"Muito obrigada, Senhora Collins. Você salvou minha vida. Serei eternamente grata a você." Beatrice agradeceu, fracamente enquanto caminhava com ela até seu quarto, apoiando-a.
"Guarde suas forças, querida. Você precisa descansar bastante." Ela disse.
Senhora Collins havia arriscado sua vida invadindo o quarto de Dante para salvá-la.
"Senhor, por favor, pare. Você vai matá-la. Ela não é Aurora. Por favor, Senhor." Ela segurou sua mão firmemente, suplicando.
Dante a lançou pelo quarto e, depois, deu-lhe um forte tapa no rosto, em raiva, mas ela não se importou. Aquilo salvou Beatrice de ser morta. Depois de socá-la no estômago algumas vezes, Dante finalmente se aliviou e entrou no banheiro para se refrescar, deixando-as sozinhas para lidar com suas dores.
"Se não fosse por você, eu definitivamente teria perdido a vida hoje. Obrigada e sinto muito que você tenha que apanhar por minha causa. Sinto muito mesmo." Disse Beatrice ao ver o rosto machucado da Senhora Collins.
"Você fala demais, querida. Está tudo bem. Agora pare de falar e descanse. Você precisa. Não se preocupe comigo. Eu estou bem. Sou uma lobisomem, vou me curar em pouco tempo, não se aflija." Ela informou e ajudou-a a se deitar na cama.
De volta à escola, surpreendentemente, a turma cooperou com o jovem professor, mesmo depois de ele se recusar a contar qualquer coisa sobre si mesmo além de seu nome.
"Por hoje é só, estudantes." Ele disse ao final de sua aula.
"Obrigado, Professor Elias. Gostamos da sua aula! Você não é apenas atraente, mas também muito inteligente. Nós te amamos." A turma disse em uníssono.
Ele sorriu.
"Fico feliz que tenham gostado da aula. Obrigado por escutarem com tanta atenção. Espero encontrar todos vocês novamente na próxima vez, radiantes e saudáveis." Ele afirmou, todo sorridente, e deixou a sala de aula. Aquela foi a primeira vez que os estudantes gostaram tanto de uma aula de matemática e não queriam que ela terminasse. Eles apreciaram seu método de ensino e o cumprimentaram antes de deixá-lo sair.
"Ah, isso foi bom!" Ele murmurou, suspirando aliviado, enquanto entrava em seu carro.
Ele teve que forçar seu lobo a se manter calmo durante todo o tempo que passou na sala de aula.
Assim que entrou na sala de aula, um cheiro inebriante de canela e lavanda atingiu suas narinas e as bloqueou. Todo o seu corpo se sentiu acariciado pelo cheiro intoxicante. Seu lobo quase venceu seus sentidos humanos e tomou controle dele.
"Companheira! Companheira!! Companheira!!! Nossa companheira está nesta sala." Seu lobo disse a ele animadamente assim que entrou na sala de aula.
Ao encarar os alunos, ele cruzou olhares com ela, mas antes que ela pudesse sentir que ele estava fixado nela, ele rapidamente desviou o olhar.
"Esses olhos são os mais bonitos que eu já vi. Eu poderia olhá-los por horas sem me cansar. Seu rosto é maravilhosamente esculpido e eu sinto vontade de acariciá-lo. Ela parece delicada como uma flor. Ela é simplesmente perfeita para nós. Nossa companheira é a mulher mais bonita do mundo inteiro." Seu lobo havia dito emocionado e queria se transformar ali mesmo para reivindicar sua companheira.
"Pare de agir como uma criança que está provando doce pela primeira vez. Estamos em um ambiente formal." Elias repreendeu seu lobo.
"Bem, nossa companheira é como um doce para mim." Seu lobo respondeu teimosamente. Elias não se deu ao trabalho de responder.
"É o mesmo cheiro que eu estava tentando te mostrar naquele mato, mas você estava muito concentrado na luta para reconhecer nossa companheira." Seu lobo o acusou.
"Seu idiota! Não é que eu não reconheci nossa companheira. Eu estava furioso que aqueles lobos estavam a machucando e entrei em ação. Além disso, não devemos nos animar muito, já que não vamos aceitá-la." Ele respondeu ao seu lobo, interiormente.
"Ah, desculpa aí!" Seu lobo disse, aborrecido, e ele revirou os olhos.
Encontrar suas companheiras destinadas era para ser a grande coisa que aconteceria a qualquer lobisomem, mas infelizmente não era o caso de Elias. Ele não ousava aceitar uma companheira!
Quando completou 18 anos e percebeu que sua companheira não estava em sua matilha, sentiu-se aliviado. Ele acreditava que não vagaria por outras matilhas para não cruzar com ela.
"Não há necessidade de encontrar uma companheira que eu vou rejeitar, eventualmente. Estou aliviado que ela não esteja na minha matilha. Seria duro para nós dois." Ele pensou.
Não era fácil rejeitar uma companheira e qualquer lobo que fizesse isso sofreria uma dor devastadora para sempre. Essa era a maldição imposta pela deusa da lua, sua deusa. Enquanto qualquer lobo que tivesse a audácia de rejeitar sua companheira viveria em miséria para sempre, o lobo rejeitado só sentiria dor por um tempo e teria a chance de encontrar um segundo companheiro.
"Sinto muito que vou ter que rejeitá-la quando ela descobrir que somos companheiros, mas eu não tenho escolha. Eu não quero uma companheira, então a rejeição é a melhor coisa que eu posso fazer por ela, a fim de não prendê-la e deixá-la viver livremente." Ele disse a si mesmo.
"Então, vamos ter que deixá-la ir assim?" Seu lobo lamentou.
"Você sabe que temos que fazer isso. Você conhece o motivo!" Ele respondeu bruscamente ao seu lobo e este se recolheu no fundo de sua mente, resmungando.
"Você pode não me entender bem, mas eu sei o que estou fazendo." Elias disse, mesmo sabendo que seu lobo não estava mais ouvindo.
"Vou fingir que não sabia que somos companheiros até que ela descubra e me confronte, então eu a rejeitarei instantaneamente. Mas se ela decidir ficar em silêncio e não me confrontar, então tudo fica mais fácil. Podemos simplesmente continuar ignorando um ao outro em vez de reconhecer que somos companheiros." Ele manteve, firmemente.