cali
(Pouco mais de 1 hora antes)
Depois que todos nós demos algumas voltas na "cabana" e confirmamos que nenhuma.das criaturas iria chegar perto da construção, nós entramos e começamos a explorar o lugar. Eu não sou de nenhuma família muito rica como a Anna, mas também não somos pobres, estando consideravelmente acima da classe média onde estariam o Mav e Max e bem melhor que a de aldeões como o Connor, temos uma conexão com o Aeter maior que a maioria tendo vários parentes entregado em ordens de magos e de cavalarias.
Mas eu sou a única que não entrou nem para um nem outro mas sim em uma das ordens dos punhos. O motivo é bem simples, as ordens de cavalaria são focadas muito mais no desenvolvimento fisico deixando pouco tempo para pesquisas (amenos que sejam sobre técnica de combate, a arte da guerra ou como melhorar o fluxo do Aeter), enquanto as de magos são muito restritivas em como são feitas as pesquisas, além disso também tem o fato de eu não gostar de algumas coisas que eles fazem.
Ja as ordens de punhos são bem mais equilibradas, afinal foram fundadas inicialmente por "dissidentes" das primeiras ordens de cavalaria e de magos, e até de alguns excomungados da igreja, por isso eles tambem não são muito bem vistos pelas mesmas. Indo ao ponto de serem consideradas como um conjunto de ladrões pelas ordens principais e um grupo irritante pela igreja já que eles tem a própria filosofia religiosa. Só não são considerados hereges e abertamente perseguidos por serem úteis, principalmente por compartilharem informações abertamente. Eu sempre achei essa uma contradição interessante entre o nome do grupo e seu objetivo principal, sendo esse contrário as regras da maioria das ordens de magos (outro motivo pelos quais os magos detestam as ordens de punhos).
Claro os magos também compartilham diversas informações das pesquisas e experimentos, mas ou cobram muito por elas ou não revelam tudo. Oque é consideravelmente diferente das ordens de punhos, mas isso é conversa pra outra hora.
Logo depois que entramos e ficamos espantados (outra vez), com o interior nos exploramos um pouco a "cabana" que iriamo ficar por um tempo, Mav e Max foram pro quartos no segundo andar, Connor foi mostrar o primeiro andar com a Anna e eu fiquei na sala pra acender a lareira. Eu só estou fazendo isso, ainda que seje um dia ensolarado, porque segundo Connor a lareira não esquenta a cabana, ainda mais porque não precisa, ja foi confirmado que dentro da Provação só tem um clima, quente e ensolarado, mas ajuda as pessoas há se recuperarem de fadiga mais rápido, sem aumentar a temperatura.
Isso feito eu decidi ver como era a cozinha da cabana, posso ser parte de uma ordem que mistura combate com pesquisas, mas eu sempre tive um certo interesse em cozinhar mesmo que eu mesma admita que não sou uma boa cozinheira. Por algum motivo eu sempre achei que a concentração necessária pra preparar algum prato e a concentração pra executar um bom golpe eram similares, e de vez enquanto eu tentava unir essas duas coisas para ver se eu conseguia tirar algo disso.
O resultado não acabava não dando muito certo, mas meus pratos ficavam melhores que o normal nesse estado de "fluxo", e por mais que digam que era impossivel, eu ainda poderia jurar que meu controle sobre o Aeter melhorava quase como depois de uma sessão de meditação.
Bom isso não importa agora, na cozinha eu encontrei um grande fogão com 5 bocas, junto dele já vinha um forno embaixo, que segundo o Connor e os relatos não era pra colocar madeira, invés disso esse fogão e forno funcionavam ao transferir Aeter voluntariamente pelas alavancas redondas na frente, quanto mais as alavancas fossem giradas para a direito no sentido atihorario, menos Aeter era necessário, quanto mais a esquerda mais era necessário.
E como se um forno que fizesse fogo sozinho já não fosse o suficiente, ainda tinha um armário de metal que deixava as coisas geladas, ele também funcionava há Aeter, quanto mais coisas dentro, maior o Aeter necessário, o máximo que já colocaram foram 20 itens, o interessante era que era pelo tipo de item, se tivesse digamos 5 pedaços de queijo vindo da mesma roda, eles seriam contados como 1 item, mas se fosse 1 garrafa de leite porém da mesma vaca que veio o queijo, eles seriam considerados itens diferentes. Tem algumas teorias a respeito de ovos de galinha e pão mas ninguém tentou isso. Se uza mais esse armário pra guardar a carne que se consegue dos animais, os peixes do rio e algumas ervas que colhidas na floresta.
E por fim ainda tinha uma pia, mas essa era bem mais bonita com metal polido ao invés do ferro frio que a maioria das casas da cidade tem (segundo o Connor as casas dos aldeões da vila dele só tem uma tina, e que é preciso ficar repondo água de algum dos poços do vilarejo ou do lago perto), e mais prática, onde só era preciso girar uma das rodas do lado pra água sair, a esquerda fazia jorrar água fria e a direita água quente.
Eu então peguei a carne de coelho que conseguimos no caminho e algumas ervas aromáticas que o Max disse que os pais dele usam pra preparar as comidas no restaurante da família deles. Tirei o resto de sangue que ainda tinha na pia e preparei as frigideiras no fogo pra fritar a carne, decidi que só iria fazer um prato simples pra todos nós com a carne de coelho, um molho com as frutas dos arbustos, o pão e o queijo que trouxemos. Antes que eu percebesse eu entrei no estado de fluxo e cortei, temperei e já tinha colocado a carne nas 4 frigideiras com muito mais facilidade e prática que o esperado, ainda mais sendo que era a primeira vez que u usava esses utensílios.
Com a carne sendo preparada no fogo, eu fiz o rapidamente esmaguei as frutinhas e juntei com o açúcar que já estava na "cabana" (alguns aldeia tentaram levar o açúcar da cabana pra feira e revendelo mas assim que saia da Provação ele sempre sumia), juntei com água e coloquei na quinta boca do forno. Inacreditavelmente todo esse processo só levou pouco mais de 10 minutos, sendo assim eu decidi preparar um pouco mais o pão com o queijo. Antes eu pretendia colocar o pão e o queijo separados como acompanhamentos, mas com o tempo que ainda tenho, decidi colocar eles junto.
Pra fazer isso primeiro eu cortei 2 pães em fatias e usando a geleia feita com uma das frutas da Provação, uma fruta vermelha, cheia de pequenas sementes amarelas, carnuda e suculenta, essa é uma das minhas frutas preferidas daqui, eu espalhei pelos pães e coloquei fatias relativamente grossas de queijo e encima coloquei outro tempero da cabana encima, tinha um cheiro que só podia ser descrito como sendo feito pra aguçar a fome das pessoas. Com as preparações feitas eu coloquei as fatias em uma travessa de metal e as coloquei no fogão logo abaixo, regulando a temperatura eu deixei as fatias de pão lá por 10 minutos tempo exato em que a carne e o molho ficarem prontos.
Isso eu estranhei pela minha experiência eu deveria ficar cuidando da carne pra que ela não queimasse e grudasse nas frigideiras mas enquanto eu estava no fluxo eu só fiz as coisas seguindo o instinto e ele me disse que tudo ia ficar bem e pronto no tempo, e inesperada (ou exatamente como esperado), tudo ficou pronto ao mesmo tempo perfeitamente.
O mais inacreditável foi que todos os 4 pratos ficaram prontos por volta de apenas 25 minutos, oque deveria levar pelo menos 1 hora fora da Provação, eu honestamente não sei dizer se isso se deve ao fato da cabana estar na Provação ou se é graças aos equipamentos daqui. Seja oque for é incrível e útil, eu honestamente queria ter feito mais uma carne pra mim, mas eu ainda tenho que ficar em jejum por mais 2 dias pra poder passar pelo teste da resistência e me tornar uma acolita de 2 grau na minha ordem (a propósito graças a esse teste, eu não como alimentos sólidos exceto por algumas frutinhas de arbustos e leite, há 1 mês).
Sentindo o cheiro da carne, do molho e dos pães cobertos de queijo, Connor e Anna foram os primeiros a aparecer no balcão da cozinha os dois com os olhos grudados nos pratos encima da mesa mas não os pegando. Outra coisa curiosa e muito útil que só tem aqui, a menos que a pessoa na cozinha declare que a comida está pronta ou autorize alguém já entrar, ninguém pode tocar na comida. Graças a isso a Anna estava com uma cara que ocilante ente babar olhando pra comida e chorar por não poder pega-la, o Connor já está mais controlado mas os olhos estão mais fixos nos pratos que nos inimigos que encontramos até chegar na cabana.
E para completar o quadro, os gêmeos apareceram ao mesmo tempo na porta e quase arrebentando a arrebentaram. Eles estavam com olhos mais vidrados que um animal encurralado e nem ouviram quando o Connor tentou avisá-los que eles não conseguiriam pegar a comida, antes de literalmente darem com as caras em um muro invisível.
—EI OQUE É ISSO, CALI SEJA LA A BRUXARIA QUE VOCE FEZ , DESFAZ E DEIXA A GENTE PEGAR A COMIDA!!!!! — Max gritou com tanta força, que eu tenho certeza que se não fosse pelo fato daqui ser protegido já estariamoa cercados pelos demônios verdes e as feras peludas.
—Uhhhggghhhumm, Eu concordo com meu irmão impaciente dessa vez, Cali você poderia por favor tirar esse escudo que colocou pra nós podermos comer? — Perguntou Mav, tentando esconder os olhares rápidos e intensos que lançava pra comida.
—Sim, sim, Cali por favor o cheiro está me matando, está melhor que o do Simon em casa por favor deixe eu comer, você sabe que eu ainda estou crescendo certo? — Implorou descarada tre a Anna, usando o fato ainda ser uma "criança" apenas nesses casos.
—Ok ok, mas é melhor vocês se acalmarem, a comida não vai fugir, então controlence. — Eu disse revirando os olhos. — E vocês dois, vão no mínimo se lavar, nós ainda somos só convidados nessa cabana, não sujem ela ou os talheres.
Antes mesmo deu terminar os gêmeos sumiram da entrada da cozinha. Imagina só se eles também se movessem assim nas lutas.... honestamente não sei se isso ajudaria ou atrapalharia.