POV: Terceira Pessoa.
Fora do Multiverso, Próximo da Entrada do Além.
Quatro Horas Depois da Chegada.
Tempo Desconhecido.
Demorou quatro horas para que eles chegassem aqui, se movendo lentamente para ter total segurança que não seriam acertados por alguma armadilha ou qualquer outro tipo de mecanismo de defesa, e houve vários durante sua pequena viagem.
Strange, os levava apenas alguns metros à frente, para depois parar e fazer uma série de checagens no local, sempre fazendo o máximo para evitar os corpos dos Celestiais, que de acordo ele, ainda estão sangrando energia pelo espaço vazio, energia que está indo diretamente para a fenda cuspindo luz atrás da Lua, para depois ser puxada por ela, eles tinham que ter cuidado, se essa energia entra-se em contato com qualquer um deles, seria morte certa.
Enquanto o Feiticeiro Supremo, teve todo esse trabalho, os outros tentaram da melhor forma possível descansar para recuperar suas energias, o que foi muito apreciado, mas descansar e relaxar são duas coisas muito diferentes, e não tem como relaxar ao estar atravessando um campo minado.
De qualquer forma, aqui estão eles, bem de frente para a Lua/Motor prateada brilhando em azul.
"Como vamos destruir essa maldita coisa? Ela é enorme!" Gritou Ahura.
Ele não está errado, agora de frente para o alvo, parece uma tarefa impossível o destruir, nenhum deles antes tentou destruir uma maldita lua, só o Strange, que teve sua pequena batalha contra a Serpente do Mundo, tem alguma experiencia em lutar contra alvos gigantescos.
"Vamos fazer como nas histórias infantis Ahura, de dentro para fora." Contou Natasha, procurando um ponto de acesso à o interior da Lua.
"E como vamos entrar? A tanta energia ao redor dela que vamos ser vaporizados se nos aproximarmos demais." Perguntou ele de novo.
"Vamos usar magia." Contou Strange, andando do centro da sua plataforma de energia, ficando do lado da Natasha, bem na beirada.
"Vai dar certo?" Perguntou ela em voz baixa.
"Não estamos mais em Cronópolis, posso usar meus feitiços espaciais agora, vai ser difícil, mas consigo abrir um portal lá dentro, o problema é o que tem lá dentro, e aonde vamos aparecer."
"Como assim?" Voltou ela a perguntar.
"Ele não sabe onde o portal vai ser aberto, podemos aparecer bem de frente do centro do motor ou dentro do fluxo de energia que alimenta essa coisa, vamos depender inteiramente da sorte aqui." Foi Ahura, que explicou.
"Por sorte, temos uma vidente conosco."
"Lamento Feiticeiro, se antes ver o futuro era uma tarefa difícil na cidade, aqui eu estou quase que cega, é como esse lugar não fizesse parte da criação."
Strange lamentou, e como não podia mais contar com ela, abriu o portal contando com a sorte para conseguir sair com vida desse maldito lugar.
E assim, com todos temendo sua vida, eles foram puxados pelo portal.
POV: Terceira Pessoa.
Dentro do Motor Trans-cronal, Fora do Multiverso.
No Mesmo Momento.
Tempo Desconhecido.
"Pelo menos estamos vivos." Comentou Ahura, se levantando do chão olhando com atenção para seus arredores.
"É verdade." Concordou Irene, fazendo força para se levantar.
"Mais um movimento que não consegui prever, sejam bem-vindos mesmo assim."
Todos eles apareceram num lugar amplo circular, o chão no formato de um círculo completo é prateado, e no meio dele, um espaço vazio preenchido por um buraco negro brilhando em azul em seus contornos, esse buraco negro, está sendo preenchido por uma quantidade ridícula de energia que está vindo de cima, acertando bem no meio dele, que está se expandindo nesse momento, contido apenas pela barreira de energia ao redor do chão solido.
A pequena estrada ao redor desse buraco, era larga, quase mil quilômetros, e isso não era nem mesmo vinte por cento do tamanho total desse lugar, parece que toda a Lua é esse lugar.
Eles estavam esperando uma morte na mesma hora que saíram do portal, ou talvez um mecanismo de defesa mortal, ou até mesmo veneno no ar, mas encontrar o Nathaniel, de costas para eles olhando para o buraco negro não estava na lista.
"Como você está aqui!?" Perguntou Natasha, um pouco assustada.
No seu último encontro, ela não conseguiu nem mesmo se aproximar dele o permitindo roubar um dos seus amigos bem na sua frente, então vamos dizer que ela está esperando uma chance de acertar as coisas.
"Sai antes que tudo fosse destruído, não se preocupe com os outros, pelos meus cálculos, Baldur, Doom, e minha variante mais nova também estão chegando." Respondeu ele simplesmente.
"E por você não usou essa coisa ainda?" Strange perguntou, já levantando suas mãos.
"Quanto eu ajudei Arishem, a destruir Cronópolis, acabei também atrasando um pouco a conclusão desse magnifico trabalho, e mesmo se ele já tivesse operacional, as defesas de tal maquina só podem ser canceladas pelo próprio Kang, ou roubadas depois de sua morte."
Natasha, começou a andar lentamente na direção dele, enquanto tentava o distrair.
"Então, por que você está esperando aqui? Não deveria estar indo atrás da cabeça do Kang? Ou será que vai esperar que o Baldur ou Doom, o mate para você." Falou ela, se aproximando ainda mais, quase chegando no local perfeito.
Nathaniel, inclinou sua cabeça para trás, e todos pararam, esperando sua reação, que não foi nada mais que uma pequena risada.
"Qual é a graça?" Perguntou ela, voltando a se aproximar.
"Bem, é que dessa vez, não preciso fazer nada, só ficar aqui esperando eles morrerem, e não vai ser pelas mãos um dos outros!" Disse ele se virando.
"É o que vamos ver." Falou ela, a dois metros de distância dele.
"Antes de começarmos, posso fazer uma pergunta para saciar minha curiosidade?" Pediu ele.
"O que é?" Perguntou Strange.
"Como vocês conseguiram o incrível feito de encontrar esse lugar?" Perguntou ele, parecendo realmente curioso.
"Durante nossos ataques as realidades sobre o controle dos dois lados, invadimos suas bases e adicionamos algo ao seu computador central antes de explodir tudo." Começou Natasha.
"Um vírus?"
"Não, uma AI!"
"Que foi montada lentamente sem chamar atenção das defesas dos dois, ficando apenas operacional no último momento, e com esse tempo no sistema, ela tomou o controle da maioria das funções, brilhante!"
Nathaniel, entendeu tudo, e depois disso ficou calado, a hora da conversa acabou.
Natasha se moveu rápido, mais rápido que ela uma vez já se moveu, e sua adaga veio num ângulo perfeito, mirando a carótida do seu inimigo, que simplesmente levantou sua mão criando um campo de força ao redor do seu corpo.
Essa não é a primeira vez que isso acontece, e Natasha, assim como Strange, já estavam esperando isso, por isso ela não parou seu movimento, e quando a ponta da adaga estava prestes atingir a barreira de energia, um pequeno portal surgiu na frente dela, conectado o outro bem na frente do coração do Nathaniel, que antes de ser atingido, desapareceu.
Era o mecanismo que move o usuário para fora da linha do fogo um pouco antes dele ser atingido, o mesmo que Kang, usou na sua luta contra o Baldur. Ao entrar nesse modo, o usuário pode voltar quando quiser no tempo, só que dessa vez, Nathaniel, surgiu bem do lado da Natasha, com um rosto tomado de choque e surpresa.
A Viúva, girou seu corpo com sua outra adaga na mão, e antes de atingir Nathaniel, ele desapareceu de novo, aparecendo na frente dela dessa vez.
Ahura, também avançou com duas espadas atacando de um lado enquanto ela fazia o mesmo do outro, fazendo seu inimigo desaparecer mais uma vez só para ser atacado pela Natasha de novo.
Isso continuou por um tempo, e logo, eles pegaram o padrão dos surgimentos do Nathaniel, e assim que ele apareceu, uma espada e adaga mirando seu peito e pescoço estava a centímetros de o perfurar.
Do corpo do Nathaniel, um pulso azul foi emitido acertando os dois, os jogando para trás, dando um pouco de espaço para ele respirar.
"Entendo, magia." Falou ele olhando para Strange, que estava com algo parecido com um relógio de energia ao redor do seu pulso com uma mão sobre ele.
"Eu sou o Feiticeiro Supremo, isso significa que também sou o protetor do Olho de Agamotto, mesmo ele sendo inútil aqui, sou bem versado nos feitiços temporais."
Strange, está literalmente puxando seu inimigo do fluxo temporal, o impedindo de ir muito longe assim que ele faz um salto, um feito impressionante que está literalmente o prendendo no mesmo lugar.
Sabendo que não pode mais fugir, Nathaniel muda a forma de agir.
Do nada, sua roupa casual se transforma na mesma armadura verde com roxo que Kang usa, só que sem sua máscara azul, deixando seu rosto amostra.
"Faz mil anos que não uso isso, estou me sentindo um pouco nostálgico agora." Comentou ele, pegando um pequeno tubo no seu cinto, que cresceu e virou uma espada prateada que se dividiu em duas.
Ahura e Natasha, ficaram lado a lado, andando até seu inimigo lentamente.
"Você nem imagina quanto tempo sonhei em matar ele." Comentou o menino, criando outra espada de energia na sua mão.
"Você sabe que não foi ele quem te prendeu, não é?" Natasha, perguntou bem animada.
"Não importa, ele pode ser o aperitivo."
Sem dizer mais, os dois atacaram juntos.
Nathaniel, não se defendeu, acionando seu salto temporal, que foi logo cancelado, o fazendo reaparecer à esquerda dos dois.
Natasha, girou seu corpo parando a espada dele com sua adaga, e Ahura, atacou pela esquerda, Nathaniel, não escolheu defender com sua outra espada, ele usou o salto temporal ao seu favor, e voltou a aparecer em outro lugar, atacando dessa vez o menino.
E assim, eles continuaram nessa dança louca e mortal que só aumentou a velocidade, até que a espada prateada tirou o primeiro sangue, cortando levemente a perna da Natasha.
Ela se afastou e olhou para seu ferimento.
"Sempre tento evitar o contato físico, ele é tão cansativo e sem graça, mas não pense que não tenho habilidade nele!" Comentou Nathaniel, tomando a frente no ataque dessa vez, voltando a mirar no elo mais fraco, o menino.
POV: Baldur.
Local Desconhecido.
Quatro Horas Depois da Destruição da Cidade Cronópolis.
Tempo Desconhecido.
Estou a horas grudado nessa maldita espada como um coala, esperando chegar ao nosso destino.
Não adianta falar muito sobre isso, não tenho muita escolha.
Com a destruição de todos os portais, só Kang, pode me levar para o local onde está seu plano, e também todos os meus aliados, que em nome de todos os deuses, já devem estar desmontando o maldito motor e o reconstruindo como um micro-ondas gigante.
Mas o destino quase nunca me agraciou com tanta sorte nesses mil anos de vida, então já fico satisfeito em saber que eles estão vivos e bem.
Enquanto estávamos viajando numa velocidade muito maior que a luz, foquei minha mente em deixar meu corpo na melhor situação possível, mesmo que isso seja muito difícil.
Ainda estou longe dos meus cem por cento graças a Doom, e mesmo meu ferimentos físicos estejam curados da pequena armadilha do Kang, meu corpo não vai aguentar mais dano desse nível, e tenho certeza que Kang ou Nathaniel, estão guardando mais alguma surpresa, como a maldita horda.
Essa coisa é quase como o contrário dos Celestiais, destruindo tudo no seu caminho controlando aqueles infectados por ela. Não consegui deixar de ficar assustado quando percebi que isso agora é algo real, e Kang, tem ela em mãos.
Kang, o que ele estava pensando?
Cronópolis já está condenada no momento que aquela onda acabou com todos os sistemas.
Em vez de simplesmente recuar, escapando da perseguição do Celestial, ele escolheu revelar um dos seus trunfos para matar um inimigo que iria embora poucos segundos depois.
Algo aconteceu com Doom, algo que mudou o ritmo e pensamento do meu inimigo, e como eu não sei o que foi, estou completamente cego para qualquer que seja a próxima ação dele.
Voltamos para o início.
Senti então a Dâmocles desacelerando, até finalmente parar no seu destino.
Vendo o cemitério de Celestiais, e no fundo a maldita fenda de luz cuspindo eletricidade com a Lua prateada bem próximo dela brilhando em azul, sei que finalmente chegamos.
(Kang, é um louco insano.)
Após sentir o local e procurar na minha memória, encontrei uma combinação para o local que estou agora, e em pé nesse lugar, não posso acreditar que Kang, foi tão louco para tentar usar essa energia para fazer seu motor funcionar.
Afinal, ele está roubando energia da dimensão dos Beyonders.
Sim, os onipotentes.
Estamos agora fora do multiverso, na entrada do Além, uma dimensão criada a partir do que sobrou do Segundo Cosmos, depois que ele se matou para experimentar a primeira morte, os corpos dos Celestiais que estão agora bem na minha frente, devem ser o que sobrou do final da guerra do Primeiro Cosmos.
É complicado explicar em detalhes, mas nosso multiverso não foi o primeiro e nem mesmo o segundo, estamos no Sétimo Cosmos, ele também um dia vai acabar dando lugar ao oitavo, que de acordo ao ciclo do multiverso, vai ser mais perfeito que sua versão anterior, por exemplo, a magia só passou a existir depois do Quinto Cosmos, o que vai vir depois desse cosmos? Ninguém sabe.
Como dito, é complicado.
Tento não pensar muito como o multiverso funciona, é uma dor de cabeça sem fim, mas tenho que falar isso, foi só por conta dos Celestiais, que tudo passou a acontecer, eles são a raça mais antiga, existentes desde o Primeiro Cosmos, e só foi por conta da sua guerra e vitória que chegamos aqui.
Dâmocles, finalmente parou seu avanço ficando na vertical, como se estivesse se atualizando sobre a situação.
Não posso atacar essa coisa agora, ela tem poder de fogo o bastante para ferir, mesmo que um pouco, um Celestial, não quero ficar na frente disso, também não estou conseguindo sentir meus amigos, isso é uma boa notícia, quer dizer que eles já devem estar dentro da Lua.
Foi quando na nossa frente, um portal roxo circular se abriu, e dele um ser foi empurrado com força para fora, acertando a lateral do corpo de uma Celestial morto quicando algumas vezes sem controle até finalmente parar, era Doom, e ele parecia bem machucado.