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25% Desvios da Carne / Chapter 1: A Busca pela História
Desvios da Carne Desvios da Carne original

Desvios da Carne

Autor: Lioran_Zatron

© WebNovel

Kapitel 1: A Busca pela História

Lucas olhou para a tela em branco à sua frente. O cursor piscava, ininterrupto, como uma metralhadora silenciosa, apontando-lhe o vazio. Sentia o peso da falta de inspiração pressionando seus ombros, tornando o ar ao seu redor mais denso. Havia escrito três livros de sucesso na última década, mas, agora, estava preso no labirinto de sua própria mente. Nada surgia, nada fluía. O que antes parecia simples agora se tornava impossível. A cada dia, ele se afundava mais na sensação de que as palavras o haviam abandonado.

Foi quando a sugestão surgiu, sem aviso, quase como uma provocação, durante uma noite em um bar de tapas no centro da cidade. Ele estava com Marcos, um amigo de longa data que trabalhava como jornalista e editor em uma revista cultural. Marcos sempre teve um humor afiado, uma visão pragmática sobre a vida, e por isso Lucas sabia que qualquer comentário vindo dele deveria ser levado a sério.

"Você já pensou em escrever sobre algo ousado? Algo realmente intenso? Tipo, prostituição masculina", disse Marcos, a voz grave quebrando o silêncio que pairava sobre a mesa. Lucas parou, surpreso, e olhou para o amigo com um sorriso nervoso. Não sabia se ele estava falando sério ou se aquilo era apenas mais uma de suas piadas irreverentes.

Marcos, porém, não sorriu. Sua expressão era séria, como se ele realmente estivesse sugerindo algo que achava relevante. "Você está bloqueado porque está tentando fazer as mesmas coisas de sempre. Já escreveu sobre tantos temas 'importantes', mas se quer uma história nova, precisa ir além. Tem que se entregar a algo real e visceral. Algo que possa te desafiar. A prostituição masculina, por exemplo, é um campo pouco explorado. Tem camadas de sofrimento, desejo, poder… tudo o que um romance precisa."

A ideia ficou ali, plantada em sua mente. Lucas não sabia se era a solução que procurava, mas sentiu um fascínio inesperado pela sugestão. "Mas, Marcos, como vou escrever sobre isso? Não é algo que eu conheça, não é algo que eu viva…", ele disse, cético, tentando afastar a ideia.

Marcos deu de ombros e deu um gole em sua cerveja. "Você escreve bem porque sabe observar. Basta olhar, ouvir, entender o que está por trás das coisas. Você tem a capacidade de ver a verdade escondida nas sombras. Vá atrás disso. E se for ousado o suficiente, talvez consiga capturar algo que todos nós estamos apenas tocando com as pontas dos dedos."

Foi um golpe de sorte que Lucas, ainda reticente, não abandonou a ideia. O que ele não sabia naquele momento era que ela seria a chave para desbravar um lado sombrio de si mesmo, e da cidade, que ele nunca imaginou que existisse. Era um caminho perigoso, um jogo de sedução e engano, onde ele próprio se tornaria parte do mistério que buscava desvelar.

Nos dias seguintes, Lucas se viu consumido pela ideia. Ele procurou por artigos e livros sobre prostituição masculina, mas nada que lesse parecia captar a profundidade que ele sentia ser necessária. Ele não queria escrever sobre números, sobre vítimas e abusos. Ele queria entender o que realmente estava por trás daquelas histórias, o que se passava nas mentes daqueles homens que, por escolha ou necessidade, se entregavam a esse tipo de vida. Havia uma lacuna que ele precisava preencher, algo que a literatura convencional não conseguia explicar. Era a essência desse mundo que ele queria capturar. Era mais do que um tema para um livro: era um desafio pessoal.

Foi então que decidiu que precisava vivenciar aquilo. Precisava conhecer esse universo, não como um observador distante, mas como alguém que se entregaria, mesmo que por breves momentos, ao abismo. Era um risco, ele sabia disso, mas parecia o único caminho para entender o que ele realmente queria escrever. Lucas não queria ser um escritor comum, ele queria ser mais: queria ser alguém que compreendia as verdades mais cruas da sociedade e as transformava em arte.

E foi assim que, com o coração batendo acelerado, ele entrou em um dos bares mais conhecidos da cidade. O ambiente estava abafado, com o som de conversas baixas e risos nervosos misturados com a música suave tocando no fundo. Homens de todas as idades e tipos se misturavam, conversando em pequenos grupos ou observando os outros com olhos que não disfarçavam os desejos mais secretos. Era um lugar de transição, onde corpos se encontravam e se entregavam às vontades mais obscuras. Lucas sentiu uma descarga elétrica percorrendo sua espinha.

Ele observava tudo com os olhos de um escritor em busca da matéria-prima para a sua obra. Não era apenas a carne exposta que o atraía, mas a complexidade daquilo tudo. O que o mantinha ali não era o desejo por sexo, mas a busca pela essência daquilo que ele só começava a entender. Olhou ao redor, tentando identificar alguém que pudesse ser seu "guia" para este mundo, alguém com quem ele pudesse conversar, entender o que o motivava a viver naquela realidade.

Foi quando o viu. Miguel.

Ele estava à distância, mas Lucas não pôde deixar de notar. Miguel tinha a presença de alguém que sabia exatamente o efeito que causava nas pessoas ao seu redor. Era jovem, talvez uns vinte e poucos anos, mas carregava um olhar maduro, talvez até cansado, como se já tivesse vivido muitas vidas em uma só. Seu corpo era esculpido, atlético, com tatuagens discretas, mas marcantes, visíveis quando ele movia os braços. Sua postura era confiante, quase arrogante, mas ao mesmo tempo havia uma suavidade no jeito como ele se movia, como se tivesse aprendido a dominar o espaço ao seu redor.

Lucas sentiu a necessidade de se aproximar, mas hesitou. Ele não sabia como começar. Como alguém que nunca frequentara esse tipo de lugar, ele se sentia deslocado, como um intruso tentando se infiltrar em um mundo que não lhe pertencera antes. Por fim, tomou coragem e se aproximou do bar, onde Miguel estava conversando com um cliente. Esperou o momento certo e então fez uma abordagem direta.

"Oi, você é Miguel?" Lucas perguntou, com um sorriso tímido, tentando parecer natural. Miguel virou a cabeça lentamente, seus olhos escuros e intensos encontraram os de Lucas. Havia algo penetrante no olhar dele, algo que parecia ler suas intenções. A resposta foi imediata e sem rodeios.

"Sim. E você, quem é?" Miguel respondeu, a voz suave, quase musical, mas com um toque de desafio. Lucas não sabia se estava mais atraído pela beleza dele ou pela sensação de que ele sabia exatamente o que estava acontecendo.

"Meu nome é Lucas. Estou escrevendo um livro e estou tentando entender… bem, esse mundo." Lucas não sabia exatamente o que estava dizendo, mas as palavras saíram com uma honestidade que até o surpreendeu.

Miguel deu uma risada curta, quase inaudível. "Você quer entender? Então você vai precisar de mais do que palavras no papel." Ele falou isso com um sorriso enigmático e, antes que Lucas pudesse responder, Miguel se levantou e colocou a mão no ombro dele, conduzindo-o para um canto mais reservado do bar.

Era apenas o começo de algo que Lucas não poderia mais evitar. Ele já sabia, de alguma forma, que a partir daquele momento, nada mais seria como antes.


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