Com Morgath derrotado e sua ameaça finalmente extinta, Roones acreditou, por um breve momento, que uma trégua havia sido conquistada. Mas a paz, como sempre, era efêmera. Durante uma reunião silenciosa com seus aliados, Elena trouxe notícias alarmantes.
— A destruição do cetro de Morgath foi um golpe contra a ordem sombria, mas não pôs fim ao plano de Devastus — ela explicou, a expressão sombria. — A alma de Devastus está livre. O cetro não era a única chave para sua ressurreição. A verdadeira ameaça ainda está por vir, e o mundo está em maior perigo do que nunca.
Roones sentiu um peso enorme em seu peito. Mesmo após a queda de Morgath, a escuridão continuava a se espalhar. O sacrifício e a luta de tantos ainda estavam longe de ser o fim. Ele olhou para os rostos de seus companheiros: Lyra, Taron, Elena, e até Alaric, que agora, livre da manipulação de Morgath, estava ao seu lado, esperando uma chance de redenção.
Alaric, com os olhos marcados pelas cicatrizes de suas escolhas passadas, se aproximou. Sua voz estava baixa, mas cheia de sinceridade.
— Eu não espero perdão, Roones. Mas estou aqui, e se puder ajudar a impedir a volta de Devastus, farei o que for necessário.
Roones hesitou. O peso das ações passadas de Alaric ainda era uma sombra, e a dor que o jovem causou durante sua servidão a Morgath não poderia ser facilmente esquecida. No entanto, Roones sabia que a batalha que se aproximava seria maior do que qualquer inimigo individual. Era preciso unir forças, mesmo aquelas que haviam sido corrompidas pela escuridão.
— Se você realmente busca redenção, Alaric, então ajude-nos a impedir o mal que está por vir — respondeu Roones, sua voz firme, mas sem rancor. Ele sabia que o verdadeiro poder estava em curar as feridas e seguir em frente.
À medida que o grupo se preparava para partir em busca de respostas, Roones olhou para o horizonte distante. O céu, que antes parecia claro, agora estava obscurecido por nuvens ameaçadoras. Uma tempestade se aproximava, não apenas no mundo, mas em seu próprio coração.
Roones sabia que sua jornada estava longe de terminar. O legado de Arbon nunca foi apenas sobre derrotar a escuridão; era sobre garantir que a luz da esperança nunca se apagasse, independentemente do quão opressivo fosse o mal. A escuridão que Arbon enfrentou havia sido grande, mas o que estava por vir superava tudo o que ele poderia imaginar.
Com o medalhão brilhando suavemente em seu peito, Roones fez uma promessa silenciosa:
— Eu enfrentarei o que vier, assim como Arbon fez. Mas farei isso à minha maneira. Eu sou Roones, e este é o meu destino.
E assim, com um novo senso de propósito, ele se preparou para o próximo passo de sua jornada, sabendo que a batalha definitiva contra a escuridão ainda estava por vir, e que ele não lutaria mais sozinho.