T.Rat estava ansioso como sempre, seu coração batia forte, quase espancando sua caixa torácica e o motivo era a simples presença de Bell.
Não conseguia entender como ela conseguia manter tão forte influência sobre ele, a ponto de se deixar escravizar por ela totalmente, só para ficar próximo a ela.
Toc! toc!
Era ele batendo no vidro da janela semi aberta.
_Está atrasado, sabia disso?
Perguntou a mulher, abrindo totalmente a janela, e fechando-a tão logo T. Rat pôs seus pés dentro do quarto.
_Eu nunca me atraso Bell, nunca se esqueça disso.
_Eu já lhe disse para não me chamar assim enquanto ainda temos visitas.
_Não vai me dizer quem é o felizardo que está lhe fazendo companhia?
Perguntou curioso.
_Que pena! Ele acabou de sair! Mas não se preocupe pois temos coisas mais importantes para se fazer agora.
Respondeu ela sorrindo.
_Há alguma chance de eu ganhar algum prêmio por bom comportamento Bell?
Arriscou T. Rat olhando para Bell com a maior vontade de se jogar em seus braços.
_ Sempre existe a possibilidade de conseguir o que quer, desde que pague o preço certo. Respondeu Bell um tanto receptiva.
_Pago qualquer preço para ter você comigo Bell. Qualquer um.
_Então venha! O que está esperando T.Rat?
Bell havia lançado a isca, e não importava quantas vezes ela já tivesse feito isso, ele sempre caia em sua lábia.
Não era à toa que nos velhos tempos a chamavam de Sweet Bell Lip (Lábios Doce de Sino) e não havia homem algum que resistisse as suas sugestões.
Quantos caíram em sua lábia hipnótica sem ter tempo sequer de pensar nas consequências catastróficas que teriam em suas vidas.
Bons e velhos tempos aquele em que nenhum homem grande ou pequeno ousasse por sua autoridade em questionamento.
Mas como tudo o que é bom dura pouco, armaram para Bell e ela caiu como uma patinha.
Quem diria que aquele homem alto e tão cheio de dinheiro e posses pudesse resistir aos seus encantos?
E como ela poderia adivinhar que aquele homem, assim como ela, era apenas uma mulher disfarçada de isca e ela havia sido pega no flagrante, sem ao menos conseguir esboçar uma reação, pois estava mais bêbada do que um gambá e só depois de algumas horas, percebeu que havia sido capturada como uma novata do submundo do crime.
Com algemas inibidoras em seus pulsos e máscara de supressão em seu rosto, não havia muito o que ela pudesse fazer.
Sua sorte, no entanto, não havia lhe abandonado, pois estava presa próxima a um sujeito que lhe dizia ser seu fã e que tinha armado uma situação só para estar ao seu lado naquele momento.
Seu nome era T Ratser e tinha uma excelente proposta a lhe fazer e tudo o que ela precisava para sair dali, era aceitar ser sua namorada e eles seriam invencíveis.
Quanta bondade e ingenuidade daquele homem, pensava ela.
Até ele lhe mostrar do que seu poder era capaz de fazer e tirou dela tudo aquilo que detinha suas habilidades de Femme fatal e.
Bell sempre tivera um raciocínio muito rápido e ali naquele instante ela enxergou a oportunidade perfeita de estar acima de todos e ter tudo o que mais desejasse.
E tudo o que precisava no momento era fazer contato agradecendo aquele sujeito com um beijo e deixar seu poder fazer o resto.
Na época T. Rat não tinha muita noção do que Bell era capaz de fazer e nem mesmo se preocupou-se com isso, afinal ele também tinha seu ás na manga.
Não tinha medo e nem se preocupava com nada que viesse de mal de sua nova companheira.
Pois como contra-ataque, o seu poder agiria em seu favor de modo automático, daria um restart no tempo e o salvaria de qualquer dano, desde que não se sentisse triste ou fosse ferido mortalmente.
Porém ele desconhecia que a sua ruína seria justamente essa.
A sua felicidade ao ser escravo de Bell do qual nunca mais seria livre só estava começando.
E tudo isso iniciar-se-ia apenas com um leve roçar de lábios ou melhor descrevendo, de um pequeno, simples e quase inocente beijo.