Soltamos as mãos. - Por que mentiu para a sua amiga?
- Eu não podia falar a verdade que estamos investigando a morte do Samuel e do Ryan. E depois de você ter me puxado pelo corredor àquele dia, alguma desculpa temos que dar.
Olho para ela com um sorriso maroto, coloca a minha mão direita no bolso da calça e sigo em frente, junto com ela.
...
Ao entrarmos na cantina, encontramos o faxineiro sentado em uma cadeira perto da janela. Andamos em direção a ele, puxamos a cadeira e sentamos em suafrente.
- Podemos fazê-lo algumas perguntas? - pergunto a ele.
- O que vocês querem saber?
O faxineiro parecia estar sobre efeito de calmante.
- O senhor viu o rosto da pessoa que trancou-os no deposo? - Beatriz inicia as perguntas.
O faxineiro abaixa a cabeça, olhando para seus pés em baixo da mesa e esfrega a testa com a ponta dos dedos.
- Eu não consegui vê-lo...foi tudo muito rápido!
- Ele estava mascarado? - faço a segunda pergunta.
- Estava!
- O senhor poderia nos contar como tudo aconteceu?
O faxineiro ergue a cabeça e olha-nos com desconfiança.
- Por que vocês querem saber como tudo aconteceu?
Troco olhares com Beatriz, em busca de alguma desculpa.
- Eu...eu só quero...
- O Juliano sonha em ser detetive, e o ano que vem é ano de vestibular, então ele estátreinando. E eu como uma boa namorada, quero apoiá-lo. O senhor não acha?!
- Vocês jovens de hoje...são todos um mistério! - diz ele rindo de nós.
Beatriz passa os braços dela ao redor do meu e escora sua cabeça em meu ombro. Sentir o seu cheiro e o seu toque, elevou os meus batimentos cardíaco.
- Certo! Vou conta-los como tudo aconteceu.
Ele começa a contar, e nós ficamos atentos a cada palavra contada por ele.
...
Assim que terminamos de conversar com o faxineiro, saimos para sentarmos no jardim, perto do colégio, suas amigas, nos acompanhou e durante todo o trajeto,Beatriz e eu andamos de mãos dadas. Suas amigas parecia aceitar nosso relacionamento.
- Vocês formam um casal bem fofo! - diz uma menina ruiva de olhos castanho.
- Ele é o nerdola da nossa sala! - Clara desdenha o que a outra disse.
- E o que que tem? A partir de hoje, você vai respeitar o meu namorado e chamá-lo por seu nome, que é Juliano.
...
As meninas despede-se de nós e vai embora.
Aquela farça de namorado fake, não estava saindo bem para mim. Eu queriaque tudo fosse real.
- Ufffa! Pensei que elas não iam embora mais! - diz Beatriz afastando-sr de mim.
Escoro as pontas dos dedos um no outro e olho para meus pés.
- Você pretende continuar com essa farça até quando?
- Desculpa! Eu não pensei antes de dizer qualquer desculpa para minhas amigas.
Olho para ela. - Essa situação é muito constrangedora.
- Eu sei!
- Bom...vamos refletir sobre a conversa com o faxineiro! - tento mudar de assunto. - Parece que a pessoa conhecia bem a planta do colégio! - diz ela.
- Não acho que seja aluno daqui. Acho que é provável que ele tenha algum informante.
- Por que matar a Marta?! O que será que ela fez?!
- Ainda é difícil dizer, mas eu vou descobrir quem é esse assassino que está atacando os alunos do nosso colégio. - falo com o olhar fixo na fachada do colégio.
...
Durante o almoço, a minha mãe não parava de falar, e tudo que ela falava era sobre as tragédia no CFT, e sobre me transferir de colégio.
- Mãe! Eu não posso ir para outro colégio agora!
- Por que não pode? - Ela olhou para me, enquanto colocava a bandeja de salada na mesa.
- Eu...
Parei um pouco sem saber o que falar. - Eu estou namorando pela primeira vez e quero estar perto da minha namorada.
Minha mãe expressou um contentamento em seu rosto, ao ouvir que eu estava namorando.
- Eu não quero ir para outro colégio!
A ideia de fingirmos ser namorados, era completamente ridículo, mas a situação obrigava.
- Quero conhecer minha nora! Quem sabe ela me convensa em deixá-lo no CFT.
Sentir uma adrenalina em meu corpo ao ouvir a possibilidade de Beatriz convenser a minha mãe para eu continuar no mesmo colégio. A ideia de ter que enfrentar, professores novos, carga horária nova e colegas novos, me deixava extremamente irritado.
- A senhora está falando sério?!
- Estou! Traga ela aqui para conversarmos, e assim poderei pensar melhor no caso da transferência.
Era uma proposta tentadora, agora tudo que preciso é convencer a Beatriz a fazer com que a minha mãe mude de ideia.
- Pode deixar! Amanhã trago ela aqui!
Almocei com mais leveza e refletia que o namoro fake não estava sendo tão ruim assim. O único problema era que eu me sentia usado e eu gosto da Beatriz, um gostar em querer como namorada, e por esse motivo, eu desejo profundamente no meu coração, que esse namoro fake, um dia possa tornar-se realidade.
...
No quarto, deitado na cama, conversava com Beatriz por mensagem de texto.
" Falei para minha mãe que estou namorando, e que eu quero continuar perto da minha namorada.""Por que você falou isso para sua mãe?"
" Ela quer me transferir o mais rápido possível para outro colégio. E se isso acontecer, a nossa investigação vai entrar em colapso. "
" E o que ela disse?"
" Ela disse que quer conhecer a minha namorada. E talvez a minha namorada consiga conhecê-la em me deixa no CFT."
" Isso é bom para você! E ruim para mim!"
" Não se preocupe! Estarei do seu lado e vamos conseguir convencê-la juntos!"
" Vou ajudá-lo! Pelo bem da nossa investigação!"
Desligo o celular, fecho os olhos e fico pensando no que dizer para a minha mãe, que possa convencê-la em me deixar continuar estudando no CFT.
" Talvez a Beatriz possa se passar por uma namorada ciumenta! Será que dar certo?!"
RingRing
Levanto-me apressadamente da cama e vou até a escrivaninha e ligo o computador, assim que leio a mensagem de texto.
- Essa mensagem pode ser o que estou precisando! - Sento-me na cadeira, em frente ao computador.