Kapitel 27: Dormitório
Seu corpo foi caindo em minha visão, e sem outra probabilidade jogando contra isso, ele acabou por se espatifar de costas no chão duro, produzindo um som de baque agoniante.
"Que merda é essa?!" Ruy, já jogado sobre o chão, indagou indignado, segurando uma bolinha pequena de cor vermelha na mão.
Eu olhei e tinham várias bolinhas coloridas espalhadas por ali, como se tivessem sido jogadas com força, já que havia de um canto ao outro.
Observando a quantidade, era deduzível achar a causa.
Ivo.
São as bolinhas que outrora ele confundiu e levou para o salão, deve ter usado o feitiço retornador de forma errada na hora, pois queria fazer elas sumirem rápido.
"Parecem com as bolinhas das casas..." O monitor loiro observou com atenção, pegando uma do chão.
"Elas deveriam estar dentro dos repositórios de pontos."
Ele passou o olhar pelo lugar, o objetivo disso incerto.
"Não temos o direito de arrumar essas coisas, avisarei Ivo ou Oto depois. Vamos, cuidado para não cair, o dormitório não está muito longe." Terminando o assunto, ele continuou andando pelo corredor.
Todos o seguiram prestando atenção ao chão.
Eu fiquei na parte de trás, ninguém me percebendo. Fiquei parado um tempo, esperando os outros se afastarem um pouco.
Passou-se um momento, e quando sozinho, abri um pouco mais meus olhos, dei um passo para o lado, virando o corpo e varrendo o olhar por toda a extensão da escola, atravessando todo e qualquer sólido no caminho.
Observando tudo além da parede, minha intenção foi cumprida facilmente. As cores eram chamativas, grandes cúpulas de vidro igual as de onde André guardava as armas, mas com bolinhas dentro. Sobre a superfície frontal delas tinha um pequeno dispositivo eletrônico contabilizando a quantidade de bolinhas em cada um, mas os números estavam 'quebrados' e não todos igualados, como 96, 94, 91, mostrando que faltava algo.
De passagem, digo ainda que era estranho essa mistura de arcaico com tecnológico, não se deveria ter esse tipo de tecnologia tão facilmente a essa época. Me pergunto se os bruxos ajudaram as gerações futuras a se desenvolverem tecnologicamente?
De qualquer forma, identifiquei o provável lugar onde se deveriam estar essas coisas.
Intenção...
Voltei meus olhos para as bolinhas espalhadas, com uma mão erguida centralmente sobre todas elas.
"Dirigere." Sussurrei, imitando os movimentos de Ivo.
Como um verdadeiro truque de mágica, as bolinhas sumiram do chão repentinamente, sem aparente causa explicável.
Voltei meus olhos para o lugar onde se deveriam estar guardadas, e o mostrador identificou um 100 redondo em todas as cúpulas.
Sorri com apreciação. Entretanto, vejo que não deve ser tão fácil para um humano comum colocar intenção fortemente individual para cada bolinha e enviá-las para o lugar de destino correto.
Ivo falhou com essa quantidade maior, mas já é um bom feito que conseguisse mandar corretamente as cada 5 provenientes dos alunos novos ao mesmo tempo.
Os outros já estavam um pouco distantes, então com uma velocidade levemente acima do normal, eu caminhei até eles, logo tendo em visão aberta as suas costas.
Cheguei em boa hora, pois logo o monitor loiro parou sobre uma grande porta dupla.
Não é como eu imaginava, pensei outrora que seria algo mais escondido, mas parece-me bem evidente.
Ele tirou uma varinha do bolso do robe e colocou em um orifício em um dos lados da porta.
A monitora loira foi para o outro lado e tirou uma varinha também, colocando no outro orifício.
"Aperire Te." Eles falaram juntos.
A porta teve mecanismos abrindo dentro de si, engrenagens girando, então foi aberta para trás com vapor vazando de dentro. Algo bem dramático, realmente.
Os vários alunos começaram a entrar dentro da sala.
Era gigantesca, mais longa que o salão, cheia de acomodações. Sofás e poltronas se espalhavam por todo o local, o teto era muito alto com lustres luxuosos adornando-o.
Televisões de tela plana presas em alguns cantos do lugar. Tinham quatro partições de escadas largas levando ao centro do salão que era mais profundo, e nele havia uma grande mesa com algumas frutas em cima e espaço livre para usar da forma que desejasse.
Os estudantes entraram e foram se acomodando nos lugares, alguns ficavam em pé conversando e outros, mais velhos, simplesmente se dirigiram a uma porta no final do salão, entrando e seguindo reto.
O monitor loiro parou no final do salão também, erguendo a mão para chamar a atenção dos alunos.
"Estudantes novos, vejam bem, a porta da direta é para onde fica o dormitório masculino, e a da esquerda é o dormitório feminino. Os seus quartos em específicos terão o seu nome grudado na parede ao lado dele, junto com os de seus colegas." Ele disse, uma voz bem alta para conseguir fazer todos ouvirem.
Alguns dos alunos novos foram se dirigindo para lá quando ele terminou de dar o recado.
Eu não estava com particular sono, mas mesmo assim não tinha nada que eu poderia fazer aqui, então fui ver como seria o dormitório também.
Quando entrei no lugar me deparei com algo simples, várias portas a esquerda e direita.
Segui observando os nomes, eram quatro para cada quarto, o nível normal.
Não estava no primeiro andar, então subi as escadas para cima que me levaram para outro corredor.
Na verdade não era tão normal assim o corredor, porque o arquiteto que fez deve ter recebido o pagamento em coxinha. Se prestasse atenção as paredes, elas eram estranhamente tortas para a direita e depois voltavam para a esquerda em ziguezague.
Algumas portas eram mais altas que as outras e o chão tinha um padrão irregular de símbolos.
Avistei logo uma porta próxima do final do corredor com o meu nome identificado nela.
Sem delongas, entrei.
Era um quarto comum e relativamente pequeno com dois beliches, uma grande janela de vidro com cores do arco-íris no centro da parede, parecendo uma catedral.
Meu malão já estava aqui, então o peguei e levei até o beliche da esquerda.
Sentei-me na beirada do colchão e abri a mala.
Tirei o robe rapidamente e me troquei, colocando uma roupa casual de dormir, ainda não tinha chegado ninguém ao quarto por enquanto. Entretanto, isso já iria mudar, e eu conhecerei meus companheiros de quarto.
O som da maçaneta girando soou, enquanto eu observava com olhos curiosos a minha frente.
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