Hana Ada estava em sua casa, tranquila, apreciando seu chá da tarde. A serenidade do momento foi interrompida pela chegada silenciosa da Capitã da Aurora. A mulher, vestida em um manto impecavelmente preto, fez uma reverência antes de entregar um pequeno gravador.
— Senhora, o mestre deixou isso para você. — Disse a capitã com uma voz firme, mas respeitosa.
Hana pegou o gravador com delicadeza, seus olhos refletindo uma mistura de curiosidade e apreensão.
— Obrigada, filha. — Respondeu ela calmamente.
Em um piscar de olhos, a Capitã e suas ninjas desapareceram, como sombras que se dissipam ao amanhecer. Tanto o Esquadrão da Aurora quanto o Esquadrão das Sombras, compostos por indivíduos que compartilhavam o mesmo sangue de Vazio Ada, eram misteriosos até mesmo para aqueles que se julgavam oniscientes. Nem mesmo o Superman, com sua visão de raio-X, jamais conseguiu detectar a existência desses dois esquadrões lendários, que operavam nas profundezas do Japão, escondidos do mundo e de qualquer tecnologia.
A última ordem de Vazio Ada aos dois esquadrões foi clara e direta: eles seriam a última linha de defesa da humanidade, agindo apenas quando nem mesmo a Liga da Justiça fosse capaz de proteger o planeta.
Hana Ada, agora sozinha novamente, segurou o gravador com mãos trêmulas e pressionou o botão. A voz de seu neto encheu a sala, carregando o peso de suas palavras.
— Vovó, espero que não esteja chorando. Se está ouvindo essa gravação, o plano falhou. A Liga da Justiça não deu conta, e o Superman foi capturado.
A voz de Vazio Ada permaneceu firme, mas com um toque de melancolia que era difícil de ignorar.
— Não gosto da ideia de ser o herói, mas vou salvar esse mundo. Desculpa por ser egoísta e não me despedir. Se existe um vencedor, também há um perdedor. Eu pensei muito antes de tomar essa decisão.
Hana ouviu atentamente, enquanto lágrimas silenciosas desciam por seu rosto enrugado.
— O pai do Sakamoto vai visitar a senhora. Ele tem 64 anos, e a senhora, 62. Converse com ele. Não quero que viva sozinha. Queria voltar, mas acho que não tem volta.
A gravação ficou em silêncio por um breve momento, antes que Vazio Ada concluísse com uma nota de tristeza e determinação:
— O mundo não precisa saber de mim. A realidade não é um conto de fadas, mas eu prometo... é a última vez que te farei chorar.
Hana Ada apertou o gravador contra o peito, as lágrimas finalmente escapando em um fluxo contínuo.
— Meu grande herói... — sussurrou ela, sua voz entrecortada pela emoção.
A sala ficou em silêncio novamente, mas agora havia uma nova determinação nos olhos de Hana. Ela sabia que seu neto havia feito o maior sacrifício, e sua memória permaneceria viva, mesmo que o mundo jamais conhecesse a verdade sobre o salvador invisível que um dia protegeu a humanidade.
Ah....