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14.28% Escolhas do Coração - A Decisão / Chapter 14: Capítulo 9 – Weenny: Cenas marcantes

Kapitel 14: Capítulo 9 – Weenny: Cenas marcantes

Fico apreensiva com o salto que é verdadeiro, pulamos e caímos abraçados, presos em um cabo de aço nas costas do Eros, felizmente tudo dá certo.

Ravi resgata Saina, que ainda está pendurada na torre e prestes a cair, então Banty se junta a eles enquanto observam os ladrões sumindo na densa noite.

Carol também está presa por um cabo de aço e sua expressão é de segurança, mas assim que a cena é interrompida, ela diz que estava com medo de cair.

Nos preparamos para a continuidade da gravação.

Eros pede que eu permita que uma dublê faça o salto por mim, lembra que recentemente tive uma entorse de tornozelo, mas eu recuso, afirmo que farei a cena ao seu lado.

Tudo está pronto, nos posicionamos... Os ladrões rompem o telhado saltando sobre ele, rolam no chão e percebem que estão em um galpão. Ambos levantam e se preparam para um confronto, mas ele não acontece.

O diretor interrompe a tomada e nos parabeniza por não ser necessária a repetição.

Estou inquieta com a continuidade da filmagem porque as próximas cenas mostrarão uma Nandini falante e sensual, temo não conseguir articular bem as palavras, Eros nota meu desconforto e se aproxima.

— O que te incomoda? Os diálogos?

— Sim, são muitas falas, não sei se estudei o suficiente.

Ele oferece ajuda e aproveita a pausa para treinarmos rapidamente as falas e tudo parece bem mais fácil.

— É a primeira vez que te vejo falar como um indiano, sem precisar disfarçar. É realmente muito bonito. – digo e o vejo tímido.

Eros está tão sexy com essa roupa que dificulta a minha concentração, uma calça de sarja, camiseta em gola "V", jaqueta, bota, touca e máscara, tudo na cor preta, o que evidencia seus olhos que parecem duas esmeraldas.

O diretor nos pergunta se estamos preparados para retomar a gravação, nos posicionamos e ouvimos o barulho da claquete, seguido pelo clássico grito.

— Todos em suas marcas... Gravando!

Ela vai se desfazendo dos apetrechos utilizados até alguns minutos atrás, se livra da máscara deixando sua face e cabelos à mostra.

— Oh que calor! Não sente calor com toda essa roupa? – diz e vai tirando as luvas, como se não percebesse os olhos atentos do Arjun — Você está...

Vai tirando o macacão com sensualidade, até ficar apenas com short, top e botas longas, ainda sob o olhar de admiração do ladrão, que está mudo.

— Você está... Me secando? – vai se aproximando dele e diz — Aí escondido atrás dessa máscara? Espero que não, porque que se estiver vai se arrepender e sentir muita dor. – eleva a perna na direção do joelho dele na tentativa de ameaça-lo, mas não o toca.

— Não vai conseguir andar. E seu trabalho envolve muita caminhada e corrida. – ela diz com naturalidade.

— Existe alguma razão especial para usar o meu nome nesse roubo? – ele inquire.

— Você! A razão é você. É o melhor de todos e qualquer um é capaz de concordar comigo. – ela vai virar as costas e vai caminhando — Mas Nandini é sua fã e para sempre, mas depois de você, quem é o melhor ladrão do mundo? Nandini! Nan-di-ni, ok? A garota de ouro, que vive em Mumbai, mas pensa em ir para Canadá, Espanha e até para a Brasil.

— E o que Nandini pensa em fazer? – ele diz em tom irônico e cruza os braços, esperando uma resposta.

Ela propõe uma parceria, mas Arjun nega, já que não confia em ninguém, mesmo com a insistência dela.

— Você não é tão ruim como ladra, portanto escute meu conselho. – vira para ela e diz — Nem a sombra é parceira de um ladrão, ficando sozinha você se mantém viva. Pois sozinho, um ladrão não pode ser traído nem por ele mesmo.

Nandini engole em seco e o vê ir embora.

— Corta! Vocês foram maravilhosos!

Nos abraçamos e nossos amigos nos aplaudem.

O diretor avisa que vamos gravar as cenas mais simples e deixaremos as mais difíceis para o final, passamos semanas gravando.

O diretor autoriza a gravar as tomadas externas e tudo começa a ser preparado.

As cenas externas têm gerado um tanto de confusão, tanto pelo transporte e montagem dos equipamentos, quanto pela movimentação de fãs e curiosos.

Já gravamos no cinema, no aeroporto e hoje vamos gravar na praia e no Cristo Redentor. Os diretores e produtores executivos da Star Media Fx fizeram questão de conversar com as autoridades para pedir permissão para gravarmos, todos parecem satisfeitos com o nosso filme, que tem atraído a imprensa e turistas, gerado empregos com a quantidade de figurantes e profissionais, e com isso aumentado o faturamento da cidade.

Enquanto as câmeras são montadas e testadas, a equipe de designer e decoração montam todos os itens na praia, posicionam e checam cada um dos muitos figurantes, fazemos o último ensaio e troca de roupas para gravar uma das músicas.

Todos se posicionam para a primeira parte da música, principalmente Claudio e Carol que estarão em evidência, já que essa canção trata o amor entre esses personagens.

Eros e eu também entramos em cena, durante a música mostram alguns momentos entre Arjun e Nandini dentro de uma casa alugada por ele, no Rio de Janeiro.

Mostra o ladrão concentrado em seu trabalho e ela inconformada o observando, enquanto ele é extremamente organizado, Nandini vive um dia de cada vez, sem se importar com mais nada.

A continuação da música mostra Banty e Maina no Cristo Redentor, fico encantada com toda a preocupação em captar a soberba paisagem do Rio de Janeiro.

A música segue mostrando Arjun e Nandini se preparando para um novo treinamento, há muita tensão sexual entre eles.

Claudio e Carol ainda gravam em uma embarcação, no calçadão da praia e outras tomadas noturnas.

São quatro minutos de uma canção que tomam um dia inteiro de gravação! É incrível esse trabalho minucioso, admiro esses profissionais cada dia mais.

As tomadas estão sendo gravadas fora de ordem por opção da direção, seguimos gravando todas as cenas nos estúdios durante todo o início desse segundo mês.

Acordo cedo, me arrumo e encontro meus amigos no restaurante para o café da manhã. Felizmente hoje a gravação começa mais tarde, as nove, então podemos descansar um pouco mais e seguimos todos juntos para o estúdio pontualmente as oito.

O diretor sugere que hoje façamos as tomadas das cenas mais simples, como a ida de Arjun e Nandini no museu para que ele mostre qual item será roubado, a ladra primeiro debocha do item que ele lhe apresenta, mas logo em seguida compreende o valor histórico e financeiro e quer saber quando vão roubar a estátua, fica sabendo que será no dia seguinte.

Seguem gravando uma cena que ocorre após o roubo, que é a entrada de Ravi, Banty e outros policiais na casa alugada pelos ladrões, Nandini telefona para Ravi.

— Você me mandou escolher entre um ladrão confiável e um policial não confiável, agora sabe o que eu decidi.

— Estou indo atrás de você, procure um bom lugar para você se esconder, porque a hora que eu os encontrar, vocês nunca mais poderão roubar ou trair. – Ravi diz e ambos desligam o telefone.

No fim do dia, gravamos a sequência do roubo da estátua do museu, são muitos figurantes, além de todos os personagens principais, passamos um bom tempo na maquiagem porque nossos personagens vão se disfarçar de estátuas.

A cena é bem elaborada e por isso leva muito tempo, o ladrão conta com a tecnologia para executar seu roubo sem que os policiais percebam e conseguem sair disfarçados entre os visitantes do museu.

Acordo as quatro e meia, me arrumo e vou ao encontro dos meus amigos para seguirmos para mais uma gravação, a partir de agora vamos gravar as cenas de grande emoção e as coreografias principais.

Chegamos nos sets de filmagem para gravarmos mais uma cena importante para os protagonistas, me visto com uma saia e blusinha e Eros veste uma calça jeans e camisa.

Entramos no estúdio preparado para ser uma cozinha e iniciamos a gravação desta tomada.

Nandini relembra os momentos passados com Arjun enquanto segura o sinalizador na mão.

Eles tem um diálogo difícil e triste, Arjun pergunta o que ela sentiria se ele morresse amanhã e ela fica confusa e perdida, ele insiste e cobra uma resposta, até que diz que ela tem razão em viver um dia de cada vez e ele está errado em ser tão estrategista e ponderado, quer agir como ela e sugere que devem se divertir essa noite, Nandini fica desconfiada.

— Corta! Está ótimo. Preparem a próxima cena. – ouvimos o diretor dizer.

Esse diálogo me deixa inquieta, talvez triste, Eros realmente mergulhou em seu personagem.

Vemos movimentos nos estúdios para a composição e ensaio das canções, o diretor participa ativamente de tudo e os músicos e os percussionistas estão sempre a postos, muitas vezes precisam de um coral ou de mais instrumentos.

Enquanto isso, coreografamos e ensaiamos as músicas, a parte mais difícil é ensinar a coreografia para os figurantes. Vamos gravar duas coreografias ainda hoje, estamos nos estamos chegando no segundo mês de gravação, temos muitas visitas no set de filmagem, imprensa, figurantes e fãs.

Os designers, produtores, maquiadores e camareiros correm de um lado para o outro até ter certeza de todos nós estamos prontos.

— Todos em suas marcas! – essa é a primeira convocação do diretor.

Eros, Carol, Victor, Claudio e eu estaremos em evidência nessa coreografia.

— Plano 1/ Tomada 1/ Cena: Coreografia número cinco... Gravando!

Victor é focalizado em primeiro plano e todos os figurantes começam a dançar, inclusive alguns bailarinos de ritmos bem brasileiros.

É uma coreografia bem diversificada, exibindo vários grupos distintos, mas todos dançam uma só coreografia mostrando todo o gingado dos brasileiros. Já as mulheres exibem seus corpos em roupas bem provocativas, o que deixa tudo mais intenso e provocativo.

Banty e Maina dançam juntos e próximos a Arjun e Nandini, que dançam com muita sensualidade e ardor.

Até mesmo o mal-humorado Ravi resolver dançar, mas fica perto de Nandini.

Eros está tão lindo com essa calça jeans e com essa camisa vermelha aberta... Está bem difícil me concentrar... rio quando ouço a mesma reclamação vinda das meninas.

Fico encantada com o modo como Eros e os meninos dançam, é simplesmente divino! Quando ele me toma em seus braços e dança comigo, me sinto ferver.

Claudio e Carol dançam com muita intimidade, estou começando a desconfiar que estão atraídos.

Temos que parar e retomar a gravação algumas vezes para que tudo fique organizado, afinal é muita gente.

— Corta! Simplesmente perfeito! – o diretor parece estar satisfeito agora.

Nos preparamos para gravar a próxima coreografia, enquanto os músicos ainda estão ensaiando e tocando, é um clima delicioso, faço questão de assistir.

As bailarinas e o pessoal da figuração estão fazendo o último ensaio enquanto estou terminando de me vestir e de fazer a maquiagem. Pouco mais de uma hora depois tudo está pronto, seguimos para o set preparado para essa dança.

Fazemos alguns testes de posicionamento e os operadores de câmera adaptam os equipamentos e finalmente somos liberados para gravar.

Para essa primeira parte da música todos nós estamos vestidos com roupas escuras, estou com uma legging preta, um corpete de couro e botas longas.

Desço da moto e vou para o centro do palco, começo a dançar junto com as bailarinas, os homens e os figurantes dançam ao nosso redor.

O assobio do diretor nos faz parar, fazemos uma nova troca de roupas, recebo mais algumas instruções e voltamos a gravar. Desta vez estou com uma saia bem curta cinza e um top moderno preto.

Arjun vem descendo as escadas, está com um jeans e uma camisa preta aberta o suficiente para ver a beleza de seu tórax.

Nandini dança de forma sensual, olhando fixamente para ele, a quem dedica essa canção.

Mais uma vez o diretor intervém interrompendo a gravação para mais uma troca de roupas. O diretor manda assumirmos nossas posições e continuamos. Nandini continua dedicar sua dança e sensualidade à Arjun e as bailarinas a acompanham

Nandini dança sozinha no primeiro momento, logo depois as bailarinas a acompanham fazem gestos sensuais usando o chapéu e o arremessam para a plateia.

Ele se aproxima e Nandini o abraça de lado, provocando-o.

Mais um assobio do diretor... E lá vamos nós para os camarins para a última troca de roupas. Volto vestindo uma saia bem curta jeans e um corpete dourado, cabelos soltos, mas ondulados.

— Em suas posições! Gravando!

Nandini dança ao lado das bailarinas com ainda mais sensualidade, Arjun a observa com admiração e desejo.

Ela termina a coreografia, pisca para ele, vire as costas e vai embora, enquanto seus saltos fazem um ruído naquele silêncio.

— Corta. Muito bem! Maravilhoso! – o diretor diz.

Percebo o olhar do Eros e dou um sorriso malicioso.

— Oh não me provoque assim, não percebe o estado em que você me deixa? – Eros se aproxima e sussurra em meu ouvido, provocando arrepios.

Analiso seu delicioso corpo e percebo as alterações que tanto adoro, o que me faz morder os lábios.

Faz tanto tempo que não passamos uma noite em claro...

Um produtor nos interrompe porque há uma última cena para hoje, nos arrumamos e seguimos para o set preparado como uma lanchonete praiana, os figurantes já ocupam seus lugares.

Estou com uma saia curta e camisa branca, Eros está com uma calça branca e camisa verde aberta, mais uma vez expondo seu maravilhoso corpo.

— Gravando!

Nandini e Arjun protagonizam uma cena bem sensual. Ele diz que como cozinheiro, seu contrato diz que ele merece um beijo a cada meia hora, mas ela não está pagando e por isso ele está em greve. Então agarra Nandini e a beija no pescoço, no rosto... Até serem interrompidos pela inesperada chegada de Ravi.

Eles têm uma pequena conversa, Ravi reconhece que Arjun foi um excelente estrategista em seu último embate e por isso sobreviveram, reconhece que a história dele e de Nandini é uma história de amor e decide não prendê-los, mas Arjun tem que entregar todos os dados e arquivos de seus roubos e eles aceitam o acordo.

— Corta! Perfeito.

Somos dispensados, mas as cenas de hoje aguçam a saudade que sinto do corpo do meu Eros, decido fazer uma surpresa, finjo que vou voltar para o hotel e me despeço dele, que ainda fica conversando com a equipe, pego um táxi e vou direto para o hotel onde ele está hospedado, cumprimento os funcionários e peço que não digam que estou aqui, corro para a suíte do meu noivo.

Ligo para o restaurante e peço o jantar, tomo um banho rápido, visto uma camisola de renda e o espero na cama.

Minutos depois meu Eros chega e abre um largo sorriso ao me ver.

— Achei que estava delirando quando senti seu perfume. Oh, que maravilha ter você aqui, minha Princesa.

Ele me beija com paixão e saudade, mas logo se afasta.

— Você devia ter dito que viria, eu teria te acompanhado ou chegado antes.

A campainha toca e Eros vai atender, jantamos e depois nos amamos pelo resto da noite e madrugada, estamos estranhamente relaxados e revigorados quando os nossos celulares alarmam mostrando que nossa diversão acabou.

Levantamos, nos arrumamos e seguimos para os set de filmagem.

Tudo está sendo preparado para uma cena bem sensual entre Arjun e Nandini, estamos nos preparando nos camarins, Eros está passando por mais uma transformação, enquanto eu visto mais uma das roupas curtas da minha personagem, desta vez uma saia, um top, uma blusa amarrada na cintura e botas.

Vamos para o set que é uma quadra, quando Eros vira para mim o vejo completamente diferente, de cabelos longos e roupas mais largas, já está com a bola de basquete nas mãos.

Repassamos nossas posições e ensaiamos os movimentos, como costumamos fazer durante as danças. Logo depois o diretor prepara a equipe e manda começarmos a gravação.

Uma chuva artificial começa, ela é importante para a cena.

Nandini anda pelo lado externo da quadra e se protege da chuva usando alguns livros, de repente vê o homem e o observa.

A chuva os encharca, mas ela continua admirando os movimentos daquele homem bonito, até que ele lança a bola na cesta e vira para olhá-la.

Mais uma vez eles se provocam e Arjun propõe a parceria, deixa claro que se ela aceitar não será apenas sua parceira, mas sua sombra e ela aceita. Ele não revela seu nome verdadeiro ou qualquer informação a seu respeito, então ela o chama apenas de "parceiro".

— Cortaaaaa! – o diretor diz.

Voltamos aos camarins para tirar essas roupas encharcadas.

Eros e Victor gravam no cenário montado para ser uma lanchonete no calçadão da praia, tudo é bem realista.

Arjun aparece disfarçado, pede um café e escolhe uma mesa, logo depois Ravi aparece, tem uma conversa meio estranha, o policial o acha suspeito, mas não o reconhece.

A cena é interrompida e nos preparamos para a sequência.

Ravi e Nandini se encontram, ela diz que conhece a verdadeira face e nome do ladrão, Ravi a alerta dizendo que pediu que Nandini conhecesse Arjun melhor, mas ela não deve se apaixonar por ele.

— Sabe de uma coisa? Ele é ladrão, mas é confiável. Mas sinto que você pode me trair a qualquer momento. – Nandini diz.

— Em que lado prefere estar? De um ladrão confiável ou de um policial não confiável? Agora vá, mas você deve lembrar que você é a maior fraqueza do Arjun e também a minha maior força, conto com você. – Ravi diz.

Gravo com Eros as cenas da chegada de Arjun e Nandini na casa alugada no Rio de Janeiro, o primeiro jantar e outras pequenas sequências.

Fazemos uma breve pausa para alimentação e descanso, enquanto os profissionais estão cuidando dos últimos detalhes dos cenários. Gravamos as últimas cenas e retornamos para o hotel, exaustos como sempre.

O tempo está passando rápido, o primeiro mês já passou e as festas de fim de ano já estão se aproximando, hoje é dia vinte de dezembro de dois mil e treze.


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