Kapitel 35: Restarting

Narrador's P.O.V.

Depois de todos os incidentes daquela semana em específico, o clima entre todos estava bastante pesado, principalmente entre Harry e Louis. Os dois garotos não conversavam, não ficavam juntos, até mesmo simples olhares se tornaram coisas raras. A situação entre ambos estava começando a afetar a todos os amigos pois sempre que todos estavam reunidos, acabava se tornando extremamente desconfortável ver que dois deles não se sentiam bem na presença um do outro.

Cameron e Jamie também não agiam com Harry e Louis como antes. O mais novo dos ômegas ainda não havia perdoado seus amigos pelo que fizeram, e com tantas coisas acontecendo os dois sequer tinham se lembrado de se desculpar com Boyce e Yuma. Tudo estava diferente. Na manhã seguinte, depois do parto do ômega e da perda de sua bebê, a casa ficou com um ar tão pesado que os outros ômegas não aguentaram ficar lá por muito tempo. Mark rapidamente arranjou as coisas para o funeral de sua neta, e naquela manhã, depois de certo tempo, todos estavam reunidos. Porém tudo estava diferente. O casal mal se olhava. Boyce e seu alfa interagiam normalmente com os outros, contudo, trocaram apenas poucas palavras com Harry e Louis. Josh estava visivelmente aflito por ter deixado seu irlandês sozinho no hospital. Luke estava exausto, porém, de certa forma, feliz por ver que Ashton (e todos os outros) estavam de certa forma bem... Aquilo o deixava aliviado, mas era tudo diferente...

De fato, tudo estava diferente.

Amanheceu chovendo na cidade de Londres naquele dia em específico, o que só serviu para enfatizar a melancolia que pairava no ar. Uma chuva fina e calma que caia de forma constante e banhava toda a cidade. A partir daquela manhã todos sabiam que de alguma forma tudo seria diferente. Naquela manhã, assim que acordou, Harry sentiu seu corpo pesar, afinal passou noite a fio consolando o ômega que sequer sabia se ainda poderia chamar de seu. Desde aquela manhã o pequeno garoto de olhos azuis já não era mais o mesmo com o cacheado e nem com nenhum outro, e Harry também não.

Mas como poderiam ser os mesmos? Como ele poderia continuar o mesmo sendo que mal sabia quem Harry era?

~•~

* Um mês depois *

Em um mês os ares não se modificaram muito. A casa dos Tomlinson-O'Brien ainda estava de luto, porém todos ali sabiam que deveriam seguir em frente e tentavam a todo custo pôr isso em prática. Harry estava de volta em seu apartamento e se sentia extremamente confuso, perdido, sozinho, porém o que lhe consolava era ter Luke e Josh consigo. Niall já havia recebido alta, seu incidente não fora grave, e isso deixou Devine suspirar aliviado. Cameron passou a morar com Jamie, e com o passar dos dias ia pouco a pouco conquistando o coração de seu sogro e de todos da tribo Yuma. Luke havia se recuperado e fazia de tudo para dar o máximo de descanso para Ashton, visto que, mesmo com o alfa acordado, o garoto ainda não conseguia relaxar e sempre estava aflito.

De fato, muitas coisas mudaram. Tudo estava diferente!

Styles acordou irritado com a falatória de seus irmãos. O alfa se sentou em sua cama e olhou o relógio que marcava exatas seis da manhã. Ele queria apenas deitar e voltar a dormir, porém era segunda-feira e ele deveria voltar aos seus afazeres no colégio.

- Harry, levanta! - Luke bateu na porta do quarto, mesmo sabendo que provavelmente seu irmão já estaria de pé aquela hora. Harry sempre fora pontual e nunca descumpria seus horários.

- Já estou acordado, Lukey. - Disse enquanto coçava seus olhos, andando de forma sonolenta pelo quarto.

O alfa realmente não queria sair de sua cama, porém haviam deveres a serem cumpridos. Ele pegou uma toalha e foi tomar um belo banho frio pra ver se acordava de vez! Em questão de poucos minutos o de olhos verdes estava entrando na cozinha do apartamento onde Luke e Josh já conversavam animadamente.

- Ainda não consegui me acostumar com o seu cabelo curto. - Devine disse ao observar o irmão entrar no cômodo. - Desde que te conheço seu cabelo é grande.

- Por que você cortou? - Daquela vez foi Luke quem perguntou.

- Não sei. Me deu vontade, eu fiz. - Respondeu sem se importar muito. Antes que qualquer um se manifestasse, seu celular tocou, então Harry aproveitou a deixa para evitar qualquer tipo de assunto desnecessário com seus irmãos e foi para a sala de estar, logo atendendo a ligação. - Diz, Gabe.

- Harry, como você está?

- Essa foi a pergunta que mais me fizeram durante a porra do mês inteiro, então realmente não quero responder. Vá direto ao ponto. - Falou sem rodeios.

- Ok, tudo bem. Bom... Eu liguei por dois motivos. O primeiro já foi respondido de uma forma bem rude, até... - Styles revirou os olhos, porém continuou prestando atenção. - O segundo é pra dizer que até então está tudo em plena ordem, nenhum atentado, nenhuma movimentação suspeita. Tudo perfeito.

O fato era que mesmo muitas coisas tendo mudado, mesmo sua relação com o de olhos azuis tendo ruído de forma drástica, ele não iria deixar de proteger o ômega. Harry Styles deu sua palavra de que nada e nem ninguém tocaria em um fio de cabelo sequer de Louis, e caso o tentasse, teria que passar por cima de seu cadáver!

- Perfeito. Por favor, Gabe, continue protegendo eles. Qualquer coisa me avise. Eu não posso descansar enquanto não estiver com a cabeça do Ametista em uma bandeja de prata em cima do meu balcão!

- Certo, chefe!

~*~

Harry's P.O.V.

- Hey, Harry... Qual é o nome daquele garoto que anda enchendo o saco do Niall nas suas aulas? - Josh pergunta como quem não quer nada, mas tenho certeza que está bolando algo.

- Por que você quer saber, Devine? - Rio quando vejo a cara de desentendido que ele faz pelo retrovisor.

- Nada, só estou curioso mesmo, sabe? - Dá de ombros.

- Curioso nada, já está querendo sumir com o menino, né?

- Luke Robert Hemmings, como ousa me caluniar desta maneira? - O alfa se finge de indignado, eu e Luke caímos na gargalhada.

Meus irmãos consideravelmente são os melhores irmãos que eu poderia desejar ter!

Em questão de poucos minutos nós chegamos em frente ao grande prédio. O colégio, como de costume, está entupido de adolescentes catarrentos circulando dentro e fora da estrutura de forma despreocupada. Alguns aproveitam para se pegarem descaradamente em público, outros ficam sozinhos, tem os que... Bem, esses são meio estranhos... E vários se reúnem em grupos. Assim que estaciono vejo com clareza nossos amigos reunidos conversando sobre um assunto qualquer, o que me faz sorri um pouco e me deixa feliz em ver que todos estão bem.

- Você não vem com a gente? - Hemmings questiona.

- Eles sentem sua falta, sabia?

- Hoje não, meninos. Tenho algo que preciso resolver na sala dos professores, e tenho alguns trabalhos que o professor substituto deixou pra eu dar uma olhada... - Dou de ombros sorrindo da melhor maneira possível, porém eles não engolem.

- Que mentira, Edward! - Ambos dizem em uníssono. Como eu já esperava, meus irmãos são capazes de ver além das minhas mentiras.

- Até mais. - Falo e simplesmente saio andando.

Entro no grande prédio e quase que imediatamente sinto todos os olhares caírem sobre mim. Fiquei pouco mais de um mês afastado, hoje é meu retorno das minhas "férias", e noto o quanto alguns alunos parecem, de certa forma, chocados ao me verem. Sinto os olhares me fulminando, alguns de desejo, alguns de estranheza, outros de admiração, contudo apenas ignoro todos eles e sigo meu caminho para a sala dos professores. Ajeito da melhor forma que consigo a papelada em minha mão, enquanto seguro o café que comprei no caminho para cá com outra, seguindo direto para onde devo ir.

É estranho pensar que há quase oito meses atrás entrei nesse mesmo lugar com uma visão totalmente diferente da que tenho hoje. Minha vida era outra, minhas vontades eram outras, eu era outro. Talvez as pessoas tenham notado que não sou mais o mesmo de antes e por isso me olham tão atônitos. Meses atrás eu nunca, em hipótese alguma, imaginaria que as coisas tomariam o rumo que tomaram pra chegarem onde estão hoje.

São tantas coisas em minha mente que só percebo estar andando de forma distraída quando sinto alguém esbarrar com força em mim, derrubando a papelada que eu estava segurando e meu café.

- Porra, você é cego?! - Pergunto irritado enquanto pego meus papéis.

- Me desculpe, eu... Eu não te vi... - Essa voz...

Essa voz fina que eu tanto amo ouvir...

Sinto um leve odor de flores, um perfume já bastante familiar...

Realmente é o ômega! Afinal, como não reconhecê-lo depois de todo esse tempo?

Ao olhar pra cima eu me deparo com ninguém mais, ninguém menos do que Louis William Tomlinson em carne, osso e beleza. Me levanto e me ponho de frente para o garoto, este que fica o tempo todo com a cabeça baixa, abraçado aos seus livros.

Me sinto preso em um déjà-vu!

Louis está lindo como sempre foi!

- Tudo bem, não precisa se desculpar. Foi um acidente. - Falo o encarando até mais do que deveria. Eu simplesmente não consigo desviar meu olhar do ômega!

- Você me disse isso há sete meses atrás... - Ele solta, porém continua de cabeça baixa.

- Parece que estamos destinados a nos esbarrar nesse corredor. - Digo quando noto que, por coincidência, estamos exatamente no mesmo lugar onde nos vimos pela primeira vez.

- Eu estou destinado a derrubar seu café, não? - Ele finalmente me olha e sorri pequeno, e não posso deixar de notar a forma que seu rosto está corado.

Por alguns poucos instantes eu me perco no olhar de Louis. Seus olhos são de uma tonalidade incrível de azul e me atraem de uma forma tão estranha... Se dependesse de mim passaria horas o observando!

- Talvez... - É tudo que consigo dizer.

Ficamos silêncio. Não me atrevo a falar uma palavra sequer pois sei que vou acabar estragando tudo outra vez. Louis me observa como se quisesse me analisar, seus olhos sondando minha alma como sempre costumavam fazer. É até desconfortável, para ser sincero, porém não me importo.

- O seu... Ãn...

- Sim? - O incentivo.

- Seu... Cabelo... - Murmura.

- Ah, sim, eu... Cortei... - Dou de ombros e espero sua resposta.

- Sim. Eu ainda não... Não tive chances de falar que está lindo assim. - Sua resposta faz meu coração bater mais rápido.

- O seu também está lindo, e está maior! - Sorrio, porém acho que exagero, já que Louis me olha confuso.

O que eu posso fazer? Ele me deixou feliz!

- Qual é o seu problema, Harry? - Seu ar muda de repente, parece que ele ficou irritado do nada.

- O quê?! - Antes que ele responda, o sinal que indica o início das aulas toca.

- Tenho que ir. Até mais. - Diz e simplesmente sai andando, me deixando sozinho no meio do corredor.

Tudo bem... Isso foi bastante estranho...

Decido deixar meu encontro com o ômega de lado e sigo direto para a sala de aula.

~*~

Louis's P.O.V.

O que foi isso, Louis William Tomlinson?

- Caralho, eu tenho sérios problemas! - Digo enquanto ando de um lado para o outro no banheiro masculino. - Aquele alfa tinha que mexer comigo tanto assim?

O alfa.

Eu nunca tive palavras para descrever esse alfa. Bonito seria modéstia, lindo insuficiente...

Talvez maravilhoso... Sim, maravilhoso!

Harry é maravilhoso!

Durante todo esse mês, sem exceção de um segundo sequer, eu estive pensando nele. As poucas vezes que o vi foram tão estranhas, em todas elas eu queria me jogar em seus braços e dizer o quanto o amo, porém não o fiz. Não consigo chegar perto dele. Eu me sinto tão pequeno, tão envergonhado, me sinto inútil... Eu fiquei todo esse tempo sofrendo em silêncio enquanto queria estar com Harry, mas tive medo de ser rejeitado por ele. As coisas entre nós estão tão estranhas, mas hoje... Hoje foi exatamente como na primeira vez que o vi, a primeira vez que olhei dentro daqueles olhos verdes.

Lindos olhos verdes...

Posso dizer que quando ele olhou nos meus olhos eu fiquei perdido, e quando ele sorriu então... Nossa. Eu senti meu coração acelerar, senti a borboletas na barriga, mas ainda assim fiquei com raiva! Todo esse tempo eu estive pensando que talvez ele também estivesse com saudades de mim, mas ele sorri assim tão despreocupadamente, deve estar bem sem mim...

No caminho para a sala de aula eu não presto muita atenção à minha volta. Minha mente fica me repetindo que logo encontrarei com ele de novo, que todos os dias eu terei que vê-lo agir como se nada tivesse acontecido.

Será que vou conseguir?

Os corredores estão estranhamente vazios e isso significa que eu estou muito, muito atrasado. Tenho que apertar o passo.

- Merda, merda, merda! - Digo finalmente chegando à sala, porém vejo que Harry ainda não está aqui.

Parece que hoje é meu dia de sorte. Ou talvez seja meu dia de maior azar, não sei...

Sigo até o final da sala e me sento ao lado de Niall e Ashton. Os meninos sorriem quando me vêem, e me abraçam sem nenhuma cerimônia.

- Lou, você sabe que ele voltou? - É a primeira coisa que o irlandês me pergunta.

- Sim, eu esbarrei com ele no corredor e acabei derrubando as coisas dele no chão. - Murmuro e vejo seus sorrisos surgirem.

- Como na...

- Primeira vez que nos vimos... Sim. - Interrompo as falas de Ashton, e suspiro cansado. - Foi tão estranho, eu me senti estranho, e parece que ele está tão bem sem mim, enquanto eu não aguento mais ficar sem ele...

- Oh, Lou... - Ambos me abraçam quando notam que estou prestes a chorar.

De fato eu estou prestes a chorar. Não consigo segurar as lágrimas que lutam pra sair. Não tenho forças pra isso. Achei que vê-lo iria me fazer sentir melhor, achei que talvez pudéssemos acertar as coisas, porém eu estava errado. Hoje quando encontrei com Harry no corredor tive a certeza de que nada vai me fazer sentir melhor.

Quando sinto os braços de meus amigos me rodearem eu desabo. Eles sabem o que eu passei durante esse tempo, eles sabem exatamente como me sinto desde o dia em que perdi minha filha... Mas a culpa foi minha por ter perdido Harry! Luke e Josh conversaram comigo e me contaram toda a verdade sobre os três, me contaram sobre suas infâncias, sobre a adoção, sobre sua segunda vida. Eles me fizeram entender o ponto de vista do alfa, porém já era tarde demais. Eu já havia afastado Harry de mim. Eu sou culpado por ter perdido ele!

- Louis! - Ouço sua voz rouca e me assusto. - O quê...

Não dou chances para que ele fale nada e simplesmente saio correndo da sala. Sei que não deveria fugir, porém não posso deixar que ele me veja nesse estado! Corro de volta para o banheiro masculino e quando passo em frente ao espelho noto o quão deplorável estou. Encaro meu reflexo acabado e isso só me faz chorar mais. A dor que eu sinto é tão grande que parece se tornar física. Inconscientemente eu ponho a mão em meu abdômen, sobre a cicatriz da cesariana, e quando me dou conta do que acabei de fazer choro ainda mais. Meu corpo treme, eu me sinto tão fraco, tão pequeno e ridículo!

- RIDÍCULO! - Grito.

- Finalmente se deu conta, não é? - Me viro rapidamente quando ouço a voz de alguém.

- Quem é você? - Pergunto ao garoto que sai de dentro de uma das cabines. Seco rapidamente minhas lágrimas e entro em alarde.

- Não se lembra de mim, LouLou? Eu costumava me divertir com você e o Bryan. - Diz.

- Então você é só mais uma das sombras daquele cretino, não? Me desculpe, mas eu não reparava em nenhum de vocês. - Dou de ombros.

- Você é muito abusado, ômega. Quero ver continuar com essa marra quando eu foder essa sua bunda linda! - Ele diz e tenta vir pra cima de mim.

- SAI DE PERTO DE MIM! - Rosno quando ele chega perto, o que o surpreende, mas não mais do que a mim mesmo.

- COMO É? - O alfa rosna também, porém eu não sinto muita dor, então não baixo minha guarda.

O garoto me olha atônito, como se estivesse desacreditado. Na verdade até eu estou. Como é possível eu estar enfrentando um alfa dessa maneira como se fôssemos iguais?!

- Você... Seu viadinho, eu vou acabar com você!

O moreno parte pra cima de mim e tenta me bater, porém eu desvio e dou um soco direto em seu nariz, fazendo sangrar imediatamente. Arregalo os olhos quando noto o que acabei de fazer, sendo que sequer sei como fiz isso.

- Filho da puta!

Ele acerta um tapa forte em meu rosto, me fazendo tombar, porém quando tenta me bater novamente eu seguro sua mão. Nessa hora algo dentro de mim começa a queimar, eu começo a sentir raiva, e mesmo o garoto tendo o dobro do meu tamanho eu aperto seu punho com força, tanta força que o obrigo a se ajoelhar na minha frente. O garoto parece perplexo, consigo ouvir os ossinhos de sua mão estralarem conforme aumento a força do meu aperto.

- Eu disse pra você sair de perto de mim, seu pedaço de merda! - Digo ferozmente. Quando solto a mão do alfa ele se levanta e corre assustado para fora do banheiro.

Meu Deus, o que acabou de acontecer aqui?!

(...)

- Puta merda, Louis, o que aconteceu com o seu rosto?! - Michael quase grita quando vê a marca roxa em minha bochecha, e graças à isso todos começam a prestar atenção em mim, inclusive Harry.

- Um alfa tentou abusar de mim quando eu estava no banheiro hoje e me bateu aqui. - Digo simples, e mesmo nenhum deles tendo reação ouço uma respiração pesada.

- Como assim, Louis? - Josh questiona. Ele olha para Harry (este que está olhando fixamente para algo no chão) e depois pra mim.

- Está tudo bem, gente...

- COMO ASSIM "Está tudo bem"?! ELE TE BATEU! - Niall praticamente berra, e posso jurar que ouço um grunhido baixinho vindo de algum lugar.

- Shiii, fala baixo, cacete! - Peço. - Ele não me machucou. Na verdade eu acho que quebrei a mão e o nariz dele...

- Espera, aquele menino na enfermaria sangrando horrores é o alfa que você está falando? - Irwin arregalas os olhos, e eu apenas aceno que "sim". - Como você fez aquilo?

- Ele é enorme! - Até Luke parece surpreso.

- Eu não sei... Eu simplesmente fiz... - Dou de ombros.

- Louis, você quebrou o nariz e a mão dele, cara! - Calum, assim como os outros, está surpreso, porém sorri orgulhoso.

- Isso prova que nós ômegas não somos bagunça! - Horan joga seus cabelos, o que nos faz rir.

Os meninos começam a falar e falar, perguntando sobre o que aconteceu. Conto para eles detalhadamente, omitindo o motivo d'eu estar no banheiro naquela hora, óbvio, porém digo todo o resto. Conto como seu rosnado não funcionou em mim, como eu me senti absurdamente mais forte, e isso desperta a curiosidade de todos.

- Você... Está... Bem? - A voz rouca de Harry soa de repente e faz todos se calarem instantaneamente.

Styles levanta seu olhar e me olha de maneira inexpressiva, porém consigo sentir sua preocupação.

Espera um pouco... São os sentimentos dele?!

Será que...

- Eu estou bem, obrigado... - Me sinto corar e me amaldiçôo mentalmente por isso.

Harry sorri pequeno dessa vez, um sorriso que passaria despercebido se eu já não conhecesse suas expressões tão bem. O alfa se levanta e vem até mim, se agachando na minha frente. A proximidade me assusta, porém não me atrevo a me afastar nem meio centímetro do mais velho. Ele me olha por alguns segundos e logo toca meu rosto, acariciando suavemente onde está machucado.

- Está roxo, mas logo vai sarar. - Diz calmamente olhando em meus olhos.

Seu toque faz meu corpo se arrepiar. Fazia tanto tempo que eu não sentia suas mãos em mim que agora é como se meu corpo estivesse reagindo ao contato e aos poucos estivesse entrando em combustão. Fecho os olhos pra poder apreciar melhor, me sinto pronto para me entregar ao que poderia vir em seguida, porém assim que o faço suas mãos se afastam de mim, e logo ele se levanta e vai embora.

- Harry... - Minha voz sai como um sussurro. Meu eu coração bate tão forte que parece querer fugir de meu peito e correr atrás do alfa.

Deus, eu estou perdido!