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6.25% DragonSky / Chapter 2: II - Vida

Kapitel 2: II - Vida

Após acordar de minha breve perda de consciência me vi deitado em uma cama em um mar negro, o céu era feito de uma luz branca, com algumas estrelas negras, e a água, era a coisa mais escura e amedrontadora que já vi em minhas memórias, quando me aproximei da borda da cama flutuante para ver meu reflexo na negra água, foi quando me vi no espelho negro que imediatamente o céu ficou preto e a água vermelha aquele cheiro de sangue e podridão voltou à tona, a minha imagem mudou de mim para aquela moça, mas ela estava completamente destruída, conseguia ver os seus lábios mexendo, mas nada ouvia...

- Acorde! - uma voz me chamou para acordar, quando vi eu estava em uma cama dentro de uma tenda, a primeira imagem que vi era a de uma jovem, talvez não muito, me chamando para acordar, seus cabelos eram negros e os olhos verdes, ela me acordou e começou a mexer em alguns dispositivos conectados ao meu corpo, ela os retirou e falou para esperar ali, eu obviamente muito curioso sai da cama e fui para fora ver onde estava.

Andei até a cortina de entrada da tenda e a abri, quase fui cegado com a luz do sol, meus olhos doíam, mas logo passou, quando me dei conta estávamos sobre uma estrutura de metal descomunal, era uma espécie de espaço-porto, existiam pelo menos cinco espaço naves ali, duas aparentemente de carga e três de combate, suas armas estavam queimadas como se tivessem sido usados a pouco, olhei mais um pouco em volta pude observar que o local era deveras elevado em relação ao solo, lá embaixo existia um grande contraste entre a estrutura metálica de acinzentada e a verde e viva relva dos campos abaixo, atrás do porto existia uma espécie de cidade, estava muito longe para que eu pudesse dar detalhes sobre ela, parecia ser bem bonita, os prédios futuristas e coloridos davam um toque muito vivo ao ambiente, muito bonito, o céu era de tonalidade azulada porém clara, poucas nuvens haviam ali, era um local milhares de vezes mais aconchegante que o anterior.

A jovem de antes veio correndo até mim, parecia cansada, eu não havia notado isso antes, parecia que ela não dormia há tempos, sua roupa estava abarrotada, ela chegou até mim e disse que eu não deveria estar lá fora já que não tive alta ainda, ela pegou em minha mão e me levou de volta para a tenda, fez diversos testes em meu corpo, sempre resmungava alguma coisa, ela me fazia perguntas, muitas, principalmente sobre mim eu não sabia responder, me olhou com uma feição de dó, ela saiu.

No momento da saída dela eu peguei a ficha e a li, todas as informações exceto meu nome e a causa estava riscada, na causa das respostas estava escrito Trauma eu não sabia como reagir, nunca vi aquilo, ou melhor, nunca vi nada daquele lugar, ou pelo menos não me lembrava de ter visto.

Algum tempo depois de dada minha "alta" um comboio de veículos pesados e armados chegou ao local, havia soldados com armas douradas neles, e dentro dos blindados também, mesmo tendo rodas super amortecidas o chão ainda tremia com seu movimento, ao pararem muita fumaça saiu das rodas, provável que fosse proveniente de algum sistema de resfriamento já que o local em ficou frio. Aquela mesma moça, a que me examinou chegou com dois soldados armados, havia um grande homem, de características fortes, era um Dragonskariano, seu busto era proporcional com seu tronco, seu corpo parecia uma pedra, sua feição parecia inabalável, uma calda longa e forte, com um olhar bravo. Eles começaram a conversar e apontavam para nós todo o tempo, após terminarem de conversar eles começaram a chamar as crianças naquela base, os adultos refugiados foram levados para outro carro que já estava saindo, quando todos chegaram eles começaram a falar.

- Atenção!, Vocês que não tem mais parentes ou guardiões serão enviados para diferentes orfanatos e abrigos juvenis, se preparem para sair! Sem perguntas!

Após sua grave voz ecoar em nossas cabeças a jovem veio por falar.

- Minhas crianças, por favor, quem tiver algum pertence que pegue, pois partiremos em breve.

Ela parou tão repentinamente quanto começou, eu pensei no que eu poderia pegar, eu não tinha nada que pudesse levar, pensei que eu poderia tentar pegar algo de lá para tomar como meu e pelo menos ter algo, mas decidi que não, já que seria mais difícil me locomover com alguma coisa.

Logo que começou o entardecer e o posar do sol nós fomos levados aos veículos, antes de entrar em um deles eu dei uma boa olhada a minha volta, parecia bem diferente de quando cheguei, amanhã seria um longo dia.

Passamos a noite viajando naqueles veículos, lá fora já estava começando a clarear, estávamos nos aproximando de outra cidade, o veículo tremia muito por dentro, estávamos provavelmente passando por estradas de terra, aquele mundo, pelo que entendi, era um mundo pós moderno, existiam formas de tecnologias muito avançadas, porém, as pessoas conservavam muito sua cultura, assim fazendo com que várias partes do planeta tivessem aparências medievais, de uma época mais calma.

O veículo finalmente parou, alguns que estavam de pé acabaram caindo no chão pelo tranco, um soldado veio e abriu a traseira dele, quando saímos olhei para o céu, a luz de nossa estrela estava tímida atrás de morros, não sei quanto tempo de viagem se passou, acabei apagando pouco depois que começamos, haviam poucas nuvens no céu, o local era uma cidade de aparência medieval, estávamos na frente de uma grande casa, existia uma placa na frente dizendo "Orfanato para jovens grande lar", fiquei ansioso e receoso sobre isso, o medo de ver um lugar novo e com pessoas que eu não conhecia, engoli em seco por instantes, eu estava relativamente mais calmo do que antes, pelo menos agora eu conseguia respirar bem, me arrumei, e olhei para cima, o céu era inspirador, naquele momento eu me enchi de determinação e disse.

- Aqui vou eu!

No que eu entrei olhei a volta, eu e os outros jovens não sabíamos o que seria ali, havia um senhor sentado atrás do balcão escrevendo em alguns papéis, o soldado mais próximo foi até ele e falou alguma coisa, logo ele pediu para que nos aproximássemos, quando chegamos ao balcão ele começou a perguntar nossos nomes e anotar as nossas afirmações, logo ganhamos cada um uma etiqueta, mais para uma carteirinha, que tinha nosso nome, idade e local de nascimento, a minha era assim;

________________________

Nome: Fire Sky

Idade: ≈7 anos

Nascimento: ≈24/03/10390

Espécie: Sky

Pelo visto, eu tinha em torno de sete anos, realmente meu palpite estava certo eu era bem jovem, mas eu imaginei que seria mais velho, e descobri algo que eu não sabia, aparentemente eu era um Sky, mas ainda não sabia o que isso significava.

- Com licença senhor...

- Sim meu jovem... Precisa de algo?

- O que é um Sky?

O velho me olhou com uma cara estranha, talvez minha pergunta tenha soado mal

- Meu jovem, você não sabe o que é um Sky?

- Não senhor, é a primeira vez que escuto essa palavra... – O senhor chamou uma jovem para perto dele.

- Nath, você que é boa em explicar as coisas, explique a este garoto o quê é um Sky... – A jovem me olhou perplexa, do mesmo modo que o senhor havia olhado antes.

- Então pequenino, vou tentar explicar de um jeito rápido, para não enrolarmos muito aqui, tudo bem?

- Sim senhora!

Ela se agachou em minha frente para ficar a minha altura.

- No nosso mundo existem algumas espécies, Husks como os soldados que te trouxeram até aqui, Dragonskarianos como eu e Skys como você, existem outras espécies, mas não acho que preciso explicar agora.

- Mas porquê eu sou tão diferente? eu tenho asas? E esse chifre em minha testa...

- Bom, eu não sou boa em biologia para te explicar sobre a evolução Skys, mas basicamente vocês são Dragonskarianos melhorados.

- Hm, parece convincente.

Ela se levantou, passou a mão em minha cabeça e retornou as suas atividades, fiquei um tanto feliz por saber o que diabos eu era, muito bom.

Depois de vermos quais eram nossos quartos nós fomos arrumar nossas coisas, eles nos deram tudo o que precisávamos, roupas, produtos de higiene e até alguns brinquedos, porém eu não via graça, então para mim era meio inútil, após as 16 horas fomos tomar banho, cada quarto tinha um banheiro, era bem legal, um banheiro em cada quarto, eu tomei um banho, não me lembrava do último banho que tomei só sei que este foi maravilhoso, a água gelada escorrendo por minhas costas, minhas pequenas asas relaxando, olhei para cima contra o jato e fiz com que a água escorresse por minha face, ah, muito bom.

Ao anoitecer daquele dia eu desci até o andar térreo do lugar para jantar, no salão existia uma grande mesa de madeira lisa, muitos pratos diferentes, existiam várias bandejas prateadas com as mais variadas comidas e bebidas, logo depois de mim chegaram os outros jovens que também iriam jantar, existiam pelo menos mais uma dúzia de pessoas além das que chegaram mais cedo, no total que eu contei, contei rapidamente por curiosidade, todavia existiam pelo menos 24 jovens ali contando comigo, não conhecia nenhum deles, também não pretendia criar laços com eles, sabia que era inevitável de que alguns poderiam ir embora em breve.

Ao bater do relógio o jantar se iniciou, logo os mandantes do lugar chegaram e se juntaram a nós, mesmo não nos conhecendo conseguimos conversar de modo fluido, vi que muitos se encontravam em situações parecidas com a minha, porém poucos não se lembravam do ocorrido, eu mais comia do que falava, já que na tenda do espaço porto eles não nos alimentaram muito bem, foi apenas para sobrevivermos.

Aquilo para mim era o paraíso, muita comida e bebida e pessoas próximas ótimo.

Pela primeira vez em todas as minhas memórias eu me sinta diferente, me sentia mais físico, me sentia vivo realmente vivo, como nunca estive.

Quando chegou à tarde da noite nós fomos levados para os quartos aonde iriamos dormir, eu deitei na minha cama e me cobri, virei-me para o lado da parede e comecei a pensar em umas coisas aleatórias, logo tive um forte flashback, algo escuro e sombrio, me deu uma forte dor de cabeça, me levantei para abrir a janela para ver se passava essa dor, chegou a passar, mas o sentimento estranho do flashback continuava, não sei o que se deu, mas foi estranho, aproveitei a janela aberta para olhar a vista, o local era mais elevado do que a maioria da cidade, era possível ver de longe a cidade, bem iluminada com luzes douradas, o céu era muito estrelado, como lá era uma cidade medieval ao contrário da outra que vi, ela tem pouca luminosidade, então o céu era belíssimo, a lua era tão clara, o céu azul escuro, e as estrelas distantes, uma visão muito boa, voltei a minha cama para me deitar e dormir, deixei a janela aberta para que eu pudesse sentir os ventos da noite enquanto dormir, cai no sono pouco tempo depois, uma vida boa, tudo o que eu queria.


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