Capítulo 12: Prodígio da Espada
Aos poucos, um a um foi terminando a prova escrita.
No entanto, após as três horas de prazo, vários foram incapazes de terminar todas as perguntas, contudo, não era obrigatório terminar todas elas, o que importava era responder no mínimo 70% corretamente.
Responder acima disso era apenas para os melhores, que lutavam para entrar nas Classes Superiores.
Apesar de ser a Academia Real, destinada principalmente aos nobres do Reino Wolfstrong, ali reinava, até certo ponto, a meritocracia.
Haviam três Classes, Classe Normal, Classe Avançada e Classe Especial.
Na Classe Normal entravam todos que passavam nos testes, na Classe Avançada já eram aqueles que demonstravam um certo talento.
Já a Classe Especial era reservada para os melhores dos melhores, tendo apenas trinta vagas.
Eles teriam os melhores professores da Academia Real, bem como receberiam um investimento substancial, em livros, itens mágicos e outras coisas.
Até hoje, todos que entraram na Classe Especial acabaram tornando-se famosos ou ocupando altos cargos dentro do Reino e em outras organizações.
Além disso, apesar de serem poucos, alguns aldeões adentraram na Classe Especial, nas centenas de anos de história da Academia Real.
Todos eles acabaram recebendo algum título de nobreza.
Tanto é que atualmente um dos Marquesados, território dominado por um Marquês ou Marquesa, começou com um território dado a um aldeão que se formou na Classe Especial, há quatrocentos anos atrás.
Atualmente, o Reino Wolfstrong era dividido de forma bem parecida com a Terra na Era Medieval, o que surpreendeu um pouco Ben-Hur.
Havia a Família Real, os Duques, Marqueses, Condes, Viscondes e os Barões.
Membros nascidos na Família Wolfstrong, soberanos do Reino, recebiam o Título de Realeza.
Aqueles nascidos nas famílias dos Duques até os Barões, recebiam o Título de Nobres, contudo, claramente havia uma distinção entre os Nobres, apesar de isso não transparecer no Rank de seus títulos.
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Realezas
Nobres e Cleros
Membros não Nobres do Governo Regente
Comerciantes, Líderes de Organizações e Altas Patentes do Exército Real
Soldados
Aldeões
Escravos
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Claro, por exemplo, um Capitão do Exército, pela pirâmide social estaria abaixo dos demais membros não nobres do governo regente, no entanto, caso ele tivesse um título de nobreza, ele estaria acima, já que no status social o que mandava era o título mais importante.
O mesmo valia para os nobres que haviam começado a pouco tempo no Exército, eles não teriam um cargo importante desde o começo, mas seriam tratados pelo seu Título maior.
"Muito bem! Agora iremos todos retornar para o Salão anterior, onde dez de cada vez subirão no palco e irão demonstrar suas melhores habilidades..." – Examinador B.
As crianças suspiraram e saíram andando em fila pela grande porta da sala em direção a um corredor que os levaria para o salão anterior.
Era possível ver em suas faces qual foi o resultado.
Alguns pareciam desesperados, outros tranquilos e alguns apreensivos.
Apesar de alguns terem falhado no teste ainda havia uma chance, já que a pontuação final era determinada pela soma dos resultados dos três testes.
Não demorou muito para eles chegarem no salão e os examinadores já estavam a postos coordenando os grupos que subiriam.
Era óbvio que não era esperado muito das crianças, sendo assim, a maioria foi capaz de conjurar um pouco de magia, como, por exemplo, uma pequena chama ou criar um pouco de gelo.
Outros tinham um físico interessante e demonstraram ter quase a mesma força que um adulto, mesmo tendo apenas cinco anos.
Também havia aqueles que eram inteligentes e para tal receberiam perguntas complexas na frente de todos e deveriam responder.
Era algo bem raro alguém escolher a inteligência como habilidade e normalmente a maioria falhava, mas alguns poucos eram capazes de fazer valer a escolha.
"Candidatos do número 1320 ao 1330, subam no palco!" Disse um dos examinadores.
Entre os examinadores, estava um garoto de cabelos negros, olhos castanho escuro e pele levemente bronzeada.
Ele tinha um olhar triunfante e suas vestimentas mostravam que ele não era um qualquer.
No seu ombro direito havia um brasão, era uma águia segurando um cajado com suas patas.
Ele era o filho mais novo de uma das Sete Grandes Famílias, todas Ducados.
Milo Grannus era o seu nome.
Em suas mãos segurava um pequeno cajado, do tamanho ideal para sua idade, no topo do mesmo havia um pequeno Cristal de Éter, o qual era obtido das Feras Etéreas.
Fechando seus olhos e concentrando-se por alguns instantes, Milo aos poucos acumulou uma grande quantidade de Mana acima do Cristal de Éter e então ele ergueu sua voz como em um rugido e uma grande esfera de fogo foi criada.
Ela era quase do seu tamanho e então ele a lançou em direção a um dos seus guardas que a destruiu com um movimento de sua espada.
Os examinadores demonstraram grande surpresa, no entanto, alguns já esperavam que ele tivesse um bom desempenho.
Afinal, ele era filho de um dos magos mais poderosos do Reino Wolfstrong, Alexander Grannus, o atual Duque de Grannus.
A maioria das crianças olhavam para ele com admiração, tanto pelo seu nível social como por sua genialidade.
Os guardas que acompanhavam as crianças olhavam surpresos com tamanho talento.
Já Milo desceu do palco com um olhar vitorioso e arrogante.
No entanto, não tardou em seu momento de glória esfriar.
Também fazendo o Exame de Entrada haviam outras duas meninas, parte de Ducados e um outro garoto.
Emily Thyri, Agnes Wood e Lewis Ward demonstraram talento no mesmo nível que Milo Grannus e talvez até maior.
Lewis demonstrou um excelente manuseio da espada.
Emily parecia ter o talento necessário de uma Healer e Agnes mostrou ter um talento superior ao de Milo no caminho para se tornar uma poderosa Maga, afinal, ela também criou uma esfera de fogo, mas sem a ajuda de um catalisador, já que Milo usou um cajado extremamente raro que era passado de geração em geração na sua família.
Alguns poderiam até achar injusto que ele usou tal item, mas ser capaz de controlar um Cajado daquele patamar não era algo simples, se não tivesse um bom controle ele mais atrapalharia do que ajudaria, sendo assim, era permitido usar itens.
Ser rico e poderoso também era uma habilidade, então a Academia Real não impedia os alunos de receberem apoio e investimento externo, de suas famílias ou de patrocinadores diversos.
Não era raro ver um rapaz ou moça com grandes talentos recebendo investimento de uma organização externa para que eles evoluíssem mais rápido e quando saíssem fossem se juntar a eles.
De qualquer forma, chegou a vez de Sarah Wolfstrong, a caçula da Família Real Wolfstrong.
Ela tinha uma espada de dois gumes em sua mão, o tamanho não condizia com a sua idade, claramente era uma arma usada por adultos.
Do outro lado, um dos examinadores subiu no palco e ele também portava uma espada.
A demonstração de habilidade da Princesa Sarah seria um duelo com um dos examinadores.
Enquanto isso, no telhado do local onde estava ocorrendo exame, três pessoas olhavam por uma janela.
Ninguém percebia a presença deles.
Eram Merlin, Adam e Sophie.
"Então essa é a Princesa Sarah, conhecida como o Prodígio da Espada..." Murmurou Adam.
"Sim, eu não acreditei quando o Rei falava orgulhosamente de sua filha, mas quando eu vi as habilidades da garota, eu devo dizer que me surpreendi..." Merlin falou em um tom sério.
"Ela é tão forte assim?..." – Sophie.
"Para a idade dela eu diria que é monstruosa... Quando ela for adulta, não consigo nem imaginar quão poderosa será... Vocês vão ver..." Disse ele apontando para o palco onde o duelo começava.
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