Após a ultima batalha de treino, e a minha primeira derrota nas mãos de Baha vou até o meu quarto e me atiro na cama.
Apesar de eu querer dormir a minha mente ainda está muito agitada pra eu conseguir cair no sono.
'E o velho monstro provavelmente vai pedir um relatorio sobre a partida de hoje assim que eu acordar.' O amanhã nem começou e já é temoroso.
Talvez eu me acalme se tomar uma ducha.
O andar residencial tem tanto dois banhos comunais quanto individuais no quarto de cada residente.
E o Mestre Observador de estrelas ainda se atreve a descrever esse lugar como humilde.
Mentiroso descarado.
A não ser que na mente dele só de para chamar de luxo se estiver no nivel de um palacio imperial.
Espero que não, mas ele chama o Kaz de amigo então... talvez ele não tenha mais senso comum?
Apesar das palavras insolentes que se propagam na minha mente ainda respeito as habilidades dos dois, portanto, chega de me destrair dos problemas com essas baboseiras.É hora de me jogar de baixo da água.
Após um banho de água em temperatura um pouco mais fria que a ambiente, talvez demorado tambem, fiz questão de perder a noção do tempo até que minha mente entendesse que meu corpo ta exausto.
Me deito na cama e fecho os olhos esperando que os sonhos me acolham, ou não, qualquer coisa vale desde que eu durma bem.
Ao que parece os sonhos me acolheram, quando acordei tinha lembranças de sacerdotes na lama morrendo e se tornando monstros cadavericos, então os monstros morriam e a lama comia a carne das carcassas e voltava para os corpos. Os cadaveres se tornavam animais e plantas, e se devoravam de acordo com a posição na cadeia alimentar, os animais que sobreviam por mais tempo competiam pela pouca comida que restava.
E nos momentos finais do meu sonho, dos cadaveres banhados na lama da qual surgiram e no sangue dos que foram caçados, outro tipo de criatura se levantou: Humanos.
"Isso foi estranho, mesmo pro surrealismo inerente de um sonho." Resmungo para ao ar enquanto esticou meus braços para me acordar.
E ao invés de tentar entender da onde saíram as imagens desse sonho que já estou começando a esquecer dos detalhes, culpo tudo em uma única palavra, não, duas talvez sejam melhores: trauma e estresse.
"Toc, toc." Baha por alguma razão, além da compreensão humana acompanhou as batidas na porta com os próprios efeitos sonoros.
"Se estiver acordada é pra descer até o escritório do Kaz." Depois de uma pausa curta " Ah, e bom dia."
"Bom dia e já vou." Como ele ainda consegue acordar tão cedo?
Agora a primeira coisa que tenho que encarar de manhã é uma escadaria.
Que revigorante.
Após quinze minutos para me ajeitar, com o último passo sendo me equipar com o sabre.
Infelizmente não acho que o velho monstro seja paciente o suficiente pra esperar eu tomar um café da manhã, mesmo que leve.
Depois de ter que lidar com degraus demais, ao ponto de eu começar a considerar pular no vão ao centro da escada e testar o o sistema de segurança que suopostamente há no ultimo andar. Chego ao sétimo andar.
Sem ceder a tentação de pular no abismo.
"Qual é proximo passo desse nosso treinamento?" Abro a porta da sala do bebedor de galões e anuncio a minha chegada.
"Antes quero uma avaliação das ultimas lutas de vocês, e como de praxe vão avaliar uma ao outro." Apesar da falta de qualquer cumprimento, o Kaz não se perturba e simplesmente me responde.
Nem uma provocação?
Sera que o ladrão de licores finalmente está de ressaca?
Não que o fato do velho monstro estar mais calmo me incomode, só é estrano mesmo.
"Bem, como eu já estava aqui revisando nossas lutas vou começar"
Como ainda tenho que acordar por completo, agredeço Baha silenciosamente.
"No meu caso acho que só tenho a dizer que ficou aparente que Mingten não tem experiencia com armas pesadas e nem com o malabarismo, ou rotação, de multiplos atributos em sincronia." Baha fala fingindo que faz malabares no ar perto do fim da resposta.
"No geral está correto, mas, quero uma resposta com pouco mais de espicifidade para cada aspecto que você apontou." Kaz da o parecer quando Baha termina de falar "Ainda hoje se possivel, entendido."
"...."
Parece que Baha ia falar alguma coisa mas optou pelo silencio e apenas sinalizou sua concordância com um aceno de cabeça.
"E você?" O bebedor de galões pergunta enquanto me encara.
"Baha, e eu também em alguns casos, ainda exita muito ao atacar por temer um contra ataque." Como Kaz não me interrompeu imagino que ele está esperando pra ver se tenho mais a adicionar. "Honestamente acho que isso pode ser remediado se ele aprender a usar fintas aproriadamente, assim ele guiaria os oponentes há o que seriam essencialmente emboscadas no meio da luta."
"E sobre o manuseio de diferentes armas e o uso das habilidades como Synchroner?" Kaz pergunta com uma das sonbracelhas levemente levantadas.
Certo, este é principal objetivo dessa parte do treinamento, nos familizarmos com nosso novo arsenal. O sabre e suas lapis no meu caso e Synchro para Baha já que ele só tornou um Synchroner a poucos dias.
"Ele entendeu as vantagens de um 'filtro' e está o usando com eficiência, não tenho certeza se ele entende as desvantegens já que ele nunca experimentou como é ter o sexto sentido sobrecarregado." Após relembrar o motivo do treinamento acho um ponto focal para minha resposta.
"Continue." Kaz insiste que eu complemente ainda mais meu relatório.
Como Baha ainda não é capaz de outras formas de controle além de sobreposição, espelhamento tem poucos usos praticos antes do segundo estagio, Kaz está esperando minha opinião nas armas de escolha de Baha e seu manuseio.
Antes de eu continuar com meu relatorio Baha me encara com marcas de interrogação estampadas nos olhos.
'Segure um pouco sua curiosidade, malabarista' Adiciono esse comentario silêncioso em minha mente.
"Como se tivemos dois dias pra nos acostumarmos com as novas armas é dificil dizer qualquer coisa conclusiva, especialmente no caso de Baha que foi forçado a alternar as armas constantente sem chance de se familiarizar com o modo de lutar com elas."
Kaz abre a palma em um sinal pedindo para eu parar um pouco.
"Sem problemas, o que eu realmente queria do nosso novato é que ele se acostumasse a enfrenter oponentes armados." E assim que eu paro com o relatorio ele começa a falar. "E que ele desenvolvesse consciência dos basicos de uma batalha como um senso de distância e a capacidade de distinguir e aproveitar aberturas."
"E o veredito é?" Baha, que se fez de mudo até agora, pergunta ansioso.
"Nesse caso? Um sucesso." Respondo por reflexo.
"Um pequeno sucesso." Kaz me corrige imediatamente.
Se ele realmente acha isso ou está apenas tentando evitar que Baha fique arrogante, não é algo que eu me atreva a pergutar.
"Pode continuar agora." E assim Kaz encerra o interludio em meio ao meu relatório.
Hum, relatórios podem ter interludios?
Acho que não.
De qualquer jeito.
"Nesse caso o que temos que considerar é situação em que vamos estar e quanto tempo Baha pode levar até se acostumar ao manuseio das armas." Dou uma breve pausa, para respirar e organizar meus pensamentos um pouco melhor.
E também pra ver se o velho monstro me interrompe de novo.
"Vamos nos encontrar em movimentos constante então ser algo fácil de transportar é um requisito obrigatorio. Além disso vamos entrar e sair de cidades e outros alojamentos frequentemente, então não podemos parecer que vamos para uma guerra." Kaz mais uma vez me faz parar com minha explicação.
"Se baseando nessas condições" O ladrão de licores fala olhando diretamente para Baha "você escolhe quais armas vai levar na nossa expedição. O segundo ponto que Mingten levantou não tão grave quanto parece, a maioria das pessoas já viu um outro Synchroner ou viajantes andar com ao menos com uma arma para auto defesa."
"Basicamente, só não ande com um arsenal por aí." Acabei não resisitindo a tentação de provocar o cabeça de vento.
O que em troca me rendeu umas expressões bem engraçadas da parte dele.
"Vamos partir daqui uma hora, no caminho quero um relatório mais bem construido Baha." Kaz ignora completamente meu deslize verbal.
Ou talvez ele realmente acha que Baha precise desse lembrete.
"No caminho vamos seguir os rastros das bestas que fizeram o cerco a Torre e checar seus territórios, em sequência vamos checar as cidades próximas." Ignorando minhas duvidas Kaz começa a descrever uma ideia geral do itinerario de nossa viagem. "Já que não podemos ignorar que a comoção ao redor da Torre tenha assustado algumas das criaturas da redondeza fazendo que elas fujam para além da floresta até as cidades."
De uma vida de fugitiva para uma de rastreadora, até que posso ver como uma melhoria.
"Claro que durante esse intervalo vão continuar com o treinamento normal mais llições de caça, rastreio e sobrevivência." Kaz encerra o que tinha a dizer gesticula para sairmos da sala.
Enquanto saio do escritório de Kaz consigo dizer só pelo olhar que Baha está apavorado por causa da ultima frase de Kaz, bem, eu também estou.
O treinamento normal mais tudo isso?
Talvez viver como fugitiva realmente seja mais fácil.
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"Como vão as negociações com a dinastia de Yuan?" Perguntou um homem de meia idade e de longos cabelos cinzentos amarrados em um rabo de cavalo.
"Tudo está procedendo como o normal senhor Asgadius, a dinastia Yuan e o reino Pendragon ainda não perceberam as mudanças dos cinco clãs, muito menos as que ocorreram na Ordem." Um dos três subordinados que o seguiam respondeu enquanto o homem chamado Asgadius caminhava por multiplas instalções em pleno funcionamento, como centros de treinamento militar e forjas.
"E sobre a fugitiva do nucleo?" Asgadius perguntou ao parar diante de um barril em que os ferreiros colocam as arma recem acabadas quando precisam voltar ao trabalho imediatamente, tornando impossivel separar-las e armazena-las de forma organizada, ao menos no momento.
"Perdemos o rastro dela." Outro dos subordinados de Asgadius respondeu, tremendo.
"Se só tem isso para falar nem devia ter retornado. Assumindo que você é esperto o suficiente para entender isso imagino que retornou porque tem mais alguma informação. Fale, o que mais você sabe?" Asgadius falou sem uma colocar seu olhos azuis na direção de seus subordinados ao invés disso durante toda conversa ficou checando a qualidade de diferentes armas.
O subordinado vestido com as roupas vermelhas que Mingten viu muitas vezes em seus pesadelos voltou a falar.
"Recentemente um sacerdote das cinzas se aproximou de um dos membros do meu time oferecendo informações sobre a fugitiva em troca da nossa cooperação, ou dois favores."
"Responda em ordem: eles pediram uma resposta imediata ou deram um prazo? Eles estão ciente da existência da Ordem? Qual a posição do membro responsável por esse acordo?" Nem um dos três seguidores se intimidou ou surpreendeu com a chuva de perguntas.
"Temos duas semanas para responder. Suspeitam que algumas das famílias que formam a Ordem estão em algum tipo de aliança mas não sabem da natureza da aliança e se todas as famílias fazem parte da aliança. Quem ofertou esse acordo é um Enviado das chamas, mas investigações preliminares indicam que ele tenha conexões com um Abençoado." O mesmo subordinado que informou sobre o acordo responde ordenadamente.
"Peça informações sobre que exatamente eles querem que façamos, se não for ultrajante arranje para um dos dubles dos líderes de família aceitarem esse acordo."
"Sim senhor. Há mais alguma ordem?" Os três seguidores responderam em uníssono.
"No caso de suspeitaram da interferência de um Abençoado se retirem para o fragmento do reino divino imediatamente! Essas são suas ordens, dispensados." Asgadius instrui com um tom autoritário.
Após os três seguidores se retirarem, Asgadius voltou a seus aposentos particulares e deixou escapar um leve murmuro.
"Que aquele lúnatico não tenha seus olhos nesse assunto, a ordem não recuperou forças o suficientes para lidar com o terror de um demonio celestial".
Feito, de alguma forma.
Eu precisava de um jeito de colocar a Ordem em foco se não acho que até eu esqueço que foi por causa deles que a história começou.