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68.33% O Recomeço em um mundo de RPG / Chapter 35: Capítulo 35 - No mundo dos sonhos

Kapitel 35: Capítulo 35 - No mundo dos sonhos

~Pov Ioan~

Um local nostálgico, é a única coisa que se passa em minha mente vendo o cenário em minha volta. Olhando ao redor pode-se ver vários alvos em minha frente, feitos para treinamento de arco e flecha, atrás de mim ficava uma parede, onde alguns arcos estavam pendurados, assim como muitas medalhas e troféus.

Em minhas costas posso sentir o peso da aljava. Levo minha mão até ela a passando por cima do meu ombro, de lá tiro uma flecha, em seguida olho para o alvo e me concentro. Por um segundo o som do vento parece sumir, nesse momento apenas eu, minhas armas e meu alvo existem, a respiração para, essa era uma mania que possuía, ela se mantém assim até que a flecha viaja todo o caminho e acerte perfeitamente o centro do alvo.

Assim que solto a respiração posso ouvir passos, pareciam estar vindo de trás. Minha mãe tinha o costume de vim me ver sempre ao fim dos treinos.

No momento estou no campo de treino, pego uma flecha e a coloco no arco, mantenho minha respiração sob controle, mas sempre que solto a flecha tenho a mania de prender a respiração até ela chegar ao alvo, o movimento tem que ser perfeito, quando a flecha acerta o alvo exatamente no centro solto minha respiração, ao mesmo tempo ouço passos vindo atrás de mim, normalmente minha mãe vem sempre ao final dos treinos.

— Mãe? — Me viro para trás enquanto falo.

Porém, ao me virar, vejo outra pessoa. Seus cabelos longos eram acinzentados, o que dava um destaque ainda maior em seus negros olhos. Ela olha para mim enquanto sorri.

— Desculpe a intromissão — diz a mulher sem quebrar seu lindo sorriso.

— Não se preocupe com isso — respondo casualmente.

Apesar de nunca ter visto esta pessoa, pelo que me lembre, me sentia calmo por algum motivo. Não estranhava o fato dela ter aparecido em minha casa, apenas podia sentir um sentimento bom que era transmitido por ela.

— Você é realmente muito bom com o arco — diz parecendo impressionada enquanto olha para o alvo atrás de mim.

Assim que fala posso notar que começa a se aproximar. Olho para o arco em minha mãe, ele estava extremamente desgastado no local onde minha mão ficava, não era por estar velho, afinal, esse havia sido comprado há poucas semanas, as marcas se davam graças ao uso excessivo.

— Treinei muito para chegar à esse nível — falo ainda olhando para o arco.

— Mas, você gosta? — pergunta.

Não me surpreendo com a pergunta, já havia a ouvido diversas vezes por pessoas que me observavam de fora, todos achavam que fui obrigado a treinar por minha família, para manter os altos padrões que tínhamos, por um tempo até mesmo eu achei isso, mas percebi que arco e flecha é uma das poucas coisas que me dão prazer em fazer.

— Entendo, então esses são seus verdadeiros sentimentos.

Espere um pouco, ainda não disse nada, como ela sabe o que estou pensando?

— Não se preocupe, tenho um certo poder no mundo dos sonhos.

Sonho? Quando ouço suas palavras me lembro de memórias desse dia. Já havia vivido esse mesmo dia antes, foi neste local onde tudo começou, exatamente aqui, onde eu costumava passar a maior parte do meu tempo.

— Quem é você? — pergunto dando um passo para trás e preparando meu arco.

Mas algo estava errado, o arco não estava mais em minha mão, em seu lugar havia aparecido uma adaga. A mesma adaga que ganhei de Lucio quando cheguei ao novo mundo, também consigo sentir mudanças em meu corpo, antes me sentia mais baixo, como se estivesse no corpo de uma criança, agora parece que voltei ao normal.

— Não se preocupe fofo, não vou lhe fazer mal algum, vamos apenas nos apresentar? — Ela diz levantando as mãos e mostrando as palmas. — Sou Nahemah, é um prazer conhecê-lo, apesar de que já saiba bastante sobre você.

Em um breve momento ela desaparece de minha vista, ao me concentrar posso sentir por um instante a sensação de algo em minha esquerda, em seguida sinto claramente sua mão passando em minha bochecha, ela estava do meu lado. Penso em atacá-la, mas não sei onde estão minhas companheiras, pode ser perigoso.

— O que fez com Alícia e Bianca? Elas estão bem? — pergunto.

— As duas garotas que estão andando com você? — diz pensativa. — Não se preocupe, como havia falado antes, isso aqui é apenas um sonho.

Ela tira a mão de meu rosto e dá dois passos para trás, aumentando um pouco a nossa distância, em seguida estala os dedos. A paisagem muda completamente, a sala de troféus, o campo e os alvos parecem derreter, em seus lugares começam a nascer árvores, que crescem se tornando uma grande floresta. Observando o local percebo certa familiaridade, estava na floresta onde surgi quando cheguei a este mundo e conheci Lucio.

— Viu? — Nahemah fala estalando o dedo novamente, estávamos novamente na sala de treino. — Não sei se vai acreditar em mim, mas não existe magia que possa transportar alguém entre mundos, estamos dentro de sua cabeça, não posso fazer nada a elas.

Entendo o que quer dizer, mas não posso fazer nada, mesmo não sabendo se suas palavras são verdadeiras. Tudo que posso fazer é tentar descobrir o que ela deseja de mim.

— Então, o que deseja? Não é possível que tenha me trazido aqui só para mostrar seus poderes — falo.

Ela solta uma breve risadinha e caminha para perto de mim, ficando frente a frente comigo. Como era mais baixo acabo tendo que olha um pouco para baixo, estávamos agora olhando um no olho do outro.

— No momento... — diz aproximando sua boca de minha orelha. — Nada.

Após falar ela sai rindo e cantarolando pela sala. Estava mexendo em armas que estavam nas paredes, observando as medalhas e movendo os troféus de lugar. Chegando perto de um local, onde havia diversas lanças alinhadas, ela toca em uma e acaba derrubando-as no chão.

— Ops... — depois volta a andar saltitante.

— Deixa eu ver se entendi, você entrou no meu sonho apenas por que não tinha o que fazer? É algo assim? — Tento manter um diálogo, mas ela parecia estar muito mais entretida com as armas.

— Deixe-me te perguntar uma coisa, pequeno Ioan. — Ela diz.

Posso sentir uma veia saltando em minha testa. Isso me lembrava de quando era mais jovem, me chamavam de "pequeno", muitas vezes, como forma de me chamar de imaturo, achar que eu não tinha capacidade para fazer algo.

— Sei muito bem que não gosta, por isso que fiz — fala Nahemah.

— Saia da minha mente, por favor — peço.

Ela dá mais uma risadinha.

— Então, posso fazer a pergunta? — insiste.

— Não acho que eu tenha alguma escolha — falo ao me sentar no chão. — Apenas faça.

Prestando atenção agora o sentimento de estar naquele local era um pouco estranho, embora possa ver toda a sala, nos mínimos detalhes, parecia que não sentia nada, como o toque das coisas, meu tato aparentava não funcionar da forma que deveria. Quando movo a adaga, em minha mão, ela não tem peso, mesmo que possa ver o chão não sinto que o toco. É como se todas as coisas fossem feitas de vento.

— Você, realmente, gostava disso? — Ela pega um arco enquanto fala.

— Como eu disse, acho que sim, era algo que eu era bom e... — Tento responder, mas sou interrompido.

— Não minta para mim, pequeno Ioan. Estou na sua mente, sou aquela que consegue entender perfeitamente seus sentimentos, mas parece que você mesmo não os entende. — Nahemah solta o arco e se aproxima de mim.

Desta vez sou eu que tenho preciso elevar meu olhar para ver seus rosto, pois a diferença de altura era grande, por estar sentado.

— Quer que eu lhe mostre a verdade? — pergunta. — Embora não saiba se você reagirá bem a cena que irá ver. — Enquanto falava ela se agacha, deixando nossa linha de visão na mesma altura, e olhando diretamente em meus olhos.

— Verdade? O que está querendo dizer? — pergunto um pouco confuso.

Não entendo o que ela quer saber de mim. O motivo para que goste de arco e flecha.

— Você tenta se enganar, sabe muito bem do que estou dizendo. — Suas feições agora pareciam mais sérias. — Quero saber o motivo pelo qual luta, me diga, o que faz você seguir em frente? Essa é minha dúvida, embora pareça que eu sou a única que saiba esta resposta.

Seus olhos parecem me hipnotizar, me atraírem. Me lembro de quando era criança, de quando recebi o primeiro arco de meu avô, o sorriso estampado no rosto de minha mãe quando participei do meu primeiro campeonato, as pessoas ao meu redor que sempre sorriam durante as premiações.

— Nessa época você ganhava diversos campeonatos. Conhecido como o jovem prodígio do arco e flecha, cotado para ser um dos melhores de sua geração, mas... — Ela dá uma pequena pausa. — Sabe que na verdade não era tão bom assim certo? Lhe faltava algo, alguma coisa te prendia. Porém, teve um dia em que se tornou completo, o dia em que se tornou um ótimo arqueiro... E também, um assassino.


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